PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA EFETIVIDADE DO PROCESSO E O SISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS COMO MECANISMO DE CONCRETIZAÇÃO DA JUSTIÇA

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1 PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA EFETIVIDADE DO PROCESSO E O SISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS COMO MECANISMO DE CONCRETIZAÇÃO DA JUSTIÇA Natália Fernanda de Souza A. MENDONÇA 1. INTRODUÇÃO Preliminarmente convem dizer que o presente trabalho situa-se na área de conhecimento jurídica, cujo eixo temático versa sobre a efetividade do processo e o sistema dos Juizados Especiais Cíveis, como mecanismo de efetivação da justiça e inclusão social. Impende afirmar que referido tema baseia-se, sobremaneira, na experiência obtida por esta candidata durante o período em que figurou como estagiária do Juizado Especial Cível da comarca de Bauru, estado de São Paulo, bem como junto à Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Regional de Bauru, verdadeiros órgãos assistenciais à população carente. Insta asseverar a importância do estudo realizado por inúmeros doutrinadores, tradicionais e modernos, a fim de possibilitar, não somente a realização deste projeto, bem como um real e efetivo avanço histórico-evolutivo. Prima facie, salienta-se acerca do estudo sobre as gerações de direitos fundamentais, cujo termo fora criado por Karel Vasak, em 1979, sendo complementado por Paulo Bonavides e Perez Luño, dentre outros. No limiar das transformações que caracterizaram a complicada convivência do Estado de Direito com o chamado Estado do Bem-Estar Social (Welfare State) ou, simplesmente, Estado Social, Ruy Barbosa foi grande defensor do Federalismo e do Constitucionalismo, buscando nos Estados Unidos o mais acabado e perfeito modelo republicano então em vigor no mundo, e que serviu como base para os trabalhos constitucionais que redundaram na Carta Magna de 1891, da qual foi principal revisor. Nesse mesmo diapasão, cita-se Liebman, lecionando acerca do direito público individual subjetivo e inalienável de o individuo levar ao Judiciário pedido de exame e solução de lides em que estiver envolvido, assegurado o contraditório e a ampla defesa, haja vista o preceituado no artigo 5, inciso XXXV, da Constituição Federal de 1988, ou seja, o Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, qualificando o Estado de Direito. Mestranda do Programa de Mestrado em Ciência Jurídica da Universidade Estadual do Norte do Paraná, Campus de Jacarezinho/PR, na modalidade de aluna especial.

2 Ocorre que, com o passar do tempo, verificou-se que não bastava o simples acesso ao Poder Judiciário, já que acesso à justiça é diferente de fazer justiça, sendo preciso pensar acerca da efetivação e concretização de tais direitos, conforme estudado pelo jusfilósofo Norberto Bobbio, que em seu livro, A era dos direitos, afirmava acerca da necessidade de efetivação dos direitos humanos, o que também foi dito por Mauro Capellletti e Briant Garth, os quais são incisivos ao afirmarem que o acesso à justiça é requisito fundamental de um sistema jurídico moderno e igualitário que pretenda, não só proclamar, mas garantir direitos a todos. Corrobora com tal entendimento, a doutrina de Calamandrei, que em seu livro sobre Processo e Democracia, também se focou no tema do acesso à justiça, destacando os problemas da instrumentalidade e efetividade da tutela jurisdicional. Pronuncia-se, também, a doutrina de Mauro Cappelletti, no que tange à concretização do acesso à justiça, bem como a de Hugo Mazzilli, depois de reconhecer ser este um dos valores fundamentais da própria democracia, constatando, no entanto, que tal possibilidade não é efetivamente igual para todos, haja vista as enormes desigualdades econômicas, sociais, culturais, regionais, etárias e mentais. Referido foco doutrinário também foi seguido por Guilherme Peña Moraes, ao lecionar acerca da assistência jurídica com o escopo de representar a necessidade de os indivíduos carentes desenvolverem sua potencialidade de cidadãos. Elenca-se, ainda, o doutrinador Carlos Alberto Menezes Direito, ao asseverar que o maior esforço que a ciência do direito pode oferecer para assegurar os direitos humanos é voltar-se, precipuamente, para a construção de meios necessários à sua realização nos Estados e, ainda, para o fortalecimento dos modos necessários de acesso à Justiça com vistas ao melhoramento e celeridade da prestação jurisdicional. É de rigor, ainda, a apontamento da professora Ada Pellegrini Grinover, que foi uma das criadoras do projeto do juizado especial cível e defensora da ampliação do acesso à justiça. O presente projeto de pesquisa visa analisar a evolução da sociedade, aliado ao desenvolvimento acelerado das formas de produção e a elevada concentração populacional nas áreas urbanas, bem como a necessidade de criação de mecanismos, pelo Estado, no sentido de efetivar a promessa da prestação do serviço jurisdicional e, pensando de forma moderna, visando o acesso à justiça.

