Revista ALPHA Revista do Centro Universitário de Patos de Minas

Revista ALPHA Revista do Centro Universitário de Patos de Minas 1 Revista Alpha, 17(1), jan./jul. 2016

UNIPAM Centro Universitário de Patos de Minas Reitor do UNIPAM Milton Roberto de Castro Teixeira Pró-reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão Fagner Oliveira de Deus Pró-reitor de Planejamento, Administração e Finanças Renato Borges Fernandes Coordenadora de Extensão Adriana de Lanna Malta Tredezini Coordenadora do Núcleo de Editoria e Publicações Elizene Sebastiana de Oliveira Nunes A Revista ALPHA é uma publicação semestral dos cursos de História, Pedagogia e Letras, do Centro Universitário de Patos de Minas. Coordenador dos cursos de Pedagogia e História: Marcos Antônio Caixeta Rassi. Coordenadora do curso de Letras: Mônica Soares de Araújo Guimarães. Capa Retrato de Michel Foucault (1926-1984) Catalogação na Fonte Biblioteca Central do UNIPAM R454 Revista ALPHA / Centro Universitário de Patos de Minas. v. 1, n. 1 (dez. 2000) Patos de Minas : UNIPAM, 2016. Anual: 2000-2015. Semestral: 2016-. Disponível em: <http://alpha.unipam.edu.br>. ISSN 1518-6792 (2000-2015) ISSN 2448-1548 (2016) 1. Cultura Periódicos. I. Centro Universitário de Patos de Minas. CDD 056.9 Bibliotecária responsável: Carolina Simões Barbosa CRB6-2110 Centro Universitário de Patos de Minas Rua Major Gote, 808 Caiçaras 38702-054 Patos de Minas-MG Brasil Telefax: (34) 3823-0300 web: www.unipam.edu.br NEP Núcleo de Editoria e Publicações Telefone: (34) 3823-0341 consulte a página do NEP: http://nep.unipam.edu.br 2 Revista Alpha, 17(1), jan./jul. 2016

Revista ALPHA Revista do Centro Universitário de Patos de Minas ISSN 2448-1548 ano 17 vol. 17, n. 1 jan./jul. de 2016 Patos de Minas: Revista Alpha, UNIPAM, 17(1):1-214 Centro Universitário de Patos de Minas 3 Revista Alpha, 17(1), jan./jul. 2016

Revista ALPHA Revista do Centro Universitário de Patos de Minas http//:alpha.unipam.edu.br e-mail: revistaalpha@unipam.edu.br Editor Luís André Nepomuceno Conselho Editorial Interno Agenor Gonzaga dos Santos Carlos Roberto da Silva Elizene Sebastiana de Oliveira Nunes Geovane Fernandes Caixeta Gisele Carvalho de Araújo Caixeta Helânia Cunha de Sousa Cardoso Luís André Nepomuceno Mônica Soares de Araújo Guimarães Conselho Consultivo Alckmar Luiz dos Santos (UFSC) Ana Margarida Dias Martins (University of Cambridge) Betina Ribeiro Rodrigues da Cunha (UFU) Carlos Henrique de Carvalho (UFU) Dermeval Saviani (UNICAMP) Divino José da Silva (UNESP/ Presidente Prudente) Elza Kioko Nakayama Nenoki do Couto (UFG) Esmeralda Blanco Bolsonaro de Moura (USP) Frederico de Sousa Silva (UFU) Helena Maria Ferreira (UFLA) Hugo Mari (PUC Minas) Jorge Megid Neto (UNICAMP) Justino Pereira de Magalhães (Universidade de Lisboa/ Portugal) Jorge Ruedas de la Serna (Universidad Nacional Autónoma de México) Lorenzo Teixeira Vitral (UFMG) Luciano Marcos Curi (IFRR) Manuel Cadafaz de Matos (CEHLE, Portugal) Maria Beatriz Nascimento Decat (UFMG) Maria Violante C. F. C. P. Magalhães (Escola Superior de Educação João de Deus/ Portugal) Perciliana Pena (FUNDEC) Raquel de Almeida Moraes (UNB) Rita Marnoto (Universidade de Coimbra) Roberta Guimarães Franco Faria de Assis (UFLA) Rodrigo Garcia Barbosa (UFLA) Rosa Maria Ferreira (Escrita Criativa) Selva Fonseca Guimarães (UFU) Sueli Maria Coelho (UFMG) Walquiria Wey (Universidad Nacional Autónoma de México) Wenceslau Gonçalves Neto (UFU) Avaliação ad hoc para este número Thiago Lemos Silva (UNIPAM) Maria Magdalena Cunha de Mendonça (Faculdade do ISBA/ FSBA) Bibliotecária responsável Carolina Simões Barbosa (UNIPAM) 4 Revista Alpha, 17(1), jan./jul. 2016

