Decreto-Lei n.º 84/90 de 16 de Março

Documentos relacionados
Legislação Farmacêutica Compilada. Decreto-Lei n.º 135/95, de 9 de Junho. INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso 21

DATA: Quinta-feira, 3 de Dezembro de 1992 NÚMERO: 279/92 SÉRIE I-A. EMISSOR: Ministério da Indústria e Energia. DIPLOMA/ACTO: Decreto-Lei n.

Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º

MINISTÉRIOS DA SAÚDE E DO AMBIENTE. Portaria n. 174/97 de 10 de Março

REGULAMENTO MUNICIPAL PARA REALIZAÇÃO DE LEILÕES

REGULAMENTO MUNICIPAL SOBRE O LICENCIAMENTO E FUNCIONAMENTO DAS ESPLANADAS

Decreto-Lei n.º 38/92 de 28 de Março. Regula a actividade de transporte de doentes

Decreto-Lei n.º 4/93, de 8 de Janeiro. (Alterado pelo Decreto-Lei 246/2009, de 22 de Setembro)

DIPLOMA/ACTO : Decreto-Lei n.º 348/89. EMISSOR : Ministério da Saúde. DATA : Quinta-feira, 12 de Outubro de 1989 NÚMERO : 235/89 SÉRIE I

REGULAMENTO SOBRE INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE RECINTOS DE ESPECTÁCULOS E DIVERTIMENTOS PÚBLICOS

Estabelece o regime contra-ordenacional do Regulamento de Segurança de Barragens aprovado pelo Decreto-Lei n.º 344/2007, de 15 de Outubro

DIPLOMA/ACTO : Decreto-Lei n.º 125/97. EMISSOR : Ministério da Economia. DATA : Sexta-feira, 23 de Maio de 1997 NÚMERO : 119/97 SÉRIE I-A

Decreto-Lei n.º 134/2005, de 16 de Agosto Estabelece o regime da venda de medicamentos não sujeitos a receita médica fora das farmácias

Foram ouvidos os órgãos de Governo próprios das Regiões Autónomas.

Realização de Acampamentos Ocasionais

Normas Relativas à Classificação de Videogramas

MINISTÉRIO DO AMBIENTE E DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

Decreto-Lei n.º 334/91 de 6 de Setembro

Gabinete de Auditoria e Qualidade APROVADO PELA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SINTRA EM 8 DE FEVEREIRO DE 2008

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA. Decreto-Lei n.º 98/2006 de 6 de Junho

Regime do Segredo de Estado

Ministério do Comércio

TEXTO INTEGRAL. Artigo 1.º Objecto

REGULAMENTO MUNICIPAL DE VENDA DE BILHETES PARA ESPECTÁCULOS OU DIVERTIMENTOS PÚBLICOS EM AGÊNCIAS OU POSTOS DE VENDA

Medidas de Protecção de Menores no Caso de Recrutamento para Profissões ou Exercício de Funções que Envolvam Contacto com Crianças

Decreto-Lei n.º140/2009, de 15 de Junho

REGULAMENTO DO MERCADO AGROBIO DE SETÚBAL PROJETO. Preâmbulo

REGULAMENTO DE PUBLICIDADE

Decreto n.º 59/07, de 13 de Julho

Regulamento de Exercício da Atividade de Arrumador de Automóveis

PROCESSO E PRAZOS DE LICENCIAMENTO DOS FPA

Artigo 4.º Prazo A licença é emitida pelo prazo de cinco anos, sendo renovável por idênticos períodos a pedido dos interessados.

CONSELHO SUPERIOR DE DESPORTO

TEXTO INTEGRAL. Artigo 1.º Objecto

Diploma. Estabelece o regime jurídico de acesso e exercício da actividade de prestação de serviços com veículos pronto-socorro

Decreto n.º 5/95, de 7 de Abril - Emprego de cidadãos estrangeiros não residentes

LICENCIAMENTO DO EXERCÍCIO DA ACTIVIDADE DE EXPLORAÇÃO DE MÁQUINAS DE DIVERSÃO

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA. Decreto-Lei n.º 105/2006 de 7 de Junho

Em caso de impossibilidade de determinação do produtor do resíduo, a responsabilidade pela respectiva gestão recai sobre o seu detentor.

