RELATÓRIO DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ Ana Paula Sampaio Valera Damaris Lima de Oliveira.. RELATÓRIO DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO Santo André Novembro/2011

2 CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ Ana Paula Sampaio Valera Damaris Lima de Oliveira.. RELATÓRIO DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO Relatório de pesquisa apresentado às professoras Ana Paula Alcazar e Tânia Cristina da Rocha da disciplina de Análise Experimental do Comportamento I 2

3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 4 2. MÉTODO Sujeito Equipamento Procedimentos Mensuração do Nível Operante (NO) Treino ao bebedouro Mensuração do Nível Operante (N.O.) Treino ao bebedouro Modelagem 6 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 7 Figura 1: Mensuração do nível operante 8 Tabela I: RATO 1 9 Tabela II: RATO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 11 3

4 1. INTRODUÇÃO Segundo Skinner, comportamento operante é uma ação voluntária do sujeito que produzirá uma resposta qualquer. Ele opera sobre o ambiente, ou seja, é uma ação ou reação do sujeito sobre o ambiente, modificando-o de algum modo. O comportamento operante é adquirido e mantido devido suas conseqüências, logo, é aprendido 1. Para modelar um comportamento, utiliza-se o procedimento de aproximações sucessivas, pelo qual reforça-se os comportamentos mais próximos ao comportamento final desejado, o reforço diferencial cujo reforço é diferenciado entre uma e outra classe de comportamento e a imediatividade da disponibilização do reforço, ou seja, o reforço precisa estar presente exatamente no momento em que o comportamento desejado for realizado para obter resultados mais efetivos Também, de acordo com Skinner, há o conceito de extinção que tende a diminuir a freqüência do comportamento ao remover o reforço que influenciou a resposta, ou seja, o comportamento não é mais reforçado ocasionando a redução da freqüência da resposta 2. A definição de reforço, ainda segundo Skinner, a partir dos conceitos abordados em aula pela professora Ana Paula Alcazar, é todo e qualquer evento que ocorre tornando uma reação mais freqüente, aumentando a possibilidade desta reação se repetir. Reforço primário é natural de ordem filogenética, independente de nossas vontades como a dependência por água, alimento, sexo e etc. São itens que reforçam nosso comportamento naturalmente. O reforço secundário é condicionado e é de ordem ontogenética, em que algo é aliado ao reforço primário e o sujeito aprende a reconhecer esse elemento como reforçador, ou seja, um estímulo neutro como um barulho aliado com a necessidade de água (reforço primário), após um determinado tempo esse estímulo neutro passa a ter um valor maior. 3 Nem todo comportamento que passou pelo processo de extinção nunca mais irá aparecer, ou seja, mesmo com a extinção o comportamento depois de um tempo poderá se repetir, pois é um comportamento aprendido, podendo haver o recondicionamento do comportamento que pode ser por razão ou por intervalo. Esquema de reforçamento por razão está ligado com a emissão das respostas, podendo ser fixo ou variável e o esquema de reforçamento por intervalo está ligado com a passagem de tempo e a resposta em seguida, também podendo ser fixo ou 1 Informação retirada dos slides apresentados pela professora Ana Paula Alcazar no dia 14 de setembro de Conhecimentos retirados dos slides mostrados em aula pela professora Ana Paula Alcazar no dia 31 de agosto de Conceito abordado em aula através dos slides apresentados pela professora Ana Paula Alcazar no dia 21 de setembro de