Sumário 07 Apresentação Luís André Nepomuceno Dossiê temático: Evocações de Michel Foucault: sexo, loucura e poder 10 Thinking about Power: An Analysis of Foucault s Theory Tom Burns 20 A docência: técnica do dizer verdade social para a produção e modificação de sujeitos Luis F. Vásquez Zora 35 Dios no es hombre. Una lectura foucaultiana de la modernidad en la literatura francesa desde Baudelaire hasta Romain Gary Alfredo Lèal 56 Homoerotismo masculino e relações de poder no romance Em nome do desejo, de João Silvério Trevisa Frédéric Grieco Deij Moral Gil 73 O cientificismo e suas relações com o poder no conto O alienista : uma análise foucaultiana Geovane Souza Melo Junior 81 Resenha: DÍAZ, Esther. A filosofia de Michel Foucault. São Paulo, Unesp, 2012 Maurício Silva Estudos linguísticos 85 O livro Português: linguagens volume 1 ensino médio e algumas contradições Marina Grilli 97 Percepções, atitudes e práticas de ensino da escrita: presença e ausência de efeitos retroativos da prova de redação do ENEM Monica Panigassi Vicentini Estudos literários 115 O poético e o factual na letra da canção O bêbado e a equilibrista Fernando Lopes da Silva 5 Revista Alpha, 17(1), jan./jul. 2016

128 Mia Couto e a arte de brincar com palavras Gisele Krama 143 O fantástico em Segunda fase de Marmeladov de Eugenio Montale Rodrigo Conçole Lage Estudos históricos e pedagógicos 160 A onipresença do mal: a fragmentação da imagem do diabo entre o medievo e a renascença Andrio de Jesus Rosa dos Santos 177 Setor Educacional do Mercosul e as percepções de América Latina para adolescentes em Goiás Marcyvon Dias Léia Adriana da Silva Santiago Nathiele Cristine Cunha Silva Marco Antônio de Carvalho 198 Nucleação de escolas rurais em Patos de Minas-MG (1989-1999): um percurso consolidado Suze Silva Sales 6 Revista Alpha, 17(1), jan./jul. 2016

