Caro Presidente da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte Arquitecto Manuel Graça Dias

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Transcrição:

Prémios AICA/MC 2008 Excelentíssimo Senhor Ministro da Cultura Dr. José António Pinto Ribeiro Caro Presidente da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte Arquitecto Manuel Graça Dias Caro Presidente do Conselho de Administração da Parque Expo Dr. Rolando Borges Martins Caros Laureados Escultor Rui Sanches Arquitecto Alexandre Alves Costa Arquitecto Sérgio Fernandez Caros Sócios da AICA Caros Convidados e Colegas Com quase 60 anos, mais de 4200 membros agrupados em 62 secções em 70 países, a Associação internacional de Críticos de Arte é um caso de longevidade dinâmica e reconhecível. Veja-se um pouco da sua história: Os primórdios desta ONG acontecem nos anos de 1948 e 1949, em dois congressos na cidade de Paris.

Estes congressos realizaram-se no antigo Hotel Majestic, a primeira sede da UNESCO. A UNESCO, constituída em Novembro de 1945, ratificada em 1946, promoveu estas iniciativas dois anos depois do início da sua actividade, em pleno pós-guerra. Era um momento de definição do sistema internacional de pesos e influências no contexto da actividade artística, que, faria, durante os anos 50, tender a balança para os Estados Unidos. Mas, nesses dois anos, professores, críticos, historiadores de arte, curadores de museus de arte contemporânea, artistas, vindos de vários pontos do mundo, reuniram-se para comparar pontos de vista na crítica de arte, para analisar a responsabilidade na relação com artistas e públicos, para perceber melhor a contribuição e o papel no campo da história da Arte. Nestes encontros estiveram personalidades como André Chastel, Chou Ling, Lionello Venturi, Marcel Zohar, Eduardo Vernazza, Herbert Read, entre outros. Na sequência destes dois congressos, a AICA foi fundada em 1950. E, para a Secção Portuguesa, apelou-se a Reynaldo dos Santos para a constituir. Mas Reynaldo dos Santos, muito provavelmente, um dos portugueses mais cosmopolitas com relevo na vida pública da primeira metade do século XX, provavelmente por falta de tempo, delega no historiador de arte Luis Reis Santos a organização da Secção Portuguesa. Diogo de Macedo, Armando Vieira Santos e Adriano Gusmão integram a primeira direcção, num cariz conservador e na esteira do Estado Novo. Em 1967, José Augusto França e Rui Mário Gonçalves organizam o primeiro Congresso dos Críticos de Arte Portugueses e trazem renovação à Secção Portuguesa. Em 1968, com a presidencia de José Augusto França, e com o suporte financeiro da Soquil, empresa da área química, e até 1972, a AICA premiou aquelas que eram consideradas as melhores exposições em Lisboa.

Sucederam-se, na direcção (a José Augusto França), Rui Mário Gonçalves, Salete Tavares, Carlos Duarte e João Pinharanda. Em 1981, por iniciativa da Divisão de Artes Plásticas da Direcção Geral da Acção Cultural da Secretaria de Estado da Cultura, hoje, parte da Direcção- Geral das Artes, são criados os prémios AICA/Ministério da Cultura, com o desenho que se lhes conhece. 28 anos depois, esta colaboração do Ministério da Cultura com a AICA mantémse. Os 20. 000 euros disponibilizados, anualmente, para que a AICA, com inteira liberdade, premeie o percurso, o trabalho, a relevância, a actualidade, o desempenho de artistas plásticos e arquitectos são uma forma de contribuir para a valorização e comunicação pública dos artistas plásticos e arquitectos portugueses, sendo que, entretanto, estes prémios se afirmaram e valem, felizmente, para lá do valor monetário, tendo nas entidades que o promovem e no critério das escolhas o seu maior capital. Decidiu o júri constituído por Manuel Graça Dias, Leonor Nazaré, João Pinharanda, Ana Vaz Milheiro e José Manuel Fernandes atribuir os prémios relativos a 2008 a Rui Sanches, nas artes plásticas e a Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez, na arquitectura. Homenageio o papel singular e marcante de Rui Sanches no contexto das artes plásticas em Portugal, onde o exercício da estratificação (no qual,naturalmente, se pode identificar mas não reduzir a sua obra) é partida, nunca chegada; é construção e ruptura, fronteira e ponte entre a materialidade e a metáfora, entre a representação e a interpretação. Homenageio Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernendez, Arquitectos, professores de arquitectos, intérpretes materiais do campo histórico e arqueológico, virtuosos da profissão, agentes transformadores do território e do lugar.

A Direcção-Geral das Artes do Ministério da Cultura expressa o comprometimento histórico com a AICA e aproveito a oportunidade para felicitar, o Manuel Graça Dias e a sua Direcção pelo dinamismo que tem colocado no seu mandato. Dinamismo que se reflecte na criação de um novo prémio, o Prémio AICA/Parque Expo de Crítica de Arte. Indo de encontro às dinâmicas de renovação que o congresso internacional da AICA de 2003 promoveu, este prémio demonstra o reconhecimento por parte de uma grande empresa do trabalho da AICA e a relevância e conexão das artes plásticas e arquitectura com a sua missão. Felicito, na pessoa do Dr. Rolando Borges Martins a Parque Expo por esta iniciativa e dou-lhe as boas-vindas ao suporte à AICA onde, desde já, vos convidamos a connosco trabalhar, no sentido de contribuir para o reconhecimento e desenvolvimento da actividade crítica. O volume de crítica de arte na comunicação social tem vindo a diminuir na última década, tanto na comunicação social, escrita, como falada ou audiovisual. A sua presença em suportes on-line não substitui a perda de relevância em suportes de comunicação colectiva mais tradicionais, que relevam de uma interpretação dos gestores dos órgãos de comunicação social sobre a diminuição da importância da crítica em detrimento do entertainment. Tal respeita não só à crítica de artes plásticas ou arquitectura, mas também de música, teatro, dança, fotografia. A presença da Direcção-Geral das Artes do Ministério da Cultura neste campo reconhece que o nosso papel tem de ir para lá das dinâmicas do main-stream. A verdade, é que o main-stream é, também, aquilo que nos quisermos que ele seja. Não é impossível a existência de um main-stream virtuoso, onde o exercício da literacia, do desenvolvimento pessoal e social seja mais efectivo, sem desprezar o papel do lúdico e do superficial.

Queremos continuar a contribuir para a densificação do objecto social e acreditamos que a AICA tem uma missão relevante a cumprir nesse propósito. Muito Obrigado