Decreto n.º 5/95, de 7 de Abril

COMISSÃO PERMANENTE DA ASSEMBLEIA DO POVO. Resolução n," 18/90 de 6 de Outubro ARTIGO 1.0

Deliberação n.º 1857/2013, de 26 de setembro (DR, 2.ª série, n.º 199, de 15 de outubro de 2013)

CÂMARA MUNICIPAL DE A L B U F E I R A

SUMÁRIO: Estabelece o regime jurídico do trabalho no domicílio TEXTO INTEGRAL

Diploma DRE. Artigo 1.º. Objecto

Deliberação n.º 2473/2007, de 28 de Novembro (DR, 2.ª série, n.º 247, de 24 de Dezembro de 2007)

DECRETO N.º 87/X. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

Decreto-Lei nº 195/2007, de 15 de Maio

Venda ao Público e de Prestação de Serviços do Concelho de Mafra, que seguidamente se transcreve. Artigo 1.º. Objecto

d0f26ed6e66f41d088380b8571b266c5

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Decreto-Lei n.º /2015

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA. Decreto-Lei n.º 137/2006 de 26 de Julho

EMISSOR: Região Autónoma da Madeira - Assembleia Legislativa. DIPLOMA / ACTO: Decreto Legislativo Regional n.º 11/2010/M

Decreto Relativo à organização e às modalidades de funcionamento da Direcção Geral dos Concursos Públicos

INSTITUTO DO DESPORTO DE PORTUGAL, I.P. Decreto-Lei n.º 169/2007 de 3 de Maio

Para conhecimento geral e cumprimento, transcreve-se o Decreto n.º 6/01, de 19 de Janeiro, do teor seguinte:

Regime de Incentivo Fiscal aos Veículos em Fim de Vida

Lei n.º 4/2009 de 29 de Janeiro. Define a protecção social dos trabalhadores que exercem funções públicas

De destacar, a obrigatoriedade de igualdade de tratamento, pelo Empregador, entre o Trabalhador Nacional e o Trabalhador Estrangeiro.

Diploma. Artigo 1.º. Objeto

Decreto-Lei n.º 153-A/90 de 16 de Maio

Decreto-Lei 20/90. Prevê a restituição de IVA à Igreja Católica e às instituições particulares de solidariedade social Publicação: DR nº 11/90 I Série

UNIÃO DAS FREGUESIAS DE SÉ, SANTA MARIA E MEIXEDO Rua Abílio Beça, n.º 16 Apartado Bragança Av. Sá Carneiro - Edifício Forum Theatrum -

AVISO N.º 05/2014 de 15 de Setembro

Não dispensa a consulta do diploma publicado em Diário da República

MUNICÍPIO DE BARRANCOS

Decreto-Lei n," ' de 30 de Outubro

Deliberação n.º 1476/2013, de 12 de junho (DR, 2.ª série, n.º 136, de 17 de junho de 2013)

DECRETO N.º 379/X. Artigo 1.º Alteração à Lei n.º 57/98, de 18 de Agosto

Portaria n.º 369/2004, de 12 de Abril

REGULAMENTO DE AQUISIÇÃO, RENOVAÇÃO, SUSPENSÃO E CASSAÇÃO DA CARTEIRA PROFISSIONAL DE JORNALISTA

Decreto-Lei n.º 134/2005, de 16 de Agosto Estabelece o regime da venda de medicamentos não sujeitos a receita médica fora das farmácias

DECRETO LEI 86/90 ÁGUAS MINERAIS NATURAIS

Ministérios da Economia e da Inovação

Decreto n.º 6/01 de 19 de Janeiro - Regulamento sobre o Exercício da Actividade Profissional do Trabalhador Estrangeiro Não Residente

AVISO N.º 07/2013 de 22 de Abril ASSUNTO: CONSTITUIÇÃO, FUNCIONAMENTO E EXTINÇÃO DE CASAS DE CÂMBIO

REGULAMENTO MUNICIPAL DE EXERCÍCIO DA ACTIVIDADE DE VENDEDOR AMBULANTE DE LOTARIAS

Ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 36.º do Decreto-Lei n.º 211/2004, de 20 de Agosto:

Decreto-Lei nº 144/2009, de 17 de Junho

Portaria n.º 195-A/2015, de 30 de junho 1 Aprova o procedimento comum de comparticipação e de avaliação prévia de medicamentos

HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Estágios Profissionais

REGULAMENTO DE ARRUMADORES DE AUTOMÓVEIS

Regime sobre exercício das actividades de construção civil e obras públicas, projectos de obras e de fiscalização de obras

