28 de fevereiro de 2011 February 28th, SERHS Natal Grand Hotel, Natal/RN Brasil

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1 II Seminário Internacional sobre Sistemas Nacionais de Controle de Alimentos: Avanços e Desafios 2nd International Seminar on National Food Control Systems: Advances and Challenges 28 de fevereiro de 2011 February 28th, 2011 SERHS Natal Grand Hotel, Natal/RN Brasil I Introdução As Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) são um problema de saúde pública que cresce de forma acelerada em todo o mundo, muito embora não se disponha de informação que permita precisar sua exata dimensão e impacto. Estima-se que a cada ano até um terço da população de países desenvolvidos é acometida por DTA e que três milhões de pessoas no mundo morram anualmente em decorrência desse tipo de doença. Vários aspectos estão associados a essa tendência de crescimento, incluindo a globalização da economia, o aumento acelerado da demanda por alimentos e o surgimento de novos riscos. Esses fatos ajudam a explicar a importância que os países devem atribuir a seus sistemas de controle dos alimentos. Muitos países têm investido no aprimoramento de seus sistemas de controle com resultados bastante exitosos, todavia, esse processo não tem se dado de forma harmônica em todo mundo, mantendo a iniqüidade do acesso a alimentos seguros e, ainda, promovendo danos no comércio internacional de alimentos. Ante ao papel crucial das DTA na saúde das pessoas e da inocuidade dos alimentos no desenvolvimento sócio-econômico dos países, vários organismos internacionais enfatizam a necessidade premente dos países fortalecerem os entes que compõem os seus sistemas de controle da inocuidade de alimentos. No intuito de ampliar essa discussão, o Governo Brasileiro realizou em 28 de fevereiro de 2011, na cidade de Natal, o II Seminário Internacional sobre Sistemas Nacionais de Controle de Alimentos, enfocando nessa segunda edição os principais avanços e desafios. II Escopo e Proposta O Seminário Internacional foi promovido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e contou com apoio do governo australiano. O evento tornou-se uma valiosa oportunidade para compartilhar experiências sobre o fortalecimento dos sistemas nacionais de controle de alimentos, fomentando ainda a cooperação entre os países. Pôde-se discutir os principais desafios dos reguladores de alimentos e as estratégias para

2 aprimorar o controle em um contexto de globalização da economia e emergência de novos riscos, particularmente a necessária ampliação da troca de informações e experiências. O Seminário serviu, ainda, como preparação para as discussões do Grupo de Trabalho do Comitê do Codex Alimentarius sobre Importação, Exportação e Inspeção de Alimentos, cujo objetivo é desenvolver diretrizes para os sistemas nacionais de controle de alimentos. III Programa e Participantes O Seminário Internacional foi iniciado por conferências dos organismos internacionais: Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que conclamam os países a ampliarem o intercâmbio de informações e experiências, particularmente em eventos de impacto internacional, apoiando mutuamente no enfretamento de emergências e no gerenciamento dos riscos. Nesse tema, ênfase foi dada às redes de comunicação da OMS, conhecida por INFOSAN, e da FAO, denominada EMPRES Food Safety. Em seguimento, passou-se a tratar do papel dos governos no controle de alimentos, abordando experiências de países com sistemas de controle de alimentos já estruturados, nesse caso, Canadá, Irlanda e Nova Zelândia. Nos três casos selecionados, houve a criação de uma agência única de controle e ou fiscalização de alimentos, sendo relatado pelos palestrantes os efeitos positivos (otimização de recursos, minimização de conflitos e aumento da efetividade da ação regulatória), bem como os principais desafios vivenciados nesse processo de integração do controle. Outros pontos reforçados durante a apresentação compreendem a necessidade de subsídio científico ao processo de tomada de decisão e a imprescindibilidade do envolvimento dos consumidores e produtos no processo de controle de alimentos. A perspectiva do consumidor sobre os sistemas de controle de alimentos foi tema de uma das conferências, apresentada por representante da International Association of Consumer Food Organization (IACFO). A conferência da IACFO foi bastante prescritiva, tendo apresentado os oito elementos essenciais de um efetivo sistema de controle de alimentos, conforme diretrizes estruturadas no documento: Guidelines for Consumer Organizations to Promote National Food Safety Systems. Além do governo e consumidor, os atores econômicos (compreendendo produtores, processadores, distribuidores, importadores e exportadores de alimentos) também foram tema de discussão, haja vista seu papel determinante na garantia da inocuidade dos alimentos. A primeira ótica abordada reforça a necessidade de formação de uma nova cultura empresarial, onde a regulação dos alimentos é vista como oportunidade de melhorar a competitividade dos produtos e ampliar a confiança dos consumidores. Reverte-se o quadro polarizado entre autoridade de controle e setor regulado, assumindo uma postura cada vez mais cooperativa e transparente. Como complemento, foi apresentada

