Mensagens sobre Mordomia

Documentos relacionados
Através da devolução fiel do dízimo reconhecemos que somos administradores e não donos das bênçãos recebidas.

Ouvistes o que foi dito slide 1

Textos bíblicos referentes ao dízimo

LIÇÕES DE MORDOMIA LIÇÃO 9 O DÍZIMO NO VELHO TESTAMENTO - PARTE I

Uma oferta de Adoração

A primeira menção bíblica ao dízimo aparece no livro do Gênesis, quando Abrão se encontra com Melquisedec, sacerdote do Deus Altíssimo.

Formando líderes de excelência.

Lição 13 Mordomia: Privilégio ou obrigação? Textos Básicos: Mateus ; 2Coríntios 8.1-5; Marcos

A doutrina da mordomia. (Conclusão)

LIÇÕES DE MORDOMIA LIÇÃO 10 O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO - PARTE II

ORIENTAÇÕES PARA A PASTORAL DO DÍZIMO

E.G.W. (Patriarcas e profetas, pg. 506)

Título: AS CARTAS AS SETE IGREJAS Autor: J.H.SMITH. Literaturas em formato digital:

O uso de nossos bens nos mostra o que realmente somos. Você está dando a Deus o que é devido, ou o que lhe resta?

EBD CONSOLIDAÇÃO O Ano da Adoração

Mordomia Cristã. Série

CAPACITAÇÃO PARA EQUIPE PAROQUIAL DA PASTORAL DO DÍZIMO. Conforme proposta da CNBB Documentos 8 e 106e 106

Lição 8 para 24 de novembro de 2018

A ELEIÇÃO DE DEUS RM

Gn 4:3-4 Gn 14:18-20 Gn 28:20-22 Lv 27:30-32 Dt 14:22-23 Ml 3:7-12 Heb 7:1-9 Mat 23:23 Mat 22:16-22 II Cor 9:6-7

A DOUTRINA DA MORDOMIA

O Dízimo É Bíblico Ou Não?

Lição 8 Aprendendo a dizimar

REGULAMENTO OFICIAL. Alfabeto Bíblico

História da Igreja. Prof. Dener I Aula 1 I 19/03/2017

DOCUMENTO 106 O DÍZIMO NA COMUNIDADE DE FÉ: ORIENTAÇÕES E PROPOSTAS

PARA A VIDA EM FAMÍLIA E DIA DOS PAIS

Os Outros Seis Dias. Aula 02/08/2015 Prof. Lucas Rogério Caetano Ferreira

5 - Abra uma franquia do céu

Dízimo Apresentação: Deus ama quem dá com alegria (II Cor 9,7). (Por Dom Leonardo)

LIÇÃO 3 - O DIA DO SENHOR. Prof. Lucas Neto

ESTUDOS SOBRE IGREJA

Introdução. Quem deseja o episcopado, boa obra deseja. Curso Básico Preparatório de Obreiros

* Apostila Nr. 01 O VERDADEIRO SENTIDO DO DIZIMO. DIOCESE DE JOINVILLE SC PASTORAL DO DIZIMO Pe. Ivanor Macieski

Você conhece a sua bíblia?

O dízimo era uma prática comum antes da Lei, durante a Lei e um modelo que pode ser observado por nós.

Quem precisa de dinheiro?

Lição 12. Não concordo com a administração da Igreja: devo reter o dízimo ou entregar em outro lugar? Texto Bíblico: Malaquias 3.