DL 495/ Dez-30 CIRC - Sociedades Gestoras de Participações Sociais (SGPS) - HOLDINGS

REGULAMENTO DE VENDA AMBULANTE DE LOTARIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA

Regulamento de Estacionamento e Funcionamento das Praças de Táxi no. Município do Funchal

REGULAMENTO DO REGISTO DAS SOCIEDADE CIVIS DE SOLICITADORES

Ministério d DL 121/

REGULAMENTO MUNICIPAL DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO DE ASCENSORES, MONTA-CARGAS, ESCADAS MECÂNICAS E TAPETES ROLANTES Preâmbulo

REGULAMENTO DO LICENCIAMENTO DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL POR FORNECEDORES PRIVADOS

Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:

REGULAMENTO MUNICIPAL DOS HORÁRIOS DOS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS DO CONCELHO DE SINES. Preâmbulo

Diário da República, 1.ª série N.º de setembro de Artigo 6.º. Lei n.º 71/2013

AVISO N.º 02/2010 de 20 de Outubro

Transcrição:

Decreto-Lei n.º 84/90 de 16 de Março O Decreto-Lei n.º 90/90, de 16 de Março, ao estabelecer o novo regime jurídico a que fica sujeito o exercício das actividades de prospecção, pesquisa e exploração dos recursos geológicos, remeteu, no seu artigo 51.º, para legislação própria a fixação da disciplina específica aplicável a cada tipo de recurso. Nestes termos, e no que concerne à exploração de nascente, são desenvolvidos pelo presente diploma os princípios orientadores do exercício das actividades referidas, com vista ao seu racional aproveitamento técnico-económico e valorização, de acordo com o conhecimento técnico-científico já hoje adquirido e os interesses da economia nacional. Foi ouvida a Associação Nacional de Municípios Portugueses. Assim: No uso da autorização legislativa concedida pelo artigo 1.º da Lei n.º 13/89, de 29 de Junho, nos termos das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º Âmbito O presente diploma é aplicável ao aproveitamento das águas de nascente. Artigo 2.º Qualificação de água de nascente A qualificação de uma água como água de nascente compete à Direcção-Geral de Geologia e Minas, adiante designada abrevidadamente por Direcção-Geral, a qual verifica a conformidade das características do recurso com a definição constante do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 90/90, de 16 de Março, após emissão do parecer da Direcção-Geral dos Cuidados de Saúde Primários. Artigo 3.º Licença 1 - A licença de estabelecimento para as explorações de nascente a que se refere o artigo 10.º do decreto-lei mencionado no artigo anterior, é concedida por despacho do Ministro da Indústria e Energia, adiante designado abreviadamente por Ministro. 2 - Para efeitos do disposto no número anterior, a Direcção-Geral, com base no parecer mencionado no artigo 2.º do presente diploma, caso reconheça a qualificação do recurso cuja exploração é requerida como água de nascente, verificará se, de acordo com os termos propostos pelo requerente, se encontra devidamente acautelada a protecção do respectivo aquífero e, em caso afirmativo, submeterá o seu parecer a decisão do Ministro. 3 - As competências atribuídas nos termos do presente diploma ao Ministro da Indústria e Energia incluem a faculdade de delegação nos restantes membros do Governo que o coadjuvam e de subdelegação destes últimos nos respectivos directores-gerais. Artigo 4.º Processo de licenciamento 1 - O processo para o licenciamento das explorações de nascente é instruído com os elementos seguintes: a) Requerimento, dirigido ao Ministro e entregue, em triplicado, na Direcção-Geral, do qual constem a identificação completa do requerente, a sua qualificação para o exercício do direito de exploração e, bem assim, a identificação do prédio no qual se localizam as captações;

