ROTEIRO BÁSICO PARA O TEXTO DE TRABALHO DE GRADUAÇÃO, MESTRADO OU DOUTORADO

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b) Revisão: os artigos de revisão analisam e discutem trabalhos já publicados, revisões bibliográficas etc.

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Transcrição:

1 ROTEIRO BÁSICO PARA O TEXTO DE TRABALHO DE GRADUAÇÃO, MESTRADO OU DOUTORADO José Rodolfo Scarati Martins 1 1 INTRODUÇÃO O texto que reflete um trabalho de conclusão de curso, mestrado ou doutorado deve ser estruturado de forma a transmitir ao leitor e, principalmente, para a banca de julgamento, as principais conquistas do empreendimento, quais sejam: a pesquisa sobre o assunto, a comprovação da tese, a aplicação do tema a um caso prático e por a análise crítica do autor, que é na verdade sua principal contribuição. Nos trabalhos da área de engenharia, é usual adotar-se uma estrutura composta de tópicos que traduzam o enquadramento do tema em seu contexto espaço-tempo, uma revisão bibliográfica, um desenvolvimento (no caso de um doutorado) e um estudo de caso (para todos). Somam-se a estes itens aqueles tradicionais, como a justificativa, a descrição metodológica ou do método empregado e ainda a análise crítica. Um texto monográfico deve sempre ter um item de conclusão e ainda outro de recomendações, como forma de contribuição para futuras pesquisas. Desta forma, este documento resumido tem por objetivo dar uma contribuição aos alunos e pesquisadores que se encontram na fase de elaborarem seus textos finais para os trabalhos de graduação, dissertações ou teses, e pretende descrever o conteúdo básico de cada um dos tópicos componentes da estrutura do texto ainda sugerir formas de ordenar seu conteúdo. Antes do inicio vale esclarecer os tipos de trabalhos acadêmicos, conforme o consenso no meio (Metodista, 2010): Trabalho de Graduação: também denominado trabalho de formatura ou trabalho de conclusão de curso, consta de um projeto, estudo ou pesquisa desenvolvido individualmente ou em grupos de alunos, com o objetivo de permitir a consolidação dos conhecimentos adquiridos nos cursos de graduação em geral, podendo ou não ter caráter monográfico. Monografia é uma dissertação, isto é, uma exposição escrita de matéria doutrinária, científica ou artística ou estudo minucioso que se propõe esgotar um determinado tema relativamente restrito. O trabalho de Monografia faz parte das exigências dos Cursos de especialização e mestrados latu sensu. Dissertação é o documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico recapitulativo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Tese é o documento que representa o resultado de um trabalho experimental de tema específico e bem delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. Visa a obtenção do título de doutor ou livre-docente. 1 Professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. scarati@usp.br

2 2 NORMAS PERTINENTES E DIRETRIZES A ABNT, através de seu comitê CB-14, responsável pelas áreas de Finanças, Bancos, Seguros, Comércio, Administração e Documentação, produziu e mantém as seguintes normas referentes à elaboração de textos acadêmicos NBR 14724:2001 Informação e documentação - Trabalhos acadêmicos - Apresentação - Informações pré-textuais - Informações textuais - Informações pós-textuais - Formas de apresentação NBR 10520:2001 Informação e documentação - Apresentação de citações em documentos - Regras gerais NBR 6023:2000 Informação e documentação- Referências- Elaboração Na Universidade de São Paulo, a maior e mais expressiva do Brasil em termos de produção acadêmica, utiliza-se o documento Diretrizes para apresentação de dissertações e teses da USP: documento eletrônico e impresso, de 2004, que segue parcialmente as recomendações normativas da ABNT. Na Escola Politécnica da USP, em particular, adota-se documento de 2006, intitulado Diretrizes para apresentação de dissertações e teses. Nestes documentos apresenta-se uma orientação genérica da estruturação sem, entretanto, estenderem-se no detalhamento sugestivo de seus conteúdos. De forma geral todos insistem na divisão do texto em pré-texto, texto e pós-texto. Para facilitar a consulta dos interessados, estas orientações encontram-se em anexo a este documento. 3 ESTRUTURANDO O TEXTO A estrutura do texto deve refletir, como mencionado, a conquista do trabalho, e organizá-la equivale a um exercício de marketing, que tornará texto mais convidativo para o leitor. Não se trata de vender uma imagem enganosa do trabalho e seu conteúdo ou conclusões, sim torná-lo mais agradável e eficiente para os leitores. Assim, o texto deve realçar o escopo do mesmo, nos itens de Introdução, objetivos e justificativas. Destaco aqui algumas definições, encontradas na internet em um texto sem autoria, que deixam claro, de forma objetiva alguns conceitos ligados a um trabalho científico: Objetivos de um trabalho de Conclusão, Mestrado ou Doutorado: propor respostas a algumas perguntas, provar ou demonstrar uma idéia, consolidar um conhecimento, demonstrar uma aplicação e etc. Originalidade: exige-se uma contribuição original apenas às teses de doutorado, e ainda assim, este conceito é amplo e pode ser atingido de diversas formas como uma nova forma de resolver uma equação, uma outra

