Anteproposta-de-Lei--M-Altera-a-Lei-de-Bases-da-Política-de-Ordenamento-e-de-Gestão-do- Espaço-Marítimo-Nacional!

Transcrição

1 I Grupo Parlamentar I AntepropostadeLeiMAlteraaLeideBasesdaPolíticadeOrdenamentoedeGestãodo EspaçoMarítimoNacional A Lei n.º 17/2014, de 10 de Abril, estabeleceu as Bases da Política de Ordenamento e de Gestão do Espaço Marítimo Nacional, subalternizando o papel quer da Assembleia da República, quer dos órgãos de governo próprio das regiões autónomas quanto à gestão do espaçomarítimonacional. NoqueàAssembleiadaRepúblicarespeita,amesmaviu]sedespojadadaaprovaçãodaslinhas gerais do ordenamento e gestão do espaço marítimo nacional, cuja importância crescente exige não apenas ampla discussão nacional como também a intervenção da Assembleia da Repúblicanassuaslinhasgeraisdeplaneamentoegestãoenãoapenasnameraintervenção naelaboraçãoeaprovaçãodasrespetivasbases.aliás,emnomedacoerênciasistemáticado ordenamento jurídico assim se impõe, optando]se por propor um modelo paralelo ao já vigenteparaoprogramanacionaldapolíticadeordenamentodoterritório,talcomoprevisto nalein.º31/2014,de30demaio,queestabeleceasbasesgeraisdapolíticapúblicadesolos, deordenamentodoterritórioedeurbanismo. Desta forma, respeitando o Princípio da Unidade do Estado e assegurando à Assembleia da República o vértice decisório, com a competência para a aprovação da nova figura do programa estratégico do espaço marítimo nacional, enquanto instrumento basilar de ordenamentodoespaçomarítimonacional,pode,comsegurançaesemprejuízodoprincípio daunidadedoestado,asseguraraosórgãosdegovernoprópriodasregiõesautónomasoseu papelnagestãodoespaçomarítimonacional. Sublinhe]sequenãoseencontramsequeraquiemcausamatériasatinentesàdefesanacional, que são expressamente excecionadas do âmbito de aplicação da Lei n.º 17/2004, de 10 de Abril(verartigo1.º,n.º3doreferidodiploma). OTribunalConstitucional,noseuAcórdãon.º136/2016,publicadonoDiáriodaRepúblican.º 62/2016, Série II de 2016]03]30 1, proferido em sede de fiscalização preventiva de constitucionalidade de normas do Decreto]Lei n.º 38/2015, de 12 de março (desenvolve as BasesdaPolíticadeOrdenamentoedeGestãodoEspaçoMarítimoNacional),apesardenão se pronunciar pela inconstitucionalidade das normas objecto de fiscalização, reconhece que outros poderes mais vastos poderiam ser atribuídos à Região Autónoma dos Açores, em funçãododispostonoartigo8.ºdoestatutopolíticoadministrativodaregiãoautónomados Açores. 1 Acórdãodisponívelemhttps://dre.pt/web/guest/home/] /dre/ /details/4/maximized?serie=ii&print_preview=print]preview&dreid=

