Biossegurança Necessidade da Integração Civil e Militar. Cláudio Mafra, MDV, PhD UFV Ten Cel Carlos Henrique C. Campus AMAN

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1 Biossegurança Necessidade da Integração Civil e Militar Cláudio Mafra, MDV, PhD UFV Ten Cel Carlos Henrique C. Campus AMAN

2 Biossegurança Dotar os profissionais e as instituições de ferramentas que visem desenvolver as atividades com um grau de segurança adequado seja para o profissional de saúde, seja para o meio ambiente ou para a comunidade.

3 Bioagente ou agente biológico Todo aquele que contenha informação genética e seja capaz de autorreprodução ou de se reproduzir em um sistema biológico, seja este animal, humano ou vegetal, sejam bactérias, vírus, fungos, protozoários, helmintos ou artrópodes Produto tóxico Todo produto que contém uma substância química capaz de causar dano a um sistema biológico, alterando uma função fisiológica e, ou, levando o sistema à falência e morte Bioconfiança Conjunto de sistemas e procedimentos para salvaguardar agentes biológicos ou químicos contra furto, roubo, perda, desvio, acesso ou uso não autorizado, garantindo que estas ações sejam conduzidas de maneira segura e confiável, englobando neste conceito a biossegurança, a bioproteção e os controles de pessoa e material Bioproteção Conjunto de ações que visam minimizar o risco de uso indevido, roubo e, ou, a liberação intencional de material com potencial risco a saúde humana, animal e vegetal Biossegurança Conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam, de foram não intencional, comprometer a saúde humana, animal e vegetal

4 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO BIOLÓGICO Classe de Risco 1 (NB-1) Classe de Risco 2 (NB-2) Classe de Risco 3 (NB-3) Classe de Risco 4 (NB-4)

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6 Desafios na condução segura de um ensaio - Tipos, subtipos e variantes dos agentes biológicos patogênicos envolvendo vetores diferentes ou raros - Avaliar potencial de amplificação e as considerações dos organismos geneticamente modificados (OGMs) Para cada análise ou método diagnóstico exigido, proceder a uma avaliação de risco, discutindo e definindo o nível de contenção adequado para manejar as respectivas amostras. Nesse processo temos que considerar, também, todos os outros tipos de riscos envolvidos: - Virulência - Modo de transmissão - Estabilidade - Concentração e volume - Origem do agente biológico potencialmente patogênico - Disponibilidade de vacina e tratamento eficaz - Dose mínima infectante - Tipo de ensaio - Fatores referentes ao trabalhador - Riscos econômicos - Facilidade de disseminação do agente Equipes mutidisciplinares

7 Multirelação de Conceitos BIOCONTENÇÃO BIOPROTEÇÃO BIOPREVENÇÃO BIOSSEGURANÇA BIORISCO BIOCUSTÓDIA SAÚDE OCUPACIONAL

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12 Classe de Risco Biologico 3 AGENTES BACTERIANOS Bacillus anthracis Bartonella, exceto os listados na classe de risco 2 Brucella spp, todas as espécies Burkholderia mallei (Pseudomonas mallei), Burkholderia pseudomallei (P. pseudomallei) Chlamydia psittaci (cepas aviárias) Clostridium botulinum Coxiella burnetii Escherichia coli, cepas verotoxigênicas como 0157:H7 ou O103 Francisella tularensis (tipo A) Haemophilus equigenitalis Mycobacterium bovis, exceto a cepa BCG, M. tuberculosis Pasteurella multocida tipo B amostra buffalo e outras cepas virulentas Rickettsia akari, R. australis, R. canada, R. conorii, R. montana, R. prowazekii, R. rickettsii, R. siberica, R. tsutsugamushi, R. typhi (R. mooseri) Yersinia pestis VÍRUS E PRÍONS Arenavirus Flavivirus Hantavirus Herpesvirus Oncornavirus C e D Príons Retrovirus (HIV-1 e HIV-2) (HTLV-1 e HTLV-2) (SIV) Togavirus vírus da encefalite eqüina venezuelana (exceto a amostra vacinal TC-83) Vírus da Raiva amostras de rua (Lyssavirus)