3 explicação para um resultado experimental, um novo ordenamento a um processo de cálculo ou análise já existente. Existem diversas formas de se dar um contribuição original e são tão fáceis que recomenda-se serem as mesmas propostas também nos trabalhos de mestrado e graduação. Referenciamento ou Corroboração: todo trabalho científico deve ser referenciado, isto é, fazer referência às publicações correlatas e seus autores, preferencialmente comentando e comparando resultados. Um trabalho científico, ainda que possa trazer depoimentos e entrevistas com conhecedores do assunto, não deve se basear apenas neste tipo de material, assim como em opiniões pessoais, ideológicas e políticas. Citações Literais: devem ser evitadas a menos que o conteúdo na reprodução da frase e não na idéia, fugindo-se assim do perigo de ser confundida com um plágio, que também é muito difícil de comprovar. Orientador: não é co-autor do trabalho e sim um facilitador que, através de sua experiência e conhecimento, indica as fontes de pesquisa, critica o andamento do projeto e finalmente atesta que o mesmo está em condições de ser julgado. Nos itens a seguir apresenta-se uma descrição dos conteúdos de uma estrutura formal de um trabalho de graduação, dissertação ou tese. Para os aspectos formais, recomenda-se utilizar as normas mencionadas. Figura 3-1: Estrutura de um texto acadêmico (USP, 2006) 3.1 Elementos Pré-textuais Contemplam a introdução ao tema e organização do documento, geralmente contendo:

4 i) Capa (obrigatório): nome do autor; título; subtítulo (se houver); número de volumes (quando houver mais de um); local da instituição onde será apresentado; ano de entrega. ii) Folha de rosto (obrigatório): Anverso: a) nome do autor; b) título (deve ser claro, preciso e identificar o conteúdo do trabalho); c) subtítulo (se houver, deve evidenciar sua subordinação, através do sinal de dois pontos; d) número de volumes (se houver mais de um, deve constar em cada respectiva folha de rosto; e) natureza (dissertação, tese e outros) e objetivo (aprovação em disciplina, grau pretendido e outros), nome da instituição a que é submetido, área de concentração; f) nome do orientador e, se houver, do coorientador; g) local da instituição e h) ano da entrega. Verso: Deve conter apenas a ficha catalográfica. iii) Errata (opcional): deve ser logo em seguida da folha de rosto, se houver erro e, encartada ou avulsa acrescida ao trabalho depois de impresso. Na USP, admite-se a re-edição de um volume quando a banca sugerir modificações substanciais que inviabilizem uma errata. iv) Folha de aprovação (obrigatório): contém autor, título e subtítulo se houver, local e data de aprovação, nome, assinatura e instituição dos membros componentes da banca examinadora. v) Dedicatória (opcional): o autor presta homenagem ou dedica seu trabalho. vi) Agradecimentos (opcional): àqueles que contribuíram de maneira relevante, ou mesmo instituições de fomento (Fapesp, Capes, CNPq etc.) vii) Epígrafe (opcional): o Elemento opcional, traz a citação de um pensamento, que de certa forma serviu de base ao trabalho, seguida de seu autor. viii)resumo na língua vernácula (obrigatório): deve ser um texto claro e conciso, não apenas tópicos. Precisa ser objetivo para não passar de 500 palavras no máximo. E, logo em seguida, apresentar as palavras mais representativas do conteúdo do texto, ou seja as palavras-chave. ix) Resumo em língua estrangeira (obrigatório): idêntico ao ítem anterior, apenas em língua estrangeira. x) Sumário (obrigatório): consiste na enumeração das principais divisões, seções e outras partes do trabalho, na mesma seqüência em que aparecem. Não tem o mesmo objetivo do índice. Quando da utilização de um editor de textos, o Sumário pode ser montado automaticamente, utilizando-se a formatação automática de textos por estilo de parágrafos (Título 1, Título 2 e etc.) xi) Lista de ilustrações (opcional): deve apresentar na mesma ordem em que aparece no texto. Recomenda-se uma lista para cada tipo de ilustração. Ex.: (quadros, gráficos, plantas etc.) xii) Lista de abreviaturas e siglas (opcional): relação em ordem alfabética, seguida das palavras ou expressões correspondes grafadas por extenso. Recomenda-se uma lista para cada tipo. xiii)lista de símbolos (opcional): deve apresentar na mesma ordem em que aparece no texto, com seu devido significado. 3.2 Elementos Textuais