3 uma iniciativa nacional sustentada pelo Sistema S e conhecida como Programa Alimentos Seguro, que demonstra o compromisso dos agentes econômicos em cooperar com a melhoria da inocuidade de alimentos e com a educação dos consumidores. O evento se completou com a inserção do depoimento de outros países com vivências mais recentes na consolidação de seus sistemas nacionais de controle de alimentos, especificamente Cabo Verde, Chile e Índia. De modo geral, os mesmos benefícios e desafios apresentados anteriormente se repetem nesse bloco de apresentações. Há que destacar um ponto convergente nessas apresentações que se refere à vontade política necessária ao processo de integração do controle, quer seja no momento inicial de formação de uma agência única e mesmo em fases subseqüentes de legitimação da coordenação nacional. A programação completa do Seminário Internacional e as apresentações encontram-se disponíveis a seguir: ENGLISH Opening Remarks: MORNING 9:00 AM - Maria Cecília Martins Brito, Director in charge of the General Office of Foods, Brazilian Health Surveillance Agency (Anvisa) - Gregory Read, Executive Manager - Department of Agriculture Fisheries and Forestry Australia - Alfredo Lobo, Director - Directorate of Quality Brazilian Institute of Metrology (Inmetro) - Marcos Sérgio de Araújo Guerra, Coordinator - Health Surveillance Coordination - State of Rio Grande do Norte Brazil - Carlson Correia Gomes Júnior, Director - Institute of Metrology of Rio Grande do Norte Brazil Round Table 1: Efforts integration to achieve food safety Coordination: Australia 9:20 AM International Network of Food Safety Authorities: Sharing experiences and information Enrique Pérez, World Health Organization (WHO) EMPRES Food Safety - Maya Piñero, Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) 10:20 AM QUESTIONS AND DEBATES Round Table 2: Successful experiences of Integrated Food Control Agencies Coordination: Brazilian Health Regulatory Agency (ANVISA) 10:40 AM Cherie Flynn, New Zealand Food Safety Authority (NZFSA) Mary Ann Green, Canadian Food Inspection Agency (CFIA) Raymund Ellard, Food Safety Authority of Ireland (FSAI) (presentation not available)

4 12:10 PM QUESTIONS AND DEBATES 12:30 PM LUNCH AFTERNOON Round Table 3: The importance of Food Control Systems for Producers and Consumers Coordination: Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply of Brazil 2:00 PM National Control Systems under Consumer s Perspectives Caroline S. DeWaal, Safe Food International (SFI) Safe Product as a Competitive Product Brazilian Health Regulatory Agency (ANVISA) Denise Resende, Brazilian Food Safety Program Zeide Lúcia Gusmão, National Industrial Learning Service (SENAI) 3:30 PM QUESTIONS AND DEBATES Round Table 4: Challenges of structuring a National Food Control System Coordination: National Institute of Metrology, Standardization and Industrial Quality (INMETRO) 3:45 PM Inés Montalva, Chilean Agency for Food Safety (ACHIPIA) (presentation not available) João Gonçalves, Food and Drug Regulatory Agency of Cape Verde (ARFA) Virenda N Gaur, Food Safety and Standards Authority of India (FSSAI) 4:45 PM QUESTIONS AND DEBATES 5:00 PM COFFEE BREAK 5:20 PM Final Session: Structuring National Food Safety Systems Maya Piñero, Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) 6:00 PM Closing remarks