3 A discussão em torno do tema é antiga e nos dias atuais, dada a sua importância, o debate ainda continua acirrado, tendo em vista a relevância desse valor primordial e fundamental do ser humano. Por isso, entendeu-se a importância da pesquisa e do estudo sobre acesso à justiça e, em particular, do Juizado Especial Cível, uma vez que, de acordo com a exposição de motivos da Lei 9099/95, tal órgão foi criado para democratizar o acesso à justiça e resolver de forma mais célere os conflitos que afligem a sociedade. A criação de tal instituto advém da necessidade de se impor uma nova postura na resolução dos novos conflitos sociais, exigindo cada vez mais dos operadores do Direito, soluções não limitadas apenas à interpretação fria da lei, mas, também, no envolvimento e na interpretação de cada caso concreto. Ressalta-se que, antes da Constituição de 1988, os juizados já se encontravam criados e instalados em razão da Lei 7244/84, a qual regulamentava os Juizados Especiais de Pequenas Causas, que em muito contribuíram para a desburocratização do Poder Judiciário, sendo substituída, posteriormente, em 26/09/1995, pela Lei 9099, originando-se o Juizado Especial Cível, regido pelos princípios da simplicidade, informalidade, oralidade e celeridade, numa tentativa de modernização, fato que hoje é consumado pelos resultados até então obtidos, rompendo, sobremaneira, com a burocratização, bem como facilitando e agilizando o seu andamento, além de possibilitar às pessoas mais humildes, o acesso ao Poder Judiciário. 2. OBJETIVOS O projeto em questão tem por objetivo especifico analisar a missão dos Juizados Especiais Cíveis na tarefa de resgate da cidadania dos excluídos, mas também titulares de direitos, com fulcro no Princípio da dignidade da pessoa humana, bem como a imagem do Poder Judiciário, cuja confiança cai diariamente. Visa, também, discutir sobre a concretização da efetividade do acesso à justiça, analisando a possibilidade de criação de um Juizado Especial que trate exclusivamente das questões conflituosas da família, propiciando ao jurisdicionado uma justiça mais humana, sensível, acessível, célere e sem custos, avaliando-se projetos de lei já existentes e o sucesso de tal instituição no Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, no Fórum de Recife. 3. REFERENCIAL TEÓRICO Mutações históricas, bem como a evolução da sociedade, têm determinado o aparecimento de sucessivas gerações de direitos fundamentais, cuja origem histórica

