Parte II - Formação crítica de professores de Ciências no contexto da perspectiva ciência, tecnologia, sociedade e ambiente (CTSA)

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Transcrição:

Parte II - Formação crítica de professores de Ciências no contexto da perspectiva ciência, tecnologia, sociedade e ambiente (CTSA) 4. Contexto sobre a formação de professores de Ciências Leonardo Fabio Martínez Pérez SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros MARTÍNEZ, LFP Contexto sobre a formação de professores de Ciências. In: Questões sociocientíficas na prática docente: Ideologia, autonomia e formação de professores [online]. São Paulo: Editora UNESP, 2012, pp. 64-70. ISBN 978-85-3930-354-0. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. All the contents of this chapter, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported. Todo o conteúdo deste capítulo, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada. Todo el contenido de este capítulo, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported.

Parte II Formação crítica de professores de Ciências no contexto da perspectiva ciência, tecnologia, sociedade e ambiente (CTSA)

4 Contexto sobre a formação de professores de Ciências Porlán, Rivero e Martín (2000) destacam que as pesquisas sobre a formação de professores de Ciências estiveram focadas, desde a década de 1980, em três aspectos: 1) Crenças ou concepções dos professores sobre a natureza do conhecimento científico. 2) Concepções pedagógicas relacionadas com os processos de ensino de aprendizagem. 3) Relações entre conhecimento do professor e contextos escolares. As pesquisas sobre esses aspectos contribuíram na compreensão do conhecimento profissional dos professores de Ciências como um elemento importante para o melhoramento das práticas docentes, bem como com o melhoramento do saber profissional adjacente aos processos de formação inicial e continuada de professores de Ciências. Mellado e González (2000) consideram que o conhecimento profissional para ensinar Ciências é complexo, porque integra saberes docentes epistemologicamente diferentes do professor, de acordo com as experiências vivenciadas em cada momento de sua preparação profissional. Denominações tais como atualização docente, aperfeiçoamento profissional ou reciclagem são inadequadas para caracterizar o processo permanente de crescimento pessoal e social dos professores.

66 Leonardo Fabio Martínez Pérez O desenvolvimento do professor na sua atividade de ensino, bem como em suas relações coletivas com outros agentes da escola e da sociedade, abrange uma heterogeneidade de valores, saberes e conhecimentos em relação às disciplinas objeto de ensino, bem como aos aspectos pedagógicos envolvidos em sua atividade. A formação inicial e continuada de professores constitui-se de processos dinâmicos e inter-relacionados, uma vez que a questão da formação do professor tem a ver com as experiências, as práticas, os saberes e os conhecimentos desenvolvidos ao longo da vida do professor, incluindo suas vivências antes de começar a carreira docente nos cursos de licenciatura. Assim, a formação de professores constitui um amplo campo de pesquisa. A formação de professores é a área de conhecimentos, investigação e de propostas teóricas e práticas que, no âmbito da Didáctica e da Organização Escolar, estuda os processos através dos quais os professores em formação ou em exercício se implicam individualmente ou em equipa, em experiências de aprendizagem através das quais adquirem ou melhoram os seus conhecimentos, competências e disposições, e que lhes permite intervir profissionalmente no desenvolvimento do seu ensino, do currículo e da escola, com o objetivo de melhorar a qualidade da educação que os alunos recebem. (Marcelo, 1999, p.26) Levando em consideração o objetivo deste trabalho, focaremos a atenção na formação continuada do professor, a qual é entendida nesta pesquisa como um processo permanente de reflexão crítica sobre a prática docente, no intuito de sua correspondente transformação. A formação continuada é um processo contínuo e complexo que constitui a construção da profissão docente em termos sociais. A formação continuada de professores de Ciências não pode ser reduzida a um processo individual. Pelo contrário, faz parte de um processo contextualizado de acordo com a dinâmica da escola e de sua complexa organização (relações entre aluno-professor, aprendizagens dos alunos, currículo, ensino etc.). Para que a formação continuada seja contextualizada socialmente, é necessária a participação ativa dos professores e o desenvolvimento

