DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE MONITORAÇÃO PARA ANÁLISE COMPARATIVA DE DOIS SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE COM DIFERENTES CONFIGURAÇÕES

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL DO PRIMEIRO SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE ELÉTRICA E INTEGRADO À EDIFICAÇÃO DA AMAZÔNIA BRASILEIRA

Projetos P&D energia solar fotovoltaica do Cepel

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO COMERCIAL DE 14,56 kwp NO MUNICÍPIO DE SERRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÌFICA

ANÁLISE DE DESEMPENHO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE ELÉTRICA, INSTALADO EM UM ESCRITÓRIO COMERCIAL

ANÁLISE OPERACIONAL DE UM MICROINVERSOR CONECTADO A UM PAINEL FOTOVOLTAICO NAS DEPENDÊNCIAS DO GEDAE/UFPA

ANÁLISE DOS PARÂMETROS ELÉTRICOS DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE ELÉTRICA DE UMA RESIDÊNCIA 1

Infraestruturas Laboratoriais do GEDAE/UFPA e do LSF/USP para o Estudo de Minirredes Inteligentes com Geração Híbrida de Energia

OS SISTEMAS FOTOVOLTAICOS NO EDIFÍCIO SOLAR XXI RESULTADOS

ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA 2379EE2

sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica

DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA DIMENSIONAMENTO E SIMULAÇÃO DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA COM SISTEMAS FOTOVOLTAICOS

ANÁLISE COMPARATIVA DE PERFORMANCE ENTRE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE INSTALADOS NO PIAUÍ E NA EUROPA ATRAVÉS DE INDICES DE MÉRITO

Sistemas de Energia Solar e Eólica Professor: Jorge Andrés Cormane Angarita

ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE NO ESTADO DO TOCANTINS SOB DIFERENTES ORIENTAÇÕES

AVALIAÇÃO DE UM SISTEMA FV CONECTADO À REDE COM USO DE UM MICROINVERSOR

ESTUDO COMPARATIVO DO USO DE INVERSOR STRING E MICRO INVERSORES NA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA DE UMA INSTALAÇÃO FOTOVOLTAICA COM SOMBREAMENTO PARCIAL

INFRAESTRUTURA E MECANISMOS DE QUALIDADE NO SETOR FOTOVOLTAICO

Instalações Elétricas de Sistemas Fotovoltaicos

1.ª Prática Componentes Físicos de um sistema de Supervisão

ANÁLISE DE DESEMPENHO DE DIFERENTES SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE EM OPERAÇÃO NA CIDADE DE ITUMBIARA, GOIÁS

CÁLCULO DE PARÂMETROS DE DESEMPENHO PARA SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE

José Nardi e André Foster, Agosto de 2015 Evento Automation & Power World Brasil Energia Renovável Planta Solar

Norma técnica de instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos: Garantindo a qualidade dos sistemas

PROJETO DE NORMA NBR PARA INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS

Energia solar fotovoltaica:

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS CENTRO POLITÉCNICO CURSO DE ENGENHARIA ELETRÔNICA DISCIPLINA DE INSTRUMENTAÇÃO ELETRÔNICA. Termômetro Digital

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO - UNESP ILHA SOLTEIRA ENGENHARIA ELÉTRICA. Celso Berton Sanches

ENGENHARIA ECONÔMICA PARA AVALIAÇÃO DE SISTEMA FOTOVOLTAICO 1 ECONOMIC ENGINNERING FOR EVALUTION OF PHOTOVOLTAIC SYSTEM

AVALIAÇÃO OPERACIONAL DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE COM CONVERSORES C.C.-C.C.

CENTRAL DE GERAÇÃO FOTOVOLTAICA DISTRIBUÍDA LANCHONETE DO PARQUE VILLA-LOBOS - CESP

A PRODUÇÃO DE ENERGIA SOLAR NO ESTADO DE MATO GROSSO

ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA 2379EE2

ANÁLISE, SIMULAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM CONTROLADOR MPPT APLICADO A UM SISTEMA FOTOVOLTAICO