2 I Grupo Parlamentar I De resto,oreferidoacórdãon.º136/2016,nãomereceusequeraunanimidadedosjuízes ConselheirosdoTribunalConstitucional,pronunciando]se6dos13Juízespelaimperatividade constitucionaleestatutáriadeummaisamplofeixedecompetênciasdosórgãosdegoverno própriodaregiãoautónomadosaçoresemmatériadepolíticadeordenamentoedegestão doespaçomarítimonacional. Peseemboraestaderrota,porcurtamargem,daautonomiaregional,entendemosquemais doqueumamanifestaçãodadefesadaautonomiaregional,importafazervaleros#direitosdas AutonomiasquantoaumaparticipaçãomaisintensanaPolíticadeOrdenamentoedeGestão do Espaço Marítimo Nacional num quadro de unidade e solidariedade nacional, abrindo]se porta ao exercício das competências próprias que decorrem do espírito e da letra da Constituição e do Estatuto Político Administrativo num quadro geral de uma estratégia nacional, definida pela Assembleia da República, ao invés de uma definição que até agora, incompreensivelmente,cabiaaogovernodarepública. Serápois,nestequadrodesupremaciaparlamentaredeunidadedoEstado,queoGovernoda República e os órgãos de governo próprio das regiões autónomas poderão e deverão prosseguir o exercício de amplas competências, distribuídas em razão de território e em matériadepolíticadeordenamentoedegestãodoespaçomarítimonacional. AimportânciaepotencialdoEspaçoMarítimoNacionalassimoimpõem,noquadrodeum EstadoUnitárioRegionalqueconstituiaRepúblicaPortuguesa. Importa, assim, desde já, proceder à alteração das Bases da Política de Ordenamento e de GestãodoEspaçoMarítimoNacionalnosentidoatéaquienunciado. O presente diploma reforça a competência da Assembleia da República e dos órgãos de governoprópriodasregiõesautónomasnagestãodoespaçomarítimonacional. Artigo1.º Objeto Artigo2.º PrimeiraalteraçãoàLein.º17/2014,de10deabril Osartigos3º,5.º,7.º,8.º,9.º,11º,17º,18º,19º,20ºe27ºdaLein.º17/2014,de10deabril,que EstabeleceasBasesdaPolíticadeOrdenamentoedeGestãodoEspaçoMarítimoNacional, passamateraseguinteredação:

3 I Grupo Parlamentar I Artigo3º a)(...) b)(...) c)(...) i)(...) ii)]acoordenaçãoecompatibilizaçãodoordenamentoedagestãodoespaçomarítimo nacionalcomaspolíticassectoriaiscomincidêncianeste,garantindoaadequadaponderação dointeressepúblico. iii)(...) d)(...) 1 ( ) 2 CompeteaomembrodoGovernoresponsávelpelaáreadomardesenvolverecoordenar asaçõesnecessáriasaoordenamentoeàgestãodoespaçomarítimonacional,semprejuízo dos poderes exercidos no quadro de uma gestão partilhada com as regiões autónomas, e, semprequenecessário,asseguraradevidaarticulaçãoecompatibilizaçãocomoordenamento eagestãodoespaçoterrestre. 3 Ascompetênciasprevistasnonúmeroanteriorsãoexercidaspelosórgãosdegoverno própriodasregiõesautónomas,quandoestessejamcompetentesparaaaprovaçãodosplanos aplicáveis. e)(...) Artigo5.º ( ) Artigo7.º ( ) 1 ] Oordenamentodoespaçomarítimonacionaléefetuadoatravésdosseguintes instrumentos: a) Programaestratégicodoespaçomarítimonacional; b) Planosdesituaçãodeumaoumaisáreaseoudevolumesdaszonasdoespaço marítimonacionalreferidasnon.º1doartigo2.º,comaidentificaçãodossítiosde

