RELATÓRIO DA SITUAÇÃO ATUAL DO SISTEMA PENITENCIÁRIO

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1 MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL RELATÓRIO DA SITUAÇÃO ATUAL DO SISTEMA PENITENCIÁRIO MULHER PRESA E EGRESSA Maio/2008

2 MINISTÉRIO DA JUSTIÇA Ministro de Estado da Justiça TARSO GENRO Diretor-Geral do Departamento Penitenciário Nacional MAURÍCIO KUEHNE Comissão de Monitoramento e Avaliação JULIO CESAR BARRETO (PRESIDENTE) CARLA CRISTIANE TOMM GISELE PEREIRA PERES ALÉSSIO ALDENUCCI JUNIOR CÍNTIA RANGEL ASSUMPÇÃO MICHELLE DE FREITAS BAGLI DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Anexo II, 6º andar CEP Brasília/DF Fone: (61) depen@mj.gov.br Internet: 2

3 Sumário Introdução...4 Relatório sobre a situação atual das Ouvidorias...5 ACRE...5 ALAGOAS...5 AMAPÁ...6 AMAZONAS...7 BAHIA...9 CEARÁ...11 DISTRITO FEDERAL...12 ESPÍRITO SANTO...14 GOIÁS...16 MARANHÃO...20 MATO GROSSO...21 MATO GROSSO DO SUL...24 MINAS GERAIS...25 PARÁ...26 PARANÁ...29 PARAÍBA...30 PERNAMBUCO...30 PIAUÍ...33 RIO DE JANEIRO...35 RIO GRANDE DO NORTE...38 RIO GRANDE DO SUL...39 RONDÔNIA...40 RORAIMA...43 SANTA CATARINA...46 SÃO PAULO...47 SERGIPE...51 TOCANTINS...52 Resumo

4 Introdução Durante a elaboração dos Planos Diretores das Unidades da Federação, que contou com o apoio técnico do DEPEN/MJ, foi realizado um breve levantamento sobre a situação atual das mulheres presas e egressas no país. As informações, colhidas no período de outubro de 2007 a abril de 2008, foram obtidas através de contatos telefônicos e visitas aos órgãos responsáveis pelos sistemas penitenciários estaduais. Nos Planos Diretores do Sistema Penitenciário consta um breve relatório sobre a situação atual da mulher presa e egressa e, em seguida, o compromisso do Estado, por meio do órgão responsável pela Administração Penitenciária, em ampliar as políticas focadas ao assunto. Diante do exposto apresentamos a seguir uma visão macro da realidade de atuação referente a meta supracitada em todas as 27 Unidades da Federação. Comissão de Monitoramento e Avaliação DEPEN/MJ 4

5 Relatório sobre a situação atual das Ouvidorias ACRE O Estado do Acre possui 1 estabelecimento penal exclusivos para mulheres, a Unidade Penitenciária 3, a qual disponibiliza 38 vagas e possui 132 presas. Citada unidade custodia presas em cumprimento de pena no regime fechado, semiaberto e provisório. Na unidade masculina Manoel Néri da Silva, de Cruzeiro do Sul, existem 2 celas adaptadas para mulheres, com a capacidade de 10 vagas, e atualmente com 9 presas. Na delegacia de Tarauacá, existe 1 mulher cumprindo pena no regime semi-abeto. O Estado não dispõe de estabelecimentos penais com creches e berçários. Os 3 bebês que estão na unidade da capital dividem cela comum com suas mães e gestantes. As presas podem permanecer por 6 meses com seus filhos, após o parto. No Acre não existem projetos destinados à integração da mulher presa. Há um Acordo de Cooperação entre a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e o DEPEN, onde será formado um mutirão de ações jurídicas para a revisão dos processos de todas as presas do Estado. ALAGOAS O Estado de Alagoas possui 1 estabelecimento penal exclusivo para mulheres, a Penitenciária Feminina Santa Luzia. Esse estabelecimento é para o regime fechado, dispondo de 74 vagas, estando localizado na capital do estado. Não há unidade ou local apropriado para o cumprimento de pena em regime semi-aberto e aberto. 5

6 No caso da presa progredir do regime fechado, ela é liberada do cárcere, devendo apenas se apresentar, a cada 30 dias, perante o Juiz de Execuções Penais. Não existem alas adaptadas em unidades masculinas. Na Penitenciária Feminina são proporcionadas oficinas de artesanato, cabeleireiro, corte e costura, pedicuro e manicuro, entre outros. Há 2 salas de aula no estabelecimento, 1 sendo ocupada com curso de alfabetização, onde 6 presas estão assistindo às aulas; a outras sendo ocupada como biblioteca. A Penitenciária possui somente berçário em situação precária, por falta de mobiliário, para os filhos das apenadas, os quais permanecem até os 4 meses de idade com a mãe ou 6 meses se ainda estiver amamentando. Há a possibilidade de permanecer até um ano quando justificado. Disponibiliza apenas 7 vagas para gestantes. Atualmente, 4 bebês estão ocupando o berçário. Há projeto para construção de um anexo à Penitenciária Feminina, para servir de creche para os filhos das presas de 0 a 6 anos, nos moldes da Lei de Execução Penal. Não há projetos destinados à integração da mulher presa. Segundo dados da SEDS, 65 é o número de presas em Alagoas em outubro de AMAPÁ O Estado do Amapá possui 1 estabelecimento penal exclusivo para mulheres. Na unidade feminina existe um berçário com vaga para 6 bebês, os quais permanecem com suas mães até o sexto mês. As gestantes, no sétimo mês de gestação, são separadas das demais e encaminhadas para a ala do berçário. Atualmente são abrigadas 3 mulheres com filhos no local e uma grávida. 6

7 Dentre as diversas atividades desenvolvidas na Penitenciária Feminina podemos citar: o Pintando a Liberdade (6 presas); o Pró-Verde (6 presas); o Liberdade e Cidadania (3 presas); o Costurando a Liberdade (confecção de roupas 12 presas); o Cidadania Colorida (pintura 10 presas); o Reeducanto (aulas de violão 11 presas); o Serviços gerais (trabalho interno 20 presas); o Serviços gerais (trabalho externo 3 presas); o Brinquedoteca (atende cerca de 40 presas com seus filhos). Foi encaminhado projeto para o DEPEN/MJ Marias do Norte visando à capacitação das apenadas em diversas áreas através de parceria com o Sistema S. O referido projeto aguarda aprovação. AMAZONAS Quantidade de estabelecimentos penais existentes no Estado exclusivos para mulheres: Tipo de Estabelecimento Quantidade Penitenciária 1 Colônia Agrícola, Industrial ou Similar - Casa do Albergado - Centro de Observação Criminológica e Triagem - Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico - Cadeia Pública 1 Total 2 A Penitenciária Feminina de Manaus é composta por 2 unidades: uma projetada para a custódia de presas cumprindo regime fechado e a outra unidade projetada para presas provisórias e cumprindo regime semi-aberto. A Penitenciária Feminina de Manaus tem capacidade para custodiar 136 mulheres, e atualmente se encontra com 160 presas. 7

