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Decisão Administrativa: Processo Administrativo Auto de Infração n 0903/2014 Autuado: ALEXSANDRA MIRANDA LOURENCO - ME Relatório: ALEXANDRA MIRANDA LOURENCO - ME, que atende pelo nome fantasia CHICO BUTIQUE, inscrita no CNPJ nº 05.616.967/0001-16, estabelecido à Avenida Zezé Diogo, nº 4930, C, Caça e Pesca, Município de Fortaleza/Ce, foi autuada pela fiscalização do Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor DECON, por infringir o art. 39, inciso VIII da Lei nº 8078/90 (Código de Defesa do Consumidor) c/c arts. 2º e 4º do Decreto nº 5.903/06 c/c art. 8º da Lei Complementar 93/2011 c/c art. 1º da Lei 12.291/2010. Segundo o auto de fiscalização, na empresa acima qualificada, os fiscais constataram as seguintes irregularidades: não apresentou alvará de funcionamento, não dispunha de exemplar do

Código de Defesa do Consumidor, não havia preço nas peças expostas na vitrine de forma a facilitar a visualização do consumidor e não havia nenhuma informação de preço em algumas peças no interior da loja. Diante de tais infrações, foi lavrado o auto de infração em epígrafe. A parte autuada foi regularmente notificada para apresentar defesa no prazo de 10 dias, nos termos do art. 42 do Decreto nº 2181/1997 e do art. 21 da Lei Complementar nº 30, de 26 de junho de 2002, contados a partir da data de entrega do auto, assim o prazo para interposição de defesa se findou aos 26 dias do mês de fevereiro do ano de 2014, sendo que a empresa autuada não apresentou defesa administrativa, conforme certidão de fls. 04. Eis o relatório. Segue a decisão. Fundamentação: Inicialmente, ressaltamos que a Lei Estadual Complementar n 30, de 26 de julho de 2002, publicada no Diário Oficial do Estado do Ceará em 02 de fevereiro de 2002, criou o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor - DECON, nos termos previstos na Constituição do Estado do Ceará, e estabelecera as normas gerais do exercício do Poder de Polícia e de Aplicação das Sanções Administrativas previstas na Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990, como dispõe seu art. 14, que diz: Art. 14. A inobservância das normas contidas na Lei nº 8.078 de 1990, Decreto nº 2.181 de 1997 e das demais normas de defesa do consumidor, constitui prática infrativa e sujeita o fornecedor às penalidades da Lei 8.078/90, que poderão ser aplicadas pelo Secretário - Executivo, isolada ou cumulativamente, inclusive de forma cautelar, antecedente ou incidente a processo administrativo, sem prejuízo das de natureza cível, penal e das definidas em normas específicas. Dessa forma, passamos a discorrer sobre a irregularidade cometida pelo autuado, buscando o bom detalhamento e melhor fundamentação das infrações cometidas.

A imputação atribuída à parte autuada por ocasião do auto de infração, de colocar no mercado de consumo produtos ou serviços sem a devida informação acerca do seu preço de venda, tipifica a conduta prevista no art. 6º, inciso III, da Lei n 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor CDC), in verbis: Art. 6º São direitos básicos do consumidor: [...] III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; Como se verifica, é direito básico do consumidor a informação adequada, clara, precisa e ostensiva sobre o preço do produto que venha a ser adquirido. Assim, no caso em comento, a empresa expôs a venda na vitrine da loja seus produtos sem informar adequada, precisa e ostensivamente o preço dos mesmos, dificultando a pronta visualização do consumidor, bem como não havia nenhuma informação de preço em alguns produtos no interior da loja. No mesmo sentido, a oferta dos produtos devem assegurar informações adequadas, precisas, claras e ostensivas, como dispõe o art. 31 do Código de Defesa do Consumidor. O citado artigo afirma, de forma explícita, sobre a apresentação adequada de produtos ou serviços de maneira que o consumidor compreenda as informações e esteja apto a escolher o produto ou serviço que deseja, como podemos ver: Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. Ademais, constata-se que a autuada realizou uma pratica abusiva, na medida em que colocou no mercado de consumo um produto em desacordo com a Lei 10.962/04, bem como do

Decreto 5.903/06 que a regulamenta, além da Lei 12.291/2010, conforme se depreende da leitura do art. 39, VIII, se não vejamos: Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: [ ] VIII colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos Órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro). Os preços de produtos e serviços devem ser afixados de forma clara e ostensiva, de modo a facilitar o entendimento imediato do consumidor, sem a necessidade de intervenção de terceiros, conforme exposto no art. 2º, inciso IV, do Decreto nº 5.903/06: Art. 2º Os preços de produtos e serviços deverão ser informados adequadamente, de modo a garantir ao consumidor a correção, clareza, precisão, ostensividade e legibilidade das informações prestadas. [...] IV - ostensividade, a informação que seja de fácil percepção, dispensando qualquer esforço na sua assimilação; Determina-se que sejam colocados os preços sempre próximos aos produtos a que se referem e com a face voltada ao consumidor, principalmente nas vitrines, permitindo assim a livre consulta, independente de solicitação do consumidor ou da intervenção do comerciante. De acordo com o disciplinado pelo art. 3º, 4º e 5º do Decreto supracitado, in verbis : Art.3º O preço de produto ou serviço deverá ser informado discriminando-se o total à vista. Art. 4 o Os preços dos produtos e serviços expostos à venda devem ficar sempre visíveis aos consumidores enquanto o estabelecimento estiver aberto ao público.

Parágrafo único. A montagem, rearranjo ou limpeza, se em horário de funcionamento, deve ser feito sem prejuízo das informações relativas aos preços de produtos ou serviços expostos à venda. Art. 5º Na hipótese de afixação de preços de bens e serviços para o consumidor, em vitrines e no comércio em geral, de que trata o inciso I do art. 2o da Lei no 10.962, de 2004, a etiqueta ou similar afixada diretamente no produto exposto à venda deverá ter sua face principal voltada ao consumidor, a fim de garantir a pronta visualização do preço, independentemente de solicitação do consumidor ou intervenção do comerciante. Parágrafo único. Entende-se como similar qualquer meio físico que esteja unido ao produto e gere efeitos visuais equivalentes aos da etiqueta. A intenção do Código de Defesa do Consumidor ao disciplinar sobre a precificação é que o consumidor ao adentrar em um estabelecimento comercial independa de qualquer ajuda, inclusive do vendedor, para tomar ciência dos preços dos produtos e serviços. Assim, os valores devem estar juntos aos produtos de maneira ostensiva ao consumidor, para que este consiga identificá-los sem precisar passar pelo constrangimento de perguntar. Quando houver vitrine, é necessário apresentar também os preços dos produtos nela expostos. Decisão do Superior Tribunal de Justiça corrobora com todo o exposto, estabelecendo o dever do fornecedor em informar de forma clara, precisa, ostensiva e adequada o preço dos produtos expostos à venda, veja-se: STJ - MANDADO DE SEGURANÇA : MS 6023 DF 1998/0082518-5 Relator(a): Ministro FRANCISCO FALCÃO Julgamento: 27/10/1999 Órgão Julgador: S1 - PRIMEIRA SEÇÃO Publicação: DJ 06.12.1999 p. 62 EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. AFIXAÇÃO DE PREÇOS DIRETAMENTE NOS PRODUTOS EXPOSTOS À VENDA.

1. O Código de Defesa do Consumidor assegura expressamente ao consumidor o direito à informação correta, clara e precisa do preço dos produtos, segundo seus arts. 6º, III, e 31. 2. O diploma legal que permite o uso de sistema de barras não traduz direito adquirido de afixar somente nesse sistema, que apenas facilita o controle de circulação de mercadorias. 3. Inexistência de inconstitucionalidade ou ilegalidade no ato impugnado. Matéria de fato. 5. Mandado de segurança denegado. Além disso, a empresa reclamada não apresentou em seu estabelecimento comercial um exemplar do Código de Defesa do Consumidor, o que acarreta grave violação ao art. 1º da Lei Federal 12.291 de 20 de julho de 2010, in verbis: Art. 1º São os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços obrigados a manter, em local visível e de fácil acesso ao público, 1 (um) exemplar do Código de Defesa do Consumidor. Ademais, a Lei Complementar Municipal nº 93/11, de 29 de dezembro de 2011, que altera o Código de Obras e Posturas no Município de Fortaleza, determina no art. 8º, que o documento que autoriza o início do funcionamento de qualquer atividade estabelecida em imóvel é o Alvará de Funcionamento: Art. 8º O alvará de funcionamento é o documento que autoriza o início do funcionamento de qualquer atividade estabelecida em imóvel. Com efeito, constata-se, no caso em comento, que a empresa autuada não apresentou o Alvará de Funcionamento no momento da fiscalização, bem como não dispunha de um exemplar do Código de Defesa do Consumidor a disposição para consulta dos consumidores, acarretando grave violação ao direito de informação, previsto no já citado art. 6º, inciso III da Lei 8.078/90. Da análise da defesa

