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Transcrição:

Sumário 2 DIREITO AUTORAL...2 2.1 Direito Fundamental...2 2.2 Legislação...2 2.3 Objeto de tutela...2 2.4 Objeto de tutela: restrições...6 2.5 Autoria e Titularidade: caracterização...6 2.6 Registro...7 2.7 Direitos patrimoniais...8 2.8 Direitos morais...10 2.9 Limitações...11 2.10 Transferência dos Direitos...14 2.11 Interpretação Restritiva...15 2.12 Onerosidade presumida...15 2.13 Uso Contrato de Edição...15 2.14 Uso Comunicação ao Público...17 2.15 Uso Obra de Arte Plástica...19 2.16 Uso Obra Fotográfica...20 2.17 Uso Fonograma...20 2.18 Uso Obra Audiovisual...20 2.19 Uso Base de Dados...21 2.20 Direitos Conexos...21 2.21 Uso Sanções às Violações...24 É permitida a reprodução deste texto, sem fins lucrativos, desde que mencionada à autoria.

2 DIREITO AUTORAL 2.1 Direito Fundamental 1 Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar (Art. 5º, XXVII CF/88). O direito autoral não protege a obra, mas sim o vínculo entre o autor e sua criação. Contudo, a obra resulta da criatividade humana somada às experiências de vida e a conseqüente bagagem cultural obtida pelo indivíduo em sociedade. Pode-se concluir, portanto, que a obra também resulta do contexto social. Deste entendimento resulta o reconhecimento de prerrogativas do criador em relação à sua obra, como também o reconhecimento da obra como um bem social. 2.2 Legislação Lei n. 9610, de 19 de fevereiro de 1998. 2.3 Objeto de tutela Expressão da idéia (obra), no domínio da arte, literatura e ciência. Arte: criação de valores estéticos por meio da qual o ser humano manifesta sua percepção existencial, emocional, histórica e cultural. Apresenta-se sob variadas formas: música, escultura, cinema, teatro, dança, arquitetura etc. Literatura: conjunto de produções literárias de um país ou de uma época. Do latim "litterae" que significa "letras", semanticamente compreendida como a habilidade de escrever bem ou escrever artisticamente. Relaciona-se com a gramática, a retórica e a poética. 1 Pergunte ao autor: o que lhe move em seu processo de criação, qual o seu fator de estímulo. Possivelmente ele dirá que é o desejo de criar, é o sentimento de conceber algo novo sentido do belo ou do útil. É este o sentimento que fundamentalmente move o autor. Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 2

Ciência: investigação racional essencialmente direcionada à descoberta da verdade. OBRAS PROTEGIDAS. Art. 7º apresenta um rol exemplificativo. Este dispositivo é quase que cópia literal do artigo 2º da Convenção de Berna. COMENTÁRIOS AO ART. 7º Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como: I - os textos de obras literárias, artísticas ou científicas; - polêmica sobre direito de imagem e biografias. II - as conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza; - Conferência: exposição oral sobre um tema. - Alocução: É um discurso curto, de poucas palavras. Uma breve manifestação verbal. Um breve discurso. - Sermão: discurso moralizador. - Uma aula ministrada em instituição de ensino enquadra-se neste dispositivo? Vide exceção do art. 46, IV. III - as obras dramáticas e dramático-musicais; IV - as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixe por escrito ou por outra qualquer forma; complementação frente à dificuldade de fixação por escrito de obras coreográficas. Exige, portanto, a fixação. V - as composições musicais, tenham ou não letra; A música é formada de três elementos principais: Ritmo, Harmonia e Melodia. VI - as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas; - Aparente impropriedade da expressão sonorizada ou não em relação ao conceito de obra audiovisual. - Alerta quanto à pluralidade de interesses que incidem em uma obra cinematográfica. VII - as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia; Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 3