5 Aqui vai o trabalho propriamente dito: seu contexto, a revisão bibliográfica, o desenvolvimento e as conclusões. Cada elemento é de livre criação do autor, mas recomenda-se como conteúdo mínimo a Introdução, a Revisão Bibliográfica e a Conclusão. i) Introdução: recomenda-se que a introdução traga um contexto do assunto, a ser tratado, seu posicionamento geográfico e no tempo, de forma a ressaltar a importância e atualidade do assunto. Como a introdução é o elemento que primeiro se lê, deve prender e captar a atenção do leitor para o resto do trabalho. É ideal que a introdução tenha entre 2 e 5 páginas, seja escrita num estilo informativo, mais para jornalístico do que para científico, e não tenha um número muito grande de referências. O autor pode incluir dados estatísticos que destaquem a importância de seu trabalho, fotografias e comentários da imprensa geral, fatos curiosos e pitorescos, mas nunca conclusões e recomendações sobre o assunto, que devem ser discutidas nos demais itens. ii) Objetivos: é onde e descreve a proposta do trabalho e uma pincelada de seu conteúdo, podendo-se até mesmo adiantar uma conclusão geral. Faculta-se a subdivisão em Objetivo Geral e Objetivo Específico, isto é, a descrição em termos genéricos do estudo e um detalhamento do mesmo. iii) Justificativa(opcional): pode ser utilizado para justificar a escolha e adoção do tema de pesquisa, porém frequentemente isto já é feito na Introdução, e tende a ficar repetitivo. Algumas instituições obrigam o uso deste tópico. iv) Revisão Bibliográfica: termo genérico utilizado para apresentar a abordagem do problema como visto na literatura específica. O nome do capítulo pode variar, mas o conteúdo deve englobar a resenha dos principais artigos, contribuições, comunicações técnicas e livros sobre os temas abordados, publicados nos últimos 5 anos. Publicações clássicas, de onde se buscam conceitos fundamentais para o trabalho, não devem por isso ser excluídas, assim como o chamado conhecimento geral sobre o assunto. Neste capítulo se faz um uso grande de citações, para as quais recomenda-se a adoção de estilos variados, preferindo-se o impessoal (MARTINS,2010) ao Segundo MARTINS (2010). Em revisões extensas o autor não deve limitar-se a um único capítulo para tal, evitando-se assim um número muito grande de subseções hierárquicas. Recomenda-se o uso de até três níveis nas subseções. v) Desenvolvimento do Tema: contém o cerne do trabalho propriamente dito, e pode ser denominado de diversas formas. Neste deve ser apresentado detalhadamente o experimento realizado, os dados conseguidos, as observações feitas, os cálculos e etc, bem como as comparações com a literatura, as explicações para os desvios e erros, as deduções de fórmulas, os ajustes numéricos, gráficos e tabelas e etc. Atenção deve ser dada para não tornar o texto maçante, selecionando-se os resultados mais importantes e deixando os demais para o Anexo. vi) Análise Crítica (opcional) : este capítulo dedica-se a opinião do autor, em geral sem citações. Contém as observações, contradições e constatações próprias do tema.