Prof. Msc. Alex Vilarindo Menezes. Capítulo 2 Modelagem matemática

ANÁLISES DE EQUAÇÕES DE EFICIÊNCIAS DE INVERSORES ATRAVÉS DE UM COMPARATIVO PRÁTICO

VII Congresso Brasileiro de Energia Solar Gramado, 17 a 20 de abril de 2018

ANÁLISE COMPUTACIONAL DA INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA AMBIENTE DA REGIÃO DO MACIÇO DE BATURITÉ NO DESEMPENHO DE PAINÉIS FOTOVOLTAICOS

AQUISIÇÃO DE CORRENTES UTILIZANDO BOBINAS DE ROGOWSKI 1 CURRENTS MEASUREMENTS USING ROGOWSKI COILS

Transmissores e Receptores

APLICAÇÕES DE ENERGIA FOTOVOLTAICA PARTE I

Kit didático para controle de velocidade e posição de um motor de corrente contínua

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DE UMA USINA SOLAR FOTOVOLTAICA EM MOSSORÓ-RN

Normas técnicas e garantia de qualidade dos sistemas fotovoltaicos

PEA 2200/3100 ENERGIA, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE. 2ª Prova

FERRAMENTA COMPUTACIONAL PARA CARACTERIZAÇÃO DE GERADORES FOTOVOLTAICOS

Análise da Tecnologia Fotovoltaica de CdTe para uma Central Geradora de 1MWp no Semiárido Brasileiro

SISTEMA DE MEDIÇÃO AUTOMATIZADA PARA TESTES DE MOTORES DE INDUÇÃO E DE CORRENTE CONTÍNUA

AUTOCONSUMO POUPA A TUA ENERGIA 12 X KITS KITS KITS. Sistema fotovoltaico modular para uso doméstico de baixa potência SOLUÇÕES DE CRÉDITO

USO DA ENERGIA SOLAR EM RESIDÊNCIAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÌFICA

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL DO PRIMEIRO SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE ELÉTRICA E INTEGRADO À EDIFICAÇÃO DA AMAZÔNIA BRASILEIRA

COMPORTAMENTO DO FATOR DE FORMA DE MÓDULOS FOTOVOLTAICOS SOB CONDIÇÕES VARIÁVEIS DE IRRADIÂNCIA, TEMPERATURA E SOMBREAMENTO DE CÉLULAS.

DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE (On-grid) PARA UMA RESIDÊNCIA EM BELÉM-PA

Implantação de Laboratório para Determinação da Característica de Saída de Aerogeradores Segundo a Norma IEC

COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DATAS DAS AVALIAÇÕES DO PERÍODO LETIVO 2017/1

INDUSTRIA DE ALUMÍNIO. Análise de Energia. Avaliação de Resultado de Análises. Setembro de 2018

ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

CASA-LABORATÓRIO DO MINEA - UMA PLATAFORMA AVANÇADA PARA O ESTUDO TÉCNICO-ECONÓMICO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS EM ANGOLA

TÍTULO: QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA PARA ILUMINAÇÃO EFICIENTE E ENERGIA FOTOVOLTAICA

SVC Static VAr Compensator. Juliano Menezes Luis Gustavo Dias de Souza

Conceito de proteção elétrica e geração fotovoltaica para instalações de baixa tensão. Eng. Gustavo Carrard Lazzari

ANÁLISE DO DESEMPENHO DE DOIS ANOS DE OPERAÇÃO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE ELÉTRICA DO ESCRITÓRIO VERDE DA UTFPR

ANÁLISE DA OPERAÇÃO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS INSTALADOS NA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ, EM CURITIBA

II Congresso Brasileiro de Energia Solar 17 a 19 de maio de 2017 São Paulo. Inversores Fotovoltaicos Híbridos e Armazenamento de Energia.

Energia Solar Fotovoltaica Conceitos Básicos e Panorama

Alimentação de unidades rooftop preparadas para energia solar com painéis FV

ANTONIO ROBERTO DONADON

Mecanismos de qualidade no setor FV

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CARARINA ARTHUR DURIGON MELLO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ENERGIA

INSTALAÇÃO DE PAINÉIS FOTOVOLTAICOS NO IFC CAMPUS LUZERNA PARA PESQUISAS EM ENERGIAS RENOVÁVEIS

Instalações elétricas em Sistemas FV

TRABALHO AMPLIFICADOR DE INSTRUMENTAÇÃO

ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO ENERGÉTICA DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS INTEGRADOS EM EDIFICAÇÕES: AEROPORTO INTERNACIONAL DE FLORIANÓPOLIS, UM ESTUDO DE CASO

