ESTADO DO MARANHÃO MINISTÉRIO PÚBLICO PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DE DEFESA DO DIREITO À EDUCAÇÃO

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1 Nota Técnica n.º 05/2014-CAOpEDUCAÇÃO-MPE/MA EMENTA: Implementação de Programa Municipal de Educação Especial em Amarante do Maranhão. Educação Inclusiva. Garantia, aprendizado, ingresso e permanência de alunos na escola. 1. APRESENTAÇÃO Cuida-se do Ofício encaminhado pelo Promotor de Justiça titular da Promotoria de Justiça de Amarante do Maranhão, Eduardo André de Aguiar Lopes, solicitando a emissão de parecer por este Centro de Apoio sobre a implementação de Programa Municipal de Educação Especial no município de Amarante do Maranhão. 2. JUSTIFICATIVA Como órgão auxiliar da Procuradoria-Geral de Justiça, cabe ao Centro de Apoio Operacional de Defesa do Direito à Educação, emitir NOTAS TÉCNICAS, sem caráter vinculativo, objetivando contribuir para um desempenho eficiente, no âmbito de nossa atividade-fim, qual seja o trabalho cotidiano dos Promotores e Procuradores de Justiça. 3 DISCUSSÃO E SUGESTÕES Indiscutivelmente, a educação se constitui em direito fundamental incluído no rol dos direitos sociais, nos termos do art. 6º da Constituição Federal, constituindo, conforme preceitua o artigo 227 do mesmo diploma legal: dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (grifo nosso). Nesse contexto, o Estado deve assegurar a educação a todos, tendo papel importante também

2 a família no incentivo e promoção ao processo educativo. A implementação no nosso país da educação inclusiva como dever do Estado foi sinalizada no inciso III do artigo 208 da Constituição Federal de 1988, quando prescreveu: o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. A Constituição Federal além de definir a educação como direito de todos, institui o ensino fundamental como etapa obrigatória de direito subjetivo, além de garantir o atendimento educacional especializado para os alunos com deficiência. Em 2008, o Senado Federal, através do Decreto Legislativo nº 186, tornou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência equivalente a emendas constitucionais à Constituição Brasileira. O artigo 24 da referida Convenção assevera que: pessoas com deficiência possam ter acesso o ensino fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem. Ratificada pelos Decretos 186/2008 e 6949/2009, a Convenção sobre o Direito das Pessoas com Deficiência (ONU 2006) acerca da acessibilidade, aduz em seu artigo 9º que: a fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver com autonomia e participar plenamente de todos os aspectos da vida, os Estados Partes deverão tomar as medidas apropriadas para assegurar-lhes o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação. Cumpre ressaltar que a organização do sistema educacional é regulamentada mais recentemente pelo Plano Nacional de Educação (PNE ), o qual estabelece, entre outras metas e propostas inclusivas, a nova função da Educação especial como modalidade de ensino que perpassa todos os segmentos da escolarização (da Educação Infantil ao ensino superior); realiza o atendimento educacional especializado (AEE); disponibiliza os serviços e recursos próprios do AEE e orienta os alunos e seus professores quanto à sua utilização nas turmas

3 comuns do ensino regular. Sobre a conjuntura brasileira da educação especial, tem-se: No contexto brasileiro a Educação Especial foi inserida no projeto social liberal a partir do final da década de 1970, a partir das relações estabelecidas entre as políticas nacionais e os acordos e compromissos internacionais. Estreitam-se então as relações com as agências internacionais, principalmente os convênios de assistência técnica e cooperação financeira firmada entre o Ministério da Educação (MEC) e os Estados Unidos (Agência Norte Americana para o Desenvolvimento Internacional-USAID). Pode-se afirmar a partir daí, que a teoria política empenhou-se na defesa da Educação como fator de aumento de produtividade individual. (MORAES, 2013, p. 1410). 1 Cumpre salientar que, na perspectiva da Educação inclusiva, o Plano Nacional de Educação- PNE considera como público-alvo da Educação especial, educandos com deficiência (intelectual, física, auditiva, visual e múltipla), transtorno global do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades. Assim, propedeuticamente, considerando que é função do Ministério Público zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na Constituição Federal, promovendo as medidas necessárias a sua garantia (CF, art. 129, II), convém ressaltar que o assunto é de atribuição do membro do Ministério Público com atribuição na defesa do Direito à Educação em busca da efetividade dos direitos da pessoa com deficiência, a fim de que haja plena garantia da educação inclusiva a todos os alunos e assim se cumpra o mandamento constitucional exposto no artigo 205 da Carta Magna de 1988: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 1 MORAES, V.A.V. Plano Nacional de Educação: Política de Governo. In VII Encontro da Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial. Londrina, 05 a 07 de novembro Disponível em: Acessado em: 05 de agosto de 2014.