8 Existem delegacias mistas, em vários municípios do interior do Estado, que custodiam presas. Nenhum estabelecimento penal dispõe de creches e berçários. Há um trabalho de conscientização, realizado freqüentemente pela direção da unidade feminina, objetivando mostrar os malefícios da estada de bebês na unidade. Assim, as presas permanecem, no máximo, por 3 meses com seus filhos após o nascimento. A Penitenciária Feminina de Manaus oferece cursos de costura, culinária, cabeleireira, manicura e pedicura, bordado, pintura em tecido, panificação. Curso Cozinha Brasil Cadeia Pública Feminina. O Hospital de Custódia não possui vagas para mulheres. As doentes mentais são supridas de remédios pelo Hospital de Custódia, porém não têm tratamento adequado na unidade. Há interesse da Sejus em estruturar um salão de beleza permanente dentro da Penitenciária Feminina de Manaus. Ações realizadas na Penitenciária Feminina de Manaus anualmente: o Realização de campanhas de saúde de caráter preventivo, relativa a doenças sexualmente transmissíveis, câncer de mama, e exames papanicolau e de rotina, além da vacinação. o Desenvolvimento de atividades especiais diversas, de cunho cultural e religioso relativas às datas comemorativas anuais; 8

9 o Promoção de palestras educativas sobre os aspectos inerentes à mulher e sua condição social; o Realização de atividades de lazer e recreação através de práticas desportivas e exibição de filmes; o Realização do curso de confecção de ovos de páscoa, envolvendo presas provisórias e sentenciadas; o Promoção de cursos de caráter profissionalizante que permitam um aprendizado rápido e fácil e não requeiram investimentos de alto custo para serem executados; o Realização do curso de confecção de artigos natalinos, envolvendo presas provisórias e sentenciadas; o Montagem de um bazar de natal, na Penitenciária Feminina, para exposição dos trabalhos produzidos pelas presas; o Montagem de um grupo de teatro composto por presas da Penitenciária Feminina; o Estabelecimento de parcerias com micro-empresas visando a disponibilização de vagas de trabalho às presas do regime semi-aberto e aberto; o Implantação de oficina de trabalho industrial para presas do regime semiaberto. BAHIA O Estado da Bahia possui 01 (um) estabelecimento penal exclusivo para mulheres, Penitenciária Feminina, localizada no Complexo Penitenciário de Salvador. Na Unidade Prisional localizada na Capital do Estado da Bahia, as mulheres participam de atividades laborativas e educacionais, assim como são beneficiadas por ações de saúde e assistência social, a exemplo do atendimento 9

10 extensivo a seus filhos em creches e escola de ensino fundamental encravadas no Complexo Penitenciário, onde se localiza o Conjunto Penal Feminino. Em 08 estabelecimentos penais do interior existem alas adaptadas para abrigar mulheres. Estas alas funcionam de forma precária, não estando preparadas para abrigar estas mulheres. Nestas unidades a situação da mulher encarcerada se agrava, pois são privadas de participação nas oficinas de trabalho e das atividades educacionais. Quanto à seara da educação, implantou-se a quarta etapa do Programa Brasil Alfabetizado, em parceria com a Universidade do Estado da Bahia UNEB e Secretaria de Educação - SEC, com a instalação de 01 turma, beneficiando 20 (vinte) alunas no Conjunto penal Feminino. Foi implantado e revitalizado ponto de leitura no Conjunto Penal Feminino. No que diz respeito à vertente profissionalização e trabalho, implantou-se uma oficina de artesanato em piaçava e palha da costa, em parceria com o Instituto Mauá, assim como uma oficina de costura industrial, através de convênio com Empresa da iniciativa privada. Quanto à área de saúde, o Conjunto Penal Feminino conta com uma equipe mínima de saúde, cadastrada no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, para garantir ações de atenção básica à saúde das internas. A equipe de saúde desenvolveu, recentemente, campanha de prevenção do câncer de colo de útero, realizando exames preventivos em 100% da população. Também foram desenvolvidas ações pontuais de Planejamento Familiar, através de palestras realizadas pelo Distrito Cabula-Beiru da Secretaria Municipal de Saúde, com a distribuição de diversas modalidades de métodos contraceptivos. Na área de Saúde Bucal, foi desenvolvida ação preventiva, através de palestras proferidas pela odontóloga da equipe de saúde da Unidade. Foi realizado rastreamento de Tuberculose entre os sintomáticos respiratórios, em parceria com o Distrito Cabula-Beiru e campanha de imunização, com cobertura vacinal de 95% da população. 10

11 Com relação à localização e inclusão da família na Execução Penal, bem como da assistência social e psicológica aos familiares de internas, têm sido desenvolvidas ações pontuais, por iniciativa do Serviço Social. Além disso, a SJCDH tem estimulado as ações desenvolvidas pela Fundação Dom Avelar, na Creche Nova Semente, destinada à assistência a filhos de pais encarcerados. Em parceria com a Fundação Dom Avelar Brandão Vilela, foi construída uma creche próxima ao complexo penitenciário, onde são atendidos 145 filhos de internos em regime de internato e semi-internato. As crianças a partir do sexto mês são levadas para a creche, e passam a encontrar suas mães em dias de visita. Segundo informações apresentadas pela Secretaria não existe berçário na Unidade Penal Feminina, as crianças ficam nas celas com suas mães durante o período de amamentação. Não existem projetos destinados à integração da mulher presa. Alguns projetos, nesse sentido estão sendo elaborados para serem encaminhados ao DEPEN até 31 de dezembro de CEARÁ Número de estabelecimentos penais existentes no estado do Ceará exclusivos para mulheres: TIPO DE ESTABELECIMENTO QUANT. Penitenciária 1 Colônia Agrícola, Industrial ou Similar 0 Casa do Albergado 0 Centro de Observação Criminológica e Triagem 0 Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico 0 Cadeia Pública 7 Total 8 Nos demais estabelecimentos penais não existem alas adaptadas para mulheres. Quando necessário são removidas para a Penitenciária Feminina após gestão dos juízes de execução nos termos do Código de Organização Judiciária do Estado. 11

