da República, com o objetivo de suspender os cortes

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1 CIÊNCIA PROTESTO EM LISBOA CONTRA REDUÇÃO NAATRIBUIÇÃO DE BOLSAS Bolseiros de investigação marcam novo protesto para dia 29, na Assembleia da República, com o objetivo de suspender os cortes JOÃO SARAMAGO JORGE PAULA FOTOS TEXTOS cientistas vieram ontem para a rua num pro Os testo por a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) ter recusado a atribuição de bolsas a mais de cinco mil investigadores. Para.29 de janeiro foi entretanto marcada uma nova ação, na Assembleia da Re - pública, com o objetivo de ver suspenso o concurso que determinou uma redução expressiva no número de bolsas de doutoramento epós-doutoramento. O novo protesto está marcado para o dia em que será discutido no Parlamento um abaixo -assinado recolhido no ano passado contra os cortes realizados na ciência. No mesmo dia, os cientistas irão também manifestar - -se noutras cidades do País, como Coimbra, Porto ou Aveiro. Na manifestação de ontem, que reuniu cerca de 200 investigadores em Lisboa, os manifestantes concentraram-se frente à sede da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Posteriormente, avançaram em direção à residência oficial do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em São Bento, onde gritaram palavras de ordem, pedindo a demissão do Governo. Os bolseiros que viram chumbadas as suas candidaturas pretendiam ontem requer a consulta dos seus processos. Contudo, a PSPmontou um perímetro de segurança em torno das instalações da FCT, que impediu o acesso dos bolseiros. Segundo o presidente da Asso - ciação de Bolseiros de Investigação Científica, André Janeco, este ano foram atribuídas menos 900 bolsas individuais de douto - ramento e menos 444 de pós- -doutoramento, face às concedidas em Para a associação, são cortes que inviabilizam a investigação científica em Portugal e que colocam em risco parte do financiamento proveniente da União Europeia para a investiga - ção. A Fundação para a Ciência e Tecnologia, contactada pelo CM, recusou comentar as críticas dos bolseiros. O Ministério da Educação e da Ciência também não teceu qualquer comentário sobre as exigências.* Protestos marcados para Aveiro, Coimbra e Porto

2 AUDIÇÃO NO PARLAMENTO O PSD viabilizou a chamada urgente do presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia à Comissão de Educação, com o intuito de esclarecer os cortes nas bolsas, uma proposta apresentada pelo Bloco de Esquerda. INVESTIMENTO EM CIÊNCIA De acordo com Duarte Marques, deputado do PSD, "não estamos aqui a assistir apenas a um corte em bolsas, mas a uma alteração na forma de investir em ciência". PLATAFORMA PROTESTA A Plataforma em Defesa da Ciência e do Emprego Científico em Portugal, que já ameaçou impugnar judicialmente o concurso da FCTde 2013, associou-se ao protesto realizado em São Bento. "Qualificados devem sair por livre vontade" O secretário de Estado da Ino - vação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves, disse ontem, em Paris, que os jovens mais qualificados devem sair do País "por livre vontade, não devem ter necessidade de o fazer" " Portugal deve permanecer atento e trabalhar para reter e ter capacidade de oferecer oportunidades, ou seja, as pessoas de - vem ter mobilidade e desempe - nhar funções quanto mais competentes e de maior destaque possível no Mundo, mas devem - -nofazerpor livre vontade."

3 Parlamento dispensa Crato de explicações Correio da Manhã - Quantos são os Investigadores que podem perder a bolsa? André Janeco - Há mais de cinco mil pessoas sem perspetivas de trabalho em ciência. Realidade que não pode acontecer, porque a ciência precisa dessas pessoas. - Quais as metas que a associação defende que devem ser cumpridas? - Retomar os números de financiamento dos bolseiros em 2012, ano em que foram atribuídas mais 1344 bolsas face aos resultados deste concurso. - As unidades de investigação também estão em risco? - É uma realidade preocupante, para além da falta de recursos humanos. De acordo com. o Orçamento do Estado para este ano, as unidades de investigação não têm dinheiro. A Comissão Parlamentar para a Educação e Cultura recusou ontem o requerimento apresentado pelo PCP a fim de ser ouvido o ministro da Educação, Nuno Crato, e a secretária de Estado da Ciência e Educação, Leonor Parreira, sobre o concurso da Fundação para a Ciência e Tecnologia de atribuição de bolsas de douto ramento e pós - doutoramento. Segundo avançou ao CM a deputada do PCP Rita Rato, a audição visava obter uma cx plicação por parte dos responsáveis pela pasta da Ciência sobre se houve neste concurso uma preocupação com a sal - vaguarda de postos de trabalho e com a garantia de que o sistema científico nacional não estará em risco com eventuais cortes. Rita Rato acrescentou que contestam os cortes expressos no Orçamento do Estado para 2014 na área da investigação e reclamam ainda a reposição dos valores que foram atribuídos em2oi2.u.s

4 GODOFREDO ADOLFI, 40 anos Investigador em Ciência Política "Termina bolsa em dezembro de 1495 euros" CRISTINA LUÍS, 42 anos Investigadora em História/Biologia Chumbado contrato de investigação" * Sou italiano e estou a m*- - vestigar na área da Ciência Política. Em dezembro termina a bolsa de pós-doutoramento no valor de 1495 euros mensais. Esta bolsa não dá acesso ao subsídio de desemprego. Agora foi-me recusado continuar o trabalho., Ao fim de 16 anos de inves-.' tigação, foi-me recusada este ano a candidatura a uma bolsa de pós-doutoramento e também um contrato de investigação. Desenvolvo um trabalho na área da relação entre História e Biologia e recebo 1800 euros mensais. ANDREIA AMARAL, 37 anos Investigadora em Genética " Faltou transparência na avaliação do concurso" DIANA ALMEIDA, 41 anos Investigadora em Literatura "Bolsa vai acabar no segundo trimestre" g 0 Sou investigadora na área tò w? da Genética e possuo um contrato de trabalho até janeiro de 2015, com um valor mensal de 1495 euros. Este concurso foi bastante contestado por não haver transparência na avaliação. Temos o direito de saber quem avalia. g >- Possuo um currículo exceli m lente na área da investigação da Literatura e Cultura Norte- -americana e Portuguesa. Contudo, a bolsa de pós-doutoramento, de cerca de 1500 euros, termina no segundo trimestre deste ano e não foi agora renovada.

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