- Distinção entre obra fotográfica e a imagem da pessoa fotografada (observar com atenção o art. 20 do Código civil - direito de imagem) - Fotógrafo pode expor fotos dos clientes? - Outra questão é a natureza da foto realizada, é preciso ter cunho artístico? A previsão da legislação anterior (5.988/73). Art. 6º, VII as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia, desde que, pela escolha de seu objeto e pelas condições de sua execução, possam ser consideradas criação artística. VIII - as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética; - A arte cinética, também conhecida como Cinetismo, é uma corrente das artes plásticas que explora efeitos visuais por meio de movimentos físicos ou ilusão de óptica ou truques de posicionamento de peças. (Wikipédia, 2009). Abraham Palatnik veja o vídeo http://mais.uol.com.br/view/110863 IX - as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma natureza; - Carta geográfica equivale no Brasil a Mapa. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) apresenta a seguinte definição para mapa : "Representação gráfica, em geral uma superfície plana e numa determinada escala, com a representação de acidentes físicos e culturais da superfície da Terra, ou de um planeta ou satélite". Já para a palavra carta apresenta a seguinte explicação: "Representação dos aspectos naturais e artificiais da Terra, destinada a fins práticos da atividade humana, permitindo a avaliação precisa de distâncias, direções e a localização plana, geralmente em média ou grande escala, de uma superfície da Terra, subdividida em folhas, de forma sistemática, obedecido um plano nacional ou internacional". X - os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência; - Arquitetos um projeto arquitetônico pode ser empregado mais de uma vez por quem encomenda? Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 4

XI - as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas como criação intelectual nova; - Sempre dependem de autorização prévia do autor da obra originária XII - os programas de computador; XIII - as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, bases de dados e outras obras, que, por sua seleção, organização ou disposição de seu conteúdo, constituam uma criação intelectual. - Antologia: seleção de textos de vários autores. - Caso da coletânea de legislação do planalto. (Portaria Casa Civil 1.091/03 - https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/portaria/p1091-03-ccivil.htm ). - Projeto de Lei 1984/03 modificação para atender normas da ABNT.... bases de dados, normas técnicas elaboradas pela associação Brasileira de Normas Técnicas e outras obras [...] ORIGINALIDADE: A obra, para ser protegida por Direitos Autorais deve ser reconhecida como original. No direito anglo-saxão, para configurar a originalidade [...] muito pouco se exige além da circunstância de que a obra não seja cópia de outra obra e que seu autor tenha empregado mínima habilidade, trabalho e escolha na sua elaboração (WIPO, 2009). Para o direito romano germânico, [...] os requisitos são freqüentemente mais rígidos, exigindo-se, por exemplo, que a obra deva levar a marca da personalidade do autor. Exigir-se-ia um esforço criativo superior do autor, além da mera habilidade, do trabalho e das escolhas realizadas (WIPO, 2009). AFASTAMENTO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL. Art. 7º 3º No domínio das ciências, a proteção recairá sobre a forma literária ou artística, não abrangendo o seu conteúdo científico ou técnico, sem prejuízo dos direitos que protegem os demais campos da propriedade imaterial. Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 5

OBRA DERIVADA. É obra obtida tendo como referente obra já existente. Ex: tradução, adaptação, arranjo musical, resumo, compilação. Neste último caso a originalidade reside na escolha e arranjo do conteúdo. (WIPO, 2009). 2.4 Objeto de tutela: restrições (Art. 8º) Não se reconhece proteção sobre: - Idéias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos matemáticos como tais. - Esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais, jogos ou negócios; - Formulários em branco para serem preenchidos por qualquer tipo de informação, científica ou não, e suas instruções; - Manifestações próprias do Legislativo (Leis), Executivo (Decretos), e Judiciário (Sentenças); - Informações de uso comum (calendários, agendas, cadastros, legendas, dentre outros); - Nomes e títulos isolados; - Aproveitamento industrial ou comercial das idéias contidas nas obras. 2.5 Autoria e Titularidade: caracterização Autor é pessoa física (Art. 11). Identificação do autor: nome civil (completo ou abreviado), pseudônimo ou outro sinal (Art. 12). Autoria sob adaptação, tradução ou arranjo compreende nova obra obra derivada (Art. 14). Distinção: obra em co-autoria e coletiva (art. 5): - em co-autoria - criada em comum, por dois ou mais autores; (art. 5, VIII, a). Na co-autoria, portanto, tem-se o exercício dos direitos patrimoniais em condomínio. Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 6

