PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM DIREITO. Disciplina: Direito internacional econômico: do multilateralismo ao regionalismo

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM DIREITO. Disciplina: Direito internacional econômico: do multilateralismo ao regionalismo"

Transcrição

1 I IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM DIREITO Disciplina: Direito internacional econômico: do multilateralismo ao regionalismo Área: Direito e políticas públicas e Direito das relações internacionais Professora: Dra. Alice Rocha da Silva (rochaalice@yahoo.com.br) Período letivo: 1/2016 Horário: Quintas-feiras de 9h00 às 11h30 II EMENTA Direito internacional econômico. Organização Mundial do Comércio. Princípios de não discriminação. Sistema de solução de controvérsias. Acordos e jurisprudência. Comércio e direitos humanos. Comércio e mudanças climáticas. Comércio e energia. Integração regional. Cooperação interestatal. Supranacionalidade e intergovernamentalidade. Transformações dos elementos do Estado. Sistemas de integração regional: Mercosul, União Europeia, Unasul, Comunidade Andina de Nações, Acordo do pacífico. Convergência regulatória. III - JUSTIFICATIVA A disciplina tem como objetivo explorar a evolução do direito internacional econômico a partir da normativa da Organização Mundial do Comércio (OMC), demonstrando em paralelo o aspecto complementar dos acordos regionais para a construção do arcabouço normativo e institucional deste ramo do direito. Nesse sentido, serão apresentados o direito da OMC, com seus princípios, normas e sistema de solução de controvérsias. Em seguida serão apresentadas as teorias da integração regional, juntamente com a análise de prática de tais acordos e de que forma podem contribuir para o sistema multilateral. Como importante participante do direito internacional econômico, busca-se, durante o curso, relacionar os temas às relações econômicas internacionais brasileiras, bem como analisar em quais aspectos o Brasil poderia interagir mais nas relações comerciais internacionais. IV PROGRAMA 1. Gênese da OMC, Sistema de Solução de Controvérsias e princípios basilares 1.1. Do GATT à Organização Mundial do Comércio Controvérsias na OMC 1.3 Princípios e regras básicas de não discriminação 2. Acordos comerciais regionais 2.1. Teorias da integração 2.2. Integração e supranacionalidade

2 2.3. Processos de integração e processos de cooperação 3. Sistemas de integração regional 3.1. Mercosul 3.2. União Europeia 3.3. Unasul 3.4. Comunidade Andina de Nações 3.5. Acordo do pacífico. 4. Convergência regulatória V METODOLOGIA A metodologia adotada busca desenvolver uma conduta de investigação e produção de saber científico, sendo papel do professor a prestação de consultoria e coordenação às atividades de investigação realizadas pelos alunos. As atividades direcionadas aos alunos estão divididas em: A) Seminários de pesquisa: Os seminários serão distribuídos na primeira aula. O aluno responsável pela apresentação deverá utilizar como referenciais os textos-base e outras eventuais indicações bibliográficas da professora, devendo utilizar entre 70 e 90 minutos para realizar sua exposição. Os seguintes aspectos devem ser contemplados: desenvolvimento das principais concepções dos autores indicados, considerações pessoais e criticas do aluno. Na sequência, serão realizados debates que deverão ser pautados pela objetividade e pertinência das intervenções. B) Ficha de leitura O aluno responsável pelo seminário deve preparar e aos demais um roteiro de sua apresentação. Os demais alunos deverão entregar uma ficha de resumo (no formato de resenha) dos textos-base. Além disso, os alunos devem elaborar no mínimo 2 (duas) perguntas, as quais irão servir de ponto de partida para problematizar a temática analisada, estimulando o debate. VI AVALIAÇÃO A avaliação será feita com base na atribuição de notas de 0 (zero) a 10 (dez) em cada uma das etapas, todas de igual peso, cuja média final será convertida nos conceitos SS, MS, MM, MI, II e SR, conforme previsão regimental. As etapas serão as seguintes: 1. Seminários: critérios para atribuição de nota: a) observância do tempo definido para a apresentação; b) abordagem dos dois aspectos previstos no item IV A; c) metodologia empregada; d) apresentação logica; e) entrega do roteiro.

3 2. Conjunto das participações: serão levadas em consideração as intervenções nos debates, observando-se a objetividade e pertinência temática, bem como a formulação das perguntas que irão instigar o debate. 3. Fichas de leitura: serão considerados a capacidade critica e de resumo das ideias dos autores, sendo apreciado a comparação entre tais ideias. 4. Artigo científico: a ser apresentado ao final da disciplina, correlacionando as temáticas abordadas em aula com o tema de pesquisa da dissertação do aluno. A ideia é fazer com que o aluno aproveite este artigo na composição de sua dissertação. Este artigo deve seguir as formalidades indicadas pela professora. VII BIBLIOGRAFIA BÁSICA BALZE, F. de. El destino del MERCOSUR: entre la unión aduanera y la integración imperfecta. Carta Internacional, USP, São Paulo, ano 08, n. 91, set BARRAL, W. Dumping e comércio internacional: a regulamentação anti-dumping após a rodada Uruguai. Rio de Janeiro: Forense, BARRAL, Welber. Solução de controvérsias na OMC. In: KLOR et al. Solução de Controvérsias: OMC, União Européia e Mercosul. Rio de Janeiro: KonradAdenauer-Stiftung, BHAGWATI, Jagdish. Por que o livre comércio é importante. Valor Econômico, Jul p. CASTRO RUANO, José Luis (1995) El principio de subsidiariedad en el TUE.: una lectura en clave regional, Gaceta Jurídica CEE, serie D, nº 24, pp. 215 a 253. CELLI JUNIOR, Umberto & SAYEG, Fernanda M. (Orgs.). Comércio de Serviços, OMC e Desenvolvimento. São Paulo: IDCID, CEPAL. El desafío de las nuevas negociaciones comerciales multilaterales para Latina y Caribe. Serie Temas de Coyuntura, Santiago de Chile, CHARNOVITZ, Steve. Should the teeth be pulled? An analysis of WTO sanctions. In: KENNEDY, D. and SOUTHWICK, J. (eds). The political economy of international trade law. Cambridge: CUP, 2002, p CHICHARRO LAZARO, Alicia (2001) El principio de subsidiariedad en la Unión Europea, Aranzadi, Navarro. CONSTANTINESCO, Vlad (1970) Compétences et pouvoirs daus les communautés europeennes, universidad de Nancy, Tesis para la obtención del doctorado en Derecho, presentada el 22 de diciembre de 1970, pp. 229 y sigs. CONSTANTINESCO, Vlad (1992) Subsidiarieté vous avez dit subsidiarieté? Revue du Marché Unique Européen, nº 4, pp CUNHA NETO, Loris Baena. A relação entre o direito internacional e o direito da organização mundial do comércio: o acordo TRIPS entre os sistemas jurídicos internacionais f. Dissertação

4 (Mestrado): Curso de Pós-Graduação em Direito, Universidade Federal de Santa Catarina, 2004, p DOELLE, M. Climate Change and the WTO: Opportunities to Motivate State Action on Climate Change through the World Trade Organization. Review ofeuropean Community & International Environmental Law, v. 13, n. 1, 2004, p FARIA, W. O impasse do Mercosul. Rev. Informação Legislativa do Senado Federal. Ano 09, n. 155, Brasília, DF, jul./set GALERA RODRIGO, Susana (1994) El principio de subsidiariedad desde la perspectiva del reparto de competencias entre los Estados miembros y la Unión Europea, Gaceta Jurídica, serie B, nº 103, Madrid, pp. 5 a 22. GREEN, Andrew. Climate Change, Regulatory Policy and the WTO: How Constraining are Trade Rules? Journal of International Economic Law, v.8, n. 1, JACKSON, J. The WTO Dispute Settlement Understanding: misunderstandings on the nature of legal obligation in JACKSON, John H. The Jurisprudence of GATT and the WTO: insights on treaty law and economic relations. Cambridge: University Press, JACKSON, John Howard. The world trading system: law and policy of international economic relations. 2. ed. Cambridge: MIT Press, JACKSON, John; DAVEY, William; SYKES, Alan. Legal Problems of International Economic Relations: Cases, Materials, and Text. 4 ed. West Group, P JACKSON, Lee Ann. Agricultural Trade and Climate Change: Can the WTO Promote Resilience in the Face of Uncertainty? Georgetown Journal of International Affairs, v. 9, n. 1, 2008, p KRAJEWSKI, Markus. Public Services and trade liberalization: mapping the legal framework. Journal of International Economic Law. v. 6, n. 2, Jun. 2003, p LAVAGNA, R. La insoportable levedad de las propuestas. Archivos del Presente. Fundación Oro del Sur. Buenos Aires, año 05, n. 17, jul./ago MARCEAU, Gabrielle Marceau & TRACHTMAN, Joel P., The Technical Barriers to Trade Agreement, the Sanitary and Phytosanitary Measures Agreement, and the General Agreement on Tariffs and Trade: Map of the World Trade Organization Law of Domestic Regulation of Goods. Journal of World Trade, v. 36, 2002, p MARCEAU, Gabrielle. WTO Dispute Settlement and Human Rights. European Journal of International Law, v. 13, n. 4, 2002, p MATA DIZ, J. B. El Futuro del Mercosur Hay esperanza para el proceso de integración mercosureño? Palestra apresentada no XII Encuentro de Especialistas del MERCOSUR. Universidad Nacional de Rosario, Rosario, 2004.

5 MATA DIZ, J. B. La institucionalidad del MERCOSUR: hacia la conformación de un mercado común? In: Evolución Histórica y Jurídica de los Procesos de Integración en la Unión Europea y en el Mercosur. Buenos Aires: EUDEBA, MATA DIZ, J. B. MERCOSUR - Origen, fundamentos, normas y perspectivas. Curitiba: Juruá, MOLINA DEL POZO, Carlos Francisco (2002) Manual de Derecho de la Comunidad Europea, 4ª edición, Dijusa, Madrid. MOLINA DEL POZO, Carlos Francisco (2005) La Constitución Europea, Estudio introductorio, Editorial Universitaria Ramón Areces, Madrid. OLAVO BAPTISTA, L. O Mercosul, suas instituições e ordenamiento jurídico. Ed. LTr, São Paulo, PEÑA, F. Mercosul: análise de uma década e tendencias para o futuro. Rev. Política Externa, vol. 10, n.01, jun./jul/ago PESCATORE, Pierre (1973) La répartition de compétences entre la Communauté et les Etats membres. In : La Communauté et ses Etats membres, Actas del XVI Coloquio del Instituto de Estudios Jurídicos Europeos, Lieja, pp. 71 y sigs. PETERSMANN, Ernst-Ulrich. Human Rights and International Economic Law in the 21st Century: the need to clarify their relationships. Journal of International Economic Law, v.4, n. 1, 2001, p PRAZERES, Tatiana. A OMC e os Blocos Regionais. São Paulo: Aduaneiras, PRAZERES, Tatiana. Barreiras Técnicas. In: BARRAL, Welber (org.). O Brasil e a OMC. Curitiba: Juruá, p REIS, Felipe Nagel. Subsídios na OMC. Curitiba: Juruá, 2008, p RIBEIRO, G. F. Afinal o que a educação superior tem a ver com a Organização Mundial do Comércio. Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, v. 49, n. 2, 2006, p ROBERTO DE ALMEIDA, P. A evolução do MERCOSUL: antecedentes, desenvolvimento e crise: uma avaliação analítico-descritiva do período RDMI, año 6, n. 05. La Ley, Buenos Aires, out RODRIK, Dani. Trading in illusions. Foreign Policy Magazine. Washington, Carnegie Endowment for International Peace, Abril/Maio STEINBERG, Richard & JOSLING, Timothy. When the Peace Ends: The Vulnerability of EC and US Agricultural Subsidies to WTO Legal Challenge. Journal of International Economic Law, v. 6, n. 2, 2003, p STIGLITZ, Joseph. Globalization and its discontents. Penguin, VAN DEN BOSSCHE, Peter Van. The Law and Policy of the World Trade Organization: Text, Cases and Materials. CUP, 2005, p