Impactos e Arranjos Regulatórios da Micro Geração Solar Fotovoltaica

ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA 2379EE2

25 de julho de 2017 São Paulo Expo - SP. Inversor Híbrido Modular Operando com Diversas Fontes de Energia. Ildo Bet

Introdução A utilização de fontes de energia renováveis na matriz energética mundial é interesse prioritário para que os países continuem a crescer

DC Modular Otimizado para consumo mínimo de água

ELIPSE E3 MONITORA O DESEMPENHO DAS USINAS SOLARES DA CLEMAR ENGENHARIA

BUILD UP SKILLS FORESEE

AUTOCONSUMO 12 X SEM JUROS A ENERGIA SEM FATURA. Soluções de energia solar fotovoltaica KITS KITS KITS 1PH 3PH. SOLUÇÕES DE CRÉDITO

5. Resultados experimentais obtidos a bordo

ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DO PRIMEIRO ANO DE OPERAÇÃO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO COM SEGUIDOR SOLAR DE EIXO HORIZONTAL

APLICAÇÕES E REGULAMENTAÇÃO (sistemas fotovoltaicos domiciliares, miniredes e sistemas interligados)

Geração Distribuída O caso da Fonte Fotovoltaica

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS

INSTRUMENTAÇÃO E AQUISIÇÃO DE DADOS 2274 Eng. Engenharia Electrotécnica (4º Ano/1º Semestre)

A corrente, lida em um Sensor de Efeito Hall é convertida em sinal 0 10 V ou 4 20 ma, estando ambos os tipos de sinal disponíveis no módulo.

Laboratório de Energia Solar UFRGS

INFLUÊNCIA DA DISTÂNCIA DE PAINÉIS FOTOVOLTAICOS EM RELAÇÃO À ÁGUA SOBRE A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

RASTREADOR SOLAR AUTÔNOMO

INSERÇÃO DE NOVAS FONTES RENOVÁVEIS NO PLANEJAMENTO ENERGÉTICO BRASILEIRO

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS CENTRO POLITÉCNICO CURSO DE ENGENHARIA ELETRÔNICA DISCIPLINA DE INSTRUMENTAÇÃO ELETRÔNICA. Trena Ultrassônica

A GERAÇÃO FOTOVOLTAICA E SUA CONTRIBUIÇÃO ENERGÉTICA E DESLOCAMENTO DA DEMANDA NA SEDE CENTRO DA UTFPR

GERAÇÃO SOLAR PhD. Eng. Clodomiro Unsihuay Vila. Prof. Dr. Clodomiro Unsihuay-Vila Vila

ENCONTRO 4 AMPLIFICADOR DE INSTRUMENTAÇÃO

SINAIS E SISTEMAS MECATRÓNICOS

A Energia Fotovoltaica

Transcrição:

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE MONITORAÇÃO PARA ANÁLISE COMPARATIVA DE DOIS SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE COM DIFERENTES CONFIGURAÇÕES Luiz Rodrigues Teixeira Junior luizrtjunior3000@gmail.com Luis Blasques blasques@ifpa.edu.br André Cavalcante do Nascimento andre.nascimento@ifpa.edu.br Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará - IFPA Resumo. O Brasil possui um grande potencial para geração de energia elétrica por meio de sistemas fotovoltaicos conectados à rede; todavia o mercado nacional de sistemas fotovoltaicos ainda se encontra em um crescimento não uniforme, resultado, dentre outros fatores, da baixa disponibilidade de dados sobre o desempenho de diferentes tipos de sistemas fotovoltaicos conectados à rede. Nesse contexto o presente trabalho apresenta o desenvolvimento de um sistema de monitoração para realização de estudos sobre o desempenho de dois sistemas fotovoltaicos conectados à rede com diferentes configurações. Foram desenvolvidas soluções em condicionamento de sinal e um software para supervisão e coleta de dados. Como forma de validação da solução desenvolvida foi feita a avaliação dos dados coletados durante um curto período de tempo. A série de dados analisada mostra que o sistema constituído por módulos fotovoltaicos de silício amorfo apresentou um melhor desempenho nas condições ambientais de Belém. Tal resultado se justifica pelo fato de que módulos fotovoltaicos de silício amorfo possuem um menor coeficiente de temperatura do que módulos fotovoltaicos de silício policristalino, mesmo que estes últimos possuam microinversores conectados a cada módulo, o que os faz operarem de forma mais eficiente, em especial em condições de sombreamento parcial dos arranjos fotovoltaicos. Palavras-chave: Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede, Sistema de Monitoração, Análise de Desempenho. 1. INTRODUÇÃO O desenvolvimento da humanidade está extremamente ligado ao uso da energia em suas diversas formas, e atualmente a disponibilidade de energia elétrica é um fator determinante para o nível de desenvolvimento de um país. o que acaba contribuindo para uma maior demanda por esse tipo de recurso. No contexto de aumento da demanda de energia elétrica e de combate às mudanças climáticas, muitas organizações vêm incentivando a busca por fontes de energia mais limpas. Como política a nível mundial de incentivo ao acesso à energia mais limpa, pode-se destacar a meta de desenvolvimento sustentável da ONU número 7 ( Energia Limpa e Acessível ). Dentre as formas de geração de energia elétrica renovável, os Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede (SFCR) vêm se destacando e possuem expectativa de crescimento em nível mundial, mesmo que atualmente estejam sendo empregadas ações de redução de incentivos a esta fonte, como o fim do programa Britânico de incentivo à instalação de SFCRs e a redução de tarifas no Japão sobre sistemas do tipo feed-in tariff. A SolarPower Europe (2016), em seu relatório Global Market Outlook for Solar Power do ano de 2016, prospectou que até 2020, em um cenário realista, o mercado mundial de SFCR contará com mais de 500 GW de potência instalada. No contexto de expansão do mercado mundial de geração fotovoltaica, o Brasil ainda possui um mercado em fase de amadurecimento, o que se deve principalmente à elaboração tardia de uma legislação específica para o setor (a primeira e principal legislação de incentivo à instalação de SFCRs, a resolução n. 482, foi aprovada somente no ano de 2012, enquanto que em países como a Alemanha existem legislações do tipo desde a década de 1990). Nesse contexto de amadurecimento de mercado, muitos projetos deixam de ser otimizados devido à falta de dados e estudos específicos sobre a influência do tipo de material do módulo e da tipologia do inversor. 2. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE MONITORAÇÃO OBJETO DO PRESENTE TRABALHO O sistema de monitoração proposto neste trabalho tem como objetivo a avaliação de dois SFCRs distintos em relação à tecnologia de fabricação dos módulos fotovoltaicos e à tipologia dos inversores. Ambos os sistemas possuem potência de pico instalada de 1 kw. Para fins de nomenclatura, os sistemas foram denominados sistema 1 e sistema 2, sendo o sistema 1 constituído por 4 módulos de silício policristalino de 250 Wp cada, utilizando microinversores (rendimento máximo de 99,4 %) conectados a cada módulo (configuração módulo c.a.), enquanto que o sistema 2 consiste em 10 módulos de silício amorfo de 100 Wp cada, associados em série e conectados a um único inversor (configuração string, rendimento máximo de 90,4%). Ambos os sistemas estão instalados na área de testes do Grupo de Estudos e

Desenvolvimento de Alternativas Energéticas (GEDAE) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Na Fig. 1 é possível observar os sistemas após a instalação, à esquerda os 4 módulos do sistema 1, e à direita os 10 do sistema 2. Figura 1- Foto dos sistemas a serem monitorados. Para a avaliação do desempenho dos sistemas foram consideradas grandezas elétricas e grandezas meteorológicas. Em relação às grandezas elétricas, o sistema monitora correntes e tensões nas formas contínua e alternada, e quanto às grandezas meteorológicas são medidas irradiância solar, velocidade do vento, temperatura ambiente e as temperaturas da face posterior de dois módulos, um de cada sistema. A placa de aquisição de dados é do tipo PCI e está instalada em um computador na sala de monitoração e controle do GEDAE/UFPA. 3. IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE MONITORAÇÃO A implementação do sistema de monitoração ocorreu em três etapas: desenho e desenvolvimento dos circuitos de condicionamento de sinal; instalação do sistema de monitoração; e calibração do sistema. Com base nas especificações dos equipamentos foi feito um mapeamento dos pontos onde há necessidade da aplicação de alguma técnica de condicionamento de sinal. Após o mapeamento e desenvolvimento dos circuitos eletrônicos foi feita a instalação e a calibração. Deve-se ressaltar que devido ao número de canais da placa de aquisição de dados ser menor que o número de sensores e transdutores, foi necessário o uso de um circuito de multiplexação de sinais, onde os sinais multiplexados foram todos os transdutores de corrente contínua e um transdutor de tensão contínua do sistema 1. A Fig. 2 apresenta o diagrama de conexão de todos os sensores, com destaque para os pontos de aplicação de sistemas de condicionamento de sinal. 3.1 Desenho e desenvolvimento dos circuitos de condicionamento de sinal Como visto na Fig. 2, foram aplicadas técnicas de amplificação de sinal, conversão e filtragem, além da multiplexação do sinal de alguns transdutores, por motivo já exposto. Ao todo foram desenvolvidos 3 tipos de circuitos eletrônicos com as seguintes funções: amplificação e conversão (quando necessária), filtragem dos sinais e multiplexação. O circuito de amplificação e conversão foi desenvolvido com o uso do circuito integrado LM 324, utilizando-se também de divisores de tensão. O valor da resistência do divisor de tensão é o mesmo da resistência do sensor PT100 a 0º C. Os valores das resistências dos amplificadores (R1 e R2) foram utilizados para a definição do ganho de amplificação (G) com base no modelo matemático apresentado por Balbinot e Brusamarello (2013), conforme Eq. (1). Na Fig. 3 é possível observar o circuito de amplificação e conversão após a confecção da placa. R2 G 1 (1) R1 Para a filtragem dos sinais foram utilizados filtros do tipo passa baixa. A definição da frequência de corte (f corte) se deu por meio do modelo matemático apresentado por Balbinot e Brusamarello (2013), que pode ser visto na Eq. (2), de posse dos valores de resistência (R) e capacitância (C) empregados. Além da filtragem de sinais, o circuito tem como objetivo servir de interface entre os equipamentos de campo e a placa de aquisição de dados. A Fig.4 apresenta a placa de filtragem após a sua confecção. Para o circuito de multiplexação foi empregado o circuito integrado CD4051.

f corte 1 2 R C (2) Figura 2- grama do sistema, com pontos de aplicação de técnicas de condicionamento de sinal. Figura 3- Circuito de conversão e amplificação de sinal após a sua confecção. Figura 4- Circuito de filtragem dos sinais do sistema de monitoração.

3.2 Instalação do sistema de monitoração Após a confecção dos circuitos de condicionamento foi feita a integração do sistema de monitoração com os dois SFCRs. Como alguns sensores são intrusivos, fez-se necessária a elaboração de adaptadores. Devido ao fato da área de testes ser um espaço aberto, todos os transdutores de grandezas elétricas e circuitos de condicionamento foram instalados em caixas impermeáveis. Nas Fig. 5 e 6, respectivamente, é possível observar os sistemas 1 e 2, com destaque para a caixa onde estão instalados os transdutores. Figura 5- Sistema 1 após a instalação dos transdutores de grandeza elétrica. Figura 6- Sistema 2 após a instalação dos transdutores de grandeza elétrica. 3.3 Calibração e modelagem dos componentes do sistema de monitoração Todos os transdutores e sensores foram calibrados em campo, com exceção do sensor de velocidade do vento, pois no laboratório não haviam recursos para calibração do mesmo, sendo adotadas as informações de calibração fornecidas pelo fabricante. Após o levantamento de dados em campo foi feita a modelagem dos componentes adotando-se a técnica do método dos mínimos quadrados apresentada por Coelho e Coelho (2004), conforme Eq. (3). T 1 ( t) ( t) ( t) y( t) e( t) ( t) (3)

Sendo (t) o vetor com os valores dos coeficientes do modelo escolhido para modelagem do sistema; (t) o vetor com valores de entrada do sistema a ser modelado; T (t) o vetor transposto com valores de entrada do sistema a ser modelado; y(t) o vetor com valores de saída do sistema a ser modelado; e e(t) o erro de modelagem ou offset. A coleta de dados em campo para a calibração foi feita com o uso de um computador portátil (que estava conectado remotamente ao computador com a placa de aquisição de dados), um osciloscópio digital FLUKE 199C (exatidão de ±1,5% mais 4% da amplitude de cada divisão), uma célula de referência para medição de irradiância e um termômetro a laser Minipa modelo MT-350 (exatidão de ±2 ºC). Foi elaborada uma tabela com os principais valores e faixa de operação dos sistemas para então se realizar a coleta de dados. Com os dados coletados em campo organizados, foi aplicado o método dos mínimos quadrados de forma a se obter os coeficientes angular ( A ) e linear ( B ) do modelo da Eq. (4), onde o termo independente x é a tensão lida pela placa de aquisição de dados e o termo dependente y é a grandeza a ser mensurada pelo sensor/transdutor. O modelo da Eq. (4) foi escolhido devido ao fato de todos os sensores e transdutores apresentarem comportamento linear. 3.4 Modelagem dos Inversores y Ax B (4) Devido ao fato dos transdutores de tensão e corrente na forma alternada serem do tipo RMS, foi necessária a modelagem da curva fator de potência (FP) versus potência aparente de cada um dos inversores, para que então fosse possível a obtenção de parâmetros como a potência ativa. A técnica utilizada para a modelagem do sistema foi o método dos mínimos quadrados e os dados de entrada e saída foram obtidos com o uso de um sistema de monitoração que tem o objetivo de levantar as formas de onda da tensão e corrente em corrente alternada na saída de inversores. A coleta de dados foi feita de forma separada e em dias com pouca incidência de nuvens, permitindo a obtenção de dados em uma faixa mais ampla. As curvas FP versus potência aparente dos inversores foram divididas em dois pontos, e após a divisão foram estimados os parâmetros para os modelos representados pelas Eq. (4) e (5). Os coeficientes obtidos após a aplicação do método podem ser vistos na Tab. 2. y A x 4 B x 3 C x 2 D x E (5) Tabela 2 - Coeficientes das Eq. (4) e (5) para os elementos obtidos após aplicação do método dos mínimos quadrados. MODELO COEFICIENTE INVERSOR SISTEMA 1 INVERSOR SISTEMA 2 Eq. (4) A 0,000030815049323 0.000009306767731 B 0,974248082279053 0.992285748200411 A -0,000000004785776 0,000000058160519 B 0,000003033619635-0,000030699351710 Eq. (5) C -0,000700114645086 0,005710574777759 D 0,072420320984905-0,429844844243164 E -2.179490513851183 11.145209871334632 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Como forma de validação do sistema de monitoração foi realizada a coleta de dados no período entre 31/10/2017 a 12/11/2017. Após o período de coleta foi feita a análise do desempenho dos sistemas, com destaque inicial para a avaliação da influência da temperatura e do sombreamento. Vale ressaltar que o curto período de medições teve como finalidade principal a validação dos dados obtidos a partir do sistema de monitoração (hardware e software) de grandezas elétricas e meteorológicas desenvolvido. Este curto período de medição não serve, obviamente, para dar conclusão clara e definitiva sobre o desempenho dos sistemas, mas é capaz de apresentar as funcionalidades do sistema e validar os dados medidos. Na Fig. 7 é possível observar a tela do software de aquisição de dados e supervisão desenvolvido neste projeto, em operação. As produções diárias de energia em corrente contínua e em corrente alternada dos sistemas 1 e 2 podem ser vistas nas Fig. 8 e 9, respectivamente. Como pode ser visto nas Fig. 8 e 9, o sistema 2 apresenta uma produção de energia, tanto em corrente contínua como em alternada, maior que o sistema 1. A diferença entre a geração de energia em corrente alternada dos sistemas é menor do que em corrente contínua, o que se deve ao fato dos microinversores do sistema 1 operarem de forma mais eficiente. O sistema 1 produziu ao todo 61,64 kwh de energia em corrente contínua e 54,36 kwh de energia em corrente alternada, enquanto que o sistema 2 gerou 72,40 kwh de energia em corrente contínua e 59,55 kwh em corrente alternada.

Energia Total (kwh) Energia Total (kwh) VII Congresso Brasileiro de Energia Solar Gramado, 17 a 20 de abril de 2018 Figura 7- Software de aquisição de dados e supervisão em operação. 7,0000 6,0000 5,0000 4,0000 3,0000 2,0000 1,0000 0,0000 SISTEMA 1 SISTEMA 2 Figura 8- Produção diária de energia em corrente contínua dos sistemas 1 e 2. 6,0000 5,0000 4,0000 3,0000 2,0000 1,0000 0,0000 SISTEMA 1 SISTEMA 2 Figura 9- Produção diária de energia em corrente alternada dos sistemas 1 e 2.

Perdas do Sistema Fotovoltaico (kwh/kwp) Produtividade Final (kwh/kwp) VII Congresso Brasileiro de Energia Solar Gramado, 17 a 20 de abril de 2018 Como índices de desempenho foram utilizados a produtividade final, perda de produtividade e o performance ratio. A produtividade final é definida como a quantidade de energia elétrica em corrente alternada injetada na rede por unidade de potência nominal do gerador FV (Almeida, 2012). A perda de produtividade é a diferença entre a produtividade de referência e a final. O performance ratio é a relação entre a produtividade final do sistema e a produtividade de referência (Mello, 2016). Quanto aos índices de desempenho calculados, o sistema 2 apresentou valores mais satisfatórios do que o sistema 1. Nas Fig. 10 e 11 é possível observar, respectivamente, os valores diários de produtividade final e perda de produtividade dos SFCRs dos sistemas 1 e 2. No dia 09/11/2017 o sistema 2 apresentou sua melhor produtividade, pois foi o dia com maior irradiação total (6,58 kwh/m²). Já o sistema 1 teve sua maior produtividade no dia 10/11/2017, em função de sua maior influência com o aumento da temperatura. As menores produtividades também apresentaram este comportamento, sendo a menor registrada para o sistema 2 no dia 07/11/2017 (dia que contou com irradiação total de 4,71 kwh/m²), e a menor do sistema 1 registrada no dia seguinte. Como pode ser visto na Fig. 11, o sistema 1 apresenta maiores perdas de produtividade que o sistema 2; 20,77 kwh/kwp ante 15,58 do sistema 2. 6 5 4 3 2 1 0 Sistema 1 Sistema 2 Figura 10- Valores diários de produtividade dos SFCRs. 2,0000 1,8000 1,6000 1,4000 1,2000 1,0000 0,8000 0,6000 0,4000 0,2000 0,0000 1,7250 1,6459 1,5990 1,6349 1,5844 1,6265 1,5241 1,5650 1,8014 1,5308 1,5578 1,4631 1,5156 1,2549 1,2212 1,2484 1,1730 1,2698 1,1802 1,0299 1,1956 1,2028 1,2351 1,1796 1,2115 1,1800 SISTEMA 1 SISTEMA 2 Figura 11- Valores diários de perdas de produtividade dos SFCRs. A justificativa principal para as maiores perdas de produtividade apresentadas pelo sistema 1 reside no fato de módulos de silício policristalino possuírem um coeficiente térmico maior do que módulos de silício amorfo, o que faz com que as quedas na tensão dos módulos de silício policristalino sejam maiores (Pinho e Galdino, 2014). Na Fig. 12 é possível observar as temperaturas máximas de superfície posterior dos módulos dos sistemas 1 e 2 em cada dia, e a Fig. 13 apresenta a variação das temperaturas dos módulos e da temperatura ambiente no dia 08/11/2017. A diferença entre as

00:05 00:50 01:35 02:20 03:05 03:50 04:35 05:20 06:05 06:50 07:35 08:20 09:05 09:50 10:35 11:20 12:05 13:00 13:45 14:30 15:15 16:00 16:40 17:25 18:05 18:50 19:35 20:20 21:05 21:50 22:35 23:20 Temperatura (ºC) Temperatura (ºC) VII Congresso Brasileiro de Energia Solar Gramado, 17 a 20 de abril de 2018 temperaturas máximas de superfície posterior dos módulos dos sistemas varia de 2,1 ºC a 6,4 ºC entre diferentes dias. Quando se compara os gráficos das Fig. 11 e 12 fica evidente a relação proporcional da temperatura com as perdas de produtividade dos SFCRs. A Fig. 14 exibe os valores de performance ratio durante os dias de coleta de dados. Como reflexo dos índices anteriores, o sistema 2 apresenta um desempenho global melhor que o sistema 1. Os menores valores de eficiência global dos sistemas foram atingidos no dia 07/11/2017, enquanto que os maiores valores dos sistemas 1 e 2 foram obtidos, respectivamente, nos dias 11/11/2017 e 02/11/2017. 62 60 58 56 54 52 50 31/10 1/11 2/11 3/11 4/11 5/11 6/11 7/11 8/11 9/11 10/11 11/11 12/11 Sistema 1 Sistema 2 Figura 12- Valores de máxima temperatura de superfície posterior dos módulos dos SFCRs. 70 60 50 40 30 20 10 0 Tempo Módulo Sistema 2 Ambiente Módulo Sistema 1 Figura 13- Variação das temperaturas medidas pelo sistema de monitoração no dia 08/11/2017. Figura 14- Valores diários de performance ratio dos SFCRs.

