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Copyright jan-fev 2015 do(s) autor(es). Publicado pela ESFA [on line] http://www.naturezaonline.com.br Cotarelli CM, Almeida NM (2015) (Benth.) H.S.Irwin & Barneby (Caesalpinioideae-Fabaceae). Natureza on line 13 (1): 45-49. Submetido em: 15/12/2014 Revisado em: 12/01/2015 Aceito em:10/02/2015 ISSN 1806 7409 (Benth.) H.S.Irwin & Barneby (Caesalpinioideae-Fabaceae) Florivory in Senna macranthera var. pudibunda (Benth.) H.S. Irwin & Barneby (Caesalpinioideae-Fabaceae) Vinícius M Cotarelli¹* e Natan M Almeida² 1. Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Ciências Agrárias, BR 407, Km 12, lote 543, Projeto de Irrigação Nilo Coelho - S/N C1, Petrolina, PE, Brasil, 56300-000; 2. Bolsista de Pós Doutorado em Botânica, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil. *Autor correspondente: vinus_bio@yahoo.com.br Resumo A florivoria é definida como qualquer tipo de dano nos botões florais ou flores. Este dano pode ser causado pelo consumo de peças florais estéreis ou reprodutivas, pela perfuração dessas estruturas para a oviposição ou abrigo, ou até mesmo pela sucção de elementos nutricionais. Esta interação pode levar a consequências negativas diretas e indiretas no sucesso reprodutivo das espécies vegetais. Objetivou-se avaliar as taxas de florivoria na espécie Senna macranthera var. pudibunda. Foram observados 3.156 botões e 88 flores de Senna macranthera var. pudibunda. Botões e flores que apresentaram danos nas estruturas estéreis (pétalas e sépalas) ou reprodutivas (estames e pistilos), ou presença de cochonilha foram considerados danificados. Observou-se a presença de coleópteros (besouros) e hemípteros (cochonilhas) nas flores desta espécie, os quais danificavam estruturas estéreis (pétalas) e reprodutivas (estames e pistilos). Para os botões o maior número foi de botões sem sinais de florivoria. A proporção de flores danificadas foi superior de forma significativa quando comparada a de botões danificados na população. Não houve diferenças nas proporções de botões e flores danificadas nos indivíduos com número diferenciado de botões e flores ( display ). Da mesma forma, estas proporções não se alteraram em indivíduos isolados ou agrupados. O maior número de flores predadas em relação ao número de botões com sinais de florivoria demonstra preferência dos herbívoros pelas mesmas. Contudo, o maior número de botões existentes na população em relação ao número de flores pode estar atuando como display, diminuindo assim as taxas de predação nos botões florais. Palavras-chaves: Herbivoria, besouros, cochonilhas, display floral. Abstract Florivory is defined as any structural damage in flowers and flower buds. The damage can be caused by predation of sterile or reproductive flower parts, by cutting those structures to oviposition or shelter, or suction of nutritional elements. This interaction can lead to negative consequences directly or indirectly in reproductive success of plant species. The aim of the work was evaluate the florivory rates in Senna macranthera var. pudibunda. Were sampled 3.156 buds and 88 flowers in Senna macranthera var. pudibunda. Buds and flowers that presented damage in sterile (petals and sepals) or reproductive structure (stamens and pistils), or presence of cochineal were considerate predated. The number of buds and flowers predated and not predates were compared (individual and population), buds and flowers predated (population) and buds and flowers not predated (population) by Chi square test. Senna macranthera var. pudibunda showed higher number of predated flowers. Coleoptera (beetles) and hemiptera (cochineal) were recorded on the flowers of this specie, which preyed the sterile structure (petals) and reproductive (stamens and pistils). The major number of flower buds observed didn t presented predation signs. The proportion of predated flowers was significantly higher than flower buds in the population. There was no difference on the proportion of flower and flower buds predated in individuals with different number of flowers and flower buds, in the same way, these proportions did not differ in isolated or grouped individuals. The higher number of predated flowers to predated flower buds evidences the herbivores preference to flowers. However, the higher number of flower buds sampled in the population in compared to flowers can be acting like display, decreasing the predation rates in flower buds. Keywords: Herbivory, beetles, cochineal, floral display.

46 Introdução A herbivoria floral (florivoria) é definida como qualquer tipo de dano nos botões florais ou flores (Mccallac e Irwim 2006). Este dano pode ser causado pelo consumo de peças florais estéreis (pétalas e sépalas) ou reprodutivas (estames e pistilos), pela perfuração dessas estruturas para a oviposição ou abrigo, ou até mesmo pela sucção de elementos nutricionais como a seiva (Crawley 1983, Marquis e Braker 1994). A diminuição do número de visitas às flores por parte dos polinizadores e menor formação de frutos e sementes, estão entre as principais consequências da florivoria para as espécies vegetais (Leavitt e Robertson 2006, Nascimento e Dell-Claro 2007, Ruhren 2003, Cotarelli e Vieira 2009). Neste sentido, esta interação pode levar a consequências negativas diretas e indiretas no sucesso reprodutivo das plantas (Malo et al. 2001). Na subtribo Cassiinae, onde estão abrigadas as espécies dos gêneros Cassia, Chamaecrista e Senna, é comum a ocorrência de herbívoros em partes vegetativas (Simão 2005) e reprodutivas (Nascimento e Dell-Claro 2007, Cotarelli e Vieira 2009). Contudo, o maior número de estudos relata a herbivoria pré-dispersão de sementes e frutos, tendo os coleópteros como os mais frequentes nesta interação (Ribeiro-Costa e Costa et al. 2002, Linzmeier et al. 2004, Sari et al. 2005). Além dos coleópteros, outros grupos de animais como lagartas de lepidópteros, abelhas do gênero Trigona e ortópteros (grilos e gafanhotos) apresentam-se como herbívoros em espécies da subtribo Cassiinae, consumindo estruturas vegetativas e reprodutivas (Silva et al. 2003, Linzmeier et al. 2004, Sari et al. 2005, Cotarelli e Vieira 2009). Estratégias anti-herbivoria são utilizadas por plantas, tais como presença de nectários extraflorais, atraindo formigas que forrageiam todas as partes da planta, protegendo-a da ação de herbívoros (Lapola et al. 2004, Nascimento e Dell-Claro 2007, Bixenmann et al. 2011); produção de compostos químicos, como taninos, tornando-a impalatável (Mello e Silva-Filho 2002, Almeida 2005); e aumento do número de botões florais e flores ( display ), saciando os herbívoros mais eficientemente, evitando assim que causem danos a um número maior de estruturas reprodutivas (Coley e Kursar 1996). Por outro lado, estudos mostram que a ocorrência de agrupamentos de plantas pode alterar as taxas de herbivoria das estruturas vegetais, elevando-as pela facilitação da visualização para os herbívoros (Landau et al. 1998, Cornelissen e Fernandes 2003). Este estudo teve como objetivo avaliar as taxas de florivoria em Senna macranthera var. pudibunda (Benth.) H.S.Irwin & Barneby, norteando-se pelas seguintes perguntas e respectivas hipóteses: I) Diferenças nos números de botões e flores em indivíduos conferem diferenças nas taxas de florivoria? H1) Indivíduos com maior display (flores e botões) tendem a atrair maior número de florívoros, elevando as taxas de florivoria. II) Indivíduos agrupados diferenciamse quanto às taxas de florivoria em botões e flores de indivíduos isolados? H2) As taxas de florivoria são maiores em indivíduos agrupados quando comparados a indivíduos isolados, pela elevação do display. III) Existe preferência na florivoria de botões ou flores por parte dos florívoros? H3) A florivoria em botões é maior, quando comparada aos danos em flores, uma vez que botões apresentam maior tempo de exposição aos florívoros. Métodos Local do estudo O estudo foi realizado em maio de 2014, em uma área de 350 ha de Caatinga do Campus Ciências Agrárias da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), município de Petrolina, PE, nordeste do Brasil (09º19 36 S 40º32 51.2 W). A Caatinga é um ecossistema exclusivamente brasileiro classificado como savana estépica arborizada (Teixeira 2001). O clima da região é tropical semiárido, Bswh segundo Köppen (Nascimento et al. 2003), com temperatura e precipitação médias de 26,3ºC e 431 mm, respectivamente. A estação seca ocorre de maio a outubro e a chuvosa de novembro a abril (CPRM 2005). Espécie estudada Senna macranthera var. pudibunda é uma espécie arbórea pertencente a subtribo Cassiinae (Figura 1 A), que tem como característica a presença da enantiostilia (Almeida 2012). As flores apresentam antese diurna e se enquadram em um tipo especial de flores denominado flores de pólen (Vogel 1978). Essas flores oferecem apenas pólen como recurso e dependem exclusivamente de abelhas capazes de vibrar suas anteras para liberar os grãos (Buchman 1983, Almeida 2012). O néctar é ofertado em nectários extraflorais, que se encontram posicionados entre o primeiro par de folíolos (Queiroz 2009). Avaliação da florivoria Foram observados 3.156 botões de 21 indivíduos e 88 flores de 11 indivíduos da espécie Senna macranthera var. pudibunda por quatro dias não consecutivos. Todos os indivíduos encontrados em um raio de dois quilômetros (2 Km), tendo como ponto inicial o primeiro indivíduo encontrado, foram selecionados. Botões e flores que apresentaram danos nas estruturas estéreis (pétalas e sépalas) ou reprodutivas (estames e pistilos), ou presença de cochonilha foram considerados predados. As flores foram avaliadas apenas no seu período de antese, que coincide com o primeiro dia de abertura. Anteriormente, as mesmas foram ensacadas com sacos de voil, a fim de evitar a ação dos florívoros. Efeito do display e agrupamento nas proporções de florivoria Para avaliar o efeito de uma maior produção de botões e flores (display) por indivíduos nas proporções de florivoria, foram classificados indivíduos com baixa produção de botões e flores (<7%

47 da produção total de botões e flores da população) e alta produção de botões e flores ( 7% da produção total de botões e flores da população), e posteriormente foram comparadas as proporções de botões e flores danificadas entre os mesmos. Na avaliação do efeito do agrupamento nas proporções de florivoria, foram considerados agrupados indivíduos que apresentavam distância máxima de cinco metros entre os mesmos. Posteriormente, foram comparadas as proporções de botões e flores danificadas entre indivíduos agrupados e isolados. Visitantes florais Foram realizadas observações diretas em plantas focais, durante visitas ao campo por três dias consecutivos. A freqüência dos visitantes para flores com e sem cochonilha foi analisada em um período de doze horas de observações, das 5h ás 17h, por três dias consecutivos. Essa espécie apresenta apenas visitantes diurnos (Almeida 2012), sendo desnecessárias observações no período noturno. Análises estatísticas Foi comparado o número de botões e flores danificadas e não danificadas (indivíduos isolados e agrupados e população), botões e flores danificadas (população), botões e flores não danificadas pela ação dos florívoros (população), através do teste Chi quadrado, com o auxílio da ferramenta estatística BioEstat 5.0 (Ayres et al. 2007). Tabela 1 Número de botões e flores danificados e não danificados e taxa de danos por indivíduo e total na população amostrada. BD=Botões danificados; BND=Botões não danificados; FD=Flores danificadas; FND=Flores não danificadas; TD=Total danificados. BD BND Taxas de Danos Botões FD FND Flores TD Total 170 35 0.83 * * * 205 0.83 21 24 0.47 1 0 1 46 0.48 65 71 0.48 7 0 1 143 0.50 29 112 0.21 7 7 0.5 155 0.23 56 109 0.34 3 1 0.75 169 0.35 108 84 0.56 11 2 0.85 205 0.58 69 35 0.66 10 3 0.77 117 0.68 138 148 0.48 * * * 286 0.48 19 12 0.61 * * * 31 0.61 29 16 0.64 * * * 45 0.64 173 134 0.56 * * * 307 0.56 6 4 0.6 * * * 10 0.60 24 31 0.44 * * * 55 0.44 100 164 0.38 * * * 264 0.38 58 166 0.26 5 4 0.56 233 0.27 57 113 0.34 7 0 1 177 0.36 7 0 1 * * * 7 1.00 28 67 0.29 0 2 * 97 0.29 126 126 0.5 6 5 0.55 263 0.50 155 150 0.51 7 0 1 312 0.52 38 79 0.32 * * 1 117 0.32 1476 1680 0.47 64 24 0.73 3244 0.47 Resultados Botões florais e flores de Senna macranthera var. pudibunda apresentaram danos causados por coleópteros (besouros), que predaram estruturas estéreis (pétalas) e reprodutivas (estames e pistilos; Figura 1B e C). Além desse grupo, também foram observados hemípteros (cochonilhas) localizando-se principalmente no centro das flores, na região dos estames e gineceu. Botões florais de Senna macranthera var. pudibunda, apresentaram maior número de botões sem sinais de florivoria, que com danos (χ²=13.186; Gl=1; p=0.0003; Tabela 1). O contrário Figura 1 Indivíduo A) e flores com sinais de herbivoria B e C) de Senna macranthera var. pudibunda. ocorreu para flores, sendo o número de flores danificadas superior significativamente ao de flores não danificadas (χ²=18.182; Gl=1; p=<0.0001; Tabela 1). A proporção de flores danificadas foi superior a de botões danificados (χ²=5.613; Gl=1; p=0.0178). Não houve diferenças nas proporções de botões e flores danificadas nos indivíduos com número diferenciado de botões e flores ( display ; χ²=0.574; Gl=1; p=0.4488). Da mesma forma, estas proporções não se alteraram em indivíduos isolados ou agrupados (χ²=1.593; Gl=1; p=0.2068). Na avaliação individual, quatro indivíduos apresentaram número significativamente maior de botões danificados; sete de botões não danificados e dez números semelhantes de botões danificados e não danificados. Na análise do número de flores por indivíduo, cinco apresentaram número semelhante de flores danificadas e não danificadas; cinco com maior número de flores danificadas e apenas um apresentou número significativamente superior de flores sem sinais de florivoria. Flores sem cochonilha foram visitadas no período entre 5h e 17h aproximadamente, por abelhas das espécies Centris sp, Xylocopa (Neoxylocopa) cearensis, X. (Neoxylocopa) grisescens, X (Neoxylocopa) sp., enquanto flores com cochonilha não receberam visitas. As abelhas evitaram flores com cochonilha, de tal modo que alguns indivíduos pousavam nas flores, mas rapidamente saiam da mesma sem exercer os movimentos vibratórios necessários para a liberação do pólen pelas anteras desta espécie.

48 Discussão Mesmo com a oferta de néctar pelos nectários extraflorais em Senna macranthera var. pudibunda, não foram observadas formigas forrageando o recurso ofertado. Este fato pode contribuir com a ocorrência dos florívoros nesta espécie, uma vez que a presença de formigas, normalmente, está relacionada à proteção dos mesmos contra a herbivoria e/ou florivoria (Lapola et al. 2004, Nascimento e Dell-Claro 2007, Bixenmann et al. 2011). Em estudo com a espécie Senna multijuga (Wolowski e Freitas 2010), foram observadas formigas em suas inflorescências. Contudo, esta relação não parecia ser benéfica a planta, uma vez que as formigas atuaram como florívoros danificando estruturas das flores. A interação de coleópteros e espécies da subtribo Cassiinae é relatada em alguns estudos envolvendo predação, herbivoria e florivoria (Madeira e Fernandes 1999, Madeira et. al. 1998, Ruhren 2003, Simão 2005, Nascimento e Dell-Claro 2007, Cotarelli e Vieira 2009). Contudo, a maior parte destes estudos trata da predação de frutos e sementes, que afeta a reprodução da planta de forma direta (Ribeiro-Costa e Costa et al. 2002, Linzmeier et al. 2004, Sari et al. 2005). A observação de danos nas estruturas florais ou até mesmo botões, pode afetar a reprodução de forma direta, reduzindo o número de frutos formados por danos nas flores, ou indireta, levando a um menor número de visitas dos polinizadores que evitam visitar flores predadas (Mothershead e Marquis 2000, Leavitt e Robertson 2006). Neste estudo, acredita-se que os danos observados nas flores e botões podem afetar de forma indireta e direta a reprodução de Senna macranthera var. pudibunda, pelas observações de abelhas que evitavam visitar flores ocupadas por besouros e cochonilhas, e pelo alto grau de florivoria encontrado em algumas flores e botões. A florivoria em espécies da subtribo Cassiinae, pode ser ainda mais prejudicial aos seus sucessos reprodutivos, uma vez que estas espécies apresentam um mecanismo reprodutivo bastante complexo, a enantiostilia monomórfica (de Almeida et al. 2013). Este polimorfismo floral caracteriza-se pela presença de dois morfos recíprocos (direito e esquerdo) em um mesmo indivíduo, os quais apresentam uma dinâmica de polinização que possibilita apenas o cruzamento intermorfos, ou seja, flores direitas só polinizam e são polinizadas por flores esquerdas e flores esquerdas só polinizam e são polinizadas por flores direitas (Barrett 2002). Sendo assim, danos que impossibilitem as visitas dos polinizadores em qualquer um dos morfos florais, inviabiliza a produção de frutos no outro, levando assim uma drástica redução na produção de frutos na população. Além disso, Senna macranthera var. pudibunda é autoincompatível e não forma frutos espontaneamente (Almeida dados não publicados), o que eleva ainda mais o risco de redução do sucesso reprodutivo da espécie em decorrência da florivoria. A ocorrência de cochonilhas em flores de espécies de plantas em seu ambiente natural não é algo recorrente, devido a ocorrência de predadores naturais desses hemípteros (Gravena 2003). Contudo, em espécies cultivadas esta interação negativa é bem conhecida (Hickel 1998, 2004, Botton et al. 2003, Afonso et al. 2004). Esses insetos, além do dano direto causado pela sucção de seiva ao se alimentar, podem causar fitotoxicidade nos vegetais, devido a injeção de substâncias da saliva nas estruturas vegetativas e reprodutivas das plantas (Soria e Dal Conte 2000). Em alguns casos, a seiva sugada pela cochonilha, pode ocasionar o aparecimento de fungos, elevando ainda mais os danos às flores e frutos (Gravena 2003). A presença de cochonilhas nos botões e flores de Senna macranthera var. pudibunda, pode estar relacionada a ocorrência de grandes extensões de culturas agrícolas no entorno da área de estudo, uma vez que a principal forma de dispersão desses insetos é pela ação do vento (Gravena 2003). Não sabemos ao certo os danos na formação de frutos ocasionados pela presença das cochonilhas nas flores, mas a ausência de visitas nas mesmas pode trazer reduções no sucesso reprodutivo desta espécie. A inexistência de alteração na proporção de botões e flores predadas pela elevação do display por maior produção de botões e flores ou pelo agrupamento de indivíduos, pode estar relacionada ao tipo do florívoro ocorrente, a cochonilha, uma vez que a dispersão desta espécie é realizada pela ação do vento (Gravena 2003), como já foi citado anteriormente. Neste sentido, a elevação do display floral não alteraria os resultados, pois a chegada desses insetos às plantas seria ao acaso e não pela atração por elevação no número de botões ou flores. A maior proporção de flores predadas quando comparadas a proporção de botões predados, evidencia a preferência dos florívoros por flores em relação aos botões, uma vez que o tempo de exposição das flores aos insetos foi de apenas um dia, bastante curto quando comparado ao tempo de exposição dos botões que poderia alcançar algumas semanas. Por outro lado, o número de botões existentes na população no período do estudo era superior ao de flores, podendo estar exercendo com maior eficiência ou display, ofertando maior quantidade de recursos ao florívoro, saciando-o (Coley e Kursar 1996). Além disso, pela maior ocorrência da cochonilha como florívoro, devido ao seu modo de dispersão pelo vento, botões podem ser menos acessíveis aos mesmos, uma vez que a área de ocupação e a exposição das estruturas reprodutivas apresentam-se menores. A preferência dos florívoros por alimentar-se de estruturas das flores de Senna macranthera var. pudibunda quando comparada a botões, deve-se ao elevado número de botões florais produzidos pelos indivíduos. Contudo, as estratégias de maior produção de botões e flores ou de distribuição agrupada não trazem redução nas taxas de florivoria. A florivoria registrada para Senna macranthera var. pudibunda pode estar influenciando negativamente seu sucesso reprodutivo, uma vez que abelhas não visitam flores com cochonilhas, o que se agrava pela espécie apresentar mecanismos complexos de reprodução como a enantiostilia e a autoincompatibilidade.

49 Agradecimentos Agradecemos a Duílio P. Souza pelo auxílio na identificação da espécie estudada e a Ramon A. Cavalcante pelo auxílio em campo. Referências Afonso APS, Teixeira I, Botton M, Faria JL, Loeck AE (2004) Controle da cochonilha-parda Parthenolecanium persicae (Fabricius, 1776) (Hemiptera: Coccidae) na cultura da videira. Ciência Rural 34: 305 309. Almeida CJ (2005) Herbivoria e mecanismos de defesa vegetal. In: Nogueira RJMC, Araújo EL, Willadino LG, Cavalcante UMT (orgs) Estresses Ambientais: danos e benefícios em plantas. Recife, pp 389 396. Almeida NM (2012) Comportamento dos visitantes e padrões de deposição e captação de pólen para estimativa do fitness reprodutivo. In, Leal IR, Meiado MV, Rabbani ARC e Siqueira Filho JA (ed) Ecologia da Caatinga: Curso de campo 2011. Petrolina, Gráfica Printpex, pp 353 366. Ayres M, Ayres Jr M, Ayres DL, Santos ASS (2007) BioEstat: Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biomédicas. Belém, Sociedade Civil Mamirauá. 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