4 Estabelecidos os expostos suportes legais sobre alguns dos principais assuntos declinados na representação, convém apresentar algumas informações práticas, que poderão facilitar o trabalho do nobre colega Promotor de Justiça, titular da Comarca de Amarante do Maranhão 3.1 IMPLEMENTAÇÃO DE PROGRAMA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL O compromisso dos Estados de assegurar às pessoas com deficiência um sistema educacional inclusivo em todos os níveis de ensino em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, compatível com a meta de inclusão plena, é estabelecida através da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU 2006), promulgada no Brasil com status de emenda constitucional por meio do Decreto 6.949/2009. As medidas adotadas para a efetivação de tal compromisso visam garantir que as pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação de deficiência e possam ter acesso ao ensino de qualidade em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem. Através da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (MEC, 2008), os programas e as ações nesta área acabam promovendo o acesso e a permanência do aluno no ensino regular, ampliando a oferta do atendimento educacional especializado (AEE), rompendo com o modelo de integração em escolas e classes especiais a fim de evitar ou mesmo superar a segregação e exclusão educacional e social dos alunos portadores de deficiência. Dessa forma, a legislação vigente garante a inclusão escolar aos alunos público-alvo da educação especial, nas instituições comuns da rede pública ou privada de ensino, as quais devem promover o atendimento as suas necessidades educacionais específicas. Nos termos da legislação exposta sobre educação inclusiva, infere-se que cabe aos sistemas de ensino organizar a educação especial na perspectiva da educação inclusiva, disponibilizando as funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e guia-intérprete, bem como de monitor ou cuidador dos alunos com necessidade de apoio em todas as atividades que exijam auxílio constante no cotidiano escolar.

5 Assim, considerando os argumentos apresentados, sugere-se que o nobre colega, atuante promotor de justiça com atuação na defesa do direito à educação oriente os professores à realização de uma avaliação pedagógica que considere tanto o conhecimento prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto às possibilidades de aprendizagem futura, configurando uma ação pedagógica que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual; Implemente políticas públicas que contemplem conhecimentos de gestão de sistema educacional inclusivo e organizem as condições de acesso aos espaços, aos recursos pedagógicos e à comunicação que favoreçam a promoção da aprendizagem e a valorização das diferenças, a fim de atender as necessidades educacionais de todos os alunos. Nesse contexto acima, diante do exposto, conclui-se e sugere-se ainda que as escolas regulares devem garantir o acesso dos alunos da educação especial às classes comuns, promover a articulação entre o ensino regular e a educação especial bem como contemplar a organização curricular flexível a fim de valorizar o ritmo de cada aluno, avaliar suas habilidades e necessidades e, ainda, ofertar o atendimento educacional especializado, além de promover uma maior participação da família neste processo educacional a interface com as demais áreas intersetoriais. 3.2 PROGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DE SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS O Decreto n.º 6.094/2007, o qual dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com os Municípios, Distrito Federal e Estados assevera em seu art. 2º, inciso IX: garantir o acesso e permanência das pessoas com necessidades educacionais especiais nas classes comuns do ensino regular, fortalecendo a inclusão educacional nas escolas públicas. O Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais foi instituído pelo MEC/SECADI através da Portaria Ministerial N.º 13/2007, além de integrar o Plano de Desenvolvimento da Educação -PDE e o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência Viver sem Limite.