13 AGENTES BACTERIANOS Cowdria ruminatium (heart water) Classe de Risco Biologico 4 PARASITAS Theileria annulata, T. bovis, T. hirci, T. parva e agentes relacionados VÍRUS E MICOPLASMAS Arenavirus agentes de febres hemorrágicas (Lassa, Guanarito, Junin, Machupo, Sabiá...) Encefalites transmitidas por carrapatos (vírus da encefalite da Europa Central com suas várias amostras, vírus da encefalite primavera-verão russa, vírus da febre hemorrágica de Omsk, vírus da floresta de Kyasanur) Filovirus, incluindo vírus Marburg, Ebola e outros vírus Herpesvirus do macaco (vírus B) Nairovirus agente de febre hemorrágica (Criméia-Congo) Varíola do camelo (camel-pox) Varíola do macaco (monkey-pox) Varíola major e alastrim Vírus da aftosa com seus diversos tipos e variantes Vírus da cólera suína Vírus da doença de Borna, de NewCastle (amostras asiáticas), de Teschen, de Wesselbron, hemorrágica de coelhos, Nairobi do carneiro e vírus relacionados como Ganjam e Dugbe, vesicular do suíno Vírus da enterite viral de patos, gansos e cisnes Vírus da febre catarral maligna de bovinos e cervos, do vale do Rift, hepatite viral do pato Vírus da influenza A aviária (amostras de epizootias), língua azul (bluetongue), lumpy skin Vírus da peste aviária, bovina, dos pequenos ruminantes, eqüina africana, suína africana, suína clássica (amostra selvagem), do louping ill de ovinos Mycoplasma agalactiae (caprinos e ovinos), mycoides mycoides (pleuropneumonia bovina)

14 Organismos geneticamente modificados (OGMs) Biossegurança agentes biológicos biossegurança bioconfiança bioproteção defesa biológica

15 Brasil Ministério da Saúde, unidades (NB3) Ministério da Agricultura / Empresas privadas Lanagro Pedro Leopoldo (NB4 - OIE) Lanagro Campinas (NB4 OIE) Desiderio Finamor/RS (NB3 OIE) Inova Joatuba/MG (NB4 OIE) Merial Paulinia/SP(NB4 OIE)

16 Laboratorios NB3 Brasil Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/FIOCRUZ/PE Centro de Pesquisas Gonçalo Muniz/FIOCRUZ/BA Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará LACEN/CE Fundação de Medicina Tropical do Amazonas FMT/AM Fundação Ezequiel Dias FUNED/MG Instituto Adolfo Lutz IAL/SP Instituto Pasteur ( IP/SES/SP) Laboratório de Saúde Pública do Distrito Federal LACEN/DF Laboratório Central de Saúde Pública LACEN/RS Instituto Evandro Chagas IEC/PA Centro de Referência Professor Hélio Fraga - CRPHF/FIOCRUZ/RJ Plataforma NB3/IOC- FIOCRUZ/RJ

17 Neste contexto, instituições de ensino e pesquisa nacionais, com raríssimas exceções, permanecem fora desta área nas suas rotinas diárias, com riscos na manipulação, manutenção, estocagem, descarte e transporte de agentes biológicos nível de segurança elevados, situação estimulada pela ausência/deficiência de fiscalização e mesmo devido a inexistência ou não clareza da legislação nacional referente a estes organismos.

18 Em sentido oposto, verifica-se no meio militar preocupação considerável quanto a estes organismos, em especial devido ao relativo baixo custo de obtenção e dispersão destes patógenos e a facilidade de acesso a informações biotecnológicas, com considerável risco a saúde e/ou sanidade humana, animal ou vegetal, comprometendo a segurança nacional por ações de liberação involuntária ou mesmo voluntária em ações de bioterrorrismo.

19 Focada a saúde humana, recentemente foi publicada pelo Ministério da Defesa, a Portaria Normativa no. 585, de 7 de março de 2013, definindo diretrizes de biossegurança, bioproteção e defesa biológica para grandes eventos, cabendo as Forças Armadas o planejamento e desenvolvimento de ações respectivas.

20 Neste cenário, têm-se a necessidade premente de interação, com discussões e ações conjuntas entre instituições e especialistas dos meios civil e militar, buscando desenvolver qualificação e tecnologia nacional para suporte a instalações NB3 e NB4, de maneira a uma suficiente e bem preparada ação nos campos da defesa biológica, segurança, inovação e desenvolvimento nacional.

21 Obrigado! (31)