O Reino de Deus O Sermão do Monte Testemunho Cristão: O desafio de ser sal e luz



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Transcrição:

O Reino de Deus O Sermão do Monte Testemunho Cristão: O desafio de ser sal e luz Daniel Silva de Jesus 1 Palavras Iniciais Após estudarmos as bem-aventuranças, que são as marcas do caráter dos seguidores de Jesus, daremos continuidade aos ensinamentos do mestre, estudando sobre o testemunho do cristão, enfocando o que cada discípulo e discípula de Cristo deve ser, e fazer, demonstrando ser um cidadão do reino de Deus em um mundo cheio de desafios para a fé cristã. Neste estudo, encontramos Jesus usando elementos da vida cotidiana de seus seguidores, para exemplificar como eles devem exercer uma pacífica e bondosa influência na sociedade humana. Certos que o papel do discípulo de Cristo é comparado ao sal que tem propriedade de conservação em um mundo de avançado processo de deterioração, ao mesmo tempo, precisamos brilhar como a luz, sermos visíveis através de um estilo de vida pautado no ensinamento de Jesus, diante de um mundo que vive na escuridão do pecado. Dessa forma, precisamos cumprir a nossa missão para qual fomos chamados. 1 SAL DA TERRA Vocês são o sal para a humanidade; mas, se o sal perde o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada. É jogado fora e pisado pelas pessoas que passam (Nova Tradução na Linguagem de Hoje). Vós sois o sal da terra, mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens (Versão Revisada). Esta foi uma declaração tão impactante do mestre para com seus discípulos, que o teólogo inglês John Stott (1981, p. 55) esclarece que a palavra grega que corresponde vocês devido a sua ênfase, pode ser compreendida como vocês e tão somente vocês são o sal da terra [...]. 2 OS EFEITOS RELEVANTES DO SAL Ao iniciarmos este estudo é interessante que tenhamos uma compreensão mais ampla da função dos elementos que Jesus usou como exemplo para ministrar aos seus discípulos. Começando pelo sal, estaremos verificando a sua utilidade, considerando como base o comentário e aplicação de Geremias do Couto (2001, p. 9). 2.1 O sal nos tempos antigos O sal era bastante utilizado em todas as camadas da sociedade nos tempos antigos (Ed 7. 21, 22 ; Mc. 9.50; Cl 4.6; Lev. 2:13). O sal também tinha 1 Pastor da Congregação Batista em Planalto Serrano- Serra/ES, Graduado em Teologia pelo Centro de Educação Teológica Batista do Espírito Santo (CETEBES).

função monetária nas transações comerciais. Portanto, o termo salário deriva do latim salarium, que significa dinheiro de sal, era utilizado como parte do pagamento aos soldados romanos. Jesus utilizou este elemento comum aos discípulos, para que eles compreendessem a importância de uma vida de retidão em meio a sociedade corrupta. 2.2 O valor médico do sal O sal tem valor nutritivo, dá sabor aos alimentos (Jó 6.6), e também um elevado valor medicinal. O seu consumo excessivo traz prejuízos ao organismo, a falta absoluta e continuada provoca danos a saúde. Desta forma, o discípulo de Jesus precisa também exercer papel restaurador entre os doentes (Isaias 61.1, Lm 1.16). 2. 3 O poder de preservação do sal De toda a importância e utilidade do sal, o que mais se destaca é o seu poder de preservação. Igual ao sal é a relevância do discípulo de Jesus Cristo no mundo. Como nos tempos antigos, e até hoje, este é um recurso para evitar a deterioração dos alimentos perecíveis, de modo que possam ser ingeridos a qualquer tempo, sem a perda de seus valores nutricionais. Ora, o mundo não está pior porque as ações do crente submisso ao Espírito Santo contribuem para evitar a sua deterioração. Além das funções apresentadas por Couto (2001), gostaríamos de destacar o que afirma o teólogo Martyn Lloyd Jones (2001, p.142) sobre outra função deste elemento: [...] o sal, por prover sabor, impede que o alimento fique insosso. Portanto a vida neste mundo fica insípida sem o cristianismo bíblico. 3 O DISCÍPULO NO MUNDO O profeta Isaias (45:12) registra a palavra de Deus referente a criação da terra e dos seres humanos [...] eu fiz a terra e criei os seres humanos para morarem nela (Nova Tradução na Linguagem de Hoje), com base nessa palavra, estamos certos que Deus construiu todas as coisas, justamente a terra para habitação do ser humano, mas o pecado cometido pelo homem trouxe danos para si próprio como também para toda a criação (Romanos 8:22-24), mas o amor (João 3:16) de Deus manifestado na pessoa de seu filho, restaura, redime todo aquele que entrega a sua vida a Cristo, vivenciando assim os valores do reino de Deus e a certeza de um novo céu e nova terra. Por outro lado existem aqueles que continuam a viver nas trevas, seguindo o curso deste mundo ou seja, sistema de valores contrário a Deus. Nesse contexto, a pergunta que não quer calar: Como o discípulo de Jesus deve encarar a sua existência neste mundo? Jesus falando para os seus discípulos sobre perseguição, foi categórico em dizer para os seus seguidores: não sois do mundo (Versão Revisada). Evidentemente esta palavra do mestre tem várias implicações na vida dos discípulos, principalmente relacionada ao seu testemunho pessoal, o seu desejo ardente de fazer o que é certo, de ser um pacificador, ser manso, enfim, agradar a Deus. Ao comentar sobre o cristão ser sal da terra e luz do mundo, professar o cristianismo vivendo na sociedade, Wesley (2012) considera que o cristianismo é extremamente social, não existiria sem a sociedade, isto é, não existiria sem viver e conviver com as pessoas. Transformá-lo em uma religião

solitária é destruí-lo. Algumas qualidades pregadas pelo cristianismo, como mansidão, bondade, somente podem ser vistas em contato com outras pessoas. Lloyd Jones (2001) faz considerações importantes a respeito do crente no mundo, para ele o crente não vive ausente do mundo, vive no mundo, mas não pertence a este mundo. A Bíblia mostra esta diferença. O crente deve viver uma vida diferente dos homens deste mundo: não é necessário que ele se retire da vida ativa do mundo. É no mundo que precisamos fazer a diferença, no contexto da nossa família, na comunidade, no trabalho, nos cargos que exercemos, na política etc. Caminhamos na direção que o discípulo de Cristo é, cidadão de dois reinos, o terreno e celestial, mas precisa vivenciar os princípios do reino celestial em toda dimensão da sua vida terrena. A vida monástica (vida dos eremitas, nos mosteiros) tem sido um grande erro, devido o ensinamento que a vida cristã precisa ser vivida separada da sociedade, a fim de desenvolver uma vida de contemplação (JONES, 2001). Estudando a vida de Jesus constatamos que o mestre gostava de estar no meio das pessoas e com as pessoas, foi até considerado amigo de publicanos e pecadores. Fazendo um paralelo entre o ministério de Jesus e o de João Batista, observamos que as pessoas iam a procura de João no deserto da Judeia (Mateus 3:1-6), ao passo que Jesus ia até as pessoas nas sinagogas, vilas, cidades, casa, embora, as multidões fossem à sua procura (Lucas 4:38-44). A grande paixão de Jesus era estar no meio do povo e com o povo, vivendo e transmitindo os valores do reino de Deus. Dessa forma, concluímos que, o discípulo(a) de Jesus precisa florescer aonde está plantado, ou seja, na escola, setor de trabalho, no bairro, nas relações interpessoais, no meio de uma sociedade que não considera os valores do reino de Deus, por meio de um autêntico testemunho como súdito do reino de Deus. Para Jones (2001, p.139) a expressão de Jesus direcionada aos seus seguidores vós sois o sal da terra não descreve somente o crente, mas de forma implícita, corresponde o retrato do mundo em que o crente está, sendo que o mundo é a humanidade que ainda não foi regenerada em Cristo e se encontra em estado de putrefação. Ainda para Stott (1981), a afirmação de Jesus aos seus discípulos vocês são sal da terra (Nova Versão Internacional) também significa que, cada comunidade deve mostrar o que de fato é, o mundo com seu estado de putrefação, conforme peixe ou a carne estragada, por outro lado a igreja atua, com o seu poder de retardar a deterioração do mundo. Deus, portanto, concedeu outras influências restringentes na comunidade. Em sua graça para todos, Ele mesmo estabeleceu certas instituições, que controlam as tendências egoístas do homem e evitam que a sociedade acabe na desordem total. O Estado é uma delas (estrutura e executa leis) e o lar (incluindo o casamento e a vida em família). Estes exercem uma influência sadia sobre a comunidade. Não obstante, Deus planejou que a mais poderosa coibição de todas, dentro da sociedade pecadora, fosse o seu próprio povo redimido, regenerado e justificado. Nessa direção, Stott (1981, p. 51) cita R. V. G. Tasker que faz a seguinte consideração a respeito dos discípulos de Cristo: são "chamados a ser um purificador moral em um mundo onde os padrões morais são baixos, instáveis, ou mesmo inexistentes.

Diante disso, vale refletir sobre a situação do nosso bairrro, cidade, e especialmente do nosso Estado, quando as pesquisas nos mostram um número crescente de evangélicos e ao mesmo tempo crescente de assassinatos, drogados, casamentos desfeitos etc. Será que nós como discípulos(as) de Jesus estamos fazendo a diferença, conforme deveríamos fazer? 4 O SAL SEM SABOR Qual é a utilidade do sal sem sabor? Nada ou quase nada. O próprio Jesus fala que o sal ruim (insípido) serve para ser pisado pelos homens. De um elemento tão útil para escória. Pois o sal contaminado era desprezado, tendo como utilidade servir para pavimentação de estradas, um elemento tão importante para um uso bem insignificante. A salinidade do cristão é o seu caráter, conforme descrito nas bem aventuranças, é discipulado cristão verdadeiro, visível em atos e palavras (STOTT, 1981, p. 51). 5 LUZ DO MUNDO Vocês são a luz para o mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte, ninguém acende uma lamparina para colocála debaixo de um cesto. Pelo contrário, ela é colocada no lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa. Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês que está no céu (Nova Tradução na Linguagem de Hoje). Vós sois a luz do mundo, não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus (Versão Revisada). 5.1. Vocês são a luz do mundo Luz é o outro elemento simbólico que Jesus usou para descrever o que seus discípulos precisam ser, ou melhor, são. A luz inibe a ação da escuridão, faz o que está oculto, devido a sua falta, ser visível. Um pequeno ponto de luz tem condições de orientar as embarcações, os viajantes etc. Portanto, Jesus usa algo muito importante em sua época, como também na nossa, para exemplificar como deve ser a vida de seus discípulos diante das pessoas que vivem em trevas espirituais. Para Stott (1981, p. 52), quando Jesus se refere aos seus discípulos, falando que eles são luz, o mesmo tem em mente que, luz são as boas obras praticadas por eles, ao serem vistas na vida dos discípulos, os homens glorificariam a Deus. Portanto, estas boas obras têm uma dimensão bem ampla, ou seja, tudo que o cristão diz e faz, pelo fato de ser cristão, é sua manifestação de fé. Como o sal pode perder sua salinidade, a luz em nós pode se transformada em trevas. É necessário que a luz de Cristo em nós brilhe para fora, para que as pessoas vejam. Não podemos ser como uma cidade ou vila em um vale, em que as luzes ficam ocultas, mas como uma cidade edificada sobre um monte, visíveis aos olhos de todos. Precisamos ser

uma lâmpada acesa e colocada em lugar de destaque na casa, para iluminar a todos que estão ali, não ficando escondida, não tendo nenhuma utilidade. Isso posto, concluímos que, o nosso testemunho pessoal é fundamental para o reino de Deus, não foi à toa que Jesus usou dois elementos de grande expressão e importância na sociedade, o sal e a luz. Precisamos fazer a diferença conforme faz o sal na comida e também com o seu poder de conservação, em um mundo que caminha com passos largos para a total deterioração. Mas, precisamos mostrar a luz de Cristo em nossas vidas, através das boas obras, servindo ao próximo, tendo misericórdia, estendendo a mão, falando do amor de Deus por nós, em um mundo que vive em trevas profundas. Precisamos urgentemente vivenciar de forma produtiva, o caráter e os valores do reino em nós, finalizamos assim, com as seguintes palavras: [...] não devemos esconder a verdade que conhecemos e a verdade que somos (STOTT, 1981, p. 54). Testemunho Cristão: O desafio de ser sal e luz Lições para a Vida 1. Aprendemos que existe uma diferença fundamental entre o discípulo de Jesus e o não discípulo. Entre a igreja e o mundo. Como discípulos precisamos fazer a diferença em todo o contexto das nossas vidas. 2. Aprendemos que estamos no mundo, mas não somos do mundo, portanto nosso papel é exercer a função do sal com sua propriedade de conservação, em um mundo que está em adiantado processo de deterioração, devido ao pecado que se multiplica. 3. Aprendemos que estamos no mundo para sermos luz, precisamos brilhar, sermos vistos, estar em evidência, não pela prática de atitudes vergonhosas e pecaminosas, mas nas atitudes em prol do próximo, que glorificam o nome de Deus, mostrando-lhe o caminho a seguir. REFERÊNCIAS BÍBLIA SAGRADA. Nova Tradução na Linguagem de Sociedade Bíblica do Brasil,2011. Hoje. Barueri SP: BÍBLIA SAGRADA. Versão Revisada. São Paulo: 2002. COUTO, Geremias de. O sermão do monte: a transparência da vida cristã. Rio de Janeiro: Casa publicadora das Assembleia de Deus, 2001. LLOYD-JONES, Martyn. Estudos no sermão do monte. São José dos Campos SP: Editora FIEL, 2001. STOTT, John. A mensagem do sermão do monte. São Paulo: Abu, 1981. WESLEY, John. O Sermão do Monte. São Paulo: Editora Vida, 2012.