b) Estudo hidrogeológico da área da ocorrência e circulação da água, com a descrição das captações, a caracterização físico-química e bacteriológica do recurso, a indicação, para cada captação, dos respectivos caudal e temperatura, bem como a apreciação da vulnerabilidade da zona envolvente à poluição e proposta de criação de uma área de protecção; c) Planta topográfica, à escala 1:10000, com a localização da implantação das captações e dos elementos fundamentais revelados pelo estudo hidrogeológico; d) 12 análises físico-químicas e bacteriológicas, contemplando os indicadores essenciais comprovativos da qualidade da água realizadas a partir de amostras colhidas a intervalos regulares de um mês; e) Análise química completa; f) Estudo radioactivo da água; g) Prova da celebração do contrato de exploração, a que se refere a alínea b) do n.º 2 do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 90/90, de 16 de Março, no caso de o requerente não poder dispor da água, ou, podendo, o respectivo título comprovativo; h) Projecto das captações definitivas; i) Parecer previsto no artigo 2.º deste diploma; j) Documentos comprovativos da obtenção de autorizações ou pareceres necessários, bem como de outros elementos que a Direcção-Geral, fundamentalmente, solicite para a apreciação do pedido. 2 - Para efeitos do disposto na alínea j) do número anterior, a Direcção-Geral fixará, fundamentando-o, um prazo, findo o qual poderá o Ministro indeferir o pedido. Artigo 5.º Perímetro de protecção 1 - Sempre que a adequada protecção do aquífero assim o exija, deverá a Direcção-Geral definir um perímetro de protecção, nos termos do disposto no artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 90/90, de 16 de Março, e tendo em atenção a proposta mencionada na alínea b) do n.º 1 do artigo 4.º deste diploma. 2 - O perímetro de protecção mencionado no número anterior e as respectivas zonas serão susceptíveis de revisão, a requerimento do titular da respectiva licença ou por iniciativa da Direcção-Geral. Artigo 6.º Eficácia da licença 1 - A eficácia da licença de estabelecimento fica condicionada ao licenciamento da actividade para a unidade industrial de engarrafamento. 2 - A licença de estabelecimento caduca se no prazo de um ano após a sua emissão o seu titular não fizer prova junto da Direcção-Geral do facto mencionado no número anterior. 3 - O prazo referido no número anterior pode ser prorrogado pela Direcção-Geral, mediante prova pelo titular de que o incumprimento do mesmo não lhe é imputável. Artigo 7.º Transmissão da licença A transmissão inter vivos ou mortis causa da licença de estabelecimento só pode operar-se validamente a favor de quem tenha adquirido a posição de explorador por título legítimo, mediante prévia autorização, por despacho do Ministro. Artigo 8.º Cessação de efeitos jurídicos da licença Os efeitos jurídicos da licença de estabelecimento podem cessar:

a) Por caducidade; b) Por revogação. Artigo 9.º Caducidade A caducidade da licença de estabelecimento depende da verificação de qualquer dos seguintes factos: a) Morte da pessoa singular ou extinção da pessoa colectiva titular da licença, se a sua transmissão a favor do respectivo sucessor não for requerida no prazo de seis meses; b) Extinção do contrato de exploração, salvo comprovação pelo titular da licença da aquisição de outro título legítimo para dispor da água; c) Abandono da exploração; d) Esgotamento do recurso, nomeadamente por perda de qualificação. Artigo 10.º Revogação A licença de estabelecimento pode ser revogada por acto da mesma entidade que a concedeu nos seguintes casos: a) Quando se verifique o não cumprimento das normas de higiene aplicáveis à captação; b) Quando, sem motivo justificado, o titulo da licença não cumpra as determinações impostas pela fiscalização técnica, sem prejuízo do seu direito de recurso; c) Quando a gravidade ou a repetição da falta ou faltas cometidas evidencie a incapacidade do titular da licença para a boa exploração. Artigo 11.º Deveres do explorador 1 - São deveres do titular da licença, nomeadamente, os seguintes: a) Apresentar as análises da água e demais elementos solicitados pela Direcção-Geral; b) Obter a autorização prévia da Direcção-Geral para qualquer alteração do sistema de captação; c) Cumprir as normas e regulamentos em vigor, nomeadamente em matéria de higiene, segurança e saúde dos trabalhadores, e bem assim as recomendações formuladas pela Direcção-Geral; d) Até ao final do mês de Março de cada ano, enviar à Direcção-Geral os dados estatísticos relativos ao ano anterior, apresentados de acordo com o modelo por esta aprovado. 2 - Os elementos estatísticos mencionados na alínea d) do número anterior são confidenciais. Artigo 12.º Suspensão da exploração 1 - A suspensão temporária ou o encerramento da exploração não dependem de autorização prévia, mas devem ser tempestivamente comunicados à Direcção-Geral. 2 - Quando a suspensão se prolongar por mais de três meses, a exploração não pode ser retomada sem a prévia autorização expressa da Direcção-Geral. Artigo 13.º Ambiente e paisagem 1 - Aos titulares de licenças de estabelecimento compete adoptar as providências adequadas à garantia da minimização do impacte ambiental das respectivas actividades.