- coletiva - criada por iniciativa, organização e responsabilidade de uma pessoa física ou jurídica, que a publica sob seu nome ou marca e que é constituída pela participação de diferentes autores, cujas contribuições se fundem numa criação autônoma; (art. 5, VIII, h). Considera-se co-autor: - O autor do assunto ou argumento literário, musical ou lítero-musical e o diretor na obra audiovisual (Art. 16) - Autores de desenhos animados na obra audiovisual (Art. 16, parágrafo único) Não se considera co-autor: - quem simplesmente auxiliou: revendo, atualizando, fiscalizando ou dirigindo edição apresentação da obra (Art. 15, 1º). Ex: o orientador de uma pesquisa acadêmica, em regra, não pode ser considerado coautor. Co-autoria - exercício da titularidade integral da parte divisível: desde que não acarrete prejuízo à exploração da obra comum (Art. 15, 2º). Participações individuais em obras coletivas: titularidade cabe ao organizador (Art. 17, 2º), garantida a remuneração dos partícipes e a não menção de seu nome, quando exigido (Art. 17, 1º). Importante: Necessária estipulação contratual sob pena de caracterizarse a co-autoria ou co-titularidade (Art. 17, 3º). Obra sob encomenda ou realizada mediante contrato de trabalho? Não há previsão explícita na Lei sobre a titularidade. Autoria decorre do ato da criação Titularidade decorre lei Importância da estipulação contratual. 2.6 Registro Caráter declaratório e não constitutivo (Art. 18). Facultado registro conforme 1º do art. 17 da Lei nº 5.988, de 14 de dezembro de 1973. Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 7

- Biblioteca Nacional - Escola de Música - Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Instituto Nacional do Cinema (extinto Lei nº 6.281/75) Sobre obras audiovisuais, vide - ANCINE Ancine tem como objetivos, expressos na legislação, estimular o fortalecimento da produção audiovisual independente, além de promover a competitividade da indústria audiovisual brasileira.cabe à Ancine, garantir que as obras audiovisuais nacional estejam presentes em todos os segmentos do mercado audiovisual nacional. O órgão registra as obras audiovisuais exibidas no Brasil e as empresas que atuam com conteúdos audiovisuais. - Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia 2.7 Direitos patrimoniais Usar, Fruir, Dispor (Art. 28). Modalidades de uso (caráter exemplificativo): reprodução, edição, adaptação, tradução, inclusão em fonograma ou audiovisual, distribuição. (conceitos previstos no art. 5º) - Por qualquer meio. - Uso por terceiro, demanda autorização prévia e expressa (art. 29 e caput 31). - Caráter restritivo da autorização de uso a modalidades de utilização são independentes entre si (art. 31. vide também art. 49, VI). Para debate: possibilidade de questionamento sobre o alcance desta independência e a natureza das diversas modalidades de uso. Entidades de arrecadação defendem, inclusive, que a autorização dada a um usuário não permitiria a utilização da obra por outro, mesmo que este esteja presente na cadeia natural de envolvidos com aquele uso autorizado. Tal situação parece-nos surgir no caso da cobrança de valores contra as salas de cinema pela exibição de obras audiovisuais que possuem trilha sonora e restaurantes que disponibilizam som ambiente sintonizado em rádio. Na primeira hipótese, houve a autorização do titular da obra musical para que esta fosse incluída na trilha sonora do filme. No segundo caso, a própria rádio já recolhe os valores referentes à autorização para poder utilizar a obra em sua programação, que, pela natureza da transmissão, é gratuita e de livre acesso. Apesar da existência de decisões judiciais favoráveis a esse entendimento, não nos parece o mais correto. O sentido de independência de autorização da obra, em nossa opinião, deve ser interpretado levando também em conta em que medida as utilizações em questão são independentes entre si, assim como a sua natureza. Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 8