Por conseguinte e para exercer o seu direito de defesa, a autuada foi regularmente notificada para apresentar defesa administrativa, no prazo de 10 dias, a contar da notificação, nos termos do art. 44 do Decreto nº 2181, de 20 de Março de 1997 (Sistema Nacional de Defesa do Consumidor SNDC) que diz: Art. 44. O infrator poderá impugnar o processo administrativo, no prazo de dez dias, contados processualmente de sua notificação, indicando em sua defesa[...] Da mesma forma, extrai-se do art. 21 da Lei Complementar Estadual nº 30, de 26 de julho de 2002 que parte Ré poderá apresentar defesa administrativa, no prazo de 10 dias, contados da notificação. In verbis: Art. 21. O infrator ou reclamado poderá impugnar o processo administrativo, no prazo de dez dias, contados processualmente de sua notificação, indicando em sua defesa[...] A empresa autuada não apresentou defesa, o que nos leva à ratificação do que foi constatado pela fiscalização. Ademais foi dado um prazo de 10 (dez) dias para que ela apresentasse o Alvará de Funcionamento, no entanto, não o fez, acarretando uma maior gravidade dessa infração cometida pela autuada. Assim, a atuação deste DECON segue em sua atividade cumprindo obrigação posta na legislação vigente e entendendo necessárias ao fiel desempenho do seu mister, mormente em se tratando de procurar prevenir danos maiores à sociedade. Portanto, no caso em análise, não há que se descartar a infração, uma vez que esta existiu, foi comprovada, motivo pelo qual segue sendo julgada. Da estipulação da pena de multa:

Com efeito, as sanções administrativas previstas para as praticas infrativas contra o consumidor estão determinadas no art. 56 da Lei n 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor CDC) e no art. 18 do Decreto nº 2181, de 20 de Março de 1997 (Sistema Nacional de Defesa do Consumidor SNDC), entre elas a pena de multa. A pena de multa deverá ser graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor, em montante não inferior a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (UFIR), como dispõe o art. 57, parágrafo único da Lei n 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor CDC); levandose também, em conta as circunstancias atenuantes e agravantes, além dos antecedentes do infrator, nos termos dos arts. 24 a 28 do Decreto nº 2181, de 20 de Março de 1997 (Sistema Nacional de Defesa do Consumidor SNDC). As circunstâncias atenuantes estão previstas no artigo 25 do Decreto nº 2.181. São elas: a ação do infrator não ter sido fundamental para a consecução do fato; ser o infrator primário e ter o infrator adotado as providências pertinentes para minimizar ou de imediato reparar os efeitos do ato lesivo. As circunstâncias agravantes estão previstas no artigo 26 deste mesmo decreto, que assim dispõe: I - ser o infrator reincidente; II - ter o infrator, comprovadamente, cometido a prática infrativa para obter vantagens indevidas; III - trazer a prática infrativa consequências danosas à saúde ou à segurança do consumidor; IV - deixar o infrator, tendo conhecimento do ato lesivo, de tomar as providências para evitar ou mitigar suas consequências; V - ter o infrator agido com dolo; VI - ocasionar a prática infrativa dano coletivo ou ter caráter repetitivo; VII - ter a prática infrativa ocorrido em detrimento de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência física, mental ou sensorial, interditadas ou não; VIII - dissimular-se a natureza ilícita do ato ou atividade; IX - ser a conduta infrativa praticada aproveitando-se o infrator de grave crise econômica ou da condição cultural, social ou econômica da vítima, ou, ainda, por ocasião de calamidade.

Fixa-se, a priori, a multa em 450 (quatrocentas e cinquenta) UFIRCE para cada infração encontrada. Sendo, no caso, quatro irregularidades, a pena base eleva-se para 1.800 (hum mil e oitocentas) UFIRCE. Por levar em conta a ausência de antecedentes do autuado, o que configura circunstância atenuante, reduz-se a pena em 1/3 (um terço), ficando em 1.200 (hum mil e duzentas) UFIRCE. A prática infrativa já descrita, caracteriza três circunstâncias agravantes em razão de trazer consequências danosas à coletividade, bem como a vantagem auferida pelo comerciante em face da omissão mencionada, além de não ter reparado o ato lesivo, tendo em vista que não apresentou o documento requerido pela fiscalização, o que nos leva a duplicar a pena, ficando em 2.400 (duas mil e quatrocentas) UFIR do Ceará. Ademais, deve-se levar em consideração o porte econômico do autuado, a qual é de PEQUENO PORTE, tendo em vista se tratar de MICROEMPRESA, o que nos leva a diminuir a multa em 1/3, totalizando o valor da multa em 1.600 (hum mil e seiscentas) UFIR do Ceará. Decisão: AO EXPOSTO, julgo procedente o auto de infração, tendo em vista que a parte autuada infringiu os arts. 6º, inciso III, 31 e 39 inciso VIII da Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor); c/c art. 2º, inciso IV, 3º, 4º e 5º do Decreto nº 5.903 de 30 de setembro de 2006; c/c art. 1º da Lei 12.291/2010 c/c art. 8º da Lei Complementar 93/2011 do Município de Fortaleza-CE, variando a sanção de multa entre 200 UFIRCE a 3.000.000 de UFIRCE, aplico a pena de multa correspondente a 1.600 (hum mil e seiscentas) UFIR do Ceará, nos termos do art. 57, parágrafo único da Lei n 8.078/90 e dos arts. 24 a 28 do Decreto nº 2.181/97. Intime-se à parte autuada da presente decisão, através dos correios, nos termos do art. 41 da Lei Estadual Complementar nº 30, de 26 de julho de 2002, para efetuar seu recolhimento no prazo de 10 (dez) dias (Caixa Econômica Federal, agência 919 - Aldeota, conta nº 23.291-8, operação 006), ou se pretender, ofereça recurso administrativo, no mesmo prazo, contra a referida decisão, à Junta Recursal do Programa Estadual de Proteção ao Consumidor JURDECON, como dispõe o art. 23 2º e art. 25, do mesmo diploma legal. O recolhimento da multa deverá ter seu valor convertido em moeda nacional, com a atualização monetária correspondente.

Determino ainda que, após o pagamento da respectiva multa administrativa, o autuado, deve encaminhar-se ao Setor de Fiscalização deste Órgão, oportunidade em que deverá entregar o comprovante ORIGINAL de pagamento, para dar prosseguimento ao processo com a devida baixa no sistema. Caso a empresa autuada não apresente recuso da decisão administrativa, ou não apresente o comprovante ORIGINAL de pagamento da multa aqui aplicada, ficará sujeito as penalidades do artigo 29 da lei complementa nº 30 de 26.07.2002 (D.O 02.08.02). Art. 29. Não sendo recolhido o valor da multa no prazo de trinta dias, será o débito inscrito em dívida ativa, para subsequente cobrança executiva. Informo ainda, que o valor atual da UFIR Ce (Unidade Fiscal de Referência do Ceará) corresponde a R$ 3,2075 (três reais e dois mil e setenta e cinco décimos milésimos de real). Cumpra-se. Fortaleza, 07 de abril de 2014. Ann Celly Sampaio Cavalcante Promotora de Justiça Secretária Executiva

CERTIDÃO Certifico para os devidos fins que foi expedido, nesta data, mandado de notificação de Decisão Administrativa ao representante legal da empresa cuja razão social ALEXSANDRA MIRANDA LOURENÇO - ME, inscrita sob o CNPJ de nº 05.616.967/0001-16, a qual é parte autuada no Processo Administrativo de nº 0903/2014. O referido é verdade. Dou fé. Fortaleza, 07 de abril de 2014. Breno Colares Maia Estagiário Matricula 80040016 Secretaria Executiva DECON