2 - A exploração e o abandono dos recursos do presente diploma ficarão sujeitos, designadamente, às seguintes medidas: a) Construção de instalações adoptadas à paisagem envolvente; b) Finda a exploração, desocupação e reconstituição da área abrangida pela actividade, permitindo a sua eventual utilização segundo as finalidades a que estava adstrita antes do início da mesma. Artigo 14.º Fiscalização administrativa 1 - A actividade de exploração das águas de nascente ficará sujeita à fiscalização administrativa da Direcção-Geral e das autoridades municipais e policiais. 2 - Quaisquer factos ou ocorrências verificados pelas autoridades municipais ou policiais nos termos do disposto no número anterior que contrariem normas ou regulamentos em vigor deverão ser comunicados à Direcção-Geral. Artigo 15.º Fiscalização técnica 1 - Compete à Direcção-Geral fiscalizar o exercício das actividades reguladas no presente diploma com vista ao cumprimento das obrigações legais decorrentes da licença de estabelecimento. 2 - Sempre que necessário, pode a Direcção-Geral determinar a adopção de medidas ou a execução de trabalhos de natureza especial adequados à eficaz prevenção contra a poluição do recurso, fundamentando. 3 - A Direcção-Geral pode, no exercício das suas competências técnicas e administrativas, requisitar a cooperação de outros organismos com competência fiscalizadora e, bem assim, a das autoridades municipais e policiais. 4 - A fiscalização das condições de higiene e segurança do trabalho será assegurada pela Inspecção-Geral do Trabalho, enquanto que a protecção do ambiente e a recuperação paisagística serão fiscalizadas pela respectiva comissão de coordenação regional ou pelo Serviço Nacional de Parques, Reservas e Conservação da Natureza. Artigo 16.º Contra-ordenações 1 - Constitui contra-ordenação punível com coima de 250000$00 a 3000000$00 o exercício da actividade prevista no presente diploma sem a necessária licença e, bem assim, a inobservância do disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 13.º e no artigo 7.º 2 - A violação do perímetro de protecção previsto no artigo 5.º e de qualquer das respectivas zonas a que o mesmo se refere constitui contra-ordenação punível com coima de 100000$00 a 3000000$00. 3 - A infracção da medida constante da alínea a) do n.º 2 do artigo 13.º constitui contra-ordenação punível com coima de 100000$00 a 2000000$00. 4 - Constitui contra-ordenação punível com coima de 75000$00 a 1000000$00 a violação do disposto no n.º 1 do artigo 11.º 5 - A violação da disciplina prevista no artigo 12.º e no n.º 2 do artigo 15.º será punível com coima de 50000$00 a 500000$00. 6 - Em todas as infracções previstas nos números anteriores será sempre punível a negligência. 7 - O limite máximo das coimas a aplicar a pessoas singulares, nos termos do presente artigo, é de 500000$00. Artigo 17.º Tramitação processual

1 - A iniciativa para a instauração e instrução dos processos de contra-ordenação compete à Direcção-Geral. 2 - A aplicação das coimas previstas no presente diploma é da competência do director-geral de Geologia e Minas. 3 - O produto da aplicação das coimas constitui receita da Direcção-Geral. Artigo 18.º Actuação dos agentes e funcionários da administração Os agentes ou funcionários da Administração aos quais, nos termos da disciplina estabelecida no presente diploma, fica cometida a fiscalização deverão nortear a sua actuação com vista a assegurar a necessária ponderação e eficácia na transição dos regimes jurídicos aplicáveis às actividades aqui mencionadas, compatibilizando os interesses do Estado com os dos titulares dos direitos de prospecção, pesquisa e exploração. Artigo 19.º Taxas Pela prática de actos previstos no presente diploma será devido o pagamento de taxas, de montante a fixar por portaria conjunta dos Ministros das Finanças e da Indústria e Energia. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 28 de Dezembro de 1989. - Aníbal António Cavaco Silva - Miguel José Ribeiro Cadilhe - Luís Francisco Valente de Oliveira - José António da Silveira Godinho - Joaquim Fernando Nogueira - Nuno Manuel Franco Ribeiro da Silva - Maria Leonor Couceiro Pizarro Beleza de Mendonça Tavares. Promulgado em 23 de Fevereiro de 1990. Publique-se. O Presidente da República, MÁRIO SOARES. Referendado em 2 de Março de 1990. O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva.