Comerçio exterior. Balança comercial positiva nas ilhas. Importações e exportações (em bilhões de US$)

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1 Comerçio exterior O Comerçio exterior do espaço Caribe 1 representou em 2001 mais de 297 bilhões de dólares 2 em importações e mais de 290 bilhões em exportações, o que indica uma balança comercial deficitária em mais de 7 bilhões. Em 2001, as importações se mantiveram estáveis, com aumento de menos de 78% em relação a As exportações abaixaram em 2% em relação a 2000 e acumulam 79% de aumento em seis anos. As Ilhas do Caribe importaram mais de 63 bilhões e exportaram mais de 66 bilhões, com um saldo positivo de mais de 2 bilhões em Suas importações aumentaram em 3% em um ano e em mais de 43% em 6 anos. Suas exportações decolaram, aumentando em 14 e 53%, respectivamente. As ilhas do Caribe representaram 21% das importações e 23% das exportações da região em Balança comercial positiva nas ilhas Importações e exportações (em bilhões de US$) Importações CIF Exportações FOB Espaço Caribe 167,1 296,7 297,2 165,1 295,9 290,1 Îles de la Caraïbe 43,0 61,6 63,5 38,0 58,0 66,0 Fonte : Banco de dados Comtrade da Organização das Nações Unidas, DNSCE, Insee, Government Development Bank for Puerto Rico Dois países concentram a grande maioria das trocas... Em 2001, o México e Porto Rico juntos foram responsáveis por mais de 66% das importações do espaço Caribe, cerca de 198 bilhões de dólares, e por 71% das exportações, aproximadamente 205 bilhões. O restante é dividido entre os outros Estados da central e do sul, com 22% das importações e 23% das exportações, e as demais ilhas do Caribe, com 12% das importações e 6% das exportações. 1 Não há dados disponíveis para as Ilhas Virgens americanas Panorama do espaço Caribe

2 O México e Porto Rico animam o comerçio exterior da região Importações segundo o país de destino E exportações segundo o país de origem em 2001 (%) I mpor tações Expor tações Outras ilhas do Caribe 12 % Outros países continentais 12 % Outras ilhas do Caribe Outros países 6 % continentais 8 % Colômbia 4 % 6 % Porto Rico 10 % Méx i co 56 % Colômbia 5 % 10 % Porto Rico 16 % Méx i co 55 % 2 Dólar americano (US$) As importações do México e de Porto Rico cresceram cerca de 15 pontos percentuais em seis anos, apesar de terem retrocedido ligeiramente entre 2000 e A evolução do Comerçio do México explica esta alta: ele aumentou em cerca de 101 bilhões de dólares, dos quais 64% são referentes a trocas com os Estados Unidos. No mesmo período, a participação das exportações desses dois países aumentou em mais de oito pontos: o México lidera este crescimento com um aumento de mais de 79 bilhões, sendo 91% das suas trocas com seu vizinho do norte. O Acordo de Livre Comerçio Norte-americano (North American Free Trade Agreement NAFTA), instituído em 1992 entre os Estados Unidos, o Canadá e o México, permitiu o crescimento das trocas comerciais ao eliminar as barreiras alfandegárias. O México e os Estados Unidos trocam, principalmente, máquinas e materiais de transporte (52% das importações e 59% das exportações). Porto Rico, com seu estatuto particular, exporta essencialmente produtos farmacêuticos e químicos de alto valor agregado, o que explica o excedente estrutural de seu saldo comercial. A importância da malha industrial (43% do PIB de Porto Rico e 27% do PIB do México têm origem no setor secundário) dos dois Estados explica em grande parte sua importância no espaço Caribe. Panorama do espaço Caribe - 191

3 Ao lado destes dois gigantes, os outros Estados continentais são responsáveis por quase um quarto das trocas da região. Apesar do crescimento do volume total, sua participação caiu frente ao México e a Porto Rico. A maioria dos Estados e territórios do espaço Caribe exporta pouco. Somente oito países tiveram uma balança comercial positiva em 2001: Aruba (878 milhões), Colômbia (2.594), Trinidad e Tobago (1.892) e Venezuela (11.400) em função do setor de hidrocarbonetos, Guiana (133) e Suriname (88), graças ao setor de mineração (alumínio e ouro), Porto Rico (17.800), com produtos farmacêuticos e químicos, e finalmente a Costa Rica (908), com um perfil de exportações relativamente diversificado (bananas, equipamentos eletrônicos etc.). E dois outros concentram as trocas das ilhas do Caribe. Em 2001, Porto Rico e a República dominicana juntos foram responsáveis por menos de 58% das importações, cerca de 37 bilhões de dólares, e por 78% das exportações, aproximadamente 52 bilhões. Estas proporções aumentaram desde 1995 em três e cinco pontos respectivamente. Depois dessas duas ilhas, os Estados e territórios que mais importaram em 2001 foram as Antilhas holandesas (6%), Trinidad e Tobago, as Bahamas e a Jamaica (5%). Os que mais exportaram foram Trinidad e Tobago (8%), as Antilhas holandesas, a Jamaica e Aruba (2%). Um indicador de especialização econômica : os fluxos por habitante O volume e o valor das importações e exportações de um Estado são ligados ao seu tamanho. Parece normal que o México tenha um Comerçio maior do que Montserrat. Quando relacionados com a população, estes fluxos podem também realçar a especificidade econômica do país. Os Estados e territórios com maior valor de importações por habitante são as Ilhas Caiman ( dólares por habitante), as Ilhas Virgens britânicas (29.995), as Bermudas (29.188), as Antilhas holandesas (16.962) e as Bahamas (9.663). Em 2001, eles importaram de duas a três vezes mais do que em Todos esses países orientaram uma grande parte de sua economia para o turismo de luxo. Isso significa que eles devem importar para satisfazer uma clientela exigente, o que desequilibra sua balança comercial (as Ilhas Caiman tiveram um déficit de mais de um bilhão e meio de dólares em 2001). No entanto, a riqueza gerada permite que seus PIBs por habitante estejam entre os mais altos do espaço Caribe. Cada habitante do espaço Caribe importa em média dólares, enquanto que nas Panorama do espaço Caribe

4 Ilhas do Caribe, mais orientadas para o turismo gerador de divisas, cada habitante importa em média US dólares. Os Estados e territórios que têm importações por habitante entre e dólares satisfazem no mais das vezes somente as necessidades de consumo de sua população. É o caso das Antilhas francesas e da Guiana francesa. O Haiti importa cerca de 109 dólares por habitante, o menor valor do espaço Caribe. Cuba, que enfrenta o bloqueio econômico desde 1961, importa cerca de 211 dólares por habitante. A crise econômica recorrente e a pouca demanda por produtos de alto valor agregado limita o volume e o valor das importações desses dois Estados (essencialmente produtos alimentares e máquinas e materiais de transporte). Os Estados e territórios que exportam mercadorias com alto valor agregado têm taxas de exportação por habitante muito superiores à média. Muitos se destacam graças à exportação de produtos petrolíferos brutos ou refinados: Aruba (14.633), Porto Rico (12.226), as Antilhas holandesas (7.146), as ilhas Virgens britânicas (6.835) e Trinidad e Tobago (4.086). Estes países têm a particularidade de produzir e/ou refinar petróleo, com exceção de Porto Rico. A maioria dos outros países, sem recursos naturais, têm taxas próximas ou inferiores a 1.000, sem por isso terem perfis semelhantes. O Haiti exporta somente 37 dólares por habitante, em função do baixo valor de seus produtos de exportação (principalmente confecção) e de sua grande população. O incontornável parceiro norte-americano Comerçio exterior O principal parceiro comercial do espaço Caribe é, de longe, os Estados Unidos, com cerca de 55% das importações, ou quase 162 bilhões, e cerca de 77% das exportações, ou mais de 223 bilhões. Os Estados Unidos têm um déficit de menos de 61 bilhões de dólares com o Caribe, especialmente em função da compra de petróleo (México, Venezuela etc.). Ele é o principal fornecedor para 28 países da região e o principal cliente de 27. Panorama do espaço Caribe - 193