6 Nesse viés, o Decreto 7.611, de 17 de novembro de 2011, ao dispor sobre a educação especial e o atendimento educacional especializado, assevera, in verbis: Art.5 o A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino dos Estados, Municípios e Distrito Federal, e a instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, com a finalidade de ampliar a oferta do atendimento educacional especializado aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular. (...) 2 º O apoio técnico e financeiro de que trata o caput contemplará as seguintes ações: I- aprimoramento do atendimento educacional especializado já ofertado; II- implantação de salas de recursos multifuncionais; 3 o - As salas de recursos multifuncionais são ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do atendimento educacional especializado. Ressalta-se que a adesão, o cadastro e a indicação das escolas a serem contempladas pelo Programa é realizada pela Secretaria de Educação ao apresentar a demanda no Plano de Ações Articuladas, através do Sistema de Gestão Tecnológica do Ministério da Educação -SIGETEC. O Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica é realizado prioritariamente nas salas de recursos multifuncionais, conforme as Diretrizes Operacionais para o AEE, estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação, através da Resolução CNE/CEB nº 4/2009, a saber: O AEE é realizado, prioritariamente, nas salas de recursos funcionais da própria escola, ou em outra de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado em centro de atendimento educacional de instituição especializada da rede pública ou de instituição especializada comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a secretaria de educação ou órgão equivalente dos Estados, do Distrito Federal ou dos municípios. (grifo nosso)

7 Nessa perspectiva, todos os alunos público-alvo da educação especial devem ser matriculados em classes comuns em uma das etapas, níveis ou modalidade da educação básica, sendo o atendimento educacional especializado ofertado em um turno oposto ao do ensino regular, nos termos do Parágrafo 1º do art. 29 da referida Resolução CNE/CEB n.º 4/2009. Dessa forma, o desenvolvimento inclusivo das escolas assume o caráter central das políticas públicas a fim de assegurar as condições de acesso, participação e aprendizagem de todos os alunos especiais, e as salas de recursos multifuncionais servem para cumprir o propósito da organização de espaços, na própria escola comum, dotados de equipamentos, recursos de acessibilidade e materiais pedagógicos que auxiliam na escolarização, além de eliminarem barreiras que impedem a plena participação dos estudantes público-alvo da educação especial com independência e autonomia no ambiente social e educacional. O Projeto Político Pedagógico -PPP da escola de ensino regular deve institucionalizar a oferta do AEE, organizando os professores para tal exercício, salas de recursos multifuncionais bem como a matrícula no AEE dos estudantes matriculados no ensino regular da própria escola ou de outra para fins de acompanhamento, planejamento e avaliação dos recursos e estratégias pedagógicas de avaliação e acessibilidade. Sendo a educação inclusiva um direito constitucionalmente assegurado na Carta Magna para todos os alunos e que a efetivação de tal direito deve ser cumprido pelas redes de ensino sem qualquer distinção, constitui uma medida estruturante para efetivação e consolidação de um sistema educacional inclusivo o Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais a fim de que seja possibilitada uma educação de qualidade. 3.3 A POLÍTICA DE FUNDOS NO FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO E A EDUCAÇÃO ESPECIAL Quanto ao questionamento do desenvolvimento de uma proposta acerca do financiamento de serviços e recursos próprios da educação especial, tem-se que estes recursos, assim como os demais custos da manutenção e desenvolvimento do ensino, os quais contemplam os professores e recursos