4 ocorreu na Inglaterra, com o advento da Magna Carta (Magna Charta Libertatum) de 21/06/1215, outorgada pelo rei João Sem Terra, descendendo dos forais e das cartas de franquia, existentes na Idade Média, enumerando direitos superiores ao próprio poder concedente e relacionados ao homem, pela sua simples condição de ser humano ou por pertencer a determinadas categorias sociais. Posteriormente, vieram a Petição de Direitos de 1629 e a Lei de Habeas Corpus de 1679, a declaração do Estado da Virgínia, votada em 12 de junho de 1776, durante o processo da independência norte-americana, expressando-se de forma veemente na Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, editada em 1789 pela Revolução Francesa, a qual influenciou os sistemas constitucionais do ocidente, a partir do fato de haver condicionado à proteção dos direitos individuais a existência mesma da Constituição. Baseando-se no lema da referida Revolução, liberdade, igualdade e fraternidade, surgiram três gerações de direitos. A primeira visava proteger os direitos civis e políticos, a segunda, os direitos sociais e culturais, a terceira, os direitos difusos e coletivos. Atualmente, fala-se em direitos mais propriamente designados humanos, de quarta geração, que Pedro Lenza, citando Norberto Bobbio, diz serem representados pelas novas experiências decorrentes dos avanços das pesquisas científicas no campo de engenharia genética, que permitirão manipulações do patrimônio genético de cada indivíduo. A universalidade inerente a estes direitos, como ideal da pessoa humana, foi manifestada primeiramente na célebre Declaração dos Direitos do Homem, de 1789, a qual serviu de ponto de partida valioso para a inserção dos direitos de liberdade (direitos civis e políticos) no constitucionalismo rígido de nosso tempo. Em 10 de dezembro de 1948, a Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou, mediante a Resolução n.º 217, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, que foi uma declaração programática, mas que veio a se constituir na carta de valores e princípios sobre os quais estão assentados os direitos das três gerações. Atualmente, o regime constitucional vem sendo associado à garantia de direitos fundamentais, ocorrendo, também, uma internacionalização dos direitos humanos, necessitando de transferência de parte da soberania estatal, através da criação de sistemas normativos internacionais e supranacionais, a fim de preservá-los, respeitando a dignidade humana. O acesso à justiça é o principal dos direitos do ser humano a ser efetivamente assegurado, pois exercendo este, propiciar-se-á a realização dos demais. Assim sendo, destaca-se a ratificação, pelo Brasil, de inúmeras Convenções e tratados internacionais, tais

5 como Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, de 1966, a Convenção Americana de Direitos Humanos, também denominada Pacto de São José da Costa Rica e a Convenção de Viena, ratificados, respectivamente, em 25 de setembro de 1992 e 25 de outubro de Diante de tal objetivo, foram criados inúmeros mecanismos, a fim de concretizar a efetividade do acesso à justiça, tais como a previsão da Justiça itinerante; o caráter constitucional dos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, quando aprovados pelo quorum qualificado das emendas constitucionais (art. 5º, 3º.); a previsão de Conselhos para controle externo da Magistratura e do Ministério Público, bem como a instalação de ouvidorias (arts. 52, II, 92, I-A, e 1º., 102, I, r,103-a, 103-B), a Emenda Constitucional n 45, e a criação da Lei 1060/50. A Carta Magna de 1988, dentro da preocupação com o irrestrito acesso à justiça, baseando-se no Direito Italiano, previu a instituição dos Juizados Especiais Cíveis, visando garantir direitos a pessoas de baixo poder aquisitivo, suportando obstáculos como a morosidade e o pagamento de custas processuais, objetivando estimular o exercício da cidadania, incluindo, efetivamente, aqueles que se encontram às margens da sociedade. Dessa forma, o presente trabalho visa analisar o instituto dos Juizados Especiais Cíveis, verificando a missão facilitadora do acesso à justiça, quando este é encarado diante do Estado Democrático de Direito, consagrado na Constituição Federal e previsto, também, no II Pacto Republicano de Estado por um sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, avaliando, ainda, outros instrumentos aptos a concretizar um real e igualitário acesso à justiça. 4. JUSTIFICATIVA Inicialmente cabe atentar para o fato de que a temática do acesso à Justiça tem sido uma das questões centrais do direito político e processual das últimas décadas. Erigido à condição de garantia constitucional, visto que tal direito se encontra inscrito na constituição Federal de 1988, artigo 5º, XXXV, o qual tem merecido estudo permanente, precipuamente face aos novos direitos e aos novos conflitos emergentes na sociedade contemporânea. Observa-se ainda que mais do que o acesso ao Poder Judiciário, no atual contexto político-social, o direito de acesso à justiça tem se destacado principalmente com a acepção de direito de acesso a uma ordem jurídica justa e efetiva, vislumbrando-se no processo judicial um instrumento ético, político e jurídico de efetivação da própria justiça, da consolidação da democracia e do exercício da cidadania. Nesse diapasão é que o acesso à justiça tem assumido caráter de justiça social, sendo considerado como um dos direitos humanos fundamentais, o qual passa a constituir-se em