12 Apenas o Instituto Penal Feminino Desª Auri Moura Costa, localizada no Município de Aquiraz, possui berçário com capacidade para 15 vagas. Atualmente, abrigam 7 mães e 8 bebês. Após o nascimento as mães podem permanecer com seus filhos pelo período de até 6 meses. Os projetos destinados à integração da mulher presa são: o Projeto de Instrumental de Trabalho; o Projeto para a aquisição de Máquinas de Costura; o Projeto Fazendo e Aprendendo do IPF; o Projeto de Custeio Fábrica de Material de Limpeza; o Projeto de Investimento na Fábrica de Material de Limpeza; o Projeto de Realização de Cursos Profissionalizantes Senai/Senac; DISTRITO FEDERAL O Distrito Federal possui um estabelecimento feminino, a Penitenciária Feminina do Distrito Federal PFDF. A Penitenciária abriga presas nos regimes fechado e semi-aberto e presas provisórias. Segundo informações da Diretora da Unidade, as presas são separadas por regime e por grau de periculosidade, todas as custodiadas ao ingressarem na Unidade são avaliadas para a realização de uma triagem. Nessa Unidade existem 87 presos homens em cumprimento de medida de segurança e tratamento psiquiátrico custodiados em uma ala adaptada. As mulheres em medida de segurança são 5 e convivem com as outras presas. Não existem alas adaptadas para mulheres nos estabelecimentos masculinos. A Penitenciária Feminina dispõe de berçário para crianças e abriga as gestantes. Atualmente 4 bebês e 19 mulheres entre mães e gestantes convivem na ala destinada ao berçário. 12

13 As mulheres são encaminhadas ao berçário tão logo comunicam a gravidez neste local são submetidas ao exame Beta-HCG, se confirmada a gestação estas permanecem ali até o sexto mês após o nascimento do filho. As mãe reclusas podem permanecer por 06 meses com seus filhos. A PFDF não dispõe de creche para os filhos das presas. Na PFDF são desenvolvidas as seguintes atividades laborativas: o o o artesanato, como crochê e outros trabalhos manuais confecção de bolsa com anéis (lacres) de latinhas de alumínio (empresa exportadora) Confecção de embalagens de plástico (sacos de lixo) administrado pela FUNAPE com 28 reeducandas trabalhando. Curso profissionalizante de manicuro e cabeleireira está sendo ministrado por pessoa condenada à pena alternativa de prestação de serviços á comunidade, cerca de 10 presas estão participando. As mulheres possuem salas próprias para a visita íntima, porém como nos demais estabelecimentos penais para mulheres a ocorrência de visita íntima é rara. Quanto à Assistência á Saúde a unidade possui estrutura física compatível com consultório para clinico geral, ginecologista, psicólogo, psiquiatra, terapeuta ocupacional e assistente social. Sua maior deficiência está no número de profissionais, pois os atendimentos são realizados da seguinte forma: o o o o o o o 01 Ginecologista 1 vez por semana. 01 Médico Clínico Geral De segunda á sexta-feira, 06 horas diárias 01 Psiquiatra 3 vezes por semana, 06 horas por expediente. 01 Assistente Social - De segunda á sexta-feira, 06 horas diárias 01 Psicólogo - De segunda á sexta-feira, 06 horas diárias 01 Terapeuta ocupacional - De segunda á sexta-feira, 06 horas diárias 01 Odontólogo - De segunda á sexta-feira, 06 horas diárias. 13

14 Atualmente está ocorrendo um mutirão de atendimento á saúde. Muitos dos projetos destinados à mulher presa, principalmente, cursos de profissionalização, estão sendo inviabilizados pela falta de efetivo. ESPÍRITO SANTO O Estado do Espírito Santo possui apenas a Penitenciária Estadual Feminina que é unidade exclusiva para mulheres. 34 carceragens da Polícia Civil e 6 penitenciárias são unidades que custodiam homens e mulheres. O Hospital de Custódia também abriga presos de ambos os sexos. A Penitenciária de Segurança Máxima de São Mateus e a Penitenciária Regional de Cachoeiro do Itapemirim estão sendo construídas e custodiarão ambos os sexos de apenados, a primeira com estrutura física distinta para cada sexo e a segunda haverá 1 ala específica para mulheres. O Estado do Espírito Santo será contemplado com uma Penitenciária Feminina do PRONASCI, a qual prevê a construção de 1 creche com berçário para 16 lactantes e abertura de novas 300 vagas. A Penitenciária Estadual Feminina possui berçário com a capacidade para atender 5 bebês. A Penitenciária Regional de Cachoeiro do Itapemirim e a Penitenciária de Segurança Máxima de São Mateus prevêem a construção de berçários, com 4 vagas na segunda unidade. As mães presas podem permanecer por 6 meses com seus filhos após o nascimento. Existem 2 projetos destinados à integração da mulher presa, são eles: o Projeto Maria Marias: o Projeto firmado entre a SEJUS, o Ministério da Justiça e o Sistema S. 14

15 o Esse projeto tem ações nas áreas de: profissionalização, cidadania, atividades laborterápicas, integração à família, instalação de linhas produtivas, ações em prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, orientação familiar, preparação para o mundo do trabalho, dentre outras. o Os recursos são provenientes do Ministério da Justiça e da SEJUS e o Sistema S ministra os seguintes cursos: estética e beleza, culinária, artesanato, empreendedorismo, costura e pintura. o O Sistema S e SEJUS promovem palestras com entrega de kits cidadania, nas seguintes áreas: prevenção bucal, prevenção das DSTs, saúde da mulher, alimentação, relações interpessoais e planejamento familiar. o Realizam o encaminhamento para atividades produtivas autônomas, visto que promovem o curso e após, quando a presa alcança a liberdade lhe é entregue 1 kit com material para que ela possa iniciar seu trabalho extramuros de forma autônoma. o É um projeto que visa implantar uma política pública para a mulher encarcerada, contemplando a complexidade do gênero feminino, nas questões relativas à profissionalização, à saúde, à família e à sua sustentabilidade, de forma a melhor instrumentá-las para o retorno ao convívio social, em vista do constante crescimento do número de mulheres presas. o Projeto Lilás: É um projeto firmado com a Universidade Federal do Espiríto Santo que objetiva o desenvolvimento de atividades esportivas e lúdicas dentro da Penitenciária Estadual Feminina. A Universidade disponibiliza os técnicos para a execução das atividades e a SEJUS proporciona o ambiente para que sejam promovidas as ações. Essas atividades visam o melhoramento da qualidade de vida das presas, visto que o encarceramento limita as atividades físicas, 15

