210 ANOS DO NASCIMENTO DE CAXIAS 70 ANOS DA CRIAÇÃO DA FEB

Documentos relacionados
EDITORIAL. O TUIUTI Informativo oficial da AHIMTB/RS EDITOR. Luiz Ernani Caminha Giorgis, Cel

A ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS E A NOVA CAPITAL - LIGAÇÕES ( MEMÓRIA)

O Patrono da Engenharia - A Arma do Apoio ao Movimento Ten Cel de Engenheiros João Carlos de Vilagran Cabrita

ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DAS ATIVIDADES DA ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL/RIO GRANDE DO SUL (AHIMTB/RS)

A LOGISTICA, PREVER PARA PROVER!

DOAÇÂO E PREFÁCIO DO CORONEL WALTER ALBANO FRESSATI DA COLEÇÂO ENCADERNADA DA REVISTA DA SASDE JAN 1993-DEZEMBRO 2002 E SINTESE SEU LEGADO

PALAVRAS DO CEL CLÁUDIO MOREIRA BENTO EM 28 DE MAIO DE 2013 EM SOROCABA NA INSTALAÇÃO DA AHIMTB/SP GEN BERTOLDO KLINGER

210 ANOS DO NASCIMENTO DE CAXIAS 70 ANOS DA CRIAÇÃO DA FEB

RESENDE-RS. APRESENTAÇÃO PLAQUETA ENG TÁCITO VIANA RODRIGUES EM SEU CENTENÁRIO O Resendense do Século XX

Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO

210 ANOS DO NASCIMENTO DE CAXIAS 70 ANOS DA CRIAÇÃO DA FEB

ANO 2014 NOVEMBRO N 131

Fundação do Clube Militar em 26 Jun 1887 Domingo, no Clube Naval

INFORMATIVO. 370 anos da Primeira Batalha dos Guararapes -100 anos da participação do Brasil na I GM. ANO 2018 Janeiro N 258

GEN DIV DOMINGOS PINTO VENTURA JÚNIOR,FALECIMENTO -NECROLÓGIO

MEU PREFÁCIO DO LIVRO 27º GAC GRUPO MONTE BASTIONE

OS 250 ANOS DO 1º GOVERNADOR E CAPITÃO GENERAL DO ATUAL RIO GRANDE DO SUL (de 19 Out Nov 1814)D.DIOGO DE SOUZA.

O Patrono do Exército Marechal-de-Exército LUIZ ALVES DE LIMA E SILVA E DUQUE DE CAXIAS História Militar - Especial para a SASDE

CARTA AO GENERAL HEITOR FONTOURA DE MORAIS SOBRE SEU LIVRO REVELAÇÕES HISTÓRICAS DO SUL DO BRASIL

Cel CLAUDIO MOREIRA BENTO LIVROS,ÁLBUNS, PLAQUETAS E ARTIGOS NO PERGAMUM SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS DO EXÉRCITO ATÉ OUTUBRO 2016

CLÁUDIO MOREIRA BENTO

210 ANOS DO NASCIMENTO DE CAXIAS 70 ANOS DA CRIAÇÃO DA FEB

210 ANOS DO NASCIMENTO DE CAXIAS 70 ANOS DA CRIAÇÃO DA FEB

A FEDERAÇÂO DE ACADEMIAS DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL (FAHIMTB) E SUA ORGANIZAÇÃO INSTALAÇÕES NA AMAN 2015.

EDITORIAL. O TUIUTI Informativo oficial da AHIMTB/RS

O TUIUTI. 150 anos da 1ª Batalha de Tuiuti 400 anos da fundação de Belém do Pará. ANO 2016 Novembro N 200

210 ANOS DO NASCIMENTO DE CAXIAS 70 ANOS DA CRIAÇÃO DA FEB

O EXÉRCITO BRASILEIRO NAS TERRAS DE RONDON RAÍZES HISTÓRICAS. Porto Velho, Gráfica Imediata 2015.

ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DAS ATIVIDADES DA ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL/RIO GRANDE DO SUL (AHIMTB/RS)

210 ANOS DO NASCIMENTO DE CAXIAS 70 ANOS DA CRIAÇÃO DA FEB

AS ORIGENS DOS COLÉGIOS MILITARES NO BRASIL. Fonte: Revista HYLOEA do CMPA Ano 1995, p. 5/6. Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO

Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO

BICENTENÁRIO DA INSTALAÇÃO DA REAL FEITORIA DO LINHO CÃNHAMO NO RINCÃO DO CANGUÇU EM CANGUÇU-RS

1972 -EXÉRCITO PREPARA PESQUISADORES CIVIS PARA RECONSTRUIR SEU PASSADO

INFLUÊNCIAS NA DOUTRINA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL

VIRTUDES MILITARES. Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO

INFLUÊNCIAS DOUTRINÁRIAS NA DOUTRINA MILITAR TERRESTRE BRASILEIRA AO LONGO DA HISTÓRIA

CINQUENTENÁRIO DA ENTRADA DO BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

RESENDE-RJ ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS

HISTÓRIA MILITAR DO POVO GAÚCHO Jornal TRADIÇÃO do MTG nov 1995 Por IVO CAGGIANI

CLAUDIO MOREIRA BENTO REFERÊNCIAS A SUA OBRA NO GOOGLE

HOMENAGEM DA FAHIMTB AOS MILITARES DO EXERCITO E DA INFANTARIA DA AERONAUTICA MORTOS NA TRAGÉDIA DA BOITE KISS EM SANTA MARIA -RS

Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO

A ACADEMIA REAL MILITAR UMA DECORRÊNCIA DA VINDA DA FAMÍLIA REAL PARA O BRASIL EM 1808 E O SEU CURRÍCULO

CAXIAS E A DOUTRINA MILITAR TERRESTRE BRASILEIRA

Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO

A GUARDA NACIONAL DE NOVO!!!

2.000-CANGUÇU 200 ANOS PREFACIO DO CEL OMAR LIMA DIAS PRESIDENTE DO GBOEX. Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO

ASPIRANTE FRANCISCO MEGA O PATRONO DA TURMA DA AMAN DE 15 FEVEREIRO DE 1955

FORTE DE SAO FRANCISCO XAVIER DE PIRATININGA OU FORTE DA BARRA( ) EM VITÓRIA-ES. Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO

RECORDANDO O MEU COLEGIO APARECIDA Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO

Rio Negro possui o quartel do Exército mais moderno do Brasil

O TUIUTI. ANO 2017 Janeiro N 196. A Guerra da Tríplice Aliança contra o governo do Paraguai

FAHIMTB. CONTEÚDO PASTA A,B e C de CDs

O COMBATE DE MONTE CASTELO 70º ANIVERSÁRIO HOMENAGEM AOS HERÓIS DA CONQUISTA DE MONTE CASTELO

O TUIUTI. tipos; cavalos (de tração e de montaria) e enorme quantidade de munição;

O TUIUTI 212 ANOS DO NASCIMENTO DE CAXIAS 70 ANOS DAS VITÓRIAS DA FEB NA ITÁLIA. ANO 2015 Maio N 142

HISTÓRIA DO 17 REGIMENTO DE CAVALARIA MECANIZADA REGIMENTO SOLON RIBEIRO EM AMAMBAI-MS.COMENTARIO D0 PRESIDENTE DA FAHIMTB.

AMAN MEMÓRIA ( )

A CASA DAS 7 MULHERES (A HISTÓRIA E A FANTASIA)

210 ANOS DO NASCIMENTO DE CAXIAS 70 ANOS DA CRIAÇÃO DA FEB

210 ANOS DO NASCIMENTO DE CAXIAS 70 ANOS DA CRIAÇÃO DA FEB

EDITORIAL. O TUIUTI Informativo oficial da AHIMTB/RS

210 ANOS DO NASCIMENTO DE CAXIAS 70 ANOS DA CRIAÇÃO DA FEB

PREFACIO DO LIVRO ESTRELA DE DAVI NO CRUZEIRO DO SUL DO ACADEMICO BENEMÉRITO ENG ISRAEL BLAJBERG, LANÇADO NO FORTE DE COPACABANA

Contra Almirante HÉLIO LEÔNCIO MARTINS ( ) (Recordando uma vida longa, exemplar, movimenta e utilíssima de marinheiro brasileiro)

HIST RIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL / SÃO

EDITORIAL. O TUIUTI Informativo oficial da AHIMTB/RS

CEL CLAUDIO MOREIRA BENTO-PALESTRA PARA O CURSO DE INFANTARIA NA AMAN NO BICENTENÁRIO DO BRIGADEIRO ANTÔNIO DE SAMPAIO-Maio 2012

CONTEÚDO PASTAS COM CDs A,B.e C DO AUTOR EM SEU ESCRITÓRIO EM CASA

BIBLIOGRAFIA SOBRE A ARMA DE ENGENHARIA E SEU PATRONO TEN CEL JOÃO CARLOS VILLAGRAN CABRITA

O ESPÍRITO MILITAR DO POETA MÁRIO QUINTANA

COMEMORAÇÂO DO CENTENÁRIO DO TIRO DE GUERRA DE SOROCABA 31 MAIO 2017.NA MEU PREFACIO

CENTENÁRIO DE UM HERÓI DA FEB

As armas apreendidas no Estado do Rio de Janeiro e rastreadas até instituições do Estado