5 variável. As informações sobre recondicionamento foram retiradas dos slides transmitidos pela professora Ana Paula Alcazar no dia 21 de novembro de A pesquisa teve o desígnio de utilizar todos estes conceitos em cada uma das práticas aplicadas no sujeito. 2. MÉTODO 2.1 Sujeito Um rato albino do sexo masculino, linhagem Wistar e espécie Rathus Novergicus. Com idade e peso aproximadamente de três meses e trezentas gramas, ingênuo experimentalmente, com privação de água de 48 horas antes do experimento e o reforçador utilizado foram gotas de água. 2.2 Equipamento Caixa de condicionamento operante de Skinner do modelo CS 2000, jaleco branco e sapato fechado, folhas de registro, lápis e caneta, cronômetro e relógio, água, papel toalha. 2.3 Procedimentos A proposta era submeter o sujeito a oito fases experimentais: mensuração do nível operante, treino ao bebedouro, modelagem de comportamento (resposta), reforço contínuo do comportamento modelado relacionado com a pressão à barra e observação deste comportamento, extinção da resposta, reforço secundário e recondicionamento do comportamento, porém só conseguimos realizar as três primeiras etapas Mensuração do Nível Operante (NO) Realizamos a primeira fase, mensuração do nível operante, no dia 28 de setembro e teve início às 20h34min e terminamos às 20h54min, ocorreu em vinte minutos. Foi observado o sujeito que era um rato todo branco e realizado as devidas anotações segundo a emissão das seguintes respostas: tocar, farejar, limpar-se, levantar e pressionar e, observou-se que: o sujeito pressionou a barra duas vezes, tocou a barra quatro vezes, farejou trinta vezes, levantou-se vinte e uma vezes e limpou-se trinta e nove vezes. 5

6 2.3.2 Treino ao bebedouro Assim que o rato foi observado durante os primeiros vinte minutos e suas ações foram anotadas devidamente, colocamos em prática a segunda fase que foi o treino ao bebedouro, que se iniciou às 20h55min e terminou às 21h30min e encerramos sem finalizar o procedimento, pois o rato parou de responder. No dia 26 de outubro voltamos ao laboratório para prosseguir o procedimento de treino ao bebedouro, porém observamos que o rato não era o mesmo, pois ele possuía uma mancha cinza em seu corpo. Assim, tivemos que iniciar desde a primeira etapa com o novo rato, retornando a mensuração do nível operante Mensuração do Nível Operante (N.O.) Com o novo rato iniciamos a primeira etapa, mensuração do nível operante no dia 26 de outubro às 20h34min e terminamos às 20h54min. O sujeito não pressionou a barra, tocou cinco vezes, farejou-a onze vezes, levantou-se treze vezes e limpouse duas vezes. Depois de realizada as anotações e observações de minuto em minuto durante os primeiros vinte minutos principiamos a segunda etapa da análise Treino ao bebedouro A segunda fase, treino ao bebedouro, fornecemos uma gota de água para o rato e, assim que ele bebeu foi reforçado com mais três gotas de água. Após esse procedimento, foi esperado o sujeito se afastar da barra e, novamente mais uma gota de água foi disponibilizada para ele, quando ele bebeu foi reforçado com mais três gotas e essa ação foi realizada mais uma vez para que o sujeito pareasse o barulho do bebedouro com a disponibilização da gota de água, finalizando assim esta etapa quando o sujeito conseguiu associar o som do bebedouro com a gota de água. A fase foi realizada no dia 26 de outubro e iniciada às 20h51min e encerrada às 20h55min, o rato consumiu exatamente vinte e duas gotas de água Modelagem A terceira prática foi a modelagem, realizada no dia 26 de outubro, teve início às 20h56min e foi concluída às 21h57min. Assim que o rato associou o barulho que acontece ao apertarmos o botão para disponibilizar a gota de água (o reforço), foi iniciado o processo de modelagem. A água somente era fornecida com respostas que iam cada vez mais se aproximando da ação de pressionar a barra, através do método das aproximações sucessivas. Ao cheira a barra, o sujeito foi reforçado com água por três vezes, depois o sujeito se levanta bem perto e direcionado à barra, foi reforçado por mais três vezes, quando o sujeito levantou-se e cheirou a barra, recebeu como reforço por essa ação três gotas de água e a ação foi repetida três vezes. Ao tocar a barra e ao tocar com as duas patas a barra, porém o rato não foi 6