8 didáticos e pedagógicos para o atendimento educacional especializado, bem como tradutores/intérpretes de Libras, guia-intérprete e outros profissionais de apoio às atividades de higiene, alimentação e locomoção, devem constar na planilha de custos da instituição de ensino. A utilização de convênios com as entidades da sociedade civil a fim de complementar o atendimento às pessoas portadoras de deficiência está expresso no art. 213 da Constituição Federal de 1988, in verbis: Art Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: I -comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação; II -assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades. O referido artigo define os termos e parâmetros para a utilização de recursos públicos por entidades comunitárias que executem trabalho filantrópico voltado ao público-alvo da Educação Especial. Diante disso, a sociedade civil se corresponsabiliza, juntamente ao poder público para a escolarização das crianças e jovens portadores de deficiência. O já mencionado decreto 7.611/2011 elenca, entre suas diretrizes: Art.1 o O dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação especial será efetivado de acordo com as seguintes diretrizes: ( ) VII- oferta de educação especial preferencialmente na rede regular de ensino; e VIII- apoio técnico e financeiro pelo Poder Público às instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial. Cumpre ressaltar que foi decretada pela Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão e sancionada pela Governadora, a Lei n.º , de 29 de julho de 2014, a qual proíbe a cobrança de taxa de reserva ou sobretaxa, bem como a cobrança de quaisquer valores adicionais para matrícula, renovação de matrícula ou mensalidade de estudantes portadores de síndrome de Down, autismo, transtorno invasivo do Desenvolvimento ou outras síndromes em instituições de ensino, na forma que especifica. Sobre o referido teor:

9 Art. 1º. Parágrafo único. A aplicação desta Lei visa disseminar a igualdade social e a inclusão do estudante na sociedade, sobretudo por intermédio das instituições de ensino, evitando-se, assim, preconceitos. Art.2º. As instituições de ensino devem estar preparadas para receber o aluno especial, dispondo de corpo docente qualificado para tal, com vistas a atender todas as necessidades do aluno especial, sem que isso implique gastos extras para o aluno especial. Na Educação Especial, existem relações entre o poder público e as instituições privadas sem fins lucrativos e organizações não-governamentais, subvencionadas para cumprir determinadas funções, porém disputando recursos financeiro-orçamentários. 3.4 A OBRIGATORIEDADE DAS ESCOLAS PARTICULARES NA OFERTA E APRENDIZADO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL As escolas particulares, assim como as escolas da rede pública, também são obrigadas a honrar as determinações legais no que tange a recepção e a aprendizagem dos alunos portadores de necessidades especiais, uma vez que a educação inclusiva é uma obrigação do ensino público e do privado. O trabalho de conscientização acerca da obrigatoriedade exige a necessidade de uma acessibilidade pedagógica para discutir a implementação da educação inclusiva na rede privada de ensino, além de orientações para que criem condições para o aprendizado dos alunos portadores das necessidades especiais. Sobre o tema, cito os enunciados n.º 04/2012 e 05/2012 da Comissão Permanente de Educação COPEDUC: ENUNCIADO N.º04/2012*: A garantia da inclusão do aluno com deficiência na rede comum de ensino abrange o ensino público e o privado, estando as escolas particulares obrigadas a receberem alunos com deficiência, devendo a eles ser oferecido também o atendimento educacional especializado, com todas as ferramentas e recursos humanos necessários para o seu desenvolvimento e aprendizado, podendo caracterizar a infração tipificada como crime pelo artigo 8º da Lei nº 7.853/89, no caso de recusa, procrastinação, cancelamento, suspensão ou cessação da inscrição de

10 aluno em estabelecimento de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade de ensino, público ou privado, por motivos derivados da deficiência que possui. ENUNCIADO N.º05/2012*: É descabida e ilegal a cobrança de taxa extra ou qualquer valor adicional para o aluno com deficiência que necessitar de apoio pedagógico/atendimento educacional especializado, impondo-lhe um ônus discriminatório, posto referir-se a um serviço ou mesmo a uma ferramenta indispensável para o seu aprendizado, cuja ausência, em alguns casos, pode ser considerada, inclusive, como um obstáculo intransponível para o acesso, permanência e sucesso escolar. A cobrança de taxa extra é também abusiva sob o ponto de vista consumerista. Tais orientações têm o intuito de garantir que todas as crianças e adolescentes que possuem algum tipo de deficiência estejam matriculados e incluídos em qualquer escola comum, independente de ser da rede pública ou rede privada, e assim, ser garantido o atendimento educacional especializado de que necessitem, conforme os preceitos legais. Por fim, diante de todo o exposto, fica este Centro de Apoio à disposição para contribuir no que for necessário. São Luís, 30 de setembro de Promotora de Justiça Sandra Soares de Pontes Coordenadora do CAOpEDUCAÇÃO, em exercício