MELO, Renato Dolabella. Direito autoral e a independência das autorizações de uso. Disponível em: <http://www.ejef.tjmg.jus.br/home/files/publicacoes/artigos/0202009.pdf>. Acesso em: 20 out. 2009 - Reprodução - controlada e informada (art. 30 2º) - Regime de co-autoria para obra indivisível: necessário o consentimento de todos os co-autores (art. 32). - Aquisição de originais não confere ao adquirente os direitos patrimoniais do autor, salvo estipulação em contrário (Art. 37). - Direito de seqüência - Droit de Suite (Art. 38): - Direito inalienável e irrenunciável: É uma exceção a regra geral de transmissibilidade dos direitos patrimoniais. - 5% no mínimo, da mais valia em cada revenda. - incidente sobre obras e arte e manuscritos originais - Vigência: vida do autor + 70 anos (art. 41) - Contagem: 1 de jan. ano posterior morte do autor. - No caso de co-autoria, da morte do último. - No caso de obras anônimas ou pseudônimas, da primeira publicação. (não se aplica se o autor se fizer conhecer antes do decurso do prazo) - No caso de obras audiovisuais e fotográficas, da divulgação. - Transmitem-se por morte aos sucessores. Questões: - tempo para pessoa jurídica ou mesmo terceiro obtentor pessoa física. Caso Seja aplicada a regra geral de tempo com base no autor, como fica no caso do autor não deixar herdeiros, o tempo seria limitado à vida do autor? Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 9

- Uma editora que obtenha os direitos patrimoniais do autor e venha, após a sua morte, atualizá-la, o tempo para entrar em domínio público também muda em decorrência da contribuição de novo autor? - herdeiro reconhecido posteriormente desconstitui o domínio público (vide art. 45 entra em domínio público quando autor não deixa sucessores). - autor anônimo que posteriormente reivindica direitos autorais no período do anonimato. Autor anônimo é diferente de autor desconhecido? Aparentemente a solução encontra-se no artigo 40. Resguarda-se o direito adquirido de quem publica obra anônima. - São transferíveis no todo ou em parte mediante licenciamento, cessão ou outra forma análoga. (Art. 49) - Domínio público (Art. 45): - Decurso do tempo - Autores que não deixam sucessores - Autor desconhecido (aparente contradição com art. 43) 2.8 Direitos morais - Reconhecimento da obra como expressão existencial do autor - Previstos no artigo 24 (7 incisos) - paternidade (I e II) reivindicar a autoria e ter o nome vinculado à obra, - inédito (III), - integridade da obra e da reputação do autor (IV), - modificação (V), - retomada, quando a circulação ou utilização implicarem em afronta à reputação do autor (VI), - acessibilidade; preservação da memória (VII). - no casos V, VI, VII ressalva-se prévia indenização. - Direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis (Art. 27 e 49, I). Atribui-se ao Diretor de obra Audiovisual os diretos morais (Art. 25) Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 10

Autor de projeto arquitetônico pode repudiar a autoria quando houver modificação não autorizada. Proprietário da obra responde por danos ao autor após repúdio se atribuir autoria (Art. 26). (Aparente exceção ao Art. 24, V). - Com a morte do autor, transmitem-se aos herdeiros os direitos de I a IV. Após, 70 anos, caberá ao Estado preservar a integridade e autoria da obra. (Art. 24, 1º) 2.9 Limitações - Atingem especialmente os direitos patrimoniais - Voltadas ao interesse público (liberdade - conhecimento, cultura, informação). - Império da interpretação restritiva, apenas as hipóteses previstas na Lei. Reproduzir na imprensa notícia ou de artigo informativo: - Material originalmente publicado em diários ou periódicos - Mencionar o nome do autor - Indicar a fonte (Art. 46, I, a) Reproduzir discursos em diários ou periódicos: - pronunciado em reunião pública de qualquer natureza - (Art. 46, I, b) Questão: Aplica-se a palestras? Distinção conceitual entre discurso e reunião pública. Reproduzir retratos feitos sob encomenda: Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 11