Questões sociocientíficas na Prática docente 67 de uma cultura de colaboração que valorize significativamente a autonomia escolar em termos da tomada de decisões sobre processos organizacionais, profissionais, curriculares e de ensino. Um aspecto importante da formação continuada de professores está relacionado com o profissionalismo docente historicamente influenciado pelo conservadorismo ideológico e o controle político. Nesse sentido, a profissão docente é prejudicada pela burocratização, a proletarização e a intensificação do trabalho dos professores, o que leva a um maior controle, diminuindo a autonomia e a capacidade de tomar decisões e favorecendo ou aumentando as tarefas dos professores nas escolas sem modificar as condições laborais. Tais aspectos não podem ser desconsiderados na formação continuada de professores, que também está relacionada com boas condições laborais, maiores índices de autonomia e fomento de trabalho colaborativo entre os professores das escolas. Outro elemento relacionado com a formação continuada de professores é a relação desta com o currículo e a política curricular, tendo em consideração as concepções que podem subjazer a esses aspectos. Assim, uma política e a concepção de currículo técnica vão gerar processos de preparação técnica dos professores, os quais são orientados por agentes externos (editoras de textos ou especialistas), que favorecem a aquisição de determinadas competências e informações. Embora esses processos possam ser eficazes em termos produtivos, correspondem a uma racionalidade instrumental, em comparação a outras propostas que consideram o professor como agente de desenvolvimento curricular, inserindo-o em processos de pesquisa sobre sua própria prática (Elliott, 1997). A preparação dos professores em serviço tem se transformado ao longo do tempo. Por exemplo, houve uma época em que a perspectiva comportamentalista foi dominante nos processos de profissionalização dos professores, provendo-lhes do papel de assimilar conhecimentos produzidos por outros. No entanto, novas perspectivas mudaram o conceito de ensino como mera ciência aplicada pelo ensino como atividade prática e deliberativa, sendo um claro componente ético. Assim, nasceu a ideia de formação continuada de professores, entendida como

68 Leonardo Fabio Martínez Pérez um conjunto de processos que facilitam a reflexão dos professores sobre sua prática, permitindo-lhes a construção de conhecimentos coerentes com a reflexão teórica e a reconstrução de suas experiências docentes. Assim mesmo, o papel do formador de professores mudou de mero especialista a colaborador, dando apoio e comprometendo-se com a pesquisa escolar. Para Gimeno (1998), o campo de estudo do currículo está relacionado com o ensino, seja em termos macrocurriculares ou microcurriculares. O macrocurricular se refere às questões sociais, filosóficas e organizativas do ensino na escola, e o microcurricular consiste nas análises didáticas das disciplinas específicas. Dessa forma, o currículo implica as perguntas pelo que, por que, para quem e quando ensinar. De acordo com Porlán (1997) e Porlán, Rivero e Martín (2000), caracterizamos no Quadro 3 quatro enfoques curriculares atrelados à prática docente dos professores de Ciências. Quadro 3 Enfoques curriculares atrelados à prática docente dos professores de Ciências Aspectos estudados Conteúdo Metodologia Enfoques curriculares Tradicional Tecnicista Espontâneo Alternativo O conteúdo escolar é uma reprodução simplificada de conhecimentos disciplinares. Fundamentada na transmissão verbal de conhecimentos por parte do professor, e os estudantes realizam atividades práticas para aplicar o conhecimento transmitido pelo professor. O conhecimento escolar é uma adaptação do conhecimento disciplinar. Os objetivos de ensino são o fio condutor das atividades. O conhecimento escolar é uma adaptação do conhecimento do cotidiano dos estudantes. Os interesses dos estudantes são o fio condutor das atividades. O conhecimento escolar tem em consideração diferentes fontes sociais e disciplinares. A pesquisa em sala de aula fundamenta o trabalho docente. Continua