7 modelado, pois o procedimento foi efetuado de maneira incorreta ao exigirmos demais do rato, ou seja, a aproximação não foi tão sucessiva quanto deveria ser. As fases seguintes não foram realizadas devido à falta de tempo que tivemos ao receber o rato errado, pelo erro no procedimento e pela quantidade inexata de aulas. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO No início o sujeito foi observado em um local desconhecido cujo objetivo era analisar os seus comportamentos no nível operante antes de qualquer manipulação experimental. Após esse procedimento, passamos para o treino no bebedouro que tinha o desígnio de fazer o rato associar o som que era feito ao ser apertado o botão do reforço do bebedouro com a água e, assim, depois que associado, anotar a quantidade de gotas de água que o sujeito ingeriu durante esse processo. No primeiro rato o procedimento não foi finalizado, pois o sujeito não respondeu. No segundo rato o procedimento foi encerrado com sucesso. A terceira etapa tinha como objetivo modelar o sujeito, ou seja, obter do sujeito o comportamento desejado que consistia em pressionar a barra com as duas patas, para atingir tal objetivo, os comportamentos foram reforçados com uma gota de água, dos mais simples comportamentos até os mais complexos. Entretanto não efetuamos a fase de maneira correta, pois exigimos demais do rato, não esperando os comportamentos mais simples, mas sim, aqueles que julgávamos simples e eram, na verdade, complexos para o rato. De acordo com David Myers, o método de aproximação sucessiva deve-se exigir do sujeito uma sequência de comportamentos que, aos poucos, vão se aproximando do comportamento desejado, assim, modelando o rato. 7

8 A figura 1, apresentada a seguir apresentada a seguir é a comparação das respostas dos dois sujeitos experimentais utilizados na mensuração do nível operante RATO 1 RATO PRESSIONAR TOCAR FAREJAR LEVANTAR LIMPAR-SE Figura 1: Mensuração do nível operante O Rato 1 é o primeiro rato que nos foi entregue, o totalmente branco e o Rato 2 é o segundo rato que nos foi entregue, o com uma mancha cinza em seu corpo. O Rato 1 pressionou a barra duas vezes, tocou-a quatro vezes, farejou-a trinta vezes, levantou-se vinte e uma vezes e limpou-se trinta e nove vezes. O Rato 2 não pressionou a barra, tocou na barra cinco vezes, farejou-a onze vezes, levantou-se treze vezes e limpou-se duas vezes. 8

9 Tabelas da etapa um dos dois ratos: Tabela I: RATO 1 COMPORTAMENTO Pressionar Tocar Farejar Levantar Limpar-se FREQUÊNCIA 2 vezes 4 vezes 30 vezes 21 vezes 39 vezes Tabela II: RATO 2 COMPORTAMENTO Pressionar Tocar Farejar Levantar Limpar-se FREQUÊNCIA 0 vezes 5 vezes 11 vezes 13 vezes 2 vezes 9

10 4. CONCLUSÃO O objetivo da primeira etapa era apenas observar as ações do rato e anotar, na segunda etapa foi fazer com que o sujeito associasse o som que acontecia assim que o botão do reforço era apertado. Na terceira etapa o objetivo foi modelar o rato albino para que ele pressionasse a barra e a quarta etapa foi observar quantas vezes o sujeito pressionava a barra para obter a água. Concluímos que o sujeito pode ser modelado de acordo com as teorias de Skinner. Comportamento é toda ação e reação que existe entre um sujeito e o ambiente e, comportamento operante é a ação que opera sobre o ambiente gerando um determinado evento, ou seja, uma conseqüência. Portanto, quando o sujeito pressionasse a barra e percebesse que ao realizar esta ação teria seu reforço (a gota de água que é um reforço primário) ele continuaria pressionando a barra, deste modo o que controla uma resposta é a sua conseqüência de acordo com o livro Análise Experimental do Comportamento de Ana Paula Basqueira e Walmor de Almeida Nogueira Largura, Modelagem é um método de aprendizagem que utiliza aproximações sucessivas, os comportamentos são exigidos aos poucos; o reforço diferencial, o reforço é diferente para uma classe de comportamentos e a imediavidade da disponibilização do reforço, o reforço é fornecido no momento em que o comportamento ocorre e não depois de um tempo. Tivemos dificuldade na modelagem, a terceira etapa, pois exigimos demais do sujeito, aqueles comportamentos que julgávamos simples eram, para o sujeito, complexos. Logo, concluímos que em um processo de modelagem é necessário ter paciência e sensibilidade para perceber até onde que o sujeito pode ir, características de um bom psicólogo. 10

11 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LARGURA, Walmor Almeida Nogueira; BASQUEIRA, Ana Paula. Análise Experimental do Comportamento. São Paulo: Pearson Education do Brasil MYERS, David. Introdução à Psicologia Geral. Rio de Janeiro, LTC E Sites: hora) (acessado em: data e (acessado em: data e hora) (acessado em: data e hora) 11