5. CONCLUSÕES O sistema de monitoração e aquisição de dados exposto neste trabalho está operando de forma satisfatória e fornecendo dados coerentes. Os valores médios dos índices de desempenho do sistema 1 são: produtividade final 4,18 kwh/kwp; perdas de produtividade de 1,60 kwh/kwp; e performance ratio de 72,22%. O sistema 2 apresentou os seguintes valores médios: produtividade final de 4,58 kwh/kwp; perdas de produtividade de 1,20 kwh/kwp; e performance ratio de 79,15%. Sobre a geração de energia, em corrente continua e alternada, o sistema 1 apresentou valores médios de 4,74 e 4,18 kwh, respectivamente, enquanto o sistema 2 apresentou geração média de energia em corrente continua de 5,57 kwh e 4,58 kwh em corrente alternada. A série histórica de dados mostrou que o sistema 2 apresentou um desempenho melhor do que o sistema 1, justificado principalmente pelo fato de que módulos de silício amorfo possuem melhor desempenho em ambientes com elevadas temperaturas do que módulos de silício policristalino, pois o silício amorfo possuí um coeficiente de temperatura menor. Como altos valores de temperatura são uma característica do clima da Região Amazônica, sistemas compostos por módulos de silício amorfo em geral apresentam melhores produtividades. Por fim, ressalta-se que o objetivo principal do presente trabalho foi apresentar o desenvolvimento de um sistema de monitoração (hardware e software) de grandezas elétricas e meteorológicas passível de aplicação a qualquer SFCR, e sua validação. O curto período de medição teve esta finalidade, não servindo, obviamente, para dar conclusão clara e definitiva sobre o desempenho dos sistemas. Um trabalho futuro pretende comparar a operação de ambos os sistemas em um maior período de tempo e em diferentes condições, incluindo simulações de sombreamento. REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. P. Qualificação de Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede. 2012. 171 f. Dissertação (Mestrado em Energia) Programa de Pós-graduação em Energia, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2012 BALBINOT, A. BRUSAMARELLO, V. J. (1970). Instrumentação e Fundamentos de Medidas.2º Edição. Rio de Janeiro, LTC, 2013. Volume 1. COELHO, A. A. R. COELHO, L. S. Identificação de Sistemas Dinâmicos Lineares. 1º Edição. Florianópolis, Editora da UFSC, 2004. MELLO, A. D. Análise de Desempenho de Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede a partir da Determinação de Índices de Mérito. 2016. 44 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia de Energia) Instituto de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Santa Catarina, Araranguá. 2016. PINHO, J. T. GALDINO, M. A. Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos. 2 a Edição. Rio de Janeiro: CEPEL CRESESB, 2014. DEVELOPMENT OF A MONITORING SYSTEM FOR COMPARATIVE ANALYSIS OF TWO GRID- CONNECTED PHOTOVOLTAIC SYSTEMS WITH DIFFERENT CONFIGURATION Abstract. Brazil has a great potencial for electricity generation through grid-connected photovoltaic systems; however Brazilian photovoltaic systems market still present a non-uniform growth, caused, among other factors, by the low availability of data about performance of different types of grid-connected photovoltaic systems. In this context, the present work presents the development of a monitoring system to carry out studies on the performance of two gridconnected photovoltaic systems with different configuration. Signal conditioning solutions and a software for data acquisition and monitoring were developed. In order to validate the solution developed, an analysis was done of data collected during a short period of time. The data series analyzed show that the system composed of amorphous silicon PV modules presented better performance for the environmental conditions of Belém city. This result is justified by the fact that amorphous silicon PV modules have temperature coefficients lower than the ones presented by crystalline silicon PV modules, even though the latter are individually connected to microinverters, which makes them operate more efficiently, especially under conditions of partially shading of the PV generator. Key words: Grid-Connected Photovoltaic Systems, Monitoring System, Performance Analysis.