COMPORTAMENTO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO NO ESTADO DE SÃO PAULO: ANO AGRÍCOLA 2001/02 1 RESUMO

Documentos relacionados
COMPORTAMENTO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO EM REGIÕES PRODUTORAS DO ESTADO DE SÃO PAULO 1 RESUMO INTRODUÇÃO

RESISTÊNCIA GENÉTICA A DOENÇAS E NEMATÓIDES EM CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO DISPONÍVEIS NO BRASIL 1

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO ESTADO DO CEARÁ *

ÉPOCAS DE SEMEADURA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA *

AVALIAÇÃO DE NOVAS LINHAGENS ORIUNDAS DE CAMPOS DE SEMENTES GENÉTICAS DE ALGODÃO EM BARBALHA- CE RESUMO

ENSAIO NACIONAL DE COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE GOIAS SAFRA 2001/2002 *

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE PARA A REGIÃO DO PONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

Comportamento de genótipos de algodoeiro no Estado de São Paulo: produtividade, resistência a doenças e qualidade da fibra

ESTABILIDADE FENOTÍPICA, UM COMPLEMENTO RELEVANTE NA AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO PARA RESISTÊNCIA A DOENÇAS 1

CULTIVARES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO RECOMENDADAS PARA OS CERRADOS DO MEIO- NORTE DO BRASIL

ENSAIO REGIONAL DE LINHAGENS E CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO DO NORDESTE

ESTUDO DE ÉPOCA DE PLANTIO DO ALGODOEIRO ADENSADO NA REGIÃO DE CAMPINAS-SP INTRODUÇÃO

SEVERIDADE DA MANCHA DE RAMULÁRIA EM GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO EM DUAS REGIÕES PRODUTORAS DO BRASIL 1 INTRODUÇÃO

MELHORAMENTO DO ALGODOEIRO NO ESTADO DE GOIÁS ESTÁGIO DO PROGRAMA NA SAFRA 2002/2003 (*)

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 913

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1550

ENSAIO DE VALOR DE CULTIVO E USO (VCU 2004) DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO DA EMBRAPA NO CERRADO

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1661

ENSAIOS REGIONAIS DO CERRADO CONDUZIDOS NO CERRADO DA BAHIA NA SAFRA 2004/05 1

CULTIVARES DE ALGODÃO PARA O BRASIL

Bragantia ISSN: Instituto Agronômico de Campinas Brasil

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUL MARANHENSE

DESEMPENHO DE LINHAGENS AVANÇADAS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NAS CONDIÇÕES DO CERRADO RESUMO

ENSAIO DE ALGODÃO COLORIDO NO NORDESTE. Aldo Arnaldo de Medeiros¹; José Expedito Pereira Filho²; Marcelo Gurgel Medeiros³

Ensaio de Valor de Cultivo e Uso (VCU 2005) do programa de melhoramento da Embrapa no Cerrado

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO NO CERRADO MATOGROSSENSE *

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO NO SUDOESTE DA BAHIA, REGIÃO DO VALE DO YUYU

AVALIACAO DE GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO PARA O CERRADO DE RONDÔNIA

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUDOESTE PIAUIENSE

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES COMERCIAIS NO CERRADO DO MATO GROSSO SAFRA 2001/2002 *

COMPORTAMENTO VARIETAL DE ALGODOEIROS À RAMULOSE CAUSADA POR Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides

FIABILIDADE E TECNOLOGIA DA FIBRA DE CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO

CAPACIDADE GERAL E ESPECIFICA DE COMBINAÇÃO EM ALGODOEIRO HERBÁCEO

EFEITO DA SELEÇÃO EM TERRENO NATURALMENTE INFESTADO PELA FUSARIOSE NO MELHORAMENTO DE VARIEDADES DE ALGODOEIRO RESISTENTES AO PATÓGENO ( 1 ) SINOPSE

PARCELAMENTO DA COBERTURA COM NITROGÊNIO PARA cv. DELTAOPAL E IAC 24 NA REGIÃO DE SELVÍRIA-MS

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS AVANÇADAS DE AMENDOIM PARA CARACTERES RELACIONADOS À PRODUÇÃO E TEOR DE ÓLEO

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE ALGODÃO NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2009/10. 1 INTRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS AVANÇADAS DE FIBRA COLORIDA NOS MUNICÍPIOS DE ANGICAL E WANDERLEY-BA 1

EFEITO DE GENÓTIPOS E DO AMBIENTE NA FORMAÇÃO DE NEPS NA FIBRA DE ALGODÃO 1

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1573

Revista Ceres ISSN: X Universidade Federal de Viçosa Brasil

METODOLOGIA PARA ESTIMATIVA DE PERDAS DEVIDAS A DOENÇAS EM EXPERIMENTOS COM GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO.

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS EM CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO SUBMETIDAS A DIFERENTES POPULAÇÕES DE PLANTAS. (*)

ESTIMATIVA DA HETEROSE EM ALGODOEIRO HERBÁCEO IRRIGADO NO NORDESTE

POPULAÇÃO DE PLANTIO DE ALGODÃO PARA O OESTE BAIANO

LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO DE FIBRAS MÉDIAS E LONGAS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1344

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES E LINHAGENS ELITES DE ALGODOEIRO NO CERRADO *.

Palavras-chave: algodão, Gossypium hirsutum, qualidade tecnológica de fibra INTRODUÇÃO

RESPOSTA ECONÔMICA DA CULTURA DO ALGODOEIRO A DOSES DE FERTILIZANTES *

ENSAIOS REGIONAIS DE COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DO CERRADO CONDUZIDOS NO MATO GROSSO NA SAFRA 2004/2005.

LINHAGENS DE ALGODOEIRO DE FIBRAS ESPECIAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2008/09. 1

AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO PARA LANÇAMENTO DE CULTIVARES, SAFRA 2008/09. 1 INTRODUÇÃO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Algodão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

ESPAÇAMENTOS REDUZIDOS NA CULTURA DO ALGODOEIRO: EFEITOS SOBRE ALGUMAS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS *

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE ALGODÃO (Gossypium hirsutum L.) NO CERRADO DO ESTADO DE GOIÁS (*)

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Algodão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

NOVAS CULTIVARES NOVAS CULTIVARES DE ALGODOEIRO PARA MINAS GERAIS:

EFICIÊNCIA DO ÍNDICE DE SELEÇÃO NO MELHORAMENTO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO.

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA DE PORTE BAIXO PARA O ESTADO DO PARANÁ*

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

CONTROLE DE DOENÇAS POR MEIO DE VARIEDADES RESISTENTES E MANEJO CULTURAL. Nelson Dias Suassuna EMBRAPA - Algodão

QUALIDADE DA FIBRA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE PLANTIO DA SEMENTE DE ALGODÃO LINTADA, DESLINTADA E DESLINTADA E TRATADA *

ENSAIOS DE COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE ALGODÃO NO ESTADO DE MATO GROSSO, SAFRA 2003/2004 (*)

PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DE ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DO CULTIVAR EM CHAPADÃO DO SUL - MS 1. Priscila Maria Silva Francisco

CIRCULAR TÉCNICA. Reação de cultivares de algodoeiro a doenças e nematoides, safra 2017/18

LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO NO VALE DO IUIU, SUDOESTE DA BAHIA, SAFRA 2009/10. 1 INTRODUÇÃO

ADUBAÇÃO NITROGENADA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO IRRIGADO NO CARIRI CEARENSE

CULTIVARES DE ALGODOEIRO AVALIADAS EM DIFERENTES LOCAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2007/08 1. INTRODUÇÃO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1311

Documentos. ISSN Junho, Avaliação de Cultivares de Algodoeiro no Cerrado da Bahia - Safra 2014/2015

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ARRANJOS DE PLANTAS EM CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO NA REGIÃO AGRESTE DO ESTADO DE ALAGOAS

QUALIDADE DA FIBRA DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO EM DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA NO AGRESTE DO ESTADO DE ALAGOAS

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

Melhoramento do Algodoeiro no Setor Público: Contribuições, Desafios e Perspectiva

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1751

COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO NO CERRADO DA BAHIA. 1

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 18

MANEJO DO REGULADOR DE CRESCIMENTO CLORETO DE CLORMEQUATE NO SISTEMA ADENSADO DO ALGODOEIRO EM MATO GROSSO.

A VALIA CÃO DE LINHAGENS DE SOJA PARA INDICA çãó DE CUL TIVARES NO RIO GRANDE DO SUL

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 431

DESEMPENHO VEGETATIVO DE CULTIVARES DE MAMONA EM REGIME DE SEQUEIRO NO MUNICÍPIO DE ANGICAL BA

ADUBAÇÃO NITROGENADA EM COBERTURA PARA cv. DELTAOPAL E IAC 24 NA REGIÃO DE MERIDIANO - SP

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO QUANTO À MANCHA DE RAMULÁRIA NAS CONDIÇÕES DO CERRADO 1

QUALIDADE DA FIBRA DO ALGODÃO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO SILICATADA

Avaliação de Cultivares de Sorgo Sacarino em Ecossistema de Cerrado no Estado de Roraima

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM PETROLINA-PE

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Algodão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA NO PERÍODO OUTONO-INVERNO EM ITAOCARA, RJ*

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO COMUM NO ESTADO DE GOIÁS

ESCOLHA DO MODELO E TAXA APARENTE DE INFECÇÃO PARA A CURVA DE PROGRESSO DA RAMULOSE (Colletotrichum gossypii var cephalosporioides) DO ALGODOEIRO

HERANÇA DA RESISTÊNCIA DO ALGODOEIRO À MURCHA DE Verticillium (*)

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM JUAZEIRO-BA

Características da Fibra de Algodão Produzida nas Regiões Norte e Nordeste de Mato Grosso do Sul

COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE SEMENTES DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODÃO HERBÁCEO.

ARRANJO DE PLANTAS PARA LINHAGENS E CULTIVAR DE ALGODOEIRO NO ESTADO DE GOIÁS

METODOLOGIA PARTICIPATIVA PARA LANÇAMENTO DE CULTIVARES NO CERRADO BRASILEIRO

Transcrição:

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO NO ESTADO DE SÃO PAULO: ANO AGRÍCOLA 2001/02 1 Edivaldo CIA 2,5, Milton Geraldo FUZATTO 2, Julio Isao KONDO 2, Nelson Paulieri SABINO 2,5, Ederaldo José CHIAVEGATO 3, Norma de Magalhães ERISMANN 2, Luiz Henrique CARVALHO 2, Denizart BOLONHEZI 4, Dulcineia Elizabete FOLTRAN 4, Francisco Seiiti KASAI 4, Nelson BORTOLETTO 4, Paulo Boller GALLO 4, Paulo César RECCO 4 & Raffaela ROSSETO 4 RESUMO São apresentados os resultados de 15 experimentos do projeto Ensaio Nacional de Variedades de Algodoeiro Herbáceo, complementados por testes específicos para avaliação da resistência a doenças, realizados no ano agrícola de 2001/2002, nas principais regiões produtoras de algodão do Estado de São Paulo. Diferenças substanciais foram observadas entre os genótipos com respeito à produtividade, quer de algodão em caroço quer de fibra, demonstrando falta de adaptabilidade ampla, de alguns deles, às condições de cultivo nesse Estado. Apesar de se mostrar destacada em alguns genótipos, a porcentagem de fibra não constituiu fator predominante na produção de fibra por área. A maioria das cultivares e linhagens estudadas revelou suscetibilidade e uma ou mais das doenças mais sérias que podem ocorrer nesse Estado. INTRODUÇÃO O projeto ENSAIO NACIONAL DE VARIEDADES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO, coordenado pela EMBRAPA-ALGODÃO e pelo Instituto Agronômico (IAC) foi realizado no ano agrícola de 2001/02 em praticamente todos os Estados produtores de algodão, no Brasil. Embora seus na análise por Estados ou Regiões que seus dados se mostram mais conseqüentes, uma vez que, então, podem constituir fundamento para tomadas de decisão na escolha de cultivares. Nesse trabalho são apresentados os resultados obtidos com esse projeto, no Estado de São Paulo, no ano agrícola de 2001/2002. MATERIAL E MÉTODOS Com delineamento em Blocos ao Acaso, quatro repetições, foram estudados os 12 genótipos constantes das tabelas 1 e 2, oriundos na sua maioria de entidades públicas que realizam melhoramento genético do algodoeiro no Brasil. As parcelas experimentais foram constituídas por resultados possam ser publicados em conjunto (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 1981, 1982), é duas linhas de 5m de comprimento, com espaçamentos entre elas variando entre 0,80m e 1,00m, conforme a localidade. Entre as parcelas e nas bordaduras do ensaio foi plantada uma linha marginal, com a cultivar IAC 23. O plantio foi realizado nos meses de outubro e novembro, conforme o local, empregando-se a adubação básica de 350 kg/ha, da fórmula 4-20-20. Na ocasião do desbaste, quando 1 Trabalho realizado com auxílio financeiro da FAPESP, do FIALGO e da MAEDA S/A AGROINDUSTRIAL. 2 Pesquisadores Científicos, Instituto Agronômico (IAC), Caixa Postal 28, 13001-970, Campinas-SP, cia@iac.sp.gov.br 3 Professor Assistente, Doutor, Departamento de Fitotecnia. ESALQ-USP. Piracicaba-SP 4 Pesquisadores Científicos, DDD APTA. 5 Bolsista CNPq

foram deixadas 30 plantas/linha, foi feita adubação em cobertura, na base de 40 kg N/ha. Os tratos culturais e o controle de pragas variaram nos diferentes locais, mas foram realizados sempre em bom nível tecnológico. Nas condições apontadas, foram realizados 15 experimentos, em locais representativos da cotonicultura paulista, quer quanto à clima e solo, quer quanto à incidência de doenças. A colheita deuse, em uma ou mais vezes, conforme o experimento, nos meses de março a maio. Em amostras de 20 capulhos por parcela foram efetuados estudos de componentes da produção e de características tecnológicas da fibra. Por último, em testes paralelos foram feitas avaliações para resistência a doenças, de todos os genótipos integrantes dos experimentos, segundo os métodos expostos por GRIDI-PAPP et al. (1994) e por CIA et al. (1999). RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tabela 1 encontram-se resultados de produção e alguns de seus componentes, bem como da precocidade e do comportamento em face de doenças. Quanto à produção de algodão em caroço verifica-se baixa adaptabilidade, à região, dos genótipos EPAMIG PRECOCE 1, BRS SUCUPIRA e BRS IPÊ, que foram suplantados em cerca de 22, na média, pelas quatro cultivares mais produtivas. Em relação a outras características, além das diferenças notáveis com respeito ao peso de capulho e de sementes, vale ressaltar pela importância econômica a desigualdade quanto à porcentagem de fibra, que atingiu, em valor absoluto, 2,9, entre os genótipos extremos. Todavia, é útil observar que bastou para a cultivar IPR 94 a de pior desempenho, junto com a IAC 23, nessa característica produzir cerca de 7 a mais, de algodão em caroço, para que sua produção de fibra por área, praticamente se igualasse à da cultivar com a mais alta porcentagem. Compensação semelhante se verificou com a IAC 23, que, tendo rendimento no beneficiamento 2,2 menor do que os da CNPA ITA 90 e da DELTAOPAL, mas produzindo cerca de 8 mais de algodão em caroço, superou estas em mais de 2, na produção de fibra por área. Com respeito a doenças verifica-se que, considerando os seis parasitas constantes da tabela 1, destacou-se a IAC 24, embora, de acordo com a escala proposta por Cia et al (2002), se enquadrem, como ela, na categoria medianamente resistente, os genótipos BRS AROEIRA, BRS SUCUPIRA, IPR 94-227-918, CNPA ITA 90, DELTAOPAL e IAC 23. Entretanto, levando em conta apenas as três doenças mais destrutivas murcha de Fusarium, nematóides e ramulose que efetivamente limitam a produtividade na região, a IAC 24, com de Resistência Múltipla =0,926 foi a única que se caracterizou como resistente e também como segura ( de Segurança =0,804), de acordo com a escala mencionada. As demais variaram de medianamente resistente BRS AROEIRA, IPR 99-65, IPR 94-227-918, DELTAOPAL e IAC 23) a suscetível (EPAMIG PRECOCE 1, BRS IPÊ, IPR 94 e MG/UFU/91). Na tabela 2 encontram-se os resultados da análise tecnológica da fibra, caracterizando, grosso modo, três níveis de qualidade: um superior, compreendendo os genótipos IPR 94, BRS SUCUPIRA, IPR 94-227-918 e DELTAOPAL; um intermediário, com BRS IPÊ, IAC 24, BRS AROEIRA, IPR 99-65, CNPA ITA 90 e IAC 23; e um nitidamente inferior, com EPAMIG PRECOCE 1 e MG/UFU/91. CONCLUSÕES 1. Notável variação quanto a produtividade, resistência a doenças, porcentagem de fibra e qualidade desta, foi observada no estudo de 12 genótipos de algodoeiro realizado em regiões de plantio no Estado de São Paulo.

2. A porcentagem de fibra não constituiu fator determinante da produção de fibra por área, pois uma diferença, entre genótipos, de quase 3 do rendimento no beneficiamento, foi compensada por cerca de 7 a mais na produção de algodão em caroço. 3. Com base no valor global de cultivo e uso, mostraram-se aptos para plantio nesse Estado os genótipos IAC 24, IPR 94-227-918, DELTAOPAL, IPR 99-65 e IAC 23, com restrição a alguns deles em regiões onde são endêmicas ou prováveis de ocorrer, doenças limitantes às quais eles são suscetíveis, ainda que medianamente.

Tabela 1. Características agronômicas e índices de resistência a doenças obtidos em ensaios realizados no ano agrícola 2001/2002, em regiões algodoeiras do Estado de São Paulo. Genótipos Produção kg/parcela Fibra 100 sementes g 1 capulho g Preçocidade Fusarium Nematóides Ramulose s Relativos para doenças Stemphy- Alter-naria Ramulium laria Múlt. Segur. 1-BRS IPÊ 2,12 DE* 40,5 C 10,3 G 5,9 FG 70,0 C 0,753 0,462 0,251 0,897 0,850 0,909 0,627 0,157 2-IPR 94 2,45 A 38,7 E 11,9 C 6,8 BC 70,9 C 1,017 0,660 0,218 0,910 0,928 0,455 0,619 0,135 3-EPAMIG Prec 1 1,94 F 39,1 E 10,7 F 6,2 E 85,5 A 0,394 0,136 0,670 1,013 1,043 0,451 0,508 0,069 4-IAC 24 2,45 A 40,1 D 12,3 B 7,1 A 70,8 C 0,992 0,868 0,922 0,961 1,047 0,484 0,854 0,413 5-BRS AROEIRA 2,22 CD 38,8 E 11,2 E 6,5 D 64,7 D 0,730 0,640 0,862 0,949 1,009 0,536 0,769 0,412 6-IPR 99-65 2,46 A 39,9 D 11,8 CD 6,8 B 71,8 C 1,062 0,846 0,388 0,480 1,047 0,517 0,670 0,260 7-MG/UFU/91 2,29 BC 41,6 A 11,6 D 7,1 A 75,7 B 0,816 0,531 0,283 0,916 0,978 0,556 0,628 0,178 8-BRS SUCUPIRA 2,03 EF 40,8 BC 10,4 G 6,1 EF 64,9 D 0,620 0,686 0,711 1,001 0,902 0,645 0,749 0,464 9-IPR 94-227-918 2,50 A 39,7 D 11,0 E 6,6 CD 72,5 BC 1,072 0,683 0,441 0,878 1,000 0,522 0,727 0,321 10-CNPA ITA 90 2,21 CD 41,0 B 9,9 H 5,7 G 70,8 C 0,929 0,542 0,513 0,968 0,733 1,000 0,754 0,387 11-DELTAOPAL 2,19 CD 40,9 B 10,0 H 5,9 FG 72,8 BC 0,772 0,561 0,748 0,910 0,964 0,472 0,715 0,338 12-IAC 23 2,38 AB 38,7 E 12,5 A 6,9 AB 69,1 C 0,733 0,600 1,000 0,779 1,036 0,504 0,751 0,378 F trat o, 17,20 58,44 137,44 44,33 21,19 - - - - - - - - CV 14,6 2,5 5,3 9,0 8,0 - - - - - - - - r I (1) 0,80 0,94 0,97 0,92 0,84 - - - - - - - - * Teste de Duncan a 5 de probabilidade. (1) Correlação intra-classe.

Tabela 2. Características da fibra obtidas no equipamento HVI, referentes a experimentos realizados no ano agrícola 2001/2002 em regiões algodoeiras do Estado de São Paulo. GENÓTIPOS Comprimento 2,5 mm Uniformidade Compr, Fibra Curta Tenacidade g/tex Elongação Micronaire Maturidade Finura m Tex Açúcar Reflectância Amarelecimento +b Previsão Tenacidade do fio CSP 1 BRS IPÊ 26,7 FG* 46,5 A 9,2 E 27,7 D 6,862 A 4,40 A 76,7 A 200,0 G 0,30 CD 78,5 DE 9,38 DE 2129 D 2 IPR 94 27,6 B 45,9 B 8,3 ABC 28,8 BC 6,842ABCD 4,21 CD 74,7 BC 192,9 DE 0,28 BC 79,2 AB 9,12 B 2189 A 3 EPAMIG PREC. 1 26,6 G 44,3 G 11,2 G 24,8 F 6,815 EF 3,85 F 71,8 F 178,7 A 0,37 F 77,9 FG 9,51 F 2083 E 4 IAC 24 26,8 F 46,7 A 8,7 D 26,9 E 6,830 CDE 4,25 C 74,1 BCD 195,6DEF 0,31CDE 78,2 EF 9,61 F 2138 CD 5 BRS AROEIRA 27,9 B 45,1 E 8,6 CD 30,6 A 6,808 F 4,20 CD 74,1 BCD 193,3 DE 0,29 BC 77,6 G 9,61 F 2154 B 6 IPR 99-65 27,7 C 44,7 F 9,3 E 27,7 D 6,848 ABCD 4,07 E 72,9 E 188,2 B 0,27 B 78,7 CD 9,33 BC 2150 BC 7 MG/UFU/91 26,4 H 45,5 CD 10,6 F 24,8 F 6,828 DE 4,34 AB 76,2 A 197,3 FG 0,31CDE 77,3 H 9,75 G 2043 F 8 BRS SUCUPIRA 28,1 A 45,5 D 8,0 A 30,5 A 6,852 AB 4,11 E 73,7 CDE 189,0 BC 0,30 CD 77,8 G 9,51 F 2184 A 9 IPR 94-227-918 27,9 B 45,7 BC 8,1 AB 28,4 C 6,797 F 4,27 BC 74,6 BC 195,9 EF 0,21 A 79,4 A 8,95 A 2192 A 10 CNPA ITA 90 27,1 E 45,8 B 9,2 E 28,8 BC 6,850 ABC 4,20 CD 74,9 B 192,4CDE 0,33 F 78,8 C 9,33 CD 2156 B 11 DELTAOPAL 27,4 CD 46,0 B 8,5 BC 29,2 B 6,860 A 4,14 DE 72,7 E 191,8BCD 0,32 DE 78,9 BC 9,28 CD 2187 A 12 IAC 23 27,3 DE 46,6 A 8,2 AB 28,0 D 6,837 BCD 4,08 E 73,4 DE 188,2 B 0,30 CD 78,4 DE 9,48 EF 2180 A F trat o, 61,16 46,98 59,24 112,49 10,17 26,63 17,18 19,84 14,75 32,28 28,32 99,79 CV 2,10 1,89 11,2 4,8 0,7 5,1 3,5 5,0 25,9 1,1 3,6 1,7 r I (1) 0,94 0,92 0,94 0,97 0,70 0,87 0,80 0,83 0,78 0,89 0,87 0,96 * Teste de Duncan a 5 de probabilidade. (1) Correlação intra-classe.

BIBLIOGRAFIA CIA, E.; FUZATTO, M.G.; KONDO, J.I.; GRIDI-PAPP, I.L. & CHIAVEGATO, E.J. Evolução da resistência múltipla a doenças em linhagens avançadas de algodoeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 2., 1999, Ribeirão Preto. Anais... Campina Grande, EMBRAPA-CNPA, 1999. 716p. CIA, E.; FUZATTO, M.G.; PIZZINATTO, M.A. & BORTLETTO, N. Uma escala para classificação da resistência de cultivares a doenças do algodoeiro. Summa Phytopathologica 28(1): 1-5, 2002. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa do Algodão. Campina Grande, PB. Ensaio Nacional de Variedades de algodoeiro herbáceo, I : 1977/78. Campina Grande, 1981, 63 p. (EMBRAPA-CNPA, Boletim de Pesquisa, 2). EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa do Algodão. Campina Grande, PB. Ensaio Nacional de Variedades de algodoeiro herbáceo, II: 1978/79. Campina Grande, 1982, 63p. (EMBRAPA-CNPA, Boletim de Pesquisa, 9). GRIDI-PAPP, I.L.; CIA, E.; FUZATTO, M.G.; CHIAVEGATO, E.J.; DUDIENAS, C.; PIZZINATO, M.A.; SABINO, J.C.; CAMARGO, A.P. & CAMPANA. M.P. Melhoramento do algodoeiro para resistência múltipla a doenças, nematóides e broca-da-raiz em condições de campo. Bragantia, Campinas, 53(1): 33-45, 1994.