Apresentação Luís André Nepomuceno Editor da Revista Alpha. e-mail: luis.andre@unipam.edu.br É um prazer e uma alegria comunicar que a Revista Alpha chega a sua 17ª edição com algumas alterações substanciais na sua estrutura. Inicialmente, o periódico passa a ser semestral, com duas edições programadas para incluir os trabalhos reunidos ao longo dos períodos de janeiro a julho e de agosto a dezembro. O processo de avaliação dos artigos, resenhas, traduções e entrevistas passa a ser submetido ao critério de dupla avaliação por pares (double-blind peer review). Com isso, o conselho editorial foi ampliado para atender à demanda dos trabalhos que vínhamos recebendo. Essa decisão também permite a publicação de edições mais objetivas, com frequência mais assídua, o que faz com que o ineditismo e a novidade dos trabalhos sejam trazidos a lume com mais agilidade. Por fim, a revista deverá dispor muito frequentemente de números tematizados, compondo dossiês e reuniões de pesquisas com interesses afins. Essa série de mudanças deverá trazer à Revista Alpha um ritmo mais dinâmico, bem como novas possibilidades de atender às exigências dos órgãos de avaliação de qualidade. O presente número, vol. 17 número 1, compreendendo o período de janeiro a julho de 2016, propõe uma discussão e uma atualização do pensamento de Michel Foucault, que no próximo outubro completaria 90 anos. A ideia inicial era colocar em evidência os principais pontos de argumentação de sua obra, as obras arqueológicas e as obras genealógicas, incluindo suas discussões polêmicas e originais sobre o poder, as instituições, a sexualidade, a loucura e a edificação de nossa moral burguesa, que vem se estendendo a partir do séc. XVII. Atualizar o pensamento de Foucault é uma forma de acompanhar as novas interpretações sobre sua obra, pois que se trata de um dos mais influentes pensadores da segunda metade do séc. XX, com repercussões decisivas para o mundo acadêmico no Brasil. A chamada de trabalhos encorajou os pesquisadores a propor análises específicas da obra de Foucault ou mesmo análises de textos históricos, literários e pedagógicos, a partir das investigações foucaultianas. O dossiê abre com um estudo introdutório de Tom Burns, professor da UFMG, que nos apresenta um amplo painel das obras de Foucault, especialmente naquilo que diz respeito às questões sobre o poder. Burns nos lembra que o filósofo francês revolucionou o conceito sociológico sobre poder, na medida em que o entende não como um exercício autoritário de um indivíduo sobre outro, mas como parte constitutiva dos indivíduos e das instituições que os representam. Luís Vásquez Zora, doutor em Educação pela UFMG, utilizas as reflexões de Foucault para tecer considerações sobre a docência como exercício de poder e como resultado de um sofisticado jogo de estratégias de saber, com a intenção de impor modalidades de governo social, em geral disciplina- 7 Revista Alpha, 17(1), jan./jul. 2016

doras, normalizadoras e de controle. Alfredo Lèal, da Universidade Autônoma do México, amplia novas discussões sobre a obra de Foucault, partindo de três de seus textos sobre Ilustração e modernidade, para analisar poemas de Baudelaire e Romain Gary, partindo de uma crítica da figura do corpo. Frédéric Grieco Deij Moral Gil, mestrando em Estudos Literários pela UFG, propõe a análise de um romance de João Silvério Trevisan, por meio de uma interpretação essencialmente foucaultiana, buscando as experiências homoeróticas e as relações de poder exercidas pelos personagens nas dependências de um seminário católico. Geovane Sousa Melo Junior, também cumprindo seu programa de mestrado pela UFU, propõe nova análise foucaultiana do famoso conto O alienista, de Machado de Assis, denunciando as ironias e críticas do escritor brasileiro a respeito do poder exercido pela ciência e especialmente pela medicina no final do séc. XIX. O dossiê encerra seus trabalhos com uma resenha de Maurício Silva, professor da Universidade Nove de Julho, para o livro A filosofia de Michel Foucault, da argentina Esther Díaz (São Paulo: Unesp, 2012), em que o professor mostra o quanto o livro, pela agudeza das reflexões e pelo poder de síntese que oferece, poderá ser um guia seguro e completo para os querem se iniciar no complexo pensamento foucaultiano. Na seção de Estudos linguísticos, a revista apresenta duas contribuições sobre as relações entre linguística e propostas pedagógicas. Na primeira, Marina Grilli, graduada em Letras (Português/Alemão) pela USP, aponta algumas contradições num capítulo do livro didático da série Português: Linguagens, do Ensino Médio, a partir da linha teórica bakhtiniana. A autora verifica que há incongruências entre o que é proposto e o que se pratica ao longo do capítulo. Monica Panigassi Vicentini, doutoranda em Linguística Aplicada pela Unicamp, analisa, por sua vez, por meio de uma pesquisa de campo com professoras de Português em escola pública e privada, o impacto e o possível efeito retroativo da prova de redação do ENEM no trabalho com redação em sala de aula. A pesquisadora conclui que os efeitos podem ser vistos mais na escola privada do que na escola pública, o que revela que a ocorrência do efeito retroativo se deve a fatores pessoais, de prestígio, de micro e macro contexto. Na seção de Estudos Literários, o que lemos são curiosas análises de contos, romances e canções musicais. Fernando Lopes da Silva, mestrando em Estudos Literários pela UFU, propõe uma investigação histórica envolvendo a composição da música O bêbado e a equilibrista, de João Bosco e Aldir Blanc, gravada por Elis Regina, em 1979. O pesquisador nos apresenta, a partir de elementos tanto históricos quanto poéticos, os bastidores da composição da música que se tornaria o hino da anistia política, uma realidade que se efetivou justamente naquele mesmo ano. Gisele Krama, mestre em Literatura pela UFSC, propõe uma análise do processo de construção narrativa do escritor moçambicano Mia Couto, destacando elementos como a oralidade, a cultura africana e a construção de personagens neste que tem se revelado um dos mais prestigiados escritores de língua portuguesa da atualidade. Rodrigo Conçole Lages, graduado em História pela UNIFSJ, com especialização em História Militar pela UNISUL, oferece a análise de um conto do escritor italiano Eugenio Montale, partindo do princípio de que se trata de literatura fantástica. Para isso, o autor faz uma breve investigação sobre os conceitos de fantástico e de estranho, conforme a teoria de Tzvetan Todorov. Na seção de Estudos Históricos e Pedagógicos, lemos investigações de inte- 8 Revista Alpha, 17(1), jan./jul. 2016

resses e universos distintos. Andrio de Jesus Rosa dos Santos, doutorando em Estudos Literários pela UFSM, propõe uma curiosa análise sobre a representação da figura histórica do diabo entre a Idade Média e o início do Renascimento, a partir da imagística advinda da literatura e do drama litúrgico medieval, bem como da Bíblia e de livros apócrifos. A análise mantém um constante diálogo com os fenômenos religiosos, artísticos e sociais que ajudaram a compor a emblemática figura do diabo. A seção fecha com dois trabalhos de interesse pedagógico. No primeiro deles, uma equipe de professores e pesquisadores do Instituto Federal Goiano, por meio de uma pesquisa de campo em quatro escolas públicas municipais de Goiás, analisa o conteúdo curricular de História da América Latina, considerando as propostas do Setor Educacional do Mercosul (SEM), e analisando ao mesmo tempo a imagem que os alunos têm dos países latino-americanos, bem como o sentido de integração e identidade cultural que essa imagem pode oferecer. A observação é de que nossa história está sempre, de uma forma ou de outra, subordinada à história da Europa. No segundo trabalho de interesse pedagógico, Suze Silva Sales, doutoranda em Educação pela Universidade Federal de São Carlos, apresenta os resultados de sua pesquisa (sustentada em história oral e em fontes documentais) sobre o processo de nucleação das escolas de comunidades rurais em Patos de Minas-MG, ao longo da década de 1990. A pesquisadora pontua que as ações, tidas como inovadoras, foram implantadas por meio de estratégias conservadoras de gestão, o que teria resultado na ausência de serviços básicos e até mesmo no problema de manutenção das estradas de acesso às comunidades rurais. Com os trabalhos acima descritos, e especialmente com as mudanças propostas para este ano, a editoria e a equipe de avaliadores da Revista Alpha acreditam que o periódico inicia nova fase em sua história. Aos nossos leitores, uma ótima e produtiva leitura. 9 Revista Alpha, 17(1), jan./jul. 2016