- quando realizada pelo proprietário do objeto encomendado, - não havendo a oposição da pessoa neles representada ou de seus herdeiros, (Art. 46, I, c) Questão: Aplica-se em favor dos jornais sobre fotos encomendadas a freelancers? Reproduzir obra literária, artística ou científica para uso exclusivo de deficientes visuais: - sem fins comerciais, - reprodução em sistema Braille ou análogo para esses destinatários; (Art. 46, I, d) Reprodução de obra literária, artística ou científica: - Realizada em um só exemplar, pelo próprio copista - pequenos trechos - para uso privado do copista - sem intuito de lucro (Art. 46, II) 2 Citação de passagens de qualquer obra, em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação: 2 Projeto de lei: Data de Apresentação: 12/04/2005. Ementa: Altera a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que "Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências". Explicação da Ementa: Autorizando o estudante universitário a reproduzir qualquer obra, em um só exemplar, para seu uso. http://www.camara.gov.br/sileg/prop_detalhe.asp?id=281467 Texto original do projeto: Art. 46... I -... e) de qualquer obra, em um só exemplar, para uso exclusivo de estudante universitário, sem fins comerciais; Substitutivo apresentado Comissão de Educação e Cultura (CEC): Art. 46... I -... e) de qualquer obra, quando comprovadamente esgotada, ou seja, aquela cuja última edição efetivamente publicada não conste mais em catálogo da respectiva editora, tampouco exista estoque disponível para venda, em um só exemplar, para uso exclusivo de estudante, desde que feita por este, sem fins comerciais." Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 12

- para fins de estudo, crítica ou polêmica - na medida justificada para o fim a atingir - indicando-se o nome do autor e a origem da obra (Art. 46, III) Apanhado de lições em estabelecimentos de ensino: - Feita por aluno da instituição - vedada publicação, integral ou parcial, sem autorização prévia e expressa de quem as ministrou (Art. 46, IV) Utilização de obras literárias, artísticas ou científicas, fonogramas e transmissão de rádio e televisão em estabelecimentos comerciais, exclusivamente para demonstração à clientela: estabelecimentos devem comercializar os suportes (CDs ou DVDs) ou equipamentos que permitam a utilização (Art. 46, V) A representação teatral e a execução musical: - realizadas no recesso familiar ou - para fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de ensino - não havendo em qualquer caso intuito de lucro (Art. 46, VI) Utilização de obras literárias, artísticas ou científicas: - para produzir prova judiciária ou administrativa (Art. 46, VII) Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 13

A reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras preexistentes, de qualquer natureza, ou de obra integral, quando de artes plásticas: - sempre que a reprodução em si não seja o objetivo principal da obra nova - não prejudique a exploração normal da obra reproduzida - nem cause um prejuízo injustificado aos autores (Art. 46, VIII) Criação de Paráfrases e paródias: - não seja mera reprodução (cópia) - não promova descrédito à obra originária (Art. 47). Reprodução da obra por meio de pintura, desenho, fotografia, e procedimentos audiovisuais: - A obra deve estar permanentemente situada em logradouros públicos. (Art. 48). 2.10 Transferência dos Direitos Total ou parcial por meio de: Licenciamento, concessão, cessão (Art. 49). Caráter exemplificativo... ou outros meios admitidos em direito... - Transmissão total: anos - compreende apenas os dir. Patrimoniais. - sempre mediante estipulação contratual escrita. - não havendo estipulação específica no contrato máximo 5 Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 14

- cessão: opera efeitos somente no país de origem e somente nas modalidades de utilização existentes à data do contrato. Este dispositivo está em sintonia com o artigo 31 (modalidades independentes entre si) e o artigo 4 (interpretação restritiva) - Efeito perante terceiros da cessão: demanda averbação no registro da obra ou no cartório de títulos e documentos. 2.11 Interpretação Restritiva Interpretam-se restritivamente os negócios jurídicos sobre os direitos autorais. (Art. 4º). No mesmo sentido: Art. 49, especialmente seus incisos. Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por quaisquer modalidades, tais como... (Art. 29); Ninguém pode reproduzir obra que não pertença ao domínio público, a pretexto de anotá-la, comentá-la ou melhorá-la, sem permissão do autor (Art. 33). VI - não havendo especificações quanto à modalidade de utilização, o contrato será interpretado restritivamente, entendendo-se como limitada apenas a uma que seja aquela indispensável ao cumprimento da finalidade do contrato (Art. 49, VI). 2.12 Onerosidade presumida A cessão total ou parcial dos direitos de autor, que se fará sempre por escrito, presume-se onerosa. (Art. 50). 2.13 Uso Contrato de Edição Editor: [...] pessoa física ou jurídica à qual se atribui o direito exclusivo de reprodução da obra e o dever de divulgá-la, nos limites previstos no contrato de edição. Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 15

Pessoa física ou jurídica: normalmente empreendido por pessoas jurídicas. Direito exclusivo: benefício ao Editor (viabilizar economicamente a atividade). Reprodução: a cópia de um ou vários exemplares de uma obra literária, artística ou científica ou de um fonograma, de qualquer forma tangível, incluindo qualquer armazenamento permanente ou temporário por meios eletrônicos ou qualquer outro meio de fixação que venha a ser desenvolvido. (Art. 5. VI) Divulgação: Publicação? (Art. 5. I); distribuição? (Art. 5. IV) Imprecisão terminológica. Limites contratuais: Obrigações positivas atribuídas ao Editor. Obrigações do Editor: - reproduzir e divulgar com exclusividade mediante condições pactuadas (Art. 53). Importante: Somente quando esgotada (estoque inferior a 10%) o autor poderá dispor da obra (Art. 63) - fazer constar na obra Informações específicas da obra e do autor (Art. 53, parágrafo único). Observe a capa e/ou folha de rosto de qualquer livro. - Permitir ao autor o exame da escrituração (estado de comercialização) da obra (Art. 59). - Estipular preço comercialmente viável da obra (Art. 60). Preço de saldo após um ano de lançamento e mediante notificação prévia (30 dias) para que o autor adquira pelo preço de saldo. (Art. 64). - Aceitação tácita da obra modificada e/ou encomendada: decurso de 30 dias (Art. 58). - Na hipótese de retribuição ao autor condicionada as vendas: o editor obriga-se a prestar contas mensalmente, ou prazo convencionado. (Art. 61). Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 16

- Prazo para realização da edição: 2 anos ou convencionado (Art. 62) O Contrato pode incidir sobre: - obra presente - obra futura (encomenda Art. 54) No caso de falecimento do autor em obra futura há três hipóteses (art. 55): - Resolve-se o contrato (neste caso a obra não é publicada) - Editar parcialmente mediante pagamento proporcional (condicionada a não oposição manifestada pelo autor enquanto vivo, ou de seus sucessores). - Terminar mediante participação de 3º. (condicionada à autorização dos sucessores e menção na própria obra). - Quantidade e preço atribuídos por Lei: quando ausente estipulação contratual: - versa sobre uma edição; 3000 exemplares (Art. 56); - preço arbitrado conforme usos e costumes (Art. 57). - Re-edição de obra esgotada: havendo previsão contratual atribuindo este direito ao editor, o autor poderá notificar o editor obrigando a realizá-la, sob pena de perda do direito (Art. 65). Modificações em nova edição: - motivada pelo autor: Para nova edição, o autor poderá modificá-la, desde que não prejudique o editor (Art. 66). - motivada pelo editor: sendo imprescindível, diante da negativa do autor, poderá atribuir à modificação a terceiros, mencionando o fato na edição. (Art. 67). 2.14 Uso Comunicação ao Público Proibição: Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 17