6 vii) viii) Conclusão: parte final onde são destacados os objetivos alcançados ou não alcançados, hipóteses validadas ou invalidadas, sucessos e insucessos. Evita-se neste trecho frases de auto-promoção do autor ou seu orientador, assim como a prolixidade. Recomendações (opcional): tópico dedicado a recomendações para futuras pesquisas no assunto. 3.3 Elementos Pós-textuais Apesar de se posicionar depois do texto principal, alguns tópicos são obrigatórios, como as referencias e a bibliografia. i) Referências (obrigatório): conjunto padronizado de informações retiradas do material consultado e citado no texto ii) Bibliografia (opcional): o autor deve listar o material de consulta utilizado para o trabalho, e que não foi citado no mesmo, mas que servirá de base aos futuros pesquisadores no mesmo assunto. iii) Apêndice (opcional): texto utilizado quando o autor pretende complementar sua argumentação. iv) Anexo (opcional): texto ou documento não elaborado pelo autor para comprovar ou ilustrar. São identificados por letras maiúsculas e travessão, seguido do título. v) Glossário (opcional): lista alfabética de expressões técnicas de uso restrito, utilizadas no texto e suas respectivas definições. 4 FORMAS DE APRESENTAÇÃO A apresentação do trabalho admite alguma variação, notadamente nos aspectos de papel e encadernação. Recomenda-se seguir a norma vigente na edição final, porém algumas recomendações são importantes durante a redação, de forma a facilitar todo o trabalho futuro: i) Papel: papel em branco, formato A4 (21,0 cm X 29,7 cm), espessura 90 g/m², digitados no anverso da folha. A EPUSP admite o uso do verso nos elementos textuais ii) Digitação: fonte tamanho 12 para TimesNewRoman ou Arial, no texto, e tamanho 10 para as citações longas e notas de rodapé. iii) iv) Margens: esquerda e superior de 3,0 cm e direita e inferior de 2,0 cm. Espaçamento: 1,5 de entrelinhas, sendo as citações longas, as notas, as referências e os resumos em espaço simples. Os títulos das seções devem ser separados do texto que os sucede por uma entrelinha dupla ou dois espaços simples. v) Notas de rodapé: digitadas dentro da margem, ficam separadas com espaço simples de entrelinhas e um filete de 3,0 cm a partir da margem esquerda.

7 vi) vii) viii) ix) Indicativo de seção: o indicativo numérico precede seu título, alinhado à esquerda, somente com o espaço de um caractere. Para os títulos sem indicação numérica, ficam centralizados. Paginação: a numeração é colocada a partir da primeira folha da parte textual, em algarismos arábicos, no canto superior da folham a 2,0 cm da borda superior, ficando o último algarismo da borda direita da folha. Se o trabalho tiver mais de um volume a seqüência deve ser mantida no volume seguinte, a partir do texto principal. Numeração progressiva: é utilizada para destacar o conteúdo do trabalho. Pode-se usar demais recursos existentes, como caixa alta, negrito etc. Citação: menção de uma informação extraída de outra fonte. Abreviaturas e siglas: quando aparecem pela primeira vez, deve-se colocar por extenso e a sigla entre parênteses. x) Equações e fórmulas: aparecem destacadas no texto, de forma a facilitar sua leitura. Na seqüência normal do texto, é permitido o uso de uma entrelinha maior que comporte por exemplo, expoentes, índices etc. Quando destacadas devem ser centralizadas. Quando fragmentadas, por falta de espaço, devem ser interrompidas antes do sinal de igualdade ou depois dos sinais de adição, subtração, multiplicação e divisão. xi) Ilustrações: Figuras: elementos autônomos que explicam ou complementam o texto. Qualquer que seja seu tipo (gráfico, planta, fotografia etc.) deve ter sua identificação como "Figura" seguida de seu número de seqüência de ocorrência no texto em algarismos arábicos. A legenda deve ser breve e clara. Tabelas: de caráter demonstrativo, apresentam informações tratadas estatisticamente. O título aparece na parte superior, precedido da palavra "Tabela" seguida de seu número de seqüência de ocorrência no texto em algarismos arábicos. Para tabelas reproduzidas, é necessário a autorização do autor, mas não é preciso esta menção. Se não couber em uma única folha, deve ser continuada na folha seguinte e, nesse caso, não é delimitada por traço horizontal na parte inferior, sendo o título e o cabeçalho repetidos na nova folha. As separações horizontais e verticais para divisão dos títulos das colunas e para fechá-las na parte inferior, evitando separação entre linhas e colunas. Para os dois casos, sua inserção deve estar próxima ao texto respectivo. 5 UTILIZANDO CITAÇÕES E REFERÊNCIAS Trata-se do aspecto mais polêmico observado nos trabalhos acadêmicos, pois envolve regras específicas de biblioteconomia associadas ao estilo. As regras gerais são: Regras Gerais i) Quando o(s) autor(es) citado(s) estiver no corpo do texto a grafia deve ser em minúsculo, e quando estiver entre parênteses deve ser em maiúsculo. ii) Devem ser especificadas, o ano de publicação, volume, tomo ou seção, se houver e a(s) página(s).