16 assim são promovidas caminhadas, exercícios cardiovasculares e respiratórios. Há previsão de estender todas as palestras que serão ministradas através do Projeto Maria Marias, para as demais unidades que possuem população feminina. Nas outras unidades penais que possuem alas específicas para mulheres são desenvolvidas atividades, tais como, artesanato, costura, limpeza, jardinagem e apoio administrativo. Na Penitenciária Regional de Linhares, as presas desenvolvem atividades de bordados, artesanato e costura com o apoio da Pastoral Carcerária, além de trabalharem no apoio administrativo à unidade. GOIÁS O Estado de Goiás possui apenas 4 estabelecimentos exclusivamente femininos, o Centro de Inserção Social Consuelo Nasser CIS Consuelo Nasser, localizado no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. O CIS Consuelo Nasser disponibiliza 24 vagas para presas em regime fechado. Em janeiro de 2008, apresentava uma população carcerária de 49 detentas. Em janeiro de 2008, existiam 71 presas custodiadas em carceragens de Delegacias da Polícia Civil. As demais 258 mulheres presas do Estado de Goiás estão recolhidas em celas de estabelecimentos penais masculinos. Em nenhuma unidade há creche ou berçário para abrigar as gestantes e seus filhos. Na CIS Consuelo Nasser, as mães podem permanecer 1 ano com seus filhos, na própria cela que ocupa, onde é colocado 1 berço. Existe um projeto para a construção de berçário. Quanto aos projetos destinados à mulher presa, concentramos especialmente aqueles voltados à saúde (programas de prevenção, câncer de mama), e eventualmente cursos (confeitaria, salgadeira, bijuteria) de curto prazo. No próximo mês daremos início a um projeto de psicologia voltado às mães 16

17 encarceradas que estão grávidas, no sentido de esclarecer acerca dos desdobramentos da gravidez e das mudanças que ocorrem. Ações de atenção básica à saúde: o Controle de Tuberculose: Orientação realizada com doentes no sentido de prevenir e tratar corretamente a doença. o Controle de hipertensão e diabetes: Realizado diariamente com controle de PA e administração de medicação, diabéticos e hipertensos, recebem dieta específica elaborada por nutricionista. o Dermatologia Sanitária: São realizados tratamentos de Hanseníase, pediculose, escabiose, micoses doenças mais comuns entre a população carcerária. Através do agente de saúde são feitos os tratamentos, à prevenção e palestras para ensinar os cuidados básicos de higiene. o Saúde Bucal: Atendimento odontológico. o Saúde da Mulher: Objetivo de prevenir e atender a mulheres com algum tipo de DST, colhendo prevenção e realizando mamografias. As reeducandas Soro positivo são disponibilizadas tratamento no HDT. o Imunização: Campanha de Vacinação com todas as vacinas para a população carcerária. Parcerias com Escola Técnica de Enfermagem possibilitando a aplicação das mesmas. Qualificação: O Projeto de Qualificação Profissional do Reeducando 2006, financiado pelo Ministério da Justiça - Departamento Penitenciário Nacional, que se encontra em fase de execução, contempla a qualificação de 17 dezessete reeducandas do Centro de Inserção Social Consuelo Nasser, com curso de costura industrial. Empregabilidade: Em abril de 2007, apresentamos ao Ministério da Justiça o projeto Maria Marias, que contempla ações voltadas para empregabilidade da mulher encarcerada e inserção no mercado. Estamos aguardando ajustes no Projeto com vistas à realização do diagnóstico que será feito pelo Sistema S. 17

18 As ações desenvolvidas intersetorialmente e através de parcerias que visam a reinserção das presas são as abaixo relacionadas: Reintegração Social: o Doação: as reeducandas gestantes recebem apóio através de doação de enxovais e leite por voluntários; o Curso de Qualificação Profissional: são oferecidas as reeducandas cursos de: pedraria; salgadeira e cabeleireira (em fase de implantação); o Oficina Digital: através de parceria com o Comitê de Democratização da Informática CDI e a Gerência de Assistência Educacional e Profissional são oferecidos cursos de informática às presas do Centro de Inserção Social Consuelo Nasser; o Alfabetização, BB Educar e Vaga-Lume: erradicação do analfabetismo na população carcerária feminina. No Centro de Inserção Social Consuelo Nasser, apenas 10 reeducandas estão no Projeto, vez que as demais foram todas alfabetizadas; o Curso de Extensão em Teologia: através de parceria com o Ministério Fama e a Gerência de Assistência Educacional e Profissional são oferecidos cursos de teologia para as presas que concluíram o 2º grau; o Curso de Inglês: curso de inglês em nível iniciante, através de parceria com o Instituto Chicago de Idiomas; o Assistência à Saúde da Mulher: são realizadas campanhas de Exames Ginecológicos, Hanseníase, Tuberculose e Tosse, quinzenalmente são ministradas palestras sobre DST em parceria do Hospital de Doenças Tropicais. o Qualidade na Saúde da Mulher: através de parceria com a Faculdade Padrão e a Gerência de Assistência à Saúde, houve a criação da primeira Clinica Escola dentro do Sistema Penitenciário. Os alunos dos dois últimos anos de enfermagem, fisioterapia e biomedicina da Faculdade Padrão, fazem atendimento através de estágios supervisionados, das 7:00 h às 17:00h; 18

19 o Comemoração do Dia das Mães: são confeccionadas maçãs do amor, para que sejam presenteadas pelos filhos(as) às mães no seu dia; o Comemoração do Dia Internacional da Mulher: neste dia são dispensadas às presas o O Dia da Beleza, a perfumaria O Boticário é parceiro nesta ação. o Comemoração do Dia da Criança: através de várias parcerias, no Dia da Criança é montado um circo para apresentações de palhaços, Charles Chaplin, teatro, recreação com a equipe da Agência de Cultura, mesa temática com bolo, doces, picolé, cachorro quente e doação de brinquedos; o Casamento Comunitário: 70 casais tiveram a oportunidade de regularizar sua situação civil, sendo que 5 noivas eram presas do Centro de Inserção Social Consuelo Nasser. Através de parcerias foram cedidos os vestidos de noivas; o Casamento coletivo realizado no Centro de Inserção Social Consuelo Nasser. Batismo: cerca de 90% da população carcerária feminina são da religião evangélica. Recentemente foi realizado o batismo pela Igreja Evangélica. o Auxílio Reclusão: através de parceria com o INSS, são feitos atendimentos direcionados para concessão do auxilio-reclusão. 19

