Bruxelas, 21 de Novembro de 2001

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1 Bruxelas, 21 Novembro 2001 Na sequência uma investigação iniciada em Maio 1999, a Comissão Europeia concluiu que 13 empresas europeias e não europeias participaram em cartéis que visavam eliminar a concorrência nos mercados das vitaminas A, E, B1, B2, B5, B6, C e D3 e da biotina (H), ácido fólico (M), beta-caroteno e carotenóis. Um elemento evinte ste conjunto infracções foi o papel central sempenhado pela Hoffmann-La Roche e pela BASF, os dois principais produtores vitaminas, que participaram em praticamente todos os cartéis, enquanto outros produtores só estiveram implicados num número limitado produtos vitamínicos. As coimas aplicadas às oito empresas são as seguintes: F. Hoffmann-La Roche AG (Suíça): BASF AG (Alemanha): Aventis SA (França): Solvay Pharmaceuticals BV (Países Baixos): Merck KgaA (Alemanha): Daiichi Pharmaceutical Co Ltd (Japão): Eisai Co Ltd (Japão): Takeda Chemical Industries Ltd (Japão):

2 Às restantes cinco empresas, Lonza AG (Alemanha), Kongo Chemical Co Ltd (Japão), Sumitomo Chemical Co Ltd (Japão), Sumika Fine Chemicals Ltd (Japão) e Tanabe Saiyaku Co Ltd (Japão) não foram aplicadas coimas porque os cartéis em que participaram - vitamina H ou ácido fólico - terminaram pelo menos cinco anos antes a Comissão ter dado início à investigação. Segundo o direito comunitário, nestes casos é aplicável a prescrição. Os cartéis das vitaminas B1 e B6 também foram abrangidos pela prescrição. Os participantes em cada um dos cartéis fixavam os preços dos diferentes produtos vitamínicos, atribuíam quotas vendas, acordavam e implementavam aumentos preços e anunciavam os preços segundo os seus acordos. Estabeleceram igualmente um mecanismo para controlar e fazer respeitar os seus acordos e participaram em reuniões periódicas para implementar os seus planos. O dos vários cartéis era essencialmente o mesmo, se não idêntico (preços "objectivo" e "mínimos", manutenção do no que se refere às quotas mercado e mecanismos compensação), e incluía em especial: - a criação uma estrutura formal e uma hierarquia aos vários níveis gestão, muitas vezes com sobreposição membros aos níveis mais elevados para garantir o funcionamento dos cartéis; - a troca informações sobre valores e volumes vendas e preços, numa base trimestral ou mensal, efectuada em reuniões periódicas; - no caso dos maiores cartéis, a preparação, aprovação e implementação e controlo um "orçamento" anual, seguido pelo ajustamento das vendas realizadas efectivamente, modo a respeitar as quotas atribuídas. Os acordos cartel funcionavam em geral segundo este esquema, concebido para as vitaminas A e E, com algumas variantes para outros produtos. A Hoffmann-La Roche funcionava como agente e representante dos produtores europeus nas reuniões e negociações realizadas no Japão e no Extremo Oriente. A existência simultânea acordos colusivos relativos às diversas vitaminas não foi nem um acontecimento espontâneo nem obra do acaso, mas sim o resultado um plano concebido e dirigido pelas mesmas pessoas ao mais alto nível das empresas envolvidas. O iniciador e principal beneficiário stes acordos foi a Hoffmann-La Roche, o maior produtor vitaminas do mundo, com cerca 50% do mercado global. Os acordos colusão cobriam a gama completa dos seus produtos vitamínicos. A participação alguns dos seus mais altos dirigentes ten a confirmar que os acordos faziam parte um plano estratégico concebido ao mais alto nível para controlar o mercado mundial das vitaminas por meios ilegais. A BASF, o segundo maior produtor vitaminas a nível mundial, assumiu um papel fundamental como seguidora da Hoffmann-La Roche. Estes dois grans produtores europeus formaram efectivamente uma frente comum para conceber e implementar os acordos com os produtores japoneses envolvidos. Em conjunto, recrutaram por exemplo a Eisai para o seu "clube" da vitamina E. 2

3 A Takeda, um dos principais produtores mundiais vitaminas a granel, participou plenamente nos cartéis das vitaminas B1, B2, B6, C e ácido fólico. A participação da Takeda nos acordos relativos a cada um stes produtos vitamínicos foi fundamental para a intenção da Hoffmann-La Roche assegurar a coornação ilegal dos mercados das vitaminas em que operava, nomeadamente os mercados da gama produtos que partilhava com a Takeda. Os outros produtores vitaminas participaram todos activamente nos cartéis relativos aos mercados produtos vitamínicos em que operavam. Os cartéis diziam respeito a substâncias sintéticas a granel pertencentes aos seguintes grupos vitaminas e produtos estreitamente ligados: A, E, B1, B2, B5, B6, C, D3, biotina (H), ácido fólico (M), beta-caroteno e carotenóis. As vitaminas são elementos vitais para a nutrição humana e animal. São essenciais para assegurar um crescimento e senvolvimento normais e para a manutenção da vida. Existem cerca 15 vitaminas principais, cada uma com funções metabólicas específicas, não sendo por isso intersubstituíveis entre si. Além disso, quando os vários grupos vitaminas são combinados, têm um efeito sinergético complementar. As vitaminas são acrescentadas tanto aos alimentos compostos para animais como à alimentação humana. As vitaminas para fins farmacêuticos são comercializadas como suplementos dietéticos sob a forma comprimidos ou cápsulas. Na indústria cosmética as vitaminas são acrescentadas a produtos para a pele e outros cuidados saú. A Comissão estima que o valor do mercado dos produtos abrangidos pela cisão a nível do Espaço Económico Europeu (EEE) ascenu a cerca 800 milhões euros em Incluem-se neste cálculo a vitamina E, cujo valor em 1998 ascenu a cerca 250 milhões euros no EEE, e a vitamina A, que representou cerca 150 milhões euros. De notar que as receitas da vitamina C a nível europeu sceram 250 milhões euros no último ano em que os cartéis funcionaram (1995) para menos meta, 120 milhões euros, três anos mais tar (1998). As coimas aplicadas pela Comissão por infracção ao direito da concorrência comunitário revertem para o orçamento geral da União Europeia quando se tornam finitivas. Como o orçamento global da UE é preterminado, quaisquer receitas não previstas são duzidas às contribuições dos Estados-Membros para o orçamento comunitário, o que beneficia, em última análise, o contribuinte europeu. Atenndo à continuida e similitu do método, a Comissão consirou que era aquado tratar num único processo a série complexa acordos que abrangem as diferentes vitaminas. Assim, a Comissão abrange várias infracções numa única cisão. 3