6 obrigação essencial e indelegável do Estado e um dos pressupostos da cidadania. No entanto, conforme afirmado pelo autor português, Boaventura de Souza Santos, as desigualdades sociais, culturais e econômicas entre as pessoas, grupos e até mesmo entre os países, não podem ser olvidadas, motivo pelo qual atualmente há uma desmedida preocupação, no presente Estado Democrático de Direito, de que se desenvolvam políticas públicas de conscientização e de inclusão das classes menos abastadas no sistema jurídico. No que tange à sociedade brasileira, a maioria da população, sobretudo, as com pouca ou nenhuma instrução, bem como as de baixo poder aquisitivo, encontram diversas barreiras na busca do acesso à justiça. Isso ocorre, dentre outros fatores, devido à falta de conhecimento técnico para a propositura da ação competente, bem como pela insuficiência de recursos financeiros para o pagamento de honorários advocatícios e das custas processuais e, também, pelo, ainda existente, medo de represálias, caso seja necessário recorrer aos tribunais. Dessa forma, os despossuídos são privados até mesmo dos direitos fundamentais de primeira geração, para eles, meras declarações retóricas, sem repercussão em sua vida prática. Diante disso e objetivando um maior acesso à justiça, o constituinte de 1988, inspirado na Lei 7244/84, antiga Lei dos Juizados de Pequenas Causas, bem como no sucesso obtido pelos Estados que implantaram tais órgãos, previu, em seu artigo 98, inciso I, a criação de tal instituto, no âmbito da União, dos Estados e do Distrito Federal, seguindo os princípios da oralidade, informalidade, economia processual, celeridade e simplicidade, sendo competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e de infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau passando os mesmos a fazer parte da estrutura judiciária. A experiência foi tão bem sucedida que, posteriormente, criou-se a Lei n.º /01, a qual instituiu os Juizados Especiais Cíveis e Criminais Federais, deixando parcialmente de lado a idéia de que o Poder Judiciário está a serviço das classes mais abastadas e, ainda, a criação dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, instituídos em 23/12/2009, pela Lei nº Dessa forma, o cidadão comum encontrou foro no qual procurava resolver suas pendências cotidianas, aquelas que, antes, ficavam longe da apreciação do Poder Judiciário, causando um sentimento de impunidade.

7 Atualmente, o caráter didático dos Juizados Especiais Cíveis pode ser medido na atitude das pessoas comuns, que, diante de uma injustiça, não deixam de procurar seus direitos. Assim, a relevância do presente tema consiste na demonstração de que a implantação desse instituto propiciou a verdadeira concretização de direitos fundamentais, tornando-se verdadeiros órgãos de prestação jurisdicional, fazendo com que saíssem do papel e possibilitassem um real e efetivo acesso à ordem jurídica justa e de forma igualitária, despida de discriminações de qualquer espécie, consoante os ditames da Carta Magna de 1988 e do Estado Democrático de Direito. É nesse contexto que o presente trabalho tem por objeto a defesa da instituição dos Juizados Especiais de Família, projeto de Lei criado, pioneiramente, pela Ministra do Superior Tribunal de Justiça, Fátima Nancy Andrighi, a qual indagou quantas pessoas em nosso País gostariam de regularizar a sua situação familiar e não têm acesso a uma Vara de Família por várias razões?, bem como do projeto de Lei (PLS 230/10) proposto pelo senador Acir Gurgaz (PDT-RO), cuja votação será feita pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, em decisão terminativa.. Assim, o objeto de reflexão gira em torno da possibilidade de instituição dos mesmos, dando-lhes competência para resolução de todos os conflitos que envolvem as questões de família, como a separação de corpos, regularização de visitas, separação judicial, guarda, busca e apreensão e pátrio poder, mantendo-se o mesmo processo e procedimento, com a idéia de aplicação do procedimento sumaríssimo, consoante sugerido pela autora no referido projeto de lei. Tal estudo contribuirá para o aprofundamento e reflexão de tal possibilidade, com escopo no sucesso alcançado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco, com a instituição da Vara do Juizado Informal de Família, contribuindo para despir a sociedade de tal medo e preconceito, pautando-se na transdisciplinariedade, ou seja, na necessidade de agregação de do conhecimento de outras ciências, tais como, psicólogos, assistentes sociais, médicos, a fim de auxiliar o juiz na solução do conflito familiar, bem como amenizar a ansiedade dos litigantes e estudando acerca do processo e procedimento, bem como da necessidade de implantação de medidas cautelares e tutela antecipada. A criação de um Juizado Especial de Família, pressupõe uma mudança radical no modelo, tanto na criação da Vara, quanto na mentalidade dos profissionais que ali atuarão. Isso porque o impacto ao se desfazer uma família causa mágoas recíprocas e dores