4 I Grupo Parlamentar I proteçãoedepreservaçãodomeiomarinhoedadistribuiçãoespacialetemporaldos usosedasatividadesatuaisepotenciais; c) Planosdeafetaçãodeáreaseoudevolumesdaszonasdoespaçomarítimonacional referidasnon.º1doartigo2.ºadiferentesusoseatividades. 2 Osplanosdesituaçãorespeitamoprogramaestratégicodoespaçomarítimonacional. 3 Actualn.º2. 4 Actualn.º3. 1 AelaboraçãodoprogramaestratégicodoespaçomarítimonacionalcompeteaoGoverno da República,norespeitopelascompetênciasdosórgãosdegovernopróprio das Regiões Autónomasnestamatéria,sendoaprovadoporleidaAssembleiadaRepública. 2 CompeteaoGovernodaRepúblicaelaborareaprovarosinstrumentosdeordenamentodo espaçomarítimonacionalprevistosnasalíneasb)ec)donº1doartigo7ºequerespeitem: a)àzonaentrealinhadebaseeolimiteexteriordomarterritorial,àzonaeconómica exclusivaeàplataformacontinentalparaalémdas200milhasmarítimas. 3 Osinstrumentosdeordenamentodoespaçomarítimonacionalprevistosnasalíneasb)ec) do nº1 do artigo 7º e que respeitem às zonas marítimas previstas na alínea a) do número anterior do presente artigo que sejamadjacentesàsregiõesautónomasdosaçoreseda Madeirasãoelaboradoseaprovadospelosrespetivosórgãosdegovernopróprio. 4 Osinteressadospodemapresentaràentidadereferidanon.º2doartigo5.ºouaosórgãos de governo próprio das regiões autónomas, propostas para a elaboração de planos de afetaçãoreferidosnaalíneab)don.º1doartigo7. 5 (eliminado) Artigo8.º ( ) Artigo9.º ( ) 1 Oprogramaestratégicodoespaçomarítimonacional é revisto, pelo menos, de 5 em 5 anos. 2]Osplanosdesituaçãodoespaçomarítimonacionalreferidosnaalíneab)don.º1doartigo 7.ºsãoalteradosnasseguintessituações:

5 I Grupo Parlamentar I a) Para compatibilização com alterações supervenientes ao programa estratégico do espaçomarítimonacional; b) Sempre que a evolução das condições ambientais ou das perspetivas de desenvolvimentoeconómicoesocialodetermine; c) Nasequênciadaaprovaçãodosplanosdeafetaçãoreferidosnaalíneac)don.º1do artigo7.º. 3]Osplanosdesituaçãodoespaçomarítimonacionalsãorevistosnoprazoenascondiçõesa definiremdiplomapróprio. 1 Noâmbitodeelaboraçãodosplanosdeafetação,quandoseverifiqueumcasodeconflito entreusosouactividades,emcursoouadesenvolvernoespaçomarítimonacionaleque asseguremaobtençãoemanutençãodobomestadoambientaldomeiomarinhoedobom estadodaságuascosteiras,nadeterminaçãodousooudaatividadeprevalecente,são seguidososseguintescritériosdepreferência: a)acompatibilizaçãodasdiferentesatividadescomobomestadoambientalecomas atividadesjáexistentesnaárea; b)acriaçãoemanutençãodeemprego. 2]Oscritériosdepreferênciaindicadosnonúmeroanterioraplicam]sepelaponderaçãodos mesmos. 1](...) 2]Odireitodeutilizaçãoespacialprivadadoespaçomarítimonacionalsópodeseratribuido porlicença,ouautorização,qualquerquesejaanaturezaeaformajurídicadoseutitular. 3](...) 4](...) 1](...) 2]Noscasosemqueoexercíciodeumusooudeumaatividadedependa,paraalémdotítulo deutilizaçãoespacialprivadadoespaçomarítimonacionaldaemissãodeoutraslicenças,ou autorizações,osváriosprocedimentosaplicáveissãoarticuladosnostermosadesenvolverem legislaçãocomplementar. Artigo11.º Artigo17.º Artigo18.º Artigo19.º (Eliminar)

6 I Grupo Parlamentar I 1](...) 2]Alicençatemaduraçãomáximade15anos,sendoatribuídanostermosecondiçõesa definiremdiplomapróprio. Aarticulaçãoeacompatibilizaçãodosinstrumentosdeordenamentodoespaçomarítimo nacionalcomoutrosinstrumentosdeordenamentoeplaneamentodenaturezalegalou regulamentarcomincidêncianoespaçomarítimonacional,sãofeitasnostermosadefinirem diplomapróprio,semprejuízodascompetênciasdasregiõesautónomas. Artigo20.º Artigo27.º Artigo3.º Entradaemvigor Opresentediplomaentraemvigornoprimeirodiadomêsseguinteaodasuapublicação. OGrupoParlamentardoBE/Açores (ZuraidaSoares) (AntónioLima) PontaDelgada,24deabrilde2018