PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 767/XIII/3.ª

Documentos relacionados
Projecto de Lei n.º 764/XIII/3.ª

Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 558/XIII/2.ª

Reforça a proteção dos animais utilizados em circos

CONSELHO DE MINISTROS PROPOSTA DE LEI Nº /IX /2017 DE DE

PARTIDOCOMUNISTAPORTUGUÊS GrupoParlamentar. Projeto de Lei n.º 589/XIII/2.ª

Projeto de Lei n.º 813/XIII/3.ª. Requalificação e construção de residências universitárias. Exposição de motivos

Decreto-Lei n.º 84/2007, de 29 de março

PARTIDOCOMUNISTAPORTUGUÊS GrupoParlamentar Projeto de Lei n.º 561/XIII/2.ª

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 405/XIII/2.ª

PS, PSD E CDS BLOQUEIAM NA REPÚBLICA VERBAS PARA COMPENSAR PREJUÍZOS DO MAU TEMPO NOS AÇORES

Projecto de Lei n.º 60/XI-1.ª

Concretiza o quadro de transferência de competências para os órgãos municipais nos domínios da proteção e saúde animal e da segurança dos alimentos

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 637/XIII/3.ª

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei nº 65/XIII-1.ª. Exposição de Motivos

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 1199/XIII/4.ª

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 215/XIII/1.ª

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar

Regulamento do Serviço de Fornecimento de Refeições nos Estabelecimentos de Educação e Ensino sob gestão do Município de Valongo

TAXAS de CONTROLO e EMISSÃO de CERTIFICADOS

Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural Direção Geral de Alimentação e Veterinária. Despacho n.º /2018

PROPOSTA DE LEI N.º 179/2019

Regulamento. Conselho Municipal de Juventude de Castelo Branco

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 45/XIII. Exposição de Motivos

Despacho n.º 8333/2014, de 19 de junho (DR, 2.ª série, n.º 121, de 26 de junho de 2014)

Processo Legislativo. Dossier de Acompanhamento de Votação em Plenário PROPOSTA DE LEI 254/XII/4. Artigo 176.º-A. (Fim Artigo 176.

JORNAL OFICIAL. Suplemento. Sumário REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Quarta-feira, 28 de outubro de Série. Número 166

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 608/XIII/3.ª. Exposição de Motivos

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar

ORGÂNICA DA CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES, I.P. (DECRETO-LEI N.º 131/2012, DE 25 DE JUNHO)

PRESIDÊNCIA DO GOVERNO Resolução do Conselho do Governo n.º 98/2013 de 3 de Outubro de 2013

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar

(Atos não legislativos) REGULAMENTOS

Projeto de decreto-lei Carreira médica

DECRETO N.º 91/XIII. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: Artigo 1.

Apreciação Parlamentar n.º 58/XIII/3.ª

CONSELHO MUNICIPAL DE JUVENTUDE REGULAMENTO CAPITULO I DISPOSIÇÕES GERAIS. Preâmbulo

Artigo 1.º. Alteração

1 Legislação aplicável (UE e PT) Objetivos Objetivo geral Objetivos estratégicos Objetivos operacionais...

PROPOSTA DE LEI À N.º 159/XIII

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS

Projecto de Lei n.º 576/XIII/2.ª. Exposição de motivos

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 944/XII/4.ª

Município de Vila Verde CONSELHO MUNICIPAL DE JUVENTUDE DE VILA VERDE (CMJVV)

CONSELHO MUNICIPAL DE JUVENTUDE. Regulamento CAPITULO I DISPOSIÇÕES GERAIS. Preâmbulo

9e4fb39a76d24653b38d7b4305cf5a09

b4cc9d42ebbf46a88c f14a

EDITAL N. º 34 FEBRE CATARRAL OVINA LÍNGUA AZUL

CAPITULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

DECRETO N.º 136/XIII

REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO DE APOIO ÀS FREGUESIAS. Preâmbulo. A Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, aprovou o regime jurídico das