20 Produção Industrial: cada presa recebe um berço para que seja colocado na cela, para acomodar a criança. MARANHÃO Número de estabelecimentos penais existentes no Estado do Maranhão exclusivos para mulheres: TIPO DE ESTABELECIMENTO QUANT. Penitenciária 1 Colônia Agrícola, Industrial ou Similar 0 Casa do Albergado 0 Centro de Observação Criminológica e Triagem 0 Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico 0 Cadeia Pública 0 Total 1 Nos demais estabelecimentos penais masculinos existem 43 vagas, sendo 4 vagas na CCPJ de Caxias; 7 na CCPJ Imperatriz; 20 no Centro de Ressocialização de Pedreiras; 12 no Centro de Ressocialização de Timon. Na unidade feminina existe um berçário com vaga para 6 bebês, os quais permanecem com suas mães até o sexto mês. Em conjunto com entidades religiosas são promovidos cursos como: bijuterias, pintura em tecidos, biscuit, etc. Em conjunto com a Secretaria de Estado da Mulher, existe projeto de criação de uma Casa do Albergado Feminina com recursos federais. Outro objetivo da Sesec é promover um curso de capacitação específico para os agentes que atuam na custódia das mulheres. 20

21 MATO GROSSO Quantidade de estabelecimentos penais existentes no Estado exclusivos para mulheres: Tipo de Estabelecimento Quantidade Penitenciária 1 Colônia Agrícola, Industrial ou Similar - Casa do Albergado - Centro de Observação Criminológica e Triagem - Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico - Cadeia Pública - Total 1 A Penitenciária Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, projetada para a custódia de presas para o cumprimento do regime fechado, entretanto possui presas de todos os regimes, inclusive provisórias. Este Estabelecimento tem capacidade para custodiar 180 mulheres, e atualmente se encontra com 204 presas. Dessas, 49 são condenadas a cumprimento em regime fechado. Existem alas adaptadas para mulheres em Cadeias Públicas, destinando 45 celas para esse gênero, com capacidade para abrigar 246 presas. Projeto Pupituti parceira entre a Saju e a Empresa Pupituti, implantado na Penitenciária Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, pelo qual 15 presas foram capacitadas para confeccionarem bonecas. São remuneradas com 50% do valor auferido com a venda dos produtos. Há encomendas da Arábia Saudita, Alemanha, França, Itália, Espanha e Portugal, além dos estados de Goiás, Distrito Federal e São Paulo. Em 2008, há previsão de ampliação para 25 postos de trabalho. Projeto Educação e Saúde para a Mulher - a Saju firmou parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, para que sejam ministradas palestras na Penitenciária Ana Maria do Couto May, nas áreas de sexualidade, saúde mental, direitos da mulher, violência doméstica e boas maneiras, vida e saúde. Desde 2007 mais de 200 mulheres foram contempladas pelo Projeto. Projeto Mc Dia Feliz, parceria firmada com o McDonald s pelo qual no dia da criança, os filhos das presas são recebidos na Penitenciária Ana Maria do Couto 21

22 May para passar o dia com suas mães, e o McDonald s fornece decoração e alimentação para as mães e crianças. Projeto Se Menina firmando com Secretaria Municipal de Cultura e a Saju, visa trabalhar a cultura, a história, a arte, o autoconhecimento pelo qual beneficia 30 presas. Em dezembro de 2007, 10 presas que integravam o Grupo de Dança Cururu e Siriri, saíram em liberdade e continuam realizando apresentações, gerando empregabilidade e renda para as mesmas. Projeto Ampliação das Oficinas Produtivas na Penitenciária Ana Maria do Couto May, visa implantar novas oficinas de trabalho e implementar melhorias nas existentes, tais como, fraldas e absorventes, costura, salgados, estética (salão de beleza). Beneficia atualmente 92 presas. A Saju firmou convênio com a Rede Cemat, empresa concessionária de energia elétrica, no qual 20 presas participaram até setembro de 2007, na confecção de uniformes para os eletricitários e as terceirizadas. O curso de capacitação foi ministrado pela Setec Secretaria de Trabalho, Emprego e Cidadania do Estado de Mato Grosso. As máquinas de costura foram doadas para a Penitenciária Ana Maria do Couto May. Estão sendo desenvolvidas ações para a renovação desse convênio. Não existem presas custodiadas em delegacias da Polícia Civil. Apenas a Penitenciária Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, possui creche e berçário com 5 berços e 1 cama e capacidade de abrigar 20 crianças. Durante o dia, as crianças permanecem na creche e berçário e passam a noite com as mães em celas separadas das demais. 22

23 Fábrica de uniformes instalada na Penitenciária Ana Maria Couto May. Atualmente, exitem 6 gestantes na Penitenciária Ana Maria do Couto May e na creche estão sendo atendidas 10 crianças. As gestantes das Cadeias Públicas (independente se condenadas ou não), a partir do quinto mês de gestação são transferidas para a Penitenciária Ana Maria do Couto May. As crianças ficam com as mães, nas unidades penais, até os 2 anos de idade. A Penitenciária Feminina de Cuiabá oferece cursos de costura, culinária, cabeleireira, manicura e pedicura, salgados, fábrica de bonecas, etc. Para as mulheres da penitenciária feminina freqüentemente são oferecidas palestras de prevenção sobre câncer de mama, colo de útero, DSTs; assim como são realizados exames de papanicolau. As palestras são realizadas pela própria equipe da penitenciária e equipe de saúde. 23

24 MATO GROSSO DO SUL Quantidade de estabelecimentos penais existentes no Estado exclusivos para mulheres: Tipo de Estabelecimento Quantidade Penitenciária 1 Colônia Agrícola, Industrial ou Similar 0 Casa do Albergado 2 Centro de Observação Criminológica e Triagem - Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico - Cadeia Pública (Presídio) 6 Total 9 Apenas o Estabelecimento Penal Feminino Irmã Irma Zorzi, localizado em Campo Grande/MS dispõe de creche e berçário com 15 vagas e atualmente abriga 6 bebês. As mães podem permanecer com seus filhos até 2 anos após o nascimento. Existem projetos destinados à integração da mulher presa, na área de qualificação profissional, exposições de artesanato, teatro, coral, programa de saúde da mulher, DST/AIDS, Pré-Natal, controle de diabetes e hipertensão. No ano de 2007, foram capacitadas 100% das mulheres do regime semi-aberto, aberto e as que alcançaram o livramento condicional, da capital, nas áreas de inclusão digital, estética, embelezamento, manicuro e pedicuro, em convênio com Funtrab Fundação do Trabalho e Qualificação Profissional e a Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres. O Governo do Estado disponibilizou recursos financeiros para que as presas montassem oficinas de trabalho próprias para iniciarem na profissão. I e II Congresso Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres foi realizado em Campo Grande, no ano de 2007, englobando discussões acerca da problemática penal feminina e reinvindicações das apenadas do sistema penitenciário local. Participaram do evento representantes do Poder Judiciário, Poder Executivo, dos negros, dos índios, 20 presas, entre outros. No Congresso Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres, realizado em Brasília, em 2007, participaram 2 delegadas (representantes das presas) que 24

