ii ANÁLISE COMPARATIVA DE REGULADORES DE CRESCIMENTO DE INSETOS NO CONTROLE DE Coptotermes gestroi (ISOPTERA: RHINOTERMITIDAE) FABIANA CORREA BUENO Orientador: Dra. FABIANA ELAINE CASARIN Co-orientador: Dr. ODAIR CORREA BUENO Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana: Teoria e Prática. Agosto - 28
iii É proibido chorar sem aprender, Levantar-se um dia sem saber o que fazer Ter medo de suas lembranças. É proibido não rir dos problemas Não lutar pelo que se quer, Abandonar tudo por medo, Não transformar sonhos em realidade. É proibido não demonstrar amor Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor. É proibido deixar os amigos Não tentar compreender o que viveram juntos Chamá-los somente quando necessita deles. É proibido não ser você mesmo diante das pessoas, Fingir que elas não te importam, Ser gentil só para que se lembrem de você, Esquecer aqueles que gostam de você. É proibido não fazer as coisas por si mesmo, Não crer em Deus e fazer seu destino, Ter medo da vida e de seus compromissos, Não viver cada dia como se fosse um último suspiro. É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar, Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se desencontraram, Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente. É proibido não tentar compreender as pessoas, Pensar que as vidas deles valem mais que a sua, Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte. É proibido não criar sua história, Deixar de dar graças a Deus por sua vida, Não ter um momento para quem necessita de você, Não compreender que o que a vida te dá, também te tira. É proibido não buscar a felicidade, Não viver sua vida com uma atitude positiva, Não pensar que podemos ser melhores, Não sentir que sem você este mundo não seria igual. Pablo Neruda
iv AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Odair Correa Bueno pela co-orientação, confiança e apoio no desenvolvimento deste trabalho. À Dra. Fabiana Elaine Casarin pela orientação e amizade durante a realização deste trabalho. Ao amigo João Paulo Reato Nascimento pelo carinho e auxílio na realização dos experimentos. À Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro, em especial ao Centro de Estudos de Insetos Sociais, pelo acesso aos laboratórios e equipamentos de informática. À Necis Miranda de Lima, pelo auxílio, compreensão e amizade. Aos amigos do CEIS, Carlos, Eduardo Diniz, Andrigo, João Paulo, Marcela, Ita, Aline, Sandra, Taís e Cintia, pela amizade e momentos de diversão. À Cintia Gonçalves Oliveira, pela grande amizade e companheirismo ano após ano. Aos amigos do Curso de Especialização em Entomologia Urbana pela convivência e aprendizado. Aos meus pais Odair e Sônia, pelo apoio e oportunidade de concretizar mais uma etapa de minha vida. Aos meus irmãos Adriana e Luciano, pelos seus ensinamentos, conselhos e cumplicidade. Ao meu sobrinho Leonardo, pela paz e alegria que traz à minha vida.
v SUMÁRIO Página 1. RESUMO... 1 2. INTRODUÇÃO... 3 3. MATERIAL E MÉTODOS... 6 3.1. Coleta de Coptotermes gestroi... 6 3.2. Ingredientes ativos... 7 3.3. Preparação das iscas... 8 3.4. Avaliação do consumo das iscas... 8 3.5. Bioensaios de toxicidade... 9 3.6. Análise dos dados... 1 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO... 11 4.1. Piriproxifem... 11 4.2. Lufenurom... 15 5. CONCLUSÕES... 19 6. REFERÊNCIAS... 2
1 1. RESUMO Das 2.864 espécies de cupins descritas no mundo, aproximadamente 3 ocorrem no Brasil. Entre as espécies de cupins subterrâneos, Coptotermes gestroi é considerada praga na área urbana, principalmente na região sudeste do país. O tratamento do solo por inseticidas piretróides ou organofosforados é um dos métodos mais utilizados no controle de cupins subterrâneos, embora não elimine a colônia e apenas funcione como barreira química entre a área construída e os cupins. Além disso, o uso excessivo de inseticidas provoca sérios problemas de contaminação ambiental. Uma alternativa para o uso indiscriminado de compostos químicos para o combate aos cupins é a utilização de iscas tóxicas, onde o ingrediente ativo é incorporado a substratos que contenham celulose. Os reguladores de crescimento de insetos (IGRs) têm uma ação gradual e cumulativa e por isso se mostram adequados para serem incorporados em iscas para o controle de cupins. Diante disso, o objetivo do presente trabalho foi verificar comparativamente a eficiência de reguladores de crescimento que atuam em alvos distintos: piriproxifem um análogo do hormônio juvenil (juvenóide) e lufenurom um inibidor da síntese de quitina no controle de Coptotermes gestroi, em condições de laboratório. Para tal, os ingredientes ativos foram diluídos em acetato de etila nas concentrações 1. ppm (,1%), 1. ppm (1%) e 2. ppm (2%) e impregnados em quadrados de papelão corrugado. Os papelões corrugados foram oferecidos aos cupins através de bioensaios, utilizando-se unidades experimentais compostas por 2 recipientes plásticos de 25 ml, conectados por meio de um cano
2 plástico. Em cada unidade experimental foram colocados 1 g de operários e 15 soldados. No 14º, 21º, 28º e 35º dia de experimento, quatro unidades experimentais de cada tratamento foram analisadas, sendo que os operários sobreviventes foram pesados, os soldados foram contados e o consumo da isca foi estimado. O piriproxifem provocou redução no consumo das iscas em todos os períodos avaliados e a mortalidade total de Coptotermes gestroi ocorreu no 21º dia de experimento para as três concentrações testadas. Além disso, não foi possível observar a formação de pré-soldados, indicando que as concentrações testadas foram elevadas e que o efeito tóxico foi maior que o da indução de pré-soldados. O lufenurom também provocou redução no consumo das iscas em todos os períodos avaliados e a mortalidade total de Coptotermes gestroi ocorreu no 14º dia de experimento para as três concentrações testadas. Além disso, não foi possível observar deformações nas cutículas dos cupins, indicando que as concentrações testadas foram elevadas e que o efeito tóxico foi maior que o da interrupção da muda.
3 2. INTRODUÇÃO Os centros urbanos nas regiões tropicais enfrentam hoje sérios problemas e grandes prejuízos com pragas. Das principais pragas que ocorrem nas cidades, os cupins, especialmente aqueles de hábito subterrâneo, representam uma séria ameaça ao patrimônio individual, público e histórico, bem como ao próprio ambiente urbano, pelo intenso ataque à diferentes materiais e pelo uso indiscriminado de inseticidas para o seu controle (ROMAGNANO, 24). Os cupins estão distribuídos desde as florestas úmidas até as savanas, podendo ser encontrados em regiões áridas (LEE & WOOD, 1971; COSTA- LEONARDO, 22). Há 2.864 espécies descritas, sendo que no Brasil ocorrem aproximadamente 3 espécies, pertencentes às famílias Kalotermitidae, Serritermitidae, Rhinotermitidae e Termitidae (CONSTANTINO, 28). A família Rhinotermitidae compreende os cupins conhecidos como subterrâneos pelo fato de construírem seus ninhos sob o solo. Muitos deles são considerados pragas de importância econômica por infestarem madeira, plantas cultivadas, árvores ornamentais e por serem encontrados em residências, danificando forros, móveis, batentes e livros (COSTA-LEONARDO, 22). Entre as espécies pragas de Rhinotermitidae, Coptotermes gestroi é uma espécie introduzida da Ásia e tem causado grandes prejuízos econômicos nas áreas urbanas, principalmente na região sudeste do Brasil (LELIS, 1994; FONTES, 1995; COSTA-LEONARDO, 22). Somente na cidade de São Paulo, os valores gastos com tratamentos, reparos e substituições de peças atacadas por essa espécie variam de US$ 1 a 2 milhões por ano (MILANO & FONTES, 22).
4 A forma tradicional de controle de cupins subterrâneos é feito por meio de barreiras químicas, que consiste na injeção de inseticidas líquidos em perfurações realizadas ao redor das residências e, portanto, grande quantidade de substância química persiste no ambiente (SU & SCHEFFRAHN, 1988a). Uma alternativa para o uso indiscriminado de compostos químicos para o combate aos cupins é a utilização de iscas, nas quais o ingrediente ativo é incorporado a substratos que contenham celulose, como blocos de madeira ou diversos tipos de papel. Esse ingrediente ativo não pode ser repelente e sua ação deve ser lenta para que os cupins forrageiros se alimentem da isca e vivam o suficiente para transportar o inseticida para o ninho e distribuí-lo por meio da trofalaxia, causando o enfraquecimento da colônia ou mesmo sua eliminação (SU & SCHEFFRAHN, 1988b; GRACE et al., 1989; COSTA-LEONARDO, 1996). O dodecacloro foi um dos primeiros inseticidas incorporados em iscas para utilização no controle de Reticulitermes flavipes (ESENTHER & GRAY, 1968). Estudos subseqüentes, utilizando blocos de madeiras contendo dodecacloro, mostraram que o uso contínuo dessas iscas poderiam suprimir a atividade forrageira de espécies de Reticulitermes spp. (SU & SCHEFFRAHN, 1996). Porém, o dodecacloro possui grande persistência e estabilidade em ambientes naturais, além de se acumular nos tecidos adiposos de animais (WATERS et al., 1977). Em 1974, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos proibiu o emprego do dodecacloro em território americano (WATERS et al., 1977). No Brasil, a proibição do uso dos inseticidas organoclorados foi estabelecida em 1985 (MILANO & FONTES, 22). Com essas proibições, surgiu a necessidade de se testarem novas substâncias para o emprego em iscas a serem utilizadas no controle de cupins subterrâneos. Desde então, novos ingredientes ativos têm sido testados, entre eles, os reguladores de crescimento de insetos (SU & SCHEFFRAHN, 2; COSTA-LEONARDO, 22). Os reguladores de crescimento de insetos (IGRs) têm ação gradual e cumulativa e por isso parecem ser adequados para serem incorporados em iscas utilizadas no controle de cupins. Esses ingredientes ativos apresentam dois alvos distintos de ação e por isso estão divididos em duas classes, os juvenóides (substâncias análogas ao hormônio juvenil) e os inibidores da síntese de quitina (SU & SCHEFFRAHN, 2).
5 Para a maioria das espécies de insetos, os juvenóides são responsáveis por desequilibrar o sistema hormonal, retendo as formas imaturas, mas em cupins, também regulam a formação de soldados. Nos cupins, a casta de soldados é dependente dos operários para alimentação. Assim, a aplicação do hormônio juvenil ou de seus análogos leva a formação excessiva de soldados, o que deve causar um colapso nutricional na colônia (SU e SCHEFFRAHN, 2; KORB & HARTFELDER, 28). Estudos recentes, como o desenvolvido por HRDÝ et al. (21), indicam um futuro promissor para o uso de análogos do hormônio juvenil no controle de cupins, pois esses ingredientes ativos possuem persistência adequada, baixa toxicidade ao ambiente e não causam diminuição na quantidade de isca consumida pelos cupins ao longo do tempo. Os inibidores da síntese de quitina impedem a formação de cutícula nos insetos e, consequentemente, retardam ou interrompem a muda. Esses ingredientes ativos provavelmente inibem a formação da quitina sintetase a partir de seu zimógeno, por meio da interferência em alguma protease responsável pela ativação da quitina sintetase (TAKAHASHI-DEL-BIANCO, 22; BRASIL, 28). Diante disso, o objetivo do presente trabalho foi verificar comparativamente a eficiência de reguladores de crescimento que atuam em alvos distintos: piriproxifem um análogo do hormônio juvenil (juvenóide) e lufenurom um inibidor da síntese de quitina no controle de Coptotermes gestroi, em condições de laboratório.
6 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Coleta de Coptotermes gestroi Os forrageiros de Coptotermes gestroi foram coletados de colônias localizadas no Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro por meio de armadilhas compostas por um pedaço de papelão corrugado de 2,5 m de comprimento e 16 cm de largura, enrolado e colocado em meia embalagem plástica de refrigerante de 2 litros.
7 Figura 1. Armadilha de papelão corrugado utilizada para a coleta de Coptotermes gestroi. As armadilhas foram umedecidas e colocadas verticalmente no solo, a uma profundidade de 2 cm, com o papelão corrugado voltado para baixo, respeitando uma distância de 3 metros entre cada armadilha. Após 4 dias de exposição, as armadilhas foram retiradas do campo e levadas ao laboratório para serem triadas. Os cupins foram separados e mantidos em embalagens plásticas contendo novo papelão corrugado umedecido e armazenados em temperatura ambiente até a montagem dos bioensaios. 3.2. Ingredientes Ativos Os ingredientes ativos piriproxifem e lufenurom, analisados no presente trabalho para Coptotermes gestroi, estão caracterizados a seguir. As informações básicas foram obtidas do THE MERCK INDEX (1989), das monografias depositadas no MINISTÉRIO DA SAÚDE BRASIL (28) e do COMPENDIM OF PESTICIDE COMMON NAMES (28). Nome comum: Piriproxifem ( Pyriproxyfen )
8 Nome químico: 4-phenoxyphenyl (RS)-2-(2-pyridyloxy)propyl ether Fórmula molecular: C 2 H 19 NO 3 Fórmula estrutural: Grupo químico: Éter piridiloxipropílico Classificação toxicológica: Classe IV (pouco tóxico) Nome comum: Lufenurom ( Lufenuron ) Nome químico: (RS)-1-[2,5-dichloro-4-(1,1,2,3,3,3-hexafluoropropoxy)phenyl]-3-(2,6- difluorobenzoyl)urea Fórmula molecular: C 17 H 8 Cl 2 F 8 N 2 O 3 Fórmula estrutural: Grupo químico: Benzoiluréia Classificação toxicológica: Classe III (mediamente tóxico) 3.3. Preparação das iscas Os ingredientes ativos Piriproxifem e Lufenurom foram diluídos em acetato de etila nas concentrações 1. ppm (,1%), 1. ppm (1%) e 2. ppm (2%). Posteriormente, os quadrados de papelão corrugado de 25 cm 2 foram imersos
9 nessas soluções durante 3 segundos, sendo mantidos em capela, por 24 horas, para total evaporação do solvente (CASARIN, 27). Os controles foram constituídos de papelão corrugado imerso em água destilada (Controle I) e papelão corrugado imerso em acetato de etila (Controle II). 3.4. Avaliação do consumo das iscas Os quadrados de papelão corrugado foram colocados em estufa à 6º C por 24 horas (metodologia modificada de ZHU et al., 21) para a determinação de seu peso inicial, antes de serem impregnados com as soluções e expostos aos cupins. Após o término do experimento, os pedaços restantes do papelão corrugado foram secos novamente em estufa à 6ºC durante 24 horas e, a seguir, pesados novamente. O consumo foi calculado pela diferença entre o peso seco inicial e o peso seco final. 3.5. Bioensaios de toxicidade Para a realização dos bioensaios de toxicidade dos ingredientes ativos foram utilizadas unidades experimentais compostas por 2 recipientes plásticos de 25 ml conectados por meio de um cano plástico de 9 cm de comprimento e 1 cm de diâmetro. Um recipiente foi utilizado para abrigar a população forrageira (câmara ninho ) e o outro recipiente foi utilizado para receber o papelão corrugado (câmara alimento ). A câmara ninho foi forrada com 25 ml de areia esterelizada, umedecida com 2,5 ml de água destilada e a câmara alimento foi forrada com 15 ml de areia esterelizada, umedecida com 1,5 ml de água destilada (CASARIN, 27) (Figura 2). Em cada unidade experimental foram colocados 1 grama de operários (aproximadamente 3 indivíduos) e 15 soldados, os quais foram deixados sem alimento por 48 horas. Após esse período, as iscas (pedaços de papelão corrugado imersos nas soluções testadas) foram oferecidas diretamente na câmara de alimento.
1 CÂMARA NINHO CÂMARA ALIMENTO Figura 2: Unidade experimental utilizada nos bioensaios de toxicidade para Coptotermes gestroi. Para cada um dos ingredientes ativos foram utilizadas 8 unidades experimentais, sendo: 16 repetições para o controle I, que recebeu o papelão corrugado impregnado com água destilada; 16 repetições para o controle II, que recebeu o papelão corrugado impregnado com acetato de etila; 16 repetições para a concentração 1.ppm (,1%); 16 repetições para a concentração 1.ppm (1%); 16 repetições para a concentração 2.ppm (2%). No 14º, 21º, 28º e 35º dia de experimento, quatro unidades experimentais de cada tratamento foram analisadas, sendo que os operários sobreviventes foram pesados, os soldados foram contados e o pedaço de papelão corrugado não consumido foi seco em estufa e posteriormente pesado (CASARIN, 27). 3.6. Análise dos dados
11 Os valores obtidos de consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi foram acumulados para as 4 repetições e transformados em porcentagem, sendo apresentados em tabelas e gráficos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos para cada bioensaio estão apresentados através das tabelas e análises gráficas que resumem a porcentagem média de consumo das iscas e a porcentagem média de mortalidade de Coptotermes gestroi. 4.1. Piriproxifem
12 No 14º dia de experimento houve uma redução no consumo de iscas relacionada ao aumento na concentração de piriproxifem, sendo que a porcentagem média de consumo das iscas foi de 11% para a concentração 1. ppm, 4,4% para a concentração 1. ppm e % para a concentração 2. ppm (Tabela 1, Figura 3). A porcentagem média de mortalidade de Coptotermes gestroi foi de 22,3% para a concentração 1. ppm e 1% para as concentrações 1. ppm e 2. ppm (Tabela 2, Figura 3). Após 21 dias do oferecimento de piriproxifem, a porcentagem média de consumo das iscas foi de 12,9% para a concentração 1. ppm, 5% para a concentração 1. ppm e 1,3% para a concentração 2. ppm (Tabela 1, Figura 4). Em relação à mortalidade de Coptotermes gestroi, 1 % dos indivíduos estavam mortos nas três concentrações testadas (Tabela 2, Figura 4). No 28º dia de experimento, a porcentagem média de consumo das iscas contendo piriproxifem foi de 13,4% para a concentração 1. ppm, 6% para a concentração 1. ppm e 5,5% para a concentração 2. ppm (Tabela 1, Figura 5), sendo que a porcentagem média de mortalidade de Coptotermes gestroi foi de1 % para as três concentrações testadas (Tabela 2, Figura 5). Ao final do experimento (35º dia), a porcentagem média de consumo das iscas contendo piriproxifem foi de 13,5% para a concentração 1. ppm, 6,3% para a concentração 1. ppm e 3,2% para a concentração 2. ppm (Tabela 1, Figura 6), sendo que a porcentagem média de mortalidade de Coptotermes gestroi foi de1 % para as três concentrações testadas (Tabela 2, Figura 6). Segundo Su et al. (1985), os juvenóides provocam baixa mortalidade em operários de cupins e estimulam ainda mais a produção de pré-soldados. Entretanto, no presente trabalho, o piriproxifem provocou a mortalidade total dos forrageiros de Coptotermes gestroi no 21º dia de experimento e não foi possível observar a formação de pré-soldados, indicando que as concentrações testadas foram elevadas e que o efeito tóxico foi maior que o da indução de pré-soldados. Tabela 1: Consumo de iscas contendo piriproxifem por Coptotermes gestroi, em condições de laboratório. Tratamento Porcentagem média de consumo (± desvio padrão) 14 dias 21 dias 28 dias 35 dias Controle I 29,5 ± 2,8 33,2 ± 3,6 21,9 ± 1,5 36,2 ± 1,6
13 Controle II 2,2 ± 1,5 22,1 ± 2,6 27,4 ± 5, 37,3 ± 5,5 Piriproxifem 1. ppm 11, ± 3, 12,9 ±,4 13,4 ± 1,1 13,5 ±,9 Piriproxifem 1. ppm 4,4 ±,7 5, ± 1,5 6, ±,7 6,3 ± 1,2 Piriproxifem 2. ppm 1,3 ± 1,1 5,5 ± 3, 3,2 ± 2,2 Controle I = água; Controle II = acetato de etila Tabela 2: Mortalidade de Coptotermes gestroi submetidos ao tratamento com iscas contendo piriproxifem, em condições de laboratório. Tratamento Porcentagem média de mortalidade (± desvio padrão) 14 dias 21 dias 28 dias 35 dias Controle I 22,8 ± 4,9 28,6 ± 4,6 29, ± 6,6 34, ± 4,5 Controle II 22,8 ± 4,4 36,8 ± 2,8 41,3 ± 3,1 42,4 ± 4,5 Piriproxifem 1. ppm 22,3 ± 7,3 1 1 1 Piriproxifem 1. ppm 1 1 1 1 Piriproxifem 2. ppm 1 1 1 1 Controle I = água; Controle II = acetato de etila 1 4 8 3 MORTALIDADE (%) 6 4 2 2 1 CONSUMO (%) Controle 1. ppm 1. ppm 2. ppm Mortalidade Consumo Figura 3: Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 14 o dia de tratamento com piriproxifem em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila).
14 1 4 8 3 MORTALIDADE (%) 6 4 2 2 1 CONSUMO (%) Controle 1. ppm 1. ppm 2. ppm Mortalidade Consumo Figura 4: Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 21 o dia de tratamento com piriproxifem em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila). 1 4 8 3 MORTALIDADE (%) 6 4 2 2 1 CONSUMO (%) Controle 1. ppm 1. ppm 2. ppm Mortalidade Consumo Figura 5: Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 28 o dia de tratamento com piriproxifem em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila).
15 1 4 8 3 MORTALIDADE (%) 6 4 2 2 1 CONSUMO (%) Controle 1. ppm 1. ppm 2. ppm Mortalidade Consumo Figura 6 Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 35 o dia de tratamento com piriproxifem em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila). 4.2. Lufenurom No 14º dia de experimento houve uma redução no consumo de iscas relacionada ao aumento na concentração de lufenurom, sendo que a porcentagem média de consumo das iscas foi de 1,9% para a concentração 1. ppm e % para as concentrações 1. ppm e 2. ppm (Tabela 5, Figura 7). A porcentagem média de mortalidade de Coptotermes gestroi foi de 1% para todas as concentrações testadas (Tabela 6, Figura 7). Após 21 dias do oferecimento de lufenurom, a porcentagem média de consumo das iscas foi de 1,99% para a concentração 1. ppm, 2,6% para a concentração 1. ppm e % para a concentração 2. ppm (Tabela 5, Figura 8). Em relação à mortalidade de Coptotermes gestroi, 1 % dos indivíduos estavam mortos nas três concentrações testadas (Tabela 6, Figura 8). No 28º dia de experimento, a porcentagem média de consumo das iscas contendo lufenurom foi de 2,6% para a concentração 1. ppm, 1,2% para a concentração 1. ppm e % para a concentração 2. ppm (Tabela 5,
16 Figura 9), sendo que a porcentagem média de mortalidade de Coptotermes gestroi foi de1 % para as três concentrações testadas (Tabela 6, Figura 9). Ao término do experimento (35º dia), a porcentagem média de consumo das iscas contendo piriproxifem foi de 5,7% para a concentração 1. ppm, 3,2% para a concentração 1. ppm e % para a concentração 2. ppm (Tabela 5, Figura 1), sendo que a porcentagem média de mortalidade de Coptotermes gestroi foi de1 % para as três concentrações testadas (Tabela 6, Figura 1). Os dados de consumo das iscas contendo lufenurom demontraram que ocorreu diminuição na alimentação de Coptotermes gestroi. A mortalidade total dos forrageiros ocorreu no 14º dia de experimento e não foi possível observar deformações nas cutículas dos cupins, indicando que as concentrações testadas foram elevadas e que o efeito tóxico foi maior que o da interrupção da muda. Tabela 5: Consumo de iscas contendo lufenurom por Coptotermes gestroi, em condições de laboratório. Tratamento Porcentagem média de consumo (± desvio padrão) 14 dias 21 dias 28 dias 35 dias Controle I 3,6 ± 4,6 3,4 ± 14,4 42,8 ± 8,2 38,9 ± 5,5 Controle II 19,6 ± 2,7 25,4 ± 4,7 33,9 ± 8,9 31,8 ± 7,1 Lufenurom 1. ppm 1,9 ± 1,3 1,99 ±,8 2,6 ± 1,8 5,7 ± 1,5 Lufenurom 1. ppm 2,6 ± 1,6 1,2 ± 1,7 3,2 ± 1,7 Lufenurom 2. ppm Controle I = água; Controle II = acetato de etila
17 Tabela 6: Mortalidade de Coptotermes gestroi submetidos ao tratamento com iscas contendo lufenurom, em condições de laboratório. Tratamento Porcentagem média de mortalidade (± desvio padrão) 14 dias 21 dias 28 dias 35 dias Controle I 24,1 ± 6,6 25, ± 5,5 4, ± 6, 37,5 ± 7,8 Controle II 36, ± 5, 33,3 ± 9,5 29,7 ± 6,3 42, ± 8,5 Lufenurom 1. ppm 1 1 1 1 Lufenurom 1. ppm 1 1 1 1 Lufenurom 2. ppm 1 1 1 1 Controle I = água; Controle II = acetato de etila 1 4 8 3 MORTALIDADE (%) 6 4 2 2 1 CONSUMO (%) Controle 1. ppm 1. ppm 2. ppm Mortalidade Consumo
18 Figura 7: Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 14 o dia de tratamento com lufenurom em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila). 1 4 8 3 MORTALIDADE (%) 6 4 2 2 1 CONSUMO (%) Controle 1. ppm 1. ppm 2. ppm Mortalidade Consumo Figura 8: Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 21 o dia de tratamento com lufenurom em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila).
19 1 4 8 3 MORTALIDADE (%) 6 4 2 2 1 CONSUMO (%) Controle 1. ppm 1. ppm 2. ppm Mortalidade Consumo Figura 9: Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 28 o dia de tratamento com lufenurom em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila). 1 4 8 3 MORTALIDADE (%) 6 4 2 2 1 CONSUMO (%) Controle 1. ppm 1. ppm 2. ppm Mortalidade Consumo Figura 1: Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 35 o dia de tratamento com lufenurom em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila).
2 5. CONCLUSÕES O piriproxifen, em concentrações superiores a 1. ppm, não induz a formação de pré-soldados em Coptotermes gestroi e provoca alta taxa de mortalidade nos forrageiros. Portanto, novos bioensaios com piriproxifem, em concentrações inferiores a 1. ppm, devem ser realizados a procura da concentração adequada para o controle de cupins subterrâneos pela formação de pré-soldados. O lufenurom, em concentrações superiores a 1. ppm, não interrompe a muda em Coptotermes gestroi e provoca alta taxa de mortalidade dos forrageiros. Portanto, novos bioensaios com lufenurom, em concentrações inferiores a 1. ppm, devem ser realizados a procura da concentração adequada para o controle de cupins subterrâneos pela interrupção da muda.
21 6. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Toxicologia. Disponível em: <www.anvisa.gov.br/alimentos/tox/index/html>. Acesso: 1 ago. 28. CASARIN, F.E. Seleção de ingredientes ativos para o controle do cupim subterrâneo Coptotermes gestroi (Isoptera: Formicidae). 27. 164 f. Tese (Doutorado em Zoologia). Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Rio Claro, São Paulo. COMPENDIUM Of Pesticide Common Names. Disponível em: <http://www.hclrss.demon.co.uk/>. Acesso: 4 ago. 28. COSTA-LEONARDO, A. M. A metodologia de iscas para o controle de cupins subterrâneos. Revista Agricultura, vol. 71, n. 3, p. 337-345, 1996 COSTA-LEONARDO, A. M. Cupins-praga: morfologia, biologia e controle. Rio Claro. 22. 128p. CONSTANTINO, R. On-Line Termites Database. Disponível em: <http://www.unb.br/ib/zoo/docente/constant/catal/catnew.html>. Acesso em: 1 ago. 28. ESENTHER, G. R.; GRAY, D. E. Subterranean termite studies in Southern Ontario. Canadian Entomologist, Ottawa, v. 1, n. 8, p. 827-834, 1968.
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