4 Para terminar as coimas, a Comissão aten à gravida da infracção, à sua duração e a eventuais circunstâncias agravantes ou atenuantes, bem como ao grau cooperação uma empresa. Tem igualmente em conta a quota uma empresa no mercado do produto relevante e a sua dimensão global. O limite máximo qualquer coima está fixado em 10% do volume negócios anual total uma empresa. As empresas dispõem três meses para pagar a coima que lhes for aplicada. A Comissão consira que neste caso cada um dos cartéis constitui uma infracção muito grave ao direito da concorrência comunitário. Por outro lado, a maior parte dos participantes nos cartéis cometeram infracções com uma duração bastante prolongada, ou seja, mais cinco anos (ver quadro mais à frente). A Comissão consira que a Hoffmann-La Roche e a BASF foram, em conjunto, os líres e instigadores dos acordos colusivos que afectaram a gama produtos vitamínicos que produziam e por isso o seu papel nos vários cartéis constitui uma circunstância agravante. A combinação do por mercado que os principais participantes tinham em cada um dos mercados dos produtos vitamínicos aumentou a sua capacida global para implementar e manter os acordos anticoncorrenciais. A Aventis (ex-rhône-poulenc) beneficiou uma imunida total no que se refere à sua participação nos cartéis das vitaminas A e E, porque foi a primeira empresa a cooperar com a Comissão e forneceu provas cisivas no caso stes dois produtos. Foi a primeira vez que a Comissão conceu uma redução 100% da coima nos termos da Comunicação sobre a não aplicação ou redução coimas. No entanto, foi aplicada uma coima à Aventis pela sua participação passiva na infracção referente à vitamina D3, em relação à qual não forneceu quaisquer informações à Comissão. ", clarou Mario Monti. A Hoffmann La Roche e a BASF também cooperaram com a Comissão numa fase inicial da investigação, fornecendo informações importantes sobre todos os cartéis vitaminas em que estiveram envolvidas. A Comissão conceu a cada uma stas empresas uma redução 50% da coima. Todas as outras empresas a que foram aplicadas coimas cooperaram com a Comissão durante a sua investigação e as coimas corresponntes foram reduzidas em função do seu grau cooperação. Em 1999, os principais participantes nos cartéis abrangidos pela cisão da Comissão admitiram ter tido comportamentos anticoncorrenciais semelhantes nos EUA e pagaram por isso pesadas coimas: 500 milhões dólares a Hoffmann La Roche, 225 milhões dólares a BASF e 72 milhões dólares a Takeda. 4

5 Vitamina A Vitamina E Roche, BASF e Rhône-Poulenc (Aventis) Roche, BASF, Rhône-Poulenc (Aventis) e Eisai Setembro 1989 Setembro 1989 Fevereiro 1999 Fevereiro 1999 Vitamina B1 (tiamina) Roche, Takeda e BASF Janeiro 1991 Junho 1994 Vitamina B2 (riboflavina) Vitamina B5 (pantotenato cálcio) Roche, BASF e Takeda Janeiro 1991 Setembro 1995 Roche, BASF e Daiichi Janeiro 1991 Fevereiro 1999 Vitamina B6 Roche, Takeda e Daiichi Janeiro 1991 Junho 1994 Ácido fólico (M) Roche, Takeda, Kongo e Sumika Janeiro 1991 Junho 1994 Vitamina C Roche, BASF, Takeda e Merck Janeiro 1991 Agosto 1995 Vitamina D3 Vitamina H (biotina) Roche, BASF, Solvay Pharm e Rhône-Poulenc (Aventis) Roche, Merck, Lonza, Sumitomo, Tanabe e BASF Janeiro 1994 Junho 1998 Outubro 1991 Abril 1994 Beta-caroteno Roche e BASF Setembro 1992 Dezembro 1998 Carotenóis Roche e BASF Maio 1993 Dezembro 1998 * a duração não é necessariamente a mesma para todos os participantes

6 2&+( 9(17,6 21=$ 2/9$< +$50 (5&. $,,&+,,6$, 21*2 80,.$ 80,7202 $.('$ $1$%(

7 Fines imposed on participants by product (in millions of euro) Vit B1 Vit B6 N A Folic Acid Vit H N A N A N.A.: Non applicable *fines reduced by Court judgments 2001 Vitamins TACA Graphite Electros Cartonboard* Cement* Amino acids Seamless steel tubes Preinsulated pipes Steel beams* Polypropylene*