25 foram acompanhadas pela Delegação do Estado do Mato Grosso do Sul, para expor as reinvindicações da população encarcerada do Estado. Um dos resultados efetivos das oficinas realizadas, foi a elaboração pela Defensoria Pública de um Projeto de Mutirão para realizar assistência jurídica para o público feminino. MINAS GERAIS O Estado de Minas Gerais possui 3 estabelecimentos penais exclusivos para mulheres, os quais disponibilizam 308 vagas, são eles: Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte e Presídios José Abranches Gonçalves e o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional Centrosul, estes localizados na região metropolitana. O primeiro estabelecimento penal é destinado ao regime fechado, semi-aberto e aberto e os dois últimos para o regime fechado. 478 vagas são disponibilizadas em 20 unidades penais em alas adaptadas em unidades masculinas. Nos 3 hospitais de custódia e tratamento penal também são ofertadas vagas para mulheres. Apenas o Complexo Penitenciário Feminino possui creche e berçário para os filhos das presas, num total de 20 vagas adequadas, porém insuficientes às necessidades atuais, sendo que os filhos permanecem até 1 ano de idade com a mãe. 25

26 Berçário O Programa de Reintegração Social de Egressos do Sistema Prisional visa o atendimento também da mulheres egressas, prestando assistência e orientação as mesmas. Há um projeto para criação do Centro de Referência da Gestante Privada de Liberdade Anexo Creche já aprovado pelo DEPEN, com previsão de ser construída no terreno do Presídio Feminino José Abranches Gonçalves, em Ribeirão das Neves, que atenderá a 100 gestantes privadas de liberdade. PARÁ A Superintendência possui apenas um estabelecimento penal exclusivo para mulheres. O Centro de Reeducação Feminino tem capacidade de 204 vagas, mas atualmente abriga 229 presas. Nos demais estabelecimentos penais não existe uma capacidade específica de vagas para mulheres. Segundo informações da SUSIPE, disponibiliza-se vaga de acordo com a demanda. Nenhum estabelecimento penal dispõe de creches e berçários. Porém há previsão de construção de um berçário na Casa de Reeducação Feminina de Ananindeua fruto de convênio com DEPEN, no valor de R$ ,61 26

27 (seiscentos e noventa e três mil, setecentos e oitenta e um reais e sessenta e um centavos) cuja contrapartida do estado é de 10%. Projetos destinados à integração da mulher presa: o PROJETO PINTANDO A LIBERDADE Parceria firmada entre o Governo Federal através do Ministério do Esporte, a Secretaria de Esporte e Lazer SEEL e a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará SUSIPE. São confeccionadas camisetas e shorts, as internas selecionadas passam por um período de capacitação e treinamento realizados por profissionais qualificados que trabalham na fábrica de costura e serigrafia. Mão-de-obra utilizada: 40 internas, na maioria sentenciadas, as provisórias somente são utilizadas quando aquelas não comportam a demanda. o PROJETO DE DESCASQUE DE ALHO Parceria firmada entre a unidade empresarial Tapajós e a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará. O trabalho é desenvolvido por 40 presas. Nesta atividade se utiliza mão-de-obra das internas provisórias. o LIXAMENTO DE MÓVEIS Projeto em fase inicial de implantação. 15 internas são beneficiadas. 27

28 o PROJETO DE ARTESANATO Objetiva a confecção de trabalhos manuais, tais como tapetes, ursinhos, bichinhos diversos. O trabalho é realizado tanto pelas internas sentenciadas como as provisórias. Número de internas: livre, visto à facilidade para fabricação, que pode ocorrer nas próprias celas. o SERVIÇOS GERAIS 09 internas são responsáveis pela limpeza e manutenção da Casa Penal, com exceção na parte interna das celas, as quais são de responsabilidade das presas que ocupam as mesmas. o COZINHA 14 internas trabalham nos afazeres e na elaboração de alimentos e limpeza da cozinha penitenciária. o OFICINAS DE BISCUIT E EMBALAGENS 10 internas participam das oficinas realizadas com a parceria de voluntários, que ministram as oficinas e se responsabilizam pela doação de matéria prima. o BIBLIOTECA a biblioteca funciona de segunda a sexta-feira e atende cerca de 80 pedidos mensais. A grande maioria dos livros é proveniente de doações e pela Fundação Tancredo Neves. o ASSISTÊNCIA RELIGIOSA a assistência religiosa ocupa um papel relevante na educação da presa. Há uma participação voluntária e sistemática de diversas entidades religiosas que desenvolvem essas atividades. Dentre elas: Igreja Católica, Assembléia de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus e Igreja Batista. 28

29 PARANÁ O estado do Paraná possui 2 estabelecimentos exclusivamente femininos, os quais disponibilizam 448 vagas, são eles: Penitenciária Feminina do Paraná PFP e Centro de Regime Semi-Aberto Feminino de Curitiba CRAF. O primeiro estabelecimento penal é destinado ao regime fechado e o último é destinado ao regime semi-aberto. Não há estabelecimento para o cumprimento do regime aberto. Há no Complexo Médico Penal - CMP, uma ala exclusiva com 45 vagas para presas, sendo 30 vagas para cumprimento de medida de segurança. A Penitenciária Feminina do Paraná tem capacidade para atender 342 presas e oferece canteiros de trabalho para 55% da população encarcerada. A unidade possui uma creche composta de dormitórios, área de lazer, brinquedos, jardim, playground, com capacidade para 40 crianças e um berçário com capacidade para 12 crianças. O Centro de Regime Semi-Aberto Feminino tem capacidade para atender 106 presas, possuindo lotação média de 100 presas, das quais 70% emprega sua mãode-obra em atividades de manutenção, artesanato e prestação de serviços nos 15 canteiros de trabalho existentes. A referida unidade dispõe de berçário, com capacidade para atender 5 crianças. Nas unidades com creches e berçários, a criança pode permanecer com a mãe por período integral até os seis meses de vida. Dos 6 meses aos 6 anos, a criança permanece com a mãe durante 13,5h por dia. Existem vários projetos que visam a ressocialização da mulher presa, bem como a inclusão das mesmas no mercado de trabalho, entre eles: educação formal (ensino fundamental e médio), trabalho em empresas e cursos profissionalizantes em parceria com instituições (ONG s, PROVOPAR, SENAR, SENAI, etc) de: manicuro, pedicuro, cabeleireira, panificação, conservação de alimentos e fabricação de conservas, corte e costura etc. 29