Requerimento de Avocação


PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 716/XIII/3.ª

Câmara Municipal de Sintra. Cf. artigo 114º, nº 3, da Constituição da República Portuguesa

Proposta de Lei nº 132/XII/1ª

INSTITUTO POLITÉCNICO DESPACHO IPB/REG02/2014. Regulamento de Bolsas de Mobilidade Internacional do Instituto Politécnico de Bragança

CONSELHO MUNICIPAL DE JUVENTUDE

DECRETO N.º 42/XIII. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

REGULAMENTO DA SECÇAO REGIONAL DO NORTE (SRN) (Artigo 3 do Decreto-Lei nº. 487/99, de 16 de Novembro)

PROJETO DE LEI N.º 1078/XIII/4.ª ALTERA O DECRETO LEI N.º 123/2009, DE 21 DE MAIO, INTRODUZINDO O MODELO ENTIDADES CERTIFICADORAS

Alteração ao Regulamento de Taxas do Município da Moita

JORNAL OFICIAL Segunda-feira, 29 de julho de 2013

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º. Exposição de Motivos

SAF.RG.01.02: REGULAMENTO INTERNO DOS SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E FINANCEIROS - SAF SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E FINANCEIROS

Câmara Municipal de Vieira do Minho

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 957/XIII-3ª

1. OBJETIVOS VISADOS E TIPOLOGIA DAS AÇÕES O APOIAR

PROJECTO DE LEI N.º 221/VIII APOIOS À PERMANÊNCIA E INTEGRAÇÃO NA FAMÍLIA DE IDOSOS E PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA. Exposição de motivos

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei nº 354/XIII 2ª

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Proposta de Lei n.º 12/XIII/1ª. Aprova o Orçamento do Estado para Proposta de Aditamento

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Resolução n.º 1778/XIII/3.ª

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES SUBCOMISSÃO DE POLÍTICA GERAL INTRODUÇÃO

REGULAMENTO INTERNO CAMPO DE FÉRIAS

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º115/xiii. Exposição de Motivos

(Texto relevante para efeitos do EEE)

Diploma. Aprova a orgânica da Secretaria-Geral do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES SUBCOMISSÃO DE POLÍTICA GERAL

Conselho Municipal da Juventude de Paredes REGULAMENTO. A presente proposta de alteração do regulamento da criação do Conselho Municipal da

(P20) Plano de Aprovação e Controlo dos Estabelecimentos (PACE) 2 Objetivos Objetivo geral Objetivos estratégicos...

SEGUNDA ALTERAÇÃO AO REGULAMENTO MUNICIPAL DA URBANIZAÇÃO E DA EDIFICAÇÃO (RMUE)

Alteração do Regulamento do Conselho Municipal de Juventude de Évora

Deliberação n.º 3/2016. Recursos Hierárquicos do Quadro de Referência Estratégico Nacional

Carta de Missão Ministério rviço / Organismo Cargo 1. Missão do organismo

Recomendação. - Isenção pagamento de taxas municipais a Associações Zoófilas cuja actividade se revista de manifesto e

PROCESSO EXTRAORDINÁRIO DE ACTUALIZAÇÃO DAS INSCRIÇÕES NO RECENSEAMENTO ELEITORAL ATRAVÉS DA CRIAÇÃO DE UM FICHEIRO CENTRAL INFORMATIZADO

ORDEM DOS ENGENHEIROS TÉCNICOS Regulamento nº / Regulamento de Funcionamento do Conselho da Profissão

Projeto de Lei n.º 846/XIII/3.ª

(Atos legislativos) REGULAMENTOS

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar

Texto Final apresentado pela Comissão de Agricultura e Mar relativo aos

Depois de consultado o Comité de Coordenação dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento,

Lei n.º 28/2013 de 12 de Abril

PROCEDIMENTO DE SELEÇÃO DE REVISOR OFICIAL DE CONTAS PARA A REVISÃO LEGAL DAS CONTAS DA UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO ALTO MINHO, E. P. E.

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 176/XII. Exposição de Motivos

PROJETO DE LEI N.º 58/XIII/1.ª PROMOÇÃO DO ACESSO A PRODUTOS DA AGRICULTURA DE PRODUÇÃO LOCAL ÀS CANTINAS PÚBLICAS

DECRETO N.º 95/XIII. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: Artigo 1.

Transcrição:

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar Projeto de Lei n.º 767/XIII/3.ª Estabelece os princípios gerais da carreira de médico veterinário municipal (Primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 116/98, de 5 de maio) Exposição de motivos O Decreto-Lei n.º 116/98, de 5 de maio, que define o estatuto e a carreira do médico veterinário municipal, prevê, entre outras coisas, que a retribuição mensal dos médicos veterinários municipais fosse assegurada pelos municípios e pelo Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas (MADRP) na proporção de 60 % e 40 %, respetivamente, sendo que a parte correspondente ao MADRP seria suportada pelas direções regionais de agricultura. Por outro lado, o mesmo diploma prevê uma articulação entre o médico veterinário municipal e o MADRP através da Direção-Geral Veterinária (DGV) e da Direção-Geral de Fiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar (DGFCQA). Com a reestruturação do Ministério da Agricultura e a verticalização dos serviços de veterinária, as direções de serviços de veterinária regionais passaram a estar na dependência direta da Direção-Geral de Veterinária (DGV). Entretanto, foi também extinta a Direção-Geral de Fiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar (DGFCQA) e as suas competências foram em parte absorvidas pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV). A redução do número de funcionários do Ministério da Agricultura e consequentemente, dos serviços veterinários oficiais, faz com que ao dia de hoje, o médico veterinário municipal seja o único médico veterinário oficial, efetivamente presente e atuante junto das populações. Por outro lado, com a crescente transferência de competências da DGAV para os municípios, como é o caso da inspeção sanitária em estabelecimentos de abate, urge clarificar a forma dos municípios assegurarem estas mesmas competências e alterar a forma de comparticipação da retribuição mensal dos médicos veterinários municipais

2 para uma forma que, associada à redistribuição das taxas cobradas pelos serviços prestados no âmbito daquelas competências, possa ser mais justa e refletir a real proporção do trabalho prestado pelos médicos veterinários municipais. Desde a publicação do Decreto-Lei n.º 116/98, de 5 de maio, a realidade da área de atuação do médico veterinário foi alvo de grande transformação, muito por força da publicação de normativos legais como o Regime jurídico de acesso e exercício de atividades de comércio, serviços e restauração (RJACSR), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 10/2015, de 16 de janeiro, o Sistema de Indústria Responsável (SIR), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 169/2012, de 1 de agosto, na sua redação atual Novo regime de exercício da atividade pecuária (NREAP), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 81/2013, de 14 de junho, de outros diplomas relativos aos animais de companhia e de legislação comunitária relativa a segurança alimentar. O Decreto-Lei n.º 116/98, de 5 de maio, na sua redação atual, carece, por isso, de alteração, no sentido de integrar todas as alterações acima referidas. Acresce ainda o facto de, no momento atual, existir um elevado número de municípios sem médico veterinário municipal ou com médico veterinário municipal que não é autoridade sanitária concelhia, por força do não reconhecimento do direito ao abono de remuneração pela DGAV. Esta realidade obsta à constituição de um corpo de médicos veterinários oficiais universal e efetivamente presente e atuante em todo o território nacional, o que contraria a política de proximidade e rapidez de atuação que se pretende para os serviços veterinários oficiais, pelo que é necessário criar condições para que a DGAV possa reconhecer a posse de novos médicos veterinários municipais. Nestes termos, ao abrigo do disposto no artigo 156.º da Constituição da República e do artigo 4.º do Regimento da Assembleia da República, os Deputados do Grupo Parlamentar do PCP apresentam o seguinte Projeto de Lei: Artigo 1.º Alteração ao Decreto-Lei n.º 116/98, de 5 de maio O presente diploma procede à primeira alteração do Decreto-Lei n.º 116/98, de 5 de maio, que estabelece os princípios gerais da carreira de médico veterinário.

3 Artigo 2.º Alterações São alterados os artigos 1.º; 2.º; 3.º; 4.º; 5.º; 6.º; 7.º e 8.º do Decreto-Lei n.º 116/98, de 5 de maio, que passam a ter a seguinte redação: «Artigo 1.º Carreira A carreira do médico veterinário municipal é a carreira de técnico superior, a qual se desenvolve nos termos da Lei n.º 35/2014, de 20 de junho. Artigo 2.º Autoridade sanitária municipal 1 O provimento dos lugares é feito por procedimento concursal, nos termos da lei. 2 [ ]. 3 Os poderes de autoridade sanitária veterinária são conferidos aos médicos veterinários municipais, por inerência de cargo, pela Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DAGV), enquanto autoridade sanitária veterinária nacional, a título pessoal, não delegável e abrangendo a atividade por eles exercida na respetiva área concelhia, quando esteja em causa a sanidade animal ou a saúde pública. 4 O exercício do poder de autoridade sanitária veterinária concelhia traduz-se na competência de, sem dependência hierárquica, tomar qualquer decisão, por necessidade técnica ou científica, que entenda indispensável ou relevante para a prevenção e correção de fatores ou situações suscetíveis de causarem prejuízos graves à saúde pública, bem como nas competências relativas à garantia de salubridade dos produtos de origem animal e competências relativas à saúde e bem-estar animal. 5 Todos os concelhos devem possuir autoridade sanitária concelhia com poderes conferidos pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária nos termos do n.º 3. 6 A autoridade sanitária veterinária concelhia será substituída, na sua ausência ou impedimento, pelo médico veterinário municipal de um dos concelhos limítrofes, a designar pela autoridade sanitária veterinária nacional mediante pedido formulado pelo município.

4 7 A substituição prevista no número anterior aplica-se a situações pontuais de ausência ou impedimento e não pode revestir-se de caráter permanente. 8 - A autoridade sanitária veterinária concelhia pode, no seu respetivo âmbito territorial, delegar em profissionais que integram as respetivas câmaras municipais, de acordo com as áreas específicas de intervenção, a execução de atos materiais compreendidos no exercício das suas competências, desde que observados os requisitos de qualificação profissional necessários ao exercício das mesmas. 9 - Os profissionais referidos no número anterior podem realizar verificações no âmbito de controlos oficiais, conforme definidos no Regulamento (CE) 882/2004, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de abril de 2004, desde que o referido controlo oficial seja assumido e validado pelo médico veterinário municipal e que aqueles profissionais desenvolvam as suas competências na dependência hierárquica do médico veterinário municipal. Artigo 3.º Competências em articulação com a Direção-Geral de Alimentação Veterinária (DGAV) 1 Os médicos veterinários municipais têm o dever de, nos termos da legislação vigente, colaborar com o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural (MAFDR), na área do respetivo município, em todas as ações levadas a efeito nos domínios da saúde e bem-estar animal, da saúde pública veterinária, da segurança da cadeia alimentar de origem animal, da inspeção hígio-sanitária, do controlo de higiene da produção, da transformação e da alimentação animal e dos controlos veterinários de animais e produtos provenientes das trocas intracomunitárias e importados de países terceiros, programadas e desencadeadas pelos serviços competentes, designadamente a DAGV. 2 Compete aos médicos veterinários municipais, no exercício da colaboração referida no número anterior: a) [ ]; b) Emitir parecer, nos termos da legislação vigente, sobre as instalações e estabelecimentos referidos na alínea anterior, designadamente, sobre:

5 i) As indústrias da Parte 2-A e 2-B do Anexo 1 do Sistema de Indústria Responsável (SIR), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 169/2012, de 1 de agosto, na sua redação atual; ii) Estabelecimentos de comércio constantes das Listas II e III do Anexo I do Regime jurídico de acesso e exercício de atividades de comércio, serviços e restauração (RJACSR), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 10/2015, de 16 de janeiro, na sua redação atual; iii) Instalações pecuárias das classes 2 e 3 conforme definidas no novo regime de exercício da atividade pecuária (NREAP), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 81/2013, de 14 de junho, na sua redação atual; iv) Alojamentos animais que careçam de permissão administrativa no âmbito do Decreto-Lei n.º 276/2001, de 17 de outubro, na sua redação atual; c) Executar o Plano de Aprovação e Controlo a Estabelecimentos talhos e peixarias (PACE) e colaborar em outros planos de aprovação e controlo a estabelecimentos executados pela DGAV remetendo nos prazos fixados a correspondente documentação para a respetiva Direção de Serviços de Alimentação e Veterinária (DSAV); d[ ]; e) Emitir certificados para trocas intracomunitárias de animais ou produtos animais, designadamente certificados TRACES; f) [ ]; g) Colaborar na realização do recenseamento de animais, de inquéritos de interesse pecuário e ou económico; h) Intervir, sob a coordenação das forças policiais, em caso de ataques de animais a pessoas ou outros animais, na contenção, captura e transporte a centro de recolha oficial e fazendo cumprir as obrigações a que está sujeito o animal agressor e o seu detentor. i) Operacionalizar, em articulação com os vários serviços do município, as medidas de ação local previstas nos planos de contingência para doenças e determinadas pela autoridade veterinária nacional.

6 Artigo 4.º Dependência, relações funcionais e horário 1 [ ]. 2 Para efeitos do disposto no número anterior e decorrente da natureza do papel de autoridade sanitária veterinária concelhia dos médicos veterinários municipais, estes devem ser sempre colocados na direta dependência do presidente da câmara municipal na estrutura orgânica dos municípios. 3 As relações funcionais dos médicos veterinários com o MAFDR são asseguradas através das direções de serviço de alimentação e veterinária (DSAV) e da articulação destas com a DGAV. 4 Entre os médicos veterinários municipais e os serviços mencionados no número anterior será estabelecido um programa de contactos regulares, sem prejuízo da possibilidade de convocação extraordinária por motivo urgente. 5 Em caso de concorrência de obrigações, prevalece o serviço municipal. 6 Decorrente da natureza das suas funções, os médicos veterinários municipais podem gozar de isenção de horário nos termos legalmente previstos. Artigo 5.º Retribuição 1 A retribuição mensal correspondente aos índice e escalão do vencimento dos médicos veterinários municipais é suportada pelos respetivos municípios e pelo MAFDR, respetivamente em 60 % e 40 %. 2 O encargo correspondente ao MAFDR é suportado pela DGAV, através de verba inscrita nos respetivos orçamentos em despesas com o pessoal. 3 [ ]. 4 [ ]. Artigo 6.º Deslocações e quota de desconto 1 [ ].. 2 O pagamento das despesas referidas no número anterior compete à câmara municipal, ou ao MAFDR, consoante a natureza do serviço e de harmonia com a

7 legislação em vigor, considerando-se para o efeito como domicílio profissional a sede do respetivo município. 3 [ ]. Artigo 7.º Posse 1 Para efeitos do disposto na presente lei, as câmaras municipais comunicarão à DGAV a data de posse dos médicos veterinários municipais que vierem a ser nomeados de acordo n.º 1, do artigo 2.º. 2 Relativamente aos médicos veterinários municipais referidos no número anterior, o direito ao abono da remuneração a cargo do MAFDR será reconhecido por despacho do Diretor-Geral de Alimentação e Veterinária, no prazo de 30 dias a contar da posse, sem prejuízo, porém, da retroação de efeitos a esta última data. 3 Relativamente aos médicos veterinários municipais que tenham sido nomeados de acordo com o n.º 1, mas relativamente aos quais não tenha sido reconhecido o direito ao abono da remuneração a cargo do MAFDR até à presente data, o respetivo direito deve ser reconhecido por despacho do Diretor-Geral de Alimentação e Veterinária, no prazo de 30 dias a contar da data de publicação da presente lei, sem prejuízo, porém, da retroação de efeitos a esta última data. Artigo 8.º Colaboração No exercício da sua atividade como autoridade sanitária veterinária concelhia, o médico veterinário municipal deve articular-se com a autoridade de saúde concelhia nos aspetos relacionados com a saúde humana, tendo poderes para solicitar a colaboração e intervenção das autoridades administrativas, policiais e de fiscalização das atividades económicas, designadamente a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) ou de quaisquer outras entidades tidas por convenientes para a salvaguarda da saúde e do bem-estar animal e para a garantia da higiene e segurança dos produtos alimentares de origem animal ao longo de toda a cadeia alimentar.»

8 Artigo 3.º Aditamento ao Decreto-Lei n.º 116/98, de 5 de maio São aditados os artigos 3.º A; 3.º B e 5.º A ao Decreto-Lei n.º 116/98, de 5 de maio, com a seguinte redação: «Artigo 3.º-A A inspeção sanitária nos municípios 1 Nos casos em que os municípios tenham aceite colaborar com a DGAV na inspeção sanitária nos estabelecimentos de abate instalados na sua área geográfica, no âmbito dos Despachos n.ºs 21/G/2016, 22/G/2016, 23/G/2016 e 24/G/2016 DGAV, de 1 de agosto de 2016, a coordenação da equipa de inspetores fica a cargo do médico veterinário municipal e aqueles profissionais desenvolvem as suas competências na dependência hierárquica do médico veterinário municipal, nos termos do n.º 2 do artigo 2.º. 2 No caso referido no número anterior a articulação com a respetiva Direção de Serviços de Alimentação e Veterinária (DSAV) é assegurada pelo respetivo coordenador da equipa de inspetores. Artigo 3.º-B Competências de âmbito municipal No exercício das suas competências de âmbito municipal, os médicos veterinários devem assegurar: a) A fiscalização e o controlo de estabelecimentos de comércio e de restauração e bebidas no âmbito das competências de fiscalização atribuídas aos municípios pelo Decreto-Lei n.º 10/2015, de 16 de janeiro que aprova o Regime jurídico de acesso e exercício de atividades de comércio, serviços e restauração (RJACSR); b) A fiscalização e o controlo de cantinas escolares, refeitórios de lares de idosos e de outras Instituições particulares de solidariedade social (IPSS); c) A coordenação na área do respetivo município, das políticas de controlo de animais vadios e errantes, incluindo a direção dos Centros de Recolha Oficial de Animais, quer individualmente, quer em associação de âmbito intermunicipal;

9 d) A cooperação com as entidades competentes na execução na área do respetivo município, das medidas de controlo de animais vadios e errantes que não sejam animais de companhia, designadamente animais de espécies pecuárias ou de espécies silváticas que pela sua errância fora do controlo dos seus detentores ou fora do seu habitat natural, respetivamente, possam de alguma forma comprometer a segurança de pessoas, animais ou bens; e) A cooperação com as entidades competentes na fiscalização e no controlo de situações de insalubridade geradas por alojamentos de animais de companhia ou por instalações pecuárias; f) A promoção de produtos regionais de origem animal e a coordenação dos respetivos processos de certificação e valorização; g) A coordenação, gestão e promoção dos mercados locais de produtores previstos no Decreto-Lei n.º 85/2015, de 21 de maio. Artigo 5.º-A Taxas As taxas cobradas aos operadores pelos serviços prestados no âmbito das subalíneas i), ii), iii) e iv), da alínea b), do n.º 2, do artigo 3.º e do artigo 3.º-A revertem para os municípios.» Artigo 4.º Entrada em vigor A presente lei entra em vigor no dia imediato ao da sua publicação. Assembleia da República, 2 de fevereiro de 2018 Os Deputados, PAULA SANTOS; JOÃO RAMOS; JOÃO OLIVEIRA; RITA RATO; JORGE MACHADO; DIANA FERREIRA; PAULO SÁ; ANA MESQUITA; BRUNO DIAS; CARLA CRUZ; MIGUEL TIAGO