8 iii) iv) A citação de até 03 linhas acompanha o corpo do texto e se destaca com dupla aspas. Exemplos: Barbour (1971, v.21, p. 35) descreve "o estudo da morfologia dos terrenos" "Não se mova, faça de conta que está morta" (CLARAC; BONNIN, 1985, p. 72) Para as citações com mais 03 linhas, deve-se fazer um recuo de 4,0 cm na margem esquerda, diminuindo a fonte e sem as aspas. Exemplo: Devemos ser claros quanto ao fato de que toda conduta eticamente apropriada pode ser guiada por uma de duas máximas fundamentalmente e irreconciliavelmente diferentes: a conduta pode ser orientada para uma "ética das últimas finalidades", ou para uma "ética da responsabilidade". Isso não é dizer que uma ética das últimas finalidades seja idêntica à irresponsabilidade, ou que a ética de responsabilidade seja idêntica ao oportunismo sem princípios (WEBER, 1982, p.144). v) Para citações do mesmo autor com publicações em datas diferentes, e na mesma seqüência, deve-se separar as datas por vírgula. Exemplo: (CRUZ, 1998, 1999, 2000) vi) Nas citações que aparecerem na seqüência do texto podem ser referenciadas de maneira abreviada, em notas: - apud - citado por, conforme, segundo; - idem ou id - mesmo autor; - ibidem ou ibid - na mesma obra; - opus citatum, opere citato ou op. cit. - obra citada; - passim - aqui e ali (quando foram retirados de intervalos); - loco citato ou loc. Cit. - no lugar citado; - cf. - confira, confronte; - sequentia ou et seq. - seguinte ou que se segue. vii) Para a monografia, o autor deverá escolher qual o tipo de chamada usará: - Autor-data: quando a chamada para a citação é feita pelo sobrenome do autor e a data de publicação, ou - Numérico: quando a chamada é feita pelo número correspondente na lista de referências bibliográficas, previamente alfabetada. Recomendações da Norma NBR 6023:2000 Informação e documentação- Referências- Elaboração : i) Monografia no todo AUTOR(es)//Título:/subtítulo (se houver).//indicação de responsabilidade se houver).//edição.//local:/editora,/ano.//dados complementares (características físicas, Coleção, notas e ISBN) Um autor: MOTTA, Fernando C. P. Teoria geral da administração: uma introdução. 22.ed. São Paulo: Pioneira, 2000.

9 Dois autores: LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane P. Management information systems: new approaches to organization & technology. 5 th ed. New Jersey: Prentice Hall, 1998. Três autores: BIDERMAN, C.; COZAC, L. F. L.; REGO, J. M. Conversas com economistas brasileiros. 2.ed. São Paulo: Ed. 34, 1997. Mais de três autores (nestes casos, acrescenta-se a expressão et al, após o primeiro autor): SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1997. ii) Teses e Dissertações MIYAMOTO, S. O Pensamento geopolítico brasileiro: 1920-1980. 1981. 287f. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo iii) Manual BRASÍLIA. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Sistema integrado de administração financeira do governo federal. Brasília, 1996. 162 p. (Manual SIAF, 5). iv) Parte de monografia AUTOR(es).//Título:/subtítulo da parte(se houver).//in:/referência completa da monografia no todo.//informar ao final a paginação correspondente à parte. v) Capítulo de livro ROVIGHI, S. V. Ontologia existencial e filosofia da existência. In:. História da filosofia contemporânea: do século XIX à neoescolástica. Tradução por Ana Pareschi Capovilla. São Paulo : Loyola, 1999. Cap. 15, p. 397-412. vi) Informações retiradas da Internet AUTOR(es).//Título:/subtítulo da parte ou do todo.//edição.//local:/editora, /Data.//Descrição física do meio ou suporte.

10 No caso de documentos online, apresentar a URL entre os sinais<> precedido das expressão "Disponível em:" finalizando com a data de acesso como mostra o exemplo abaixo. ENCICLOPÉDIA da música brasileira. São Paulo, 1