GEN EX LEÔNIDAS PIRES GONÇALVES ( ) NA MINHA MÉMORIA. Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO

INFORMATIVO O TUIUTI. 370 anos da Primeira Batalha dos Guararapes -100 anos da participação do Brasil na I GM. ANO 2018 Agosto N 285

Í N D I C E. Pag - INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1

Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO

Exércitos de Brasil e Argentina fortalecem laços com treinamento conjunto

EM 1º DE MARÇO DE 2014 NO 70º ANIVERSÁRIO DA INSTALAÇÂO DA AMAN EM RESENDE-MEMÓRIA

INFORMATIVO O TUIUTI. 280 anos da chegada do Brigadeiro José da Silva Pais a Rio Grande -100 anos da entrada do Brasil na I GM ANO 2017 AGOSTO N 235

Osório, o Patrono da Arma de Cavalaria

CORRESPONDENTES DE GUERRA DO BRASIL QUE ACOMPANHARAM A FEB NA ITÁLIA

VISITA AO BATALHÃO AGULHAS NEGRAS DA AMAN, O MAIOR BATALHÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO, EM 25 OUTUBRO MEMÓRIA

A Guerra Civil na Região Sul Bibliografia do autor sobre esta Guerra Civil

A FAHIMTB E SUAS LIGAÇÕES EM 18 ANOS COM A HISTÓRIA, AS TRADIÇÕES E OS VALORES DA

O ESCRITOR MILITAR MARECHAL JOSÉ PESSOA

PALAVRAS FINAIS DO PRESIDENTE DA AHIMTB NO CMPA EM 8 JUL 2003 COMEMORATIVA DO BICENTENÁRIO DO DUQUE DE CAXIAS PATRONO DA HOJE FAHIMTB

Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO

Brasão da FAHIMTB onde com destaque figura a invicta espada do Duque de Caxias, patrono da Federação de Academia de História Mi

A REVOLUÇÃO DE 1930 E O ANTIGO QG DA 3ª REGIÃO MILITAR-PORTO ALEGRE. Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO

210 ANOS DO NASCIMENTO DE CAXIAS 70 ANOS DA CRIAÇÃO DA FEB

1.1 Objetivos da Dissertação

INFORMATIVO O TUIUTI. 280 anos da chegada do Brigadeiro José da Silva Pais a Rio Grande -100 anos da entrada do Brasil na I GM ANO 2017 JULHO N 227

CEL PROFESSOR GERALDO LEVASSEUR FRANÇA RECEPEÇÂO COMO ACADEMICO DA FAHIMTB

Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO

O TUIUTI. 150 anos da 1ª Batalha de Tuiuti 400 anos da fundação de Belém do Pará. ANO 2016 Outubro N 187 POSSE DE ACADÊMICO NA AHIMTB/RS

FAHIMTB- MEDALHA DO MÉRITO HISTÓRICO MILITAR TERRESTRE DO BRASIL-REGULAMENTO. Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO

Transcrição:

ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DAS ATIVIDADES DA ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL/RIO GRANDE DO SUL (AHIMTB/RS) - ACADEMIA GENERAL RINALDO PEREIRA DA CÂMARA - E DO INSTITUTO DE HISTÓRIA E TRADIÇÕES DO RIO GRANDE DO SUL (IHTRGS) 210 ANOS DO NASCIMENTO DE CAXIAS 70 ANOS DA CRIAÇÃO DA FEB Editor: Luiz Ernani Caminha Giorgis, Cel Presidente daahimtb/rs e Vice do IHTRGS lecaminha@gmail.com Projeto Gráfico: Fabricio Gustavo Dillenburg - Núcleo de Estudos de História Militar Vae Victis nucleomilitar@gmail.com Capa: Artilharia da FEB, ao fundo, Cel Amerino Raposo Filho, à frente. NÚCLEO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA MILITAR VAE VICTIS Mais de duas décadas de trabalho voltado para a divulgação da História Militar O Núcleo de Estudos de História Militar Vae Victis tem grande orgulho em participar da elaboração do informativo O Tuiuti, marco da formação histórica militar brasileira. Com o objetivo de divulgar a História, sobretudo em seu viés militar, o Núcleo de Estudos de História Militar Vae Victis trabalha tendo em vista a clareza de informação, a amplitude das análises, a relevância do material audiovisual, a atualização das hipóteses e a consistência na argumentação. Nossa Missão: é levar ao máximo possível de pessoas o conhecimento da História Militar, divulgando sua importância, resgatando os seus valores e as suas memórias, preservando documentos e fornecendo subsídios para uma educação integral e de qualidade. Nossa Postura: é independente, livre de qualquer posição política ou religiosa, voltada unicamente para a preservação e divulgação do conhecimento histórico, sem qualquer conexão com entidades que não tenham cunho explicitamente cultural, visando fornecer informação e compreensão com acessibilidade. Para saber mais sobre nosso trabalho visite: www.nucleomilitar.com / www.nucleomilitarblog.com O Tuiuti - 2

Cel Amerino Raposo Filho Homenagem Cel Cláudio Moreira Bento Historiador Militar e Jornalista, Presidente da FAHIMTB Tive o imenso prazer de conhecer o Cel Amerino Raposo Filho, pensador militar brasileiro fecundo, veterano da Artilharia da FEB, hoje acadêmico emérito da FAHIMTB e o 1º ocupante da cadeira que tem por patrono o notável pensador militar brasileiro Cel João Batista Magalhães. Em 1968, como aluno do 2º ano da ECEME conheci se precioso livro A Manobra na Guerra, no qual me iniciei nos estudos de Arte e Ciência Militar e passei a ter melhor rendimento escolar, pois estava desde a EsAO com conhecimentos de minha Arma de Engenharia à base de cálculos matemáticos para apoiar a tática de um Regimento de Infantaria. Guardo este livro precioso até hoje e ele muito me ajudou em O Tuiuti - 3

Cel Amerino Raposo Filho, em 2012, em homenagem prestada aos seus 90 anos e à sua história na FEB, como artilheiro 1971 na produção de meu 1º livro As batalhas dos Guararapes - análise e descrição Militar (Recife: UFPE, 1971), lançado em 19 de abril de 1971,na inauguração do Parque Histórico Nacional dos Montes Guararapes, cuja coordenação do Projeto, Construção e Inauguração me coube coordenar sob missão recebida do então IV Exército. Impressionava-me seu pioneirismo na defesa de uma Doutrina Militar Terrestre Brasileira, em época de predomínio entre nós da Doutrina Militar Norte Americana e na qual ele dava continuidade à ideia do Duque de Caxias em 1871, como Ministro da Guerra e Presidente do Conselho de Ministros, ao adaptar a Doutrina Militar de Portugal, feita para as realidades operacionais europeias, às realidades operacionais sul-americanas, que ele vivenciara em cinco campanhas militares vitoriosas que comandou. E concluía dizendo até que o Exército Brasileiro disponha de uma Tática (Doutrina Militar) genuína. Lembro de uma das análises do Cel Amerino, a Manobra do Chaco, onde Caxias deu um exemplo ao correr Risco Calculado e, com isso, pondo em risco o princípio de Guerra da Segurança, ao atravessar com o seu Exército a região do Chaco, sujeita a chuvas e inundações, em benefício do Princípio de Guerra da Surpresa, que ele obteve em nível estratégico, ao desembarcar na retaguarda profunda do inimigo interposto entre a tropa brasileira e a capital, Assunção. O Cel Amerino foi um dos primeiros acadêmicos a tomar posse na então AHIMTB em Resende na Associação Educacional Dom Bosco, consideração que a AHIMTB distinguiu também, com prioridade, aos ilustres veteranos da FEB, generais Tácito Theóphilo Gaspar de Oliveira, Carlos de Meira Mattos e Plínio Pitaluga. Em sua oração de posse, Amerino repetiu suas interessantes análises da obra do Duque de Caxias. Antes da chegada da artilharia brasileira à frente italiana, os alemães já advertiam suas tropas sobre a precisão da FEB O Tuiuti - 4

Artilheiros da FEB em ação na Campanha da Itália, 1944/1945 (Arquivo de Diana Oliveira Maciel) A última vez em que estivemos juntos foi no Monumento aos Mortos da 2ª Guerra Mundial, em cerimônia conjunta da ANVFEB e da AHIMTB/RS e ao lado dos túmulos dos heróis brasileiros que tombaram na 2ª Guerra Mundial. E, com muito orgulho, nós dois integrando a Mesa Diretora, quando tive a oportunidade de o homenagear e demonstrar a alta consideração que tributava ao ilustre soldado, pensador militar e alma do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (CEBRES), que ele enriqueceu com seus valiosos estudos sem contar com apoio oficial. Agradeço ao estimado chefe haver me distinguido para falar sobre ele e sua grande obra como soldado e pensador militar brasileiro. Cel Cláudio Moreira Bento Sobre o Autor: O Cel Cláudio Moreira Bento é Historiador Militar e Jornalista. Presidente da Federação de Academias de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB) e da AHIMTB/Resende Marechal Mário Travassos, do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS), da Academia Canguçuense de História (ACANDHIS), presidente Emérito fundador das Academias Resendense (ARDHIS) e Itatiaiense (ACIDHIS) de História, acadêmico fundador da Academia Barramansense de História (ABH), correspondente do Instituto de Estudos Vale paraibanos (IEV), em Itatiaia, sócio dos institutos Histórico e Geográfico de São Paulo (IHGSP) e do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba (IHGGS). O Tuiuti - 5

Tercios de España Arcabuceros a Caballo y Dragones Hugo A. Cañete Gentileza do Acadêmico Dr. Frederico Euclides Aranha (Fonte: http://www.gehm.es) Os arcabuzeiros a cavalo aparecem na segunda metade do século XVI quando, para ganhar rapidez e manobrabilidade nos combates, se começou a transportar as unidades de infantaria a lombos de cavalo onde fazia mais falta. Eram normalmente arcabuzeiros montados na garupa de soldados de cavalaria. Eram, normalmente, arcabuzeiros montados à garupa de soldados de cavalaria. Não tardaram os generais da época em apreciar a vantagem que tinha este tipo de manobra no campo de batalha, o que fez com que aparecessem as primeiras unidades de infantaria montada, deixando de utilizar a cavalaria para o transporte. Estas unidades se organizaram, no início, como formações de infantaria propriamente ditas, conservando os postos, os tambores e demais parafernálias propria dos infantes. Nas ordenanças de 1632, se previa que os arcabuzeiros a cavalo se organizassem em dois tipos, as Companhias de Carabinas, equipadas com pistolas curtas, e que, ainda que sendo cavalaria ligeira, assumem funções mais próximas às dos cavalos couraça ; e as unidades de Dragões, que seguem considerandose infantaria montada e equipada com arcabuz. Conta Don Diego de Aedo em sua obra Viagens, sucessos e guerras do Cardeal Infante dom Fernando de Áustria, em relação ao encontro das tropas de Don Fernando con as do Duque de Feria em 1634: O Tuiuti - 6

Mandou sua Alteza, a respeito de terse muita e muito boa infantaria, que se montassem dela quinhentos a cavalo, repartindo-os em cinco Companhias de Dragões [ ] incluindo (o cronista) estas unidades na relação que faz das unidades de infantaria, considerando-os pois, infantaria montada. Durante a guerra dos trinta anos os dragões continuaram a ser empregados para ganhar velocidade nos campos de batalha, enviando as unidades aonde mais necessária fosse sua presença e desmontando para fazer fogo; o que não era óbice para que, chegada a ocasião pudessem empregar seu arcabuz a cavalo para defenderem-se de outros ginetes, ou empregarem a espada para carregar contra elementos de infantaria dispersos. Também eram muito úteis para a vigilância da retaguarda, linhas de abastecimento, luta contra insurgência e missões de reconhecimento. Seu cavalo era o mais barato e o de menor qualidade de todas as unidades montadas e não convinha utilizá-lo em tarefas de maior esforço, salvo força maior. As ordenanças de 1632 proibiam a conversão das companhias de arcabuzeiros em companhias de cavalos couraça pela simples decisão de seu capitão, prática que se dava anteriormente, porque resulta que os soldados acostumados ao arcabuz sentem armar-se e seus cavalos são, de ordinário, pequenos para couraças, as companhias que se formam desta maneira sempre ficam mal armadas e com outros defeitos [ ] (Ordenanzas 9 y 10). O Dragão levava um arcabuz de roda e espada. A vestimenta era ligeira, sem elementos encouraçados. Não levava botas nem armadura, somente um colete de couro sem mangas. No ombro esquerdo levava uma bandoleira ou dragona onde levava os projetis e os frascos de pólvora, e do peito pendiam os doze apóstolos, recipientes de madeira com a dose justa para uma recarga. A cabeça era coberta por um chapéu de aba larga debaixo do qual levava um pequeno casco que se adaptava ao crânio, chamado bacinete. A título de informação, alguns dados numéricos do CMS: Efetivo: 50 mil militares; Quantidade de OMs: 170; 90% dos blindados sobre lagartas do EB; 75% dos blindados sobre rodas do EB; 25% da Força Terrestre. 19 comandos de oficiais-generais. O Tuiuti - 7

O Tuiuti - 8