5 A Alemanha depois dos Estados Unidos Os principais parceiros do espaço Caribe em 2001 (em milhões de US$) D oz e pr i nci pai s for necedor es Doze principais clientes Estados U nidos Japão Alemanha Repúbl i ca da Cor ei a China França Itália Irlanda Brasil Canadá Espanha Estados U nidos Canadá Alemanha Reino U nido Espanha Japão França Antilhas neerlandeses Países Baixos República Dominica Guatemal a Fonte : Banco de dados Comtrade da Organização das Nações Unidas, DNSCE, Insee, Government Development Bank for Puerto Rico Os demais Estados dividem o restante. O Canadá, que assinou em 1986 o CARIBCAN com vários Estados da região, é o segundo cliente, com cerca de 3% das trocas, e o décimo-primeiro fornecedor, com menos de 2% das vendas em A Ásia é responsável por 17% das importações, mas por menos de 3% das exportações do espaço Caribe. Os países da União Européia exportam menos de 12% e importam menos de 7%, para o conjunto da bacia caribenha. São esses os principais parceiros após os Estados Unidos. A Guadalupe, a Martinica e a Guiana francesa concentram seu Comerçio com a França. Cuba não realiza nenhum Comerçio com os Estados Unidos em função do bloqueio econômico. Poucas trocas intra-caribenhas Em 2001, somente 7% das trocas foram realizadas entre Estados e territórios do Caribe, o que representou mais de 18 bilhões em importações e mais de 17 bilhões em exportações. No entanto, o espaço Caribe representa cerca de 18% das importações e 17% das exportações das ilhas do Caribe. Para certas ilhas, o Comerçio regional é importante: Granada e Santa Lúcia importam 40% das mercadorias do espaço Caribe, com destaque para os produtos petrolíferos de Trinidad e Tobago Panorama do espaço Caribe

6 Ainda os Estados Unidos Estrutura geográfica das trocas do espaço Caribe em 2001 (%) Oceania e outros 1 % Ásia 17 % 4 % Origem das importações União Européia 12 % Europa 2 % Espaço Caribe 7 % Oceania e outros 1 % Ásia 3 % 2 % Origem des exportações União Européia 7 % Europa 1 % Espaço Caribe 8 % do Norte 57 % do Norte 78 % Fonte : Banco de dados Comtrade da Organização das Nações Unidas, DNSCE, Insee Estes dois gráficos não incluem Porto Rico e da Venezuela. A aplicação das cláusulas que pretendem estabelecer tarifas comuns coloca dificuldades. Para os pequenos Estados, as tarifas alfandegárias chegam a compor mais de 50% de sua receita fiscal, o que limita a possibilidade da sua redução ou supressão nas trocas regionais ou com o restante do mundo. A abertura para o mundo O espaço Caribe apresentou uma taxa de cobertura das exportações pelas importações de 98% em As ilhas do Caribe apresentaram uma taxa superior, de 104%, graças a Porto Rico, cuja taxa foi de 161%. Os Estados petrolíferos tiveram as melhores taxas: Aruba (271%), Venezuela (165%) e Trinidad e Tobago (156%). A Guiana e o Suriname (com respectivamente 134% e 120%) também obtiveram taxas altas, em função das exportações de produtos de mineração. Pelo contrário, as taxas mais baixas (em torno de 10%) são características de países cuja balança comercial é desequilibrada por importações massivas: as Ilhas Caiman, Antigua e Barbuda e as Ilhas Turks e Caicos para satisfazer as demandas de um turismo de luxo, a Guadalupe e a Martinica para atender a um alto patamar de consumo interno. Panorama do espaço Caribe - 195

7 Os Estados e territórios do espaço Caribe têm uma estrutura econômica que os torna sensíveis às flutuações das trocas com o exterior: o grau de abertura para o exterior da região foi de 77% em 2001, mas de 91% para as ilhas. Quatorze países têm um grau superior a 100% do PIB ou muito próximo disso: o Suriname é o mais aberto, com 217%. Os mais fechados são Cuba (19%) e os três departamentos franceses da (cerca de 25%). Baixa contribuição do CARICOM % Trocas do espaço Caribe com as principais instituições regionais em 2001 Importações Exportações AEC ACP CARICOM OECS Fonte : Banco de dados Comtrade da Organização das Nações Unidas,DNSCE, Insee Este gráfico não inclui Porto Rico Panorama do espaço Caribe