Anais do XVIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto -SBSR. Avaliação da acurácia posicional de imagens CBERS-4/PAN

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Transcrição:

Avaliação da acurácia posicional de imagens CBERS-4/PAN José Marcato Junior 1 Diego Fernando Coenio 1 Daniel de Faria Godoi 1 Antonio Maria Garcia Tommaselli 2 Ana Paula Marques Ramos 3 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS Caixa Postal 79070-900 Campo Grande - MS, Brasil jose.marcato@ufms.br, diegofernando0711@hotmail.com, danielfgodoi@gmail.com 2 Universidade Estadual Paulista UNESP Caixa Postal 19060-900 Presidente Prudente - SP, Brasil tomaseli@fct.unesp.br 3 Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE Caixa Postal 19067-175 - Presidente Prudente - SP, Brasil anaramos@unoeste.br Abstract. Remote Sensing imagery are used in several applications. CBERS-4 images were available recently, and there is a gap regarding to their positional accuracy evaluation. The main aim of this paper is to assess the positional accuracy of CBERS-4/PAN level 2 imagery, which presents the highest spatial resolution (GSD Ground Sample Distance - of 5 meters). The analysis was conducted using checkpoints obtained from the georeferenced rural properties registered in INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Four images from two orbits were assessed. The results showed that the planimetric displacement of the analysed CBERS-4/PAN imagery was around 600 meters. Palavras-chave: remote sensing, cartography, orbital images, sensoriamento remoto, cartografia, imagens orbitais. 1. Introdução As imagens orbitais vêm sendo amplamente empregadas em diversas aplicações, as quais exigem diferentes níveis de detalhamento e de acurácia posicional. As imagens CBERS (China Brazil Earth Resources Satellite program) são oriundas de uma parceria entre o Brasil e a China e são empregadas em diversas aplicações no contexto de observações da Terra (FONSECA et al., 2014). Dentre essas aplicações, pode-se destacar: geração de mosaicos detalhados; atualização de cartas temáticas; monitoramento de áreas de desmatamento, queimadas, e do nível de reservatórios; imageamento de áreas de desastres; expansão agrícola; e aplicações urbanas, como o desenvolvimento das cidades (INPE, 2016). O satélite CBERS-4, em operação, foi lançado em dezembro de 2014, porém as primeiras imagens começaram a ser disponibilizadas no final de 2015. Esse sistema é o quinto satélite do Programa CBERS e conta com quatro câmeras, duas brasileiras (MUX e WFI) e duas chinesas (PAN e IRS). Sendo assim, o CBERS-4 possui sensores embarcados com diferentes resoluções espaciais; o sensor PAN coleta imagens pancromáticas com elemento de resolução espacial (GSD Ground Sample Distance) igual a cinco metros (INPE, 2016b). No contexto de imagens CBERS-4, Pinto et al. (2016) estimaram coeficientes para a calibração radiométrica dos sensores AWFI e MUX, os quais apresentam GSD de 64 e 20 { Este trabalho foi publicado utilizando Galoá Proceedings 5356

metros, respectivamente. Além disso, Boggione et al. (2014) conduziram uma análise espectral de imagens simuladas MUX, comparando os valores do NDVI (Normalized Difference Vegetation Index), estimados a partir das imagens simuladas, com os valores de NDVI de imagens TM do satélite Landsat 5. No entanto, por se tratarem de imagens disponibilizadas recentemente, ainda, são escassos os estudos referentes a análise da confiabilidade posicional de imagens CBERS-4. O único trabalho, até o presente momento, é o desenvolvido por Statella (2016), o qual analisou a acurácia posicional de imagens CBERS- 4, sensor MUX, verificando que tais imagens apresentam deslocamento posicional de aproximadamente 404 metros. Nesse sentido, objetiva-se nesse trabalho realizar a análise da acurácia posicional de imagens CBERS-4, sensor PAN, que recobrem parte do Estado de Mato Grosso do Sul. Ressalta-se que a maior parte do Pantanal, considerado patrimônio natural da humanidade, encontra-se em Mato Grosso do Sul. Essas imagens orbitais, portanto, podem contribuir para o mapeamento de seus recursos naturais e, consequentemente, a proteção desse patrimônio. 2. Metodologia As imagens CBERS-4/PAN avaliadas possuem nível 2 de processamento e foram obtidas no catálogo CBERS-4 (INPE, 2016c). As imagens no nível 2 apresentam tanto correção geométrica a partir das informações de órbita do satélite quanto correção radiométrica. No Quadro 1, apresentam-se as informações das 04 cenas consideradas nesse trabalho. Nota-se que três dessas imagens pertencem à orbita 162 e uma à órbita 163. Portanto, tem-se um intervalo temporal de 3 dias entre a coleta em órbitas adjacentes (Quadro 1). A Figura 1 apresenta a localização dessas 04 imagens no Estado de Mato Grosso do Sul. Destaca-se que o recobrimento de todo o Estado exige 38 cenas. Quadro 1. Informações das imagens CBERS-4/PAN. Sensor Órbita/Ponto Data da coleta Resolução espacial Dimensão no terreno PAN 162/123 27/04/15 5 m 120 km x 60 km PAN 162/122 27/04/15 5 m 120 km x 60 km PAN 162/121 27/04/15 5 m 120 km x 60 km PAN 163/122 24/04/15 5 m 120 km x 60 km { Este trabalho foi publicado utilizando Galoá Proceedings 5357

Figura 1. Imagens avaliadas no contexto de Mato Grosso do Sul. Para avaliar a confiabilidade posicional das imagens CBERS-4/PAN, especificadas no Quadro 1, utilizou-se as coordenadas planimétricas, em projeção UTM (E, N), de um conjunto de pontos de verificação. Tais pontos correspondem aos limites de propriedades rurais georreferenciadas no Estado do Mato Grosso do Sul cadastradas no INCRA (INCRA, 2016). A Figura 2 ilustra os vértices (em vermelho) das propriedades (pontos de verificação) usados na avaliação da confiabilidade posicional das imagens. Para cada imagem foram considerados 20 pontos de verificação bem distribuídos. { Este trabalho foi publicado utilizando Galoá Proceedings 5358

(a) (b) (c) (d) Figura 2. Vértices das propriedades rurais do INCRA utilizadas na avaliação da confiabilidade posicional das imagens CBERS-4/PAN. (a)162/121; (b)162/122; (c)162/123; (d)163/122. A medição de pontos homólogos nas imagens CBERS-4/PAN e nos arquivos vetoriais das propriedades rurais georreferenciadas foi realizada no software livre QGIS 2.14 (QGIS, 2016). Posteriormente, calcularam-se as estatísticas descritivas para os pontos de verificação considerando as componentes planimétricas E e N. 3. Resultados e discussão Na Tabela 1, apresentam-se os resultados das estatísticas média, desvio-padrão e REQM (Raiz quadrada do Erro Quadrático Médio) das discrepâncias nos pontos de verificação. { Este trabalho foi publicado utilizando Galoá Proceedings 5359

Tabela 1. Estatísticas descritivas para os pontos de verificação nas componentes E e N. Imagem (Órbita/Ponto) 162/121 162/122 162/123 163/123 Componente Média (m) Desvio Padrão (m) REQM (m) de -614,014 30,995 630,727 dn 76,068 10,553 78,755 de -608,454 35,317 625,258 dn 79,129 7,677 81,547 de -615,537 37,975 632,668 dn 85,117 9,722 87,867 de -608,875 30,825 625,452 dn 74,409 16,368 78,077 Ao analisar a Tabela 1, nota-se que os deslocamentos em todas as imagens apresentam valores bastante similares, mesmo considerando imagens coletadas em órbitas adjacentes. Os deslocamentos posicionais são maiores no sentido leste-oeste (componente E). Verifica-se, também, que os desvios-padrão na coordenada E são maiores, indicando uma maior variabilidade nessa direção. O fato de apresentar deslocamentos similares em imagens coletadas em órbitas adjacentes, e, portanto, em datas diferentes, indica a presença de erro sistemático. Isso pode estar associado a erros nos parâmetros que relacionam os diversos sistemas de referência. Marcato Junior e Tommaselli (2013) descrevem os referenciais envolvidos no georreferenciamento direto de imagens orbitas, com ênfase no CBERS-2B. 4. Conclusões Esse trabalho avaliou a acurácia posicional de imagens CBERS-4, sensor PAN para o Estado do Mato Grosso do Sul. Para tanto, foram usados como pontos de verificação os limites das propriedades rurais cadastradas no INCRA. Conclui-se que as imagens CBERS-4/PAN, nível 2 de processamento, apresentam acurácia posicional incompatível com o elemento de resolução espacial (5 metros). A REMQ da resultante planimétrica nos pontos de verificação foi em torno de 614 metros, o que é aproximadamente 123 vezes o valor do elemento de resolução espacial. Por meio de experimentos, verificou-se que as imagens de órbitas adjacentes são dotadas de erro sistemático. Assim, sugere-se a realização de novos testes, porém considerando um maior número de cenas nessa configuração. Em trabalhos futuros, pretende-se avaliar a confiabilidade posicional das imagens coletadas pelos demais sensores do CBERS-4. Além disso, realizar uma análise comparativa entre modelos generalizados para efetuar a correção geométrica dessas imagens. Agradecimentos Os autores gostariam de agradecer ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e à FUNDECT (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul), pelo financiamento dos projetos de pesquisa (p. 456149/2014-7 e p. 59/300.066/2015). E ao CNPq pela bolsa de iniciação científica ao coautor Diego Fernando Coenio. { Este trabalho foi publicado utilizando Galoá Proceedings 5360

Referências Fonseca, L. M. G.; Epiphanio, J. C. N.; Valeriano, D. M.; Soares, J. V. Dalge, J. C. L., Alvarenga, M. A. Earth Observation Applications in Brazil with Focus on the CBERS Program. IEEE Geoscience and remote sensing magazine, v. 2, n. 2, p. 53 55, 2014. INCRA. Acervo Fundiário. Disponível em: < http://acervofundiario.incra.gov.br/i3geo/interface/incra.html?du7mtsc69ni780q27o9qkpbn00 >. Acesso em: 3 de ago. 2016. INPE. Usos e aplicações. Disponível em<http://www.cbers.inpe.br/sobre_satelite/usos_aplicacoes.php > Acesso em: 5 ago. 2016a. INPE. Câmeras. Disponível em< http://www.cbers.inpe.br/sobre_satelite/cameras_imageadoras_cbers3e4.php > Acesso em: 5 ago. 2016b. INPE. Catálogo de imagens INPE. Disponível em< http://www2.dgi.inpe.br/cdsr> Acesso em: 5 ago. 2016c. Marcato Junior, J.; Tommaselli, A. M. G. Exterior orientation of CBERS-2B imagery using multi-feature control and orbital data. ISPRS Journal of Photogrammetry and Remote Sensing, v.79, n. 2013, p. 219-225, 2013. QGIS. Development Team. QGIS Geographic Information System. Open Source Geospatial Foundation Project. Disponível em: <http://qgis.osgeo.org>. Acesso em: 06 de set. 2016. Statella, T. Geometric Quality Assessment of CBERS-4 MUXCAM Image. Revista Brasileira de Geomática, v. 4, n.2, p. 123-128, 2016. { Este trabalho foi publicado utilizando Galoá Proceedings 5361