8 incomensuráveis, necessitando preparar os colaboradores, espiritualmente, para que consigam amenizar tais efeitos. Por isso, a necessidade de encaminhamento das partes para assistentes sociais e psicólogos, de quem receberão, de imediato, apoio técnico que possibilite abrandar as emoções que envolvem o momento. Posteriormente, receberão informações acerca da complexidade e da demora na tramitação do processo, incentivando-os à conciliação, visando não só economia financeira, como emocional. Assim, tanto o juiz, como o advogado, devem manter a postura de conciliadores, mediadores, contribuindo para tornar a cena judiciária mais humanizada e menos traumática. Dessa forma, pretende-se contribuir para tal estudo através da pesquisa nas Leis e projetos de lei atualmente vigentes e existentes no ordenamento jurídico brasileiro, bem como, nas doutrinas, jurisprudências e Pactos Internacionais ratificados pelo Brasil. Realizar-se-á, também, o trabalho de campo junto aos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, através de perguntas feitas diretamente aos juízes de tais Varas, bem como, junto à população carente, visitando-se favelas e comunidades de baixa renda, a fim de analisar a efetividade do acesso à justiça para tais pessoas e a real contribuição e eficácia dos Juizados, pesquisando a opinião destes indivíduos acerca da criação de um Juizado especial da Família, como meio facilitador, pacificador e mais célere, na resolução de problemas atinentes ao Direito de Família. Salienta-se, então, que o trabalho será feito em etapas, quais sejam, a) revisão do projeto de pesquisa com o orientador; b) elaboração do sumário provisório, c) pesquisa bibliográfica; d) leitura metódica e fichamento das obras selecionadas; e) planejamento da coleta de dados; f) aplicação do instrumento de coleta de dados; g) compilação dos dados e seleção crítica; h) análise e interpretação dos dados; i) representação dos dados; j) redação do texto final, com discussão e conclusões, k) revisão e formatação do texto, l) apresentação e divulgação. 5. BIBLIOGRAFIA ABREU, Pedro Manoel. Acesso à Justiça e juizados especiais: o desafio histórico da consolidação de uma justiça cidadã no Brasil. Florianópolis, Fundação Boitex, ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. Trad. de Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008.

9 BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Direito e processo. 3ª ed., Malheiro, BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campos, BONAVIDES, Paulo. Do Estado Liberal ao Estado Social. 6ª ed., São Paulo, Malheiros, CAPPELLETTI, Mauro. Dimensioni della giustizia nella società contemporanee. Bologna, il Mulino, Acesso à Justiça. Porto Alegre, Fabris, CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Trad. Ellen Gracie Northfleet. Porto Alegre: Fabris, CHIOVENDA, Giusepe. Instituições de Direito Processual Civil. Vol. I, Campinas, Bookseller, DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil. Vol. I, São Paulo, Malheiros, A instrumentalidade do processo. 12ª ed., São Paulo, Malheiros. DIREITO, Carlos Alberto Menezes, A prestação jurisdicional e a efetividade dos direitos declarados, Revista da EMERJ, v. 1, nº. 1, 1998, p GRINOVER, Ada Pellegrini. A Crise do Poder Judiciário. Texto preparado par a XIII Conferência Nacional da OAB. São Paulo, KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 7ª ed., São Paulo, Martins Fontes, MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2003.

10 MORAES, Guilherme Peña apud MENDONÇA, Vanessa Diniz. Assessoria jurídica popular em prol de pessoas carentes na busca pela cidadania plena. Monografia. Fortaleza: UNIFOR, 2002, p. 40. NERY JR., Nelson. Princípios do Processo Civil na Constituição Federal. 8ª ed., São Paulo, Revista dos Tribunais, REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 20ª ed., São Paulo, Saraiva, SANTOS, Boaventura de Sousa. Introdução à sociologia da administração da justiça. In Direito e Justiça A função social do judiciário. José Eduardo Faria (Org.). São Paulo: Ática, SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na Constituição Federal de ª ed., Porto Alegre, Livraria do advogado. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 23ª ed., São Paulo, Malheiros, 2004.