5 Sessão de Abertura: MANHÃ 9:00 - Maria Cecília Martins Brito, Diretora responsável pela Gerência-Geral de Alimentos - Anvisa - Gregory Read, Gerente Executivo - Departamento de Agricultura, Produtos da Pesca e Floresta do Governo Australiano - Alfredo Lobo, Diretor Diretoria de Qualidade do Inmentro - Marcos Sérgio de Araújo Guerra, Coordenador Superintendência de Vigilância Sanitária do Rio Grande do Norte - Carlson Correia Gomes Júnior, Diretor Geral - Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande Do Norte Mesa-Redonda 1: A integração de esforços pela inocuidade dos alimentos Coordenação: Austrália 9:20 Rede Internacional de Autoridades em Inocuidade de Alimentos: compartilhando experiências e informações Enrique Pérez, Organização Mundial da Saúde (OMS) EMPRES Food Safety Maya Piñero, Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) 10:20 QUESTÕES E DEBATES Mesa Redonda 2: A experiência de sucesso de Agências Integradas de Controle de Alimentos Coordenação: ANVISA 10:40 Cherie Flynn, New Zealand Food Safety Authority (NZFSA) Mary Ann Green, Canadian Food Inspection Agency (CFIA) Raymund Ellard, Food Safety Authority of Ireland (FSAI) (apresentação não disponível) 12:10 QUESTÕES E DEBATES 12:30 ALMOÇO TARDE

6 Mesa Redonda 2: A importância dos Sistemas de Controle de Alimentos para os produtores e os consumidores Coordenação: MAPA 14:00 Sistemas Nacionais de Controle na perspectiva dos consumidores Caroline S. DeWaal, Safe Food International (SFI) Produto Seguro é produto competitivo Denise Resende, ANVISA Programa Alimentos Seguros (PAS) Zeide Lúcia Gusmão, SENAI 15:30 QUESTÕES E DEBATES Mesa Redonda 4: Desafio de estruturação de um Sistema Nacional de Controle de Alimentos Coordenação: Inmetro 15:45 Inés Montalva, Agencia Chilena para la Inocuidad Alimentaria (ACHIPIA) - apresentação não disponível João Gonçalves, Agência de Regulação e Supervisão de Produtos Farmacêuticos e Alimentares de Cabo Verde (ARFA) Virenda N Gaur, Food Safety and Standards Authority of India (FSSAI) 16:45 QUESTÕES E DEBATES 17:00 COFFEE BREAK 17:20 Sessão Final: Estruturação dos Sistemas Nacionais de Controle de Alimentos Maya Piñero, Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) 18:00 Encerramento

7 Estiveram presentes ao Seminário 152 pessoas, entre participantes nacionais e internacionais. No âmbito internacional, participaram 46 pessoas, a grande maioria representando órgãos de controle de alimentos de 20 países: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Cabo Verde, Canadá, Chile, Estados Unidos, França, Índia, Irlanda, Japão, Líbano, México, Nova Zelândia, Países Baixos, Panamá, Suíça, Tailândia e Uruguai. Participaram, ainda, representantes dos organismos internacionais: OMS, FAO e Organização Mundial de Saúde Animal (OIE); além de representantes da IACFO e da International Nut And Dried Fruit Foundation. Em relação aos participantes brasileiros, a maioria dos presentes era composta por profissionais do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, incluindo técnicos e gestores da Anvisa. Compondo a representação governamental, estavam também presentes representantes do Inmetro, do órgão estadual de metrologia do Rio Grande do Norte (IPEM), do MAPA e do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Além do governo, o evento contou com a presença de representantes do setor produtivo, da comunidade científica e do Sistema S. IV Agradecimentos Nossos agradecimentos àqueles que contribuíram para o êxito do Seminário, especialmente: - Aos palestrantes e conferencistas, que dispuseram de um tempo valioso para cordialmente compartilhar seu conhecimento e sua experiência; - À vigilância sanitária do Estado do Rio Grande do Norte, por sua contribuição e cooperação na organização do evento; - Ao Instituto Brasileiro de Turismo, que ajudou na divulgação entre os participantes internacionais do potencial turístico do nosso país; - À Associação Brasileira de Supermercados, pelo apoio na organização do jantar de encerramento; - Ao governo australiano, que ajudou na promoção do Seminário Internacional e na elaboração do programa; - Aos participantes, pelo interesse e entusiasmo que enriqueceram o evento.