30 Berçário na Penitenciária Feminina do Paraná PFP. PARAÍBA O Estado da Paraíba possui 2 estabelecimentos penais exclusivos para mulheres, são eles: o Centro de Reeducação Feminino Maria Julia Maranhão. Neste estabelecimento existem 16 celas com capacidade para 8 presas cada uma. Porém, atualmente existem em média 15 presas em cada cela. o Penitenciária Regional Feminina de Campina Grande. Existem alas adaptadas em 4 penitenciárias, 1 colônia agrícola e disponibilidades de vagas para mulheres em 62 cadeias públicas. Nenhum estabelecimento penal feminino da Paraíba dispõe de creches e berçários. As crianças e gestantes ficam em celas improvisadas e separadas. As crianças permanecem com as presas por um período máximo de 6 meses. PERNAMBUCO Analisando o perfil sócio-demográfico da população carcerária de Pernambuco verifica-se que ela é eminentemente masculina. Em 2006, as prisões do Estado contabilizavam homens (95,7%) e 679 (4,3%) mulheres. Apesar do grande número de presos do sexo masculino, é importante ressaltar que a proporção de mulheres foi sensivelmente superior à média nacional, que para o ano de 2006 foi de 3,6%. 30

31 Estabelecimentos penais exclusivos para mulheres: TIPO DE ESTABELECIMENTO QUANT. Penitenciária 0 Colônia Agrícola, Industrial ou Similar 2 Casa do Albergado 0 Centro de Observação Criminológica e Triagem 0 Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico 1* Cadeia Pública 1 Total 3 *Obs: Unidade mista. Existem mulheres custodiadas em 08 cadeias públicas, as quais também abrigam população carcerária masculina. Nenhum estabelecimento penal feminino possui creche ou berçário, porém, está em fase de construção um berçário na Colônia Penal Feminina do Recife que prevê a criação de 20 vagas. Em regra, as mães podem permanecer com seus filhos durante 6 meses após o nascimento. Em casos excepcionais poderá perdurar por tempo indeterminado. A SERES, através de parcerias com o Banco do Brasil/SESI, desenvolveu os seguintes projetos: a. Cozinha Escola 30 Reeducandas participaram do curso de Formação de Cozinheiras no ano de 2005; b. Implantação do Tele Centro de Informática 80 Reeducandas participaram de curso de digitação e informática básica no ano de 2006; c. Projeto NEON - 30 reeducandas e seus filhos serão beneficiados com a construção de uma creche em parceria com a iniciativa privada, no ano de 2007; d. Projeto Salão de beleza ZUZU ANGEL - 30 reeducandas participaram de curso de formação de cabeleireiras no ano de Com relação à assistência laboral oferecida à mulher presa, foram firmadas as seguintes parcerias: EMPRESA NATUREZA Nº DE PRESAS PRODUÇÃO INDAPOL PRIVADA 25 EMBALAGEM DE FORMAS DE PAPEL ZUMMI PRIVADA 54 MONTAGEM DE RODAS DE BICICLETA GRAMPLAST PRIVADA 19 MONTAGEM DE DESCARGA TJPE INSTITUCIONAL 11 CONFECÇÃO DE TOGAS 31

32 SEC. DE SAÚDE DE OLINDA INSTITUCIONAL 11 FARDAMENTOS HOSPITAL SÃO MARCOS PRIVADA 11 FARDAMENTOS ACETEX PRIVADA 01 MODA FEMININA DIGNIDART ONG 05 ARTESANATO Presas da Colônia Penal Feminina Bom Pastor que trabalham na confecção de uniformes e fardamentos institucionais. Ainda podemos citar os projetos que tramitam no DEPEN conforme quadro abaixo: Qtd N Processo Objeto Valor DEPEN R$ Situação* / Capacitação Profissional pela Técnica de Bijuterias 6.741,32 Em análise / Projeto de Inclusão: Capacitação Profissional em Corte e Costura ,79 Em análise * Situação em 30 de agosto de As presas também executam trabalhos artesanais. 32

33 Artesanatos produzidos pelas presas da Colônia Penal Feminina de Garanhuns. PIAUÍ Número de estabelecimentos penais existentes no Estado do Piauí exclusivos para mulheres: Tipo de estabelecimento Quant. Penitenciária 2 Colônia Agrícola, Industrial ou Similar 0 Casa do Albergado 0 Centro de Observação Criminológica e Triagem 0 Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico 0 Cadeia Pública 0 Total 2 Num dos estabelecimentos penais masculinos existem 24 vagas, em 12 celas, disponíveis para mulheres, que hoje abriga 11 presas. Não existem berçários nas unidades penais. Os bebês ficam com as mães nas próprias celas durante o período de amamentação. 33

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35 RIO DE JANEIRO O Estado do Rio de Janeiro possui 03 (três) estabelecimentos penais exclusivos para mulheres, são eles: Penitenciária Joaquim Ferreira de Souza, Penitenciária Talavera Bruce e Presídio Nelson Hungria. As três Unidades Femininas, além da Unidade Materno-Infantil, contam com equipe multidisciplinar que direcionam suas ações pelas especificidades inerentes ao gênero feminino. Duas possuem escola e na terceira está prevista a construção. Todas as unidades possuem Salas de Leitura. Segundo informações da SEAP-RJ não existem alas adaptadas para a custódia de mulheres presas em outros estabelecimentos penais. Em 11(onze) unidades masculinas, em dias de visita íntima, uma ala é reservada às mulheres presas que realizam esse tipo de visita aos seus companheiros, maridos ou namorados. Existe uma unidade própria para abrigar os recém nascidos, que é a Unidade Materno Infantil, independente de qualquer Estabelecimento Penal, subordinado diretamente à Coordenação de Serviço Social da Subsecretaria Adjunta de Tratamento. Os filhos das presas do Sistema Penitenciário, permanecem nesta unidade até os 06 (seis) meses de idade, após são levadas pelos familiares das mães ou encaminhadas ao Juizado de Menores. Padaria da Penitenciária Talavera Bruce 35