- Representação pública - Execução pública Obras: - Teatrais - composições musicais - composições líteromusicais - Fonogramas - Audiovisuais Conceitos de Representação e Execução públicas: Representação pública: utilização de obras teatrais de qualquer gênero, musicadas ou não, mediante a participação de artistas, remunerados ou não, em locais de freqüência coletiva ou pela radiodifusão, transmissão e exibição cinematográfica. (Art. 68, 1º). Execução pública: utilização de composições musicais ou líteromusicais, mediante a participação de artistas, remunerados ou não, ou a utilização de fonogramas e obras audiovisuais, em locais de freqüência coletiva, por quaisquer processos, inclusive a radiodifusão ou transmissão por qualquer modalidade, e a exibição cinematográfica. (Art. 68, 2º). Sumula 63 stj Entende-se por locais de freqüência coletiva: entidades privadas e públicas (vide Art. 68, 3º). Permissão para execução pública condicionada ao pagamento antecipado, pelo empresário, de direitos autorais. Exceção: quando a remuneração depender de freqüência do público (Ex: cinemas) - Fonogramas: Escritório Central de Arrecadação ECAD (Art. 99). Valores: vide simulação no site www.ecad.org.br em serviços e canal do usuário. Direito do autor: Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 18

- fiscalizar e controlar (oposição a condições inadequadas) as representações e execuções (Art. 70). - quem está autorizado não pode transferir a representação/execução a terceiros (Art. 72) - principais participantes da representação/execução não podem ser substituídos (Art. 73). - impenhorabilidade da parte que lhe cabe no espetáculo estende-se também ao interprete (Art. 76) Limitações ao autor: - Não pode alterar a substância da obra sem o consentimento de quem obteve contratualmente o direito de representação/execução (Art. 71) - Obra em co-autoria autorizada para representação/execução: nenhum dos co-autores poderá revogar a autorização (Art. 75). 2.15 Uso Obra de Arte Plástica A venda o objeto em que a obra se materializa (ex: quadro) transmite o direito de expô-la, mas não de reproduzi-la (Art. 77). Tem possibilidade de explorar economicamente a exposição? Direito de reprodução: sempre por escrito e presume-se oneroso (Art. 78). Obs: replica o disposto no art. 50. Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 19

2.16 Uso Obra Fotográfica Ressalvam-se os direitos de imagem da pessoa retratada ou os direitos autorais da obra retratada. Indicação legível do nome do autor, quando utilizada por terceiros (Art. 79). Reprodução da fotografia deve estar em absoluta consonância com a original, salvo prévia autorização do autor da foto. 2.17 Uso Fonograma Exige-se indicação do título da obra, a identificação do intérprete, ano de publicação e identificação do produtor (Art. 80). 2.18 Uso Obra Audiovisual Autorização do autor e do intérprete de obra literária, artística ou científica para produção de audiovisual implica em consentimento para utilização econômica, salvo estipulação contratual diversa (Art. 81). Exclusividade para a produção da obra audiovisual tem caráter limitado: demanda cláusula expressa e cessa em 10 anos. Obrigações do produtor: - fazer constar em cada cópia da obra audiovisual informações específicas (Art. 81, 2º). Vide créditos no início e final dos filmes. Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 20

- prestar contas semestralmente aos co-autores, no caso de seus rendimentos dependerem de utilização econômica da obra, salvo estipulação em contrário (Art. 84). Contrato de produção deve estabelecer: - Remuneração devida: co-autores intérpretes executantes; tempo, lugar, forma de pagamento; - Prazo de conclusão; - Responsabilidade do produtor para com os envolvidos, no caso de coprodução. (Art. 82) Garantia de uso e continuidade da obra: - Partícipe que interromper sua atuação, não pode opor-se ao uso da obra nem a sua substituição (Art. 83); Direitos das obras musicais que integram a audiovisual: - São devidos pelos responsáveis dos locais e estabelecimentos de execução pública (vide art. 68, 3º) e emissoras de televisão (Art. 86) os direitos autorais decorrentes da execução pública das músicas contidas na obra audiovisual. 2.19 Uso Base de Dados Base de Dados: sistema integrado de informações, por este lido e manipulado através de um software. - compreende uma estrutura orgânica de relacionamento e manipulação de informações e não uma simples relação (lista) destas. - proteção incide sobre a estrutura, disposição e forma original de organização dos dados e não sobre os dados propriamente ditos. A utilização da base de dados demanda prévia autorização (Art. 87). 2.20 Direitos Conexos Aplicam-se os direitos de autor no que couber (Art. 89). Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 21

Titulares: - Artistas intérpretes ou executantes: [...] reconhecidos porque sua intervenção criativa é necessária para dar vida, por exemplo, a obras musicais, obras dramáticas e coreográficas (WIPO, 2009). - Produtores fonográficos: [...] seus recursos criativos, financeiros e organizacionais são necessários para tornar os sons gravados acessíveis ao público (WIPO, 2009). - Empresas de Radiodifusão: [...] reconhecidos porque contribuem para colocar as obras disponíveis ao público (WIPO, 2009). Atenção: direitos conexos podem ser associados a obras que não são protegidas por direitos de autor. a) Gravação de sons da natureza; b) Obras em domínio público; c) Transmissão de jogos desportivos (vide também direito de arena - 1º, art. 42, da Lei 9.615/98). Artista intérprete ou executante: Fixação e/ou qualquer forma de utilização de suas interpretações ou execuções demanda prévia autorização (Art. 90 Rol exemplificativo). Reutilização da fixação tem abrangência limitada, Demanda remuneração adicional. (Art. 91, parágrafo único) acrescentar imagem da publicação da globo. Direitos conexos do intérprete são inalienáveis conforme disposto na Lei 6.533/78. Art. 13 - Não será permitida a cessão ou promessa de cessão de direitos autorais e conexos decorrentes da prestação de serviços profissionais. Parágrafo único - Os direitos autorais e conexos dos profissionais serão devidos em decorrência de cada exibição da obra. Direitos morais (Art. 92): - Paternidade Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 22

- Integridade (sem prejuízo a edições ou dublagens que não desfigurem a interpretação) Falecimento de participante não obsta o aproveitamento econômico, nem demanda nova autorização. Remuneração ao espólio ou sucessores. (Art. 92). Produtor fonográfico: http://www.iema.gr Qualquer forma de utilização do fonograma demanda prévia autorização (Art. 93 Rol exemplificativo). - Responsável por retribuir economicamente aos artistas (Art. 94). Empresas de Radiodifusão: Jornal Nacional Rede Globo de Televisão Direito exclusivo de: - autorizar ou proibir a retransmissão, fixação e reprodução de suas emissões - autorizar ou proibir a comunicação ao público, pela televisão, em locais de freqüência coletiva, sem prejuízo dos direitos dos titulares de bens intelectuais incluídos na programação. (Art. 95). Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 23

2.21 Uso Sanções às Violações Sanções Civis e Penais são cumulativas (Art. 101) Sanções civis (Art. 102 a 110) - Apreensão dos exemplares (Art. 102) - Suspensão da conduta (Art. 102) - multa diária por descumprimento (Art. 105) - Expropriação de equipamentos e destruição do produto ilícito (Art. 106). - Indenização: edição fraudulenta (Art. 103): - Preço dos que tiver vendido - 3000 quando não se souber o número dano moral (Art. 108) independente de retratação acréscimo decorrente do caráter punitivo Responsabilidade solidária: necessária o interesse em obter vantagem econômica (Art. 104). Sanções penais (Art. 184 CP - Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena: detenção de 3 meses a 1 ano, ou multa. Com intuito de lucro: Pena: detenção de 2 a 4 anos e multa. Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 24

QUADRO SINÓTICO - DIREITO AUTORAL Negócios jurídicos: interpretação restritiva Obras protegidas: software Art. 4 o Art. 7 o, XII Autor: pessoa física Art. 11 Registro: caráter declaratório Art. 18 Direitos morais: inalienáveis e irrenunciáveis Art. 27 Uso: autorização prévia e expressa Art. 29 Situações que descaracterizam ofensa ao autor Art. 46 Cessão: presunção de onerosidade Art. 50 Contrato: de edição Art. 53... Sanções Civis Art. 102 Prof. Alejandro Knaesel Arrabal - arrabal@furb.br 25