Questões sociocientíficas na Prática docente 69 Aspectos estudados Avaliação Enfoques curriculares Tradicional Tecnicista Espontâneo Alternativo A avaliação é reduzida a notas estabelecidas a partir de provas. A avaliação mede o grau de obtenção de objetivos. A avaliação como participação dinâmica em sala de aula. A avaliação como processo de pesquisa sobre os aprendizados alcançados. Fonte: Martínez (2010). Quadro adaptado a partir de Porlán (1997) e Porlán, Rivero e Martín (2000). O primeiro enfoque curricular é caracterizado como tradicionalista e foca na transmissão de conhecimentos por parte do professor de Ciências e sua correspondente aprendizagem mecânica por parte dos estudantes. O enfoque está fundamentado em uma concepção positivista que considera a ciência como um corpus de conhecimentos verdadeiros constituídos a partir de observações que são livres de interesses, valores e apreciações subjetivas. Os conteúdos das disciplinas científicas são a fonte central do currículo tradicional, de tal forma que os objetivos e as metodologias de ensino são definidos em função da aprendizagem estrita dos conteúdos disciplinares, sem levar em consideração as características dos estudantes e seus contextos sociais e culturais. O enfoque tecnicista do currículo se diferencia do tradicional em sua ênfase no estabelecimento de objetivos que determinam o ensino eficaz. Dessa forma, as metodologias de ensino são orientadas a alcançar esses objetivos, e a avaliação é estabelecida como um parâmetro de medida, geralmente quantitativa, da aprendizagem dos estudantes. A racionalidade técnica fundamenta o desenvolvimento desse enfoque curricular, privilegiando o planejamento do ensino por parte de agentes externos à escola dedicados a estabelecer o que deveria ser ensinado conforme determinadas disciplinas (Schön, 2000). O enfoque espontâneo do currículo tentou contribuir com uma proposta diferente da oferecida pelos enfoques tradicional e tecnicista, focando a seleção de conteúdos de ensino nos interesses dos estudantes. Os objetivos e metodologias de ensino não eram mais determinados pela lógica das disciplinas acadêmicas, mas pelas expectativas dos

70 Leonardo Fabio Martínez Pérez estudantes e por sua realidade, evitando a indesejável aprendizagem mecanicista. O problema desse enfoque, conforme Porlán (1997), radicou em inverter os papéis do professor e do estudante no currículo, pois nos enfoques tradicional e tecnicista o centro do processo educativo era o professor, enquanto o enfoque espontâneo centrou-se nos estudantes, desconhecendo a necessária reflexão sistemática sobre os processos de ensino desenvolvidos em sala de aula. O enfoque curricular denominado por Porlán (ibidem) como alternativo ou focado na pesquisa do professor (Porlán; Rivero; Martín, 2000) assume os conteúdos de ensino como construções culturais. Dessa forma, a construção do currículo implica uma seleção cultural de diferentes fontes, que abrangem as características dos estudantes, as necessidades sociais e políticas da época, bem como as estruturas das disciplinas escolares. A ideia de construir um currículo alternativo foi destacada pelos teóricos críticos do currículo, que, além de considerarem a dimensão da pesquisa como um elemento relevante para a definição de conteúdos de ensino, incorporaram outras perguntas centrais sobre a função social e os interesses que orientam o estabelecimento de determinados conteúdos. O currículo entendido sob um ponto de vista crítico transcende a preocupação pelos conteúdos de ensino e questiona os aspectos ideológicos e políticos adjacentes ao planejamento curricular. Assim, as perguntas não são simplesmente pelo que ensinar, mas por que ensinar, para quem ensinar e quando ensinar, uma vez que toda proposta curricular é produto da seleção de alguém ou de algum grupo que determina o conhecimento legítimo de ser ensinado (Kemmis, 1993; Apple, 2002a; 2002b; 2002c). Todos os aspectos que foram expostos anteriormente atrelados à formação de professores nos oferecem um contexto teórico para estruturar nosso ponto de vista crítico sobre a formação continuada de professores de Ciências. A seguir especificaremos as reflexões teóricas sobre a perspectiva ciência, tecnologia, sociedade e ambiente (CTSA) e a formação dos professores em serviço, e posteriormente exporemos nossa opção teórica pela formação de professores sob uma perspectiva crítica.