36 Penitenciária Talavera Bruce: o Com capacidade para 320(trezentos e vinte) apenadas. Sua disposição física dispõe de diversos tipos de acomodações, para o efetivo carcerário: galerias com celas individuais, alojamentos coletivos (capacidade de vinte) e celas coletivas (capacidade média de cinco). o A unidade dispõe de local para recebimento de visitação íntima, escola estadual de ensino regular que contempla desde a alfabetização até o ensino médio, diversas oficinas de trabalho remunerado tais como costura, padaria, horta hidropônica, setor de cozinha, confecção de fralda descartável e auxiliar de escritório. o Existe um jornal das internas, estilo tablóide, com tiragem de exemplares, denominado Só Isso, que é fornecido a diversos segmentos da sociedade. o O Espaço Cultural Mãos à Arte é uma oficina onde as internas laboram em atividades artesanais. o Foi inaugurado em Novembro do ano passado um templo evangélico com capacidade para até trezentas pessoas sentadas. o As internas têm possibilidade de estudarem em pré-vestibular, de órgão estatal da área de ensino. o Cursos diversos são ministrados no decorrer da semana: biscuit, decopagem, bijuterias, pintura em tela, inserção digital, dança de salão e teatro, além de curso profissionalizante de corte, costura e modelagem patrocinado pela Petrobrás. o Espaço de sala de leitura e biblioteca com uma boa diversidade de títulos. Assistência religiosa do Kardecismo, Católicos e Evangélicos. Visitações por parte da família em local próprio que ocorrem todas as quartas-feiras, sábados e domingos. Visita íntima e de pátio entre internos(parentes/ companheiros) que ocorrem 36

37 quinzenalmente na unidade masculina, de origem do interno visitado. Local específico para isolamento seguro/castigo. Confecção de roupas na Penitenciária Feminina Talavera Bruce (Projeto Premiado pela Petrobrás) Presídio Nelson Hungria: o Com capacidade para 500 presas. A unidade está dividida em 11 celas coletivas. o Possui projetos de instalação de um Salão de Cabeleireiro Escola, de laboratório de informática e oficina de artesanato para cursos. Presas construindo escola no Presídio Feminino Nelson Hungria. 37

38 RIO GRANDE DO NORTE No Estado do Rio Grande do Norte não existem estabelecimentos penais exclusivos para mulheres, somente, alas femininas nas seguintes unidades: Complexo Penal Dr. João Chaves, Penitenciária Estadual do Seridó e Centro de Detenção Provisória da Zona Norte. Nenhum estabelecimento penal dispõe de creche ou berçário. Os bebês ficam com as mães nas próprias celas até o sexto mês de idade. Na reforma da ala feminina do Complexo Penal Drº João Chaves está prevista a construção de um berçário para abrigar os filhos das presas. É feito um acompanhamento pela assistente social da Sejuc aos filhos das presas, auxiliando na inclusão dos mesmos em programas assistenciais do governo. Na ala feminina do Complexo Penal Drº João Chaves, através de parcerias, são desenvolvidos regularmente cursos de malharia, confecção de bolsas, tapetes, bijuterias, bordado em tecidos, etc, com realização de desfiles para apresentar a produção à comunidade. 38

39 RIO GRANDE DO SUL O Estado do Rio Grande do Sul possui 3 estabelecimentos penais exclusivos para mulheres, são eles: Penitenciária Feminina Madre Pelletier, Anexo da Penitenciária Modulada de Charqueadas, chamado de Normelina Muniz, e Albergue Feminino. O primeiro para o regime fechado e os dois últimos para os regimes semiaberto e aberto. Dois destes estão localizados em Porto Alegre. No interior, as mulheres cumprem pena em celas específicas, em alas adaptadas em unidades masculinas. Somente a Penitenciária Feminina Madre Pelletier possui creches e berçários para os filhos das apenadas, os quais permanecem até os três anos de idade com a mãe. Reeducanda com suas filhas na Festa do Dia das Crianças Na Penitenciária Feminina Madre Pelletier é proporcionada atividade laboral para aproximadamente 72% da população carcerária. Promove, inclusive, convênio com o IPA Instituto Metodista de Porto Alegre, oferecendo ensino 39

40 superior nas áreas de serviço social para as reeducandas e as agentes penitenciárias. Reeducandas prestando trabalho laboral na cozinha da Penitenciária Feminina Segundo dados da SUSEPE, o número de presas no Rio Grande do Sul é de (56% desse total está localizado na região metropolitana de Porto Alegre). Casa Albergue Feminino 64 vagas Regime Aberto e Semi-aberto Penitenciária Madre Pelletier 235 vagas Regime Fechado Anexo da Penitenciária Madre Pelletier para Regimes Aberto e Semi-aberto 106 vagas RONDÔNIA No Estado de Rondônia, existem 3 estabelecimentos exclusivos femininos, a Penitenciária Feminina de Porto Velho, a Casa de Albergado em Porto Velho e a Casa de Albergado Feminino de Guajará-Mirim. Em janeiro de 2008, a população da Penitenciária Feminina era de 136 mulheres. 40

41 Nas Unidades destinadas apenas ao público masculino, existem celas separadas para mulheres. Abaixo relação de Unidades Prisionais masculinas onde existem mulheres presas: Município Unidade Prisional Número de mulheres presas Ariquemes Casa de Detenção de Ariquemes 42 Cacoal Casa de Detenção de Cacoal 6 Jaru Casa de Detenção de Jaru 6 Ji-Paraná Penitenciária Regional Agenor Martins de Carvalho 9 Ouro Preto Casa de Detenção de Ouro Preto 2 Pimenta Bueno Casa de Detenção de Pimenta Bueno 3 Rolim de Moura Penitenciária Regional de Rolim de Moura 3 Vilhena Casa de Detenção de Vilhena 24 Alta Floresta Casa de Detenção de Alta Floresta 3 Colorado Casa de Detenção de Colorado 3 Cerejeiras Casa de Detenção de Cerejeiras 1 Espigão d Oeste Casa de Detenção de Espigão d Oeste 1 Alvorada d Oeste Casa de Detenção de Alvorada d Oeste 1 Costa Marques Casa de Detenção de Costa Marques 4 São Miguel Casa de Detenção de São Miguel 5 Total 113 A Penitenciária Estadual Feminina de Porto Velho possui 13 leitos para gestantes, que também funciona como berçário. Após o parto, as presas podem permanecer até 6 meses com os seus filhos. O Juiz da Execução determinou esse prazo, e acaso a família não venha apanhar o bebê, ele permanece sob a responsabilidade do Conselho Tutelar e somente é entregue a adoção se a genitora manifestar concordância. O espaço físico da Penitenciária Estadual Feminina de Porto Velho é reduzido, não comportando espaços adequados para a realização de atividades lúdicas, educacionais e culturais. No Albergue Feminino de Porto Velho, atualmente cumprem pena mulheres do regime semi-aberto. As presas do regime aberto, por força de determinação judicial do Juiz da Vara de Execuções, cumprem pena em prisão domiciliar. 41