O SALVO E SEU RELACIONAMENTO COM A IGREJA

Lição 1. A plenitude dos tempos 1 O mundo judaico

DECLARAÇÃO DE FÉ das Assembleias de Deus. Ministrante: Pastor Professor Alberto

domingo, 8 de setembro de 13

Dependência e Confiança na Provisão de DEUS

Lição 1 Venha à nossa casa

Igreja Povo de Deus. I. Chamados

A IGREJA BÍBLICA LIÇÃO 1 SIGNIFICADO DA IGREJA BÍBLICA

A fé que uma vez nos foi dada

KJV King James Bible Study Correspondence Course An Outreach of Highway Evangelistic Ministries 5311 Windridge lane ~ Lockhart, Florida ~ USA

ASSEMBLEIA GERAL DOS BISPOS

SEMANA PASSADA

O PÃO. O VINHO E O DÍZIMO

DOUTRINA DA CONTRIBUIÇÃO FINANCEIRA

IGREJA. Sua Natureza

Chamado por Deus. O chamado para ser ancião é primeiro e acima de tudo o chamado de Deus. Eleição e ordenação

Programa de Leitura da Bíblia. Teologia Faberj. Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra e luz para os meus caminhos.

Como mordomos de Deus, imitamos o nosso Senhor. Ele dá generosamente todos os recursos que precisamos. Mostramos nosso agradecimento ofertando

Lição n.º 6 - A UNIDADE DA BÍBLIA

OS TRÊS OFÍCIOS DE CRISTO

Lição Dois. Mordomia Cristã. Conceito Básico: O alicerce da mordomia cristã é o conceito de que tudo que existe pertence a

ADMINISTRAÇÃO [ORGANIZAÇÃO]

Evangelhos e atos. Observações

Formando líderes de excelência.

L Í D ERES de aliança

A EXPERIÊNCIA DA UNIDADE NA IGREJA PRIMITIVA

BÊNÇÃOS DECORRENTES DO MINISTÉRIO PASTORAL

Os princípios de Deus operam numa base bem diversa da nossa. Mas eles são os que produzem resultados satisfatórios. Um desses princípios é o de dar.

Você não é o que você faz. No entanto, o que você faz, se feito com a motivação correta, determina quem você é!

Aula 10. 2º Semestre. Hebreus 1-10

Prefácio aos alunos...7 APRESENTAÇÃO À IGREJA...9. Lição 25 A identidade da Igreja Lição 28 As celebrações da Igreja Batismo nas Águas...

Se alguém pensa que é profeta ou espiritual, reconheça que o que lhes estou escrevendo é mandamento do Senhor. 1 Coríntios 14:37

Sumário. O propósito de Atos A obra missionária é a prioridade da igreja O Espírito Santo é o executivo da obra missionária...

LIÇÃO 1 A LEI E A ALIANÇA Êxodo 19

DOS FIÉIS LEIGOS E LEIGAS

LIÇÃO 10 ÉTICA CRISTÃ E VIDA FINANCEIRA. Prof. Lucas Neto

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA (LECTIO DIVINA) REFLEXÕES DE FREI CARLOS MESTERS,, O. CARM REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

Reverendo William Soto Santiago, Ph. D. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. A SEMENTE REAL de Abraão

"A igreja que eu quero é "

Introdução Traduções e Referências Bíblicas Lição Conceitos Básicos. Lição Criação. Lição 3...

O Serviço Cristão. Exposição de 3ªJoão. (1ª Mensagem) Gaio, um bom exemplo de cristão a ser seguido. 3Jo v.1-8

Duas verdades básicas acerca da igreja

Você precisa dizer AMÉM

Ore por nós! BASE MISSIONÁRIA METANOIA PRATICANDO NOSSA VISÃO. oramos para que a igreja. ANO 1/2019

1. DUAS SEMANAS SOBRE A VIDA E OS ENSINOS DE JESUS

Texto bíblico Quando foram soltos, Pedro e João voltaram para os seus e contaram tudo o que os chefes dos sacerdotes e os líderes religiosos lhes tinh

Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada ( Jo 14:23 ).

O TEMPO OS FILHOS O DINHEIRO O TRABALHO

LIÇÃO 8 BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E DONS. Prof. Lucas Neto

O FRUTO DO ESPÍRITO I. INTRODUÇÃO: QUE É UM CRISTÃO?

AGRUPAMENTO de ESCOLAS de SANTIAGO do CACÉM Ano Letivo 2015/2016 PLANIFICAÇÃO ANUAL

Como Transicionar para a Visão Celular. Introdução

LIÇÃO 6 SINCERIDADE E ARREPENDIMENTO DIANTE DE DEUS PROF. LUCAS NETO

Igreja é lugar de recolhimento, de oração. Jesus ia ao Templo com seus pais e apóstolos.

Contexto. Os cristãos de Jerusalém estavam passando por necessidades materiais. 2 Coríntios 9:6-15

Série IGREJA QUE AGRADA A DEUS. Tem ESPERANÇA AMOR

A missão da igreja é GLOBAL

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA (LECTIO DIVINA) REFLEXÕES DE FREI CARLOS MESTERS,, O. CARM REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

03 - AJA COM JUSTIÇA Sendo zeloso com boas obras para exaltar a Jesus

A Ordem Sacerdotal de Melquisedeque

Transcrição:

Mensagens sobre Mordomia IV. Dízimos e ofertas na Bíblia 1 Tenha em mente o que já dissemos sobre a Doutrina da Mordomia: Tudo pertence a Deus; Somos apenas seus mordomos ou administradores. A motivação maior para toda mordomia é a gratidão É nesse contexto mais amplo que devemos entender o que a Bíblia diz sobre dízimos e ofertas. Mas muita gente não quer nem ouvir falar de dízimo. Acha um absurdo ter que dar 10% do seu salário ou rendimentos à uma igreja. Alguns admitem que a Bíblia ordena a entrega dos dízimos, mas não são dizimistas, por várias razões: Não ganho o suficiente para isto, Não concordo com a administração da igreja, Não vou dar dinheiro para o pastor enriquecer etc. Fica mais fácil e alegre dizimar quando, cônscios da nossa mordomia, entendemos que dízimos e/ou ofertas são, acima de tudo, expressões de nossa gratidão a Deus por tudo que ele nos dá ou faz por nós: saúde, inteligência, oportunidades, sustento, proteção e as chamadas bênçãos espirituais. O dízimo e as ofertas são também um exercício da fé é da generosidade. Demonstra que não somos apegados ao dinheiro e estamos dispostos a investir em causas superiores, as que uma boa igreja administra. Reconhecemos que, sozinhos, com pouco dinheiro, não podemos fazer muito; juntos, os membros e congregados de uma igreja podem ampliar seus serviços na comunidade e no mundo e cumprir sua missão. 1. As primeiras referências ao dízimo. O dízimo que Abraão entregou a "Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo e rei de Salem" é a primeira referência ao dízimo na Bíblia (Gn 14.18-24). A ausência de explicações parece indicar que este era um costume já estabelecido. Esse primeiro exemplo é particularmente importante porque antecede à dádiva da Lei ou, mais especificamente, ao mandamento do dízimo. Note também que o dízimo de Abraão não foi exigido por Melquisedeque. O patriarca o deu espontaneamente, atribuindo a Deus o sucesso num grande e corajoso empreendimento: o resgate de Ló (vs.19-20). Ele estava reconhecido e agradecido! Já naqueles tempos, ele mencionou o princípio básico da doutrina da mordomia: O Deus altíssimo possui os céus e a terra (V. 22, na Versão Revista e Atualizada) ou Deus Altíssimo, Criador dos céus e da terra (NVI). O dízimo de Jacó teve as mesmas características (Gn 28.18-22). Esse neto de Abraão resolveu dar o dízimo de tudo após uma profunda experiência com Deus (vs. 10-17). É sempre assim. O dízimo só foi incorporado à Lei na época de Moisés, séculos mais tarde (Lv 27.30-33). A experiência pessoal de alguns virou lei, uma ordenança para a nação de

Israel, em formação. A expressão todas as dízimas... são do Senhor não anula a verdade já exposta de que tudo é do Senhor. Mais à frente, direi algo sobre a aplicação ou destinação dos dízimos e das ofertas no Novo Testamento, mas antecipo o que se vê repetidas vezes no Velho Testamento: eram usados para o sustento do sacerdócio levítico, em empreendimentos como a construção do Tabernáculo e, mais tarde, do Templo, e no amparo aos necessitados (Nm 18.21-16 Dt 14.28-29). 2 2. Dízimos e ofertas na história de Israel. O cuidado com a casa do Senhor, as celebrações religiosas e a entrega regular dos dízimos tornaram-se uma espécie de termômetro para medir a espiritualidade do povo de Deus no Velho Testamento. Quando se distanciavam de Deus e se tornavam idólatras, não cuidavam do templo, não celebravam as festas religiosas, não entregavam os dízimos e não davam mais ofertas de gratidão; quando se arrependiam e se voltavam para o Senhor, recomeçavam a adoração e a entrega de dízimos e ofertas. As grandes reformas religiosas empreendidas por Ezequias e Neemias incluíram o retorno à prática do dízimo. O rei Ezequias ordenou ao povo de Jerusalém que desse aos sacerdotes e aos levitas a porção que lhes era devida (dízimos) a fim de que pudessem dedicar-se à lei do Senhor (II Cr 31.4). Neemias relatou: Fiquei sabendo que os levitas não tinham recebido a parte que lhes era devida e que todos os levitas e cantores responsáveis pelo culto haviam voltado para suas próprias terras. Por isso repreendi os oficiais e lhes perguntei: Por que essa negligência com o templo de Deus? Então convoquei os levitas e os cantores e os coloquei em seus postos. E todo o povo de Judá trouxe os dízimos (Ne 13.10-14). (Mais à frente nesta mensagem, vamos relacionar estas passagens com o sustento de pastores na atualidade). No tempo do profeta Malaquias, Deus disse a Israel: Vocês se desviaram dos meus decretos e não lhes obedeceram Vocês estão me roubando. E ainda perguntam: Como é que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas Tragam o dízimo todo ao depósito do templo Ponham-me à prova e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que não terão onde guardá-las (Ml 3.7-10). Não se dá o dízimo para garantir prosperidade material! Não se faz troca ou negócio com Deus! Mas é certo que nesta e noutras passagens Deus nos incentiva com a promessa de suprir abundantemente nossas necessidades. Damos proporcionalmente àquilo que Deus nos dá, na certeza de que não nos fará falta. Deus proverá! 3. Dízimo e ofertas no Novo Testamento. Há os que afirmam que o dízimo é coisa do Velho Testamento, uma exigência da Lei Mosaica para os que viveram naquele tempo, e que nós, cristãos, não temos a obrigação de pagá-lo. Estão certos, pelo menos em parte. Como disse o apóstolo Paulo, nós, cristãos, não estamos debaixo da lei; estamos debaixo da graça! (Rm 6.14). Mas é justamente por isso que podemos e devemos fazer ainda melhor, pois a graça é superior à Lei. A Lei obriga; a graça motiva!

3 Voltemos ao exemplo de Abraão. A Lei ainda não tinha sido dada; Abraão não tinha obrigação de dar o dízimo dos bens que resgatou das mãos dos reis que saquearam Sodoma; mas ele o deu por gratidão, reconhecendo que sua vitória tinha sido uma bênção de Deus. Entregamos dízimos e fazemos ofertas pelos mesmos motivos. São motivos mais fortes e maduros que a mera obediência a um mandamento. O dízimo de Abraão é comentado em Hebreus 7.1-10. O autor dessa carta argumenta que o Sacerdócio de Cristo é superior ao sacerdócio de Melquisedeque, que é uma figura de Cristo no Velho Testamento. De modo que, quando Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, ele o deu, em figura, ao próprio Cristo. Se o crente Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, tipo de Cristo, os crentes, hoje, devem dá-lo Àquele que é Sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque (v.17). Jesus não anulou a Lei Mosaica; melhor dizendo, as leis morais do Velho Testamento que se aplicam tanto a judeus como a gentios, em todos os tempos. Entretanto, ele condenou as motivações egoístas, religiosas, tradicionais e incoerentes. Por exemplo: Em Mateus 23.23 e Lucas 11.42, Jesus censura os fariseus porque, conquanto fossem zelosos na prática do dízimo, negligenciavam os preceitos mais importantes da Lei, tais como a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Jesus lhes disse: Vocês devem praticar estas coisas [justiça, a misericórdia e a fidelidade], sem omitir aquelas [os dízimos]. A entrega legalista e formal de dízimos não tem valor se a vida não exibe o fruto do Espírito; por outro lado, o crente que pratica os preceitos mais importantes da Lei de Deus não está, por isso, dispensado de dar o dízimo. Na parábola do Fariseu e do Publicano, em Lucas 18.12, o primeiro diz, orgulhosamente:... jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. Porque a parábola condena a atitude orgulhosa do fariseu, alguns vêem aqui uma indicação de que Jesus era contrário ao dízimo. Os vs. 9 e 14, entretanto, esclarecem que o que Jesus condenou não foram as práticas do jejum e do dízimo, mas a exaltação própria através dessas práticas (Ver Mt 6.1-2,5,16). 4. Dízimos ou ofertas? Além dos dízimos, os crentes do Velho Testamento davam ofertas, muitas ofertas. Por ocasião da construção do Tabernáculo, no deserto, o Senhor ordenou a Israel, por boca de Moisés: Separem dentre os seus bens uma oferta para o Senhor de coração disposto Então toda a comunidade de Israel todos os que estavam dispostos, cujo coração os impeliu a isso, trouxeram uma oferta ao Senhor para a obra do Tabernáculo Todos os israelitas que se dispuseram, tanto homens como mulheres, trouxeram ao Senhor ofertas voluntárias (Êx 35.5,20,21,22,29). Mais à frente, lemos que o povo continuava a trazer voluntariamente ofertas, manhã após manhã. Por isso, todos os artesãos habilidosos que trabalhavam no santuário interromperam o trabalho e disseram a Moisés: O povo está trazendo mais do que o suficiente para realizar a obra que o Senhor ordenou. Assim, o povo foi impedido de trazer mais (Êx 36.5-7). Maravilha! O Novo Testamento fala mais de ofertas do que propriamente de dízimos. Jesus observou as ofertas que os ricos depositavam no gazofilácio, à porta do templo, e também a oferta de uma viúva pobre. E comentou: Esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento (Lc 21.1-4). Na época de Paulo, os cristãos da Macedônia, que eram pobres e estavam passando por muitas

tribulações, manifestaram abundância de alegria, e... na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários numa campanha de arrecadação de fundos para socorrer os cristãos ainda mais pobres da Judéia (II Co 8.2-3). Paulo escreveu aos Coríntios sobre esse exemplo de amor e generosidade e acrescentou: Cada um contribua segundo tiver proposto no coração... porque Deus ama a quem dá com alegria (II Co 9. 7). 4 5. O sustento do ministério pastoral e missionário Em nossos dias, a destinação de parte dos dízimos e das ofertas do povo de Deus para o sustento do ministério pastoral e missionário é questionado por alguns. Entretanto, é bíblica e necessária. Nesta mensagem, já explicamos que os sacerdotes e cantores levitas, separados por Deus para os serviços no Tabernáculo e no Templo, eram sustentados com os dízimos do povo. Em I Coríntios 9 o apóstolo Paulo declara que o princípio do sustento do ministério na dispensação da graça (Novo Testamento e igreja) é o mesmo que o da dispensação da Lei (Velho Testamento, Sacerdócio). O apóstolo ensina que é dever das igrejas sustentarem seus obreiros e defende seu próprio direito de receber sustento das igrejas (vs. 4,6). Para deixar o assunto bem claro, ele usa figuras que seus contemporâneos podiam entender muito bem (e nós também): Quem serve como soldado à própria custa? Quem planta uma vinha e não come do seu fruto? Quem apascenta um rebanho e não bebe do seu leite? Está escrito na Lei de Moisés: 'Não amordace o boi enquanto ele estiver debulhando o cereal. Por acaso é com bois que Deus está preocupado? Não é certamente por nossa causa que ele o diz? Sim, isso foi escrito em nosso favor. Porque o lavrador quando ara e o debulhador quando debulha, devem fazê-lo na esperança de participar da colheita. Se entre vocês semeamos coisas espirituais, seria demais colhermos de vocês coisas materiais? Se outros têm o direito de serem sustentados por vocês, não o temos nós ainda mais? Vocês não sabem que aqueles que trabalham no templo, alimentam-se das coisas do templo [trigo, etc.], e que os que servem diante do altar participam do que é oferecido no altar [carne]? Da mesma forma, o Senhor ordenou àqueles que pregam o evangelho, que vivam do evangelho (vs.7-14). Nada mais claro. Entretanto, há os que deixam de lado toda essa argumentação e ensino e citam apenas os versos intercalados, a decisão particular do apóstolo Paulo de abrir mão desse seu direito, ao que parece, somente no caso da trabalhosa igreja de Corinto: nunca usamos desse direito. Ao contrário, suportamos tudo para não colocar obstáculos ao evangelho de Cristo Não tenho usado de nenhum desses direitos. Não estou escrevendo na esperança de que vocês (de Corinto) façam isso por mim (vs. 12b, 15). Em Corinto, ele preferiu trabalhar com as próprias mãos, fabricando tendas em sociedade com Áquila e Priscila, e, assim provendo o próprio sustento (At 18.1-3). Sabemos que esse mesmo apóstolo, noutros períodos de seu ministério, recebeu ofertas generosas dos Filipenses e lhes escreveu agradecendo e dizendo-se "amplamente suprido" (Fp 4.14-18). Em igrejas maiores e crescentes, há ministros outros além do pastor e funcionários. Alguns argumentam que, se o pastor recebe da igreja pelo trabalho que faz, os demais que prestam serviços à igreja devem receber também. Certo, em parte. Mas é preciso fazer algumas distinções. A igrejas que levam a a sério teologia, a sã doutrina, o ensino, a pregação e o pastoreio do rebanho têm pastores preparados, com curso superior e,

em muitos casos, mestrado e doutorado. Eles dispensam praticamente todo o seu tempo à igreja. Não é o que se espera de coordenadores de ministérios, músicos e cantores. Salvo excessões, eles têm uma profissão e tiram da mesma o seu sustento. O que fazem na igreja instituída é trabalho voluntário. Isto não exclui a possibilidade e necessidade de igrejas maiores terem líderes de ministérios plenamente envolvidos e, portanto, assalariados. Que esse ensino bíblico sobre Mordomia, dízimos e ofertas fale profundamente aos seu corações, e o oriente e motive para a correta mordomia de tudo o que o Senhor lhe tem confiado. Somos todos servos de Deus, ou melhor, filhos de Deus. Ele quer a nossa cooperação. Que privilégio! Ponha o termômetro da dedicação, da cooperação, da entrega fiel dos dízimos, das ofertas de gratidão... E verifique a temperatura do seu coração, de sua fé, de seu amor a Deus, a Cristo, à igreja, aos que ainda não conhecem o Senhor Jesus, aos necessitados. Se a temperatura estiver baixa, se estiver com hipotermia espiritual, aqueça-se com o fogo do Espírito, com oração, estudo bíblico, frequência aos cultos, participação, dízimos e ofertas. Deus o(a) abençoe! 5 Pr. Éber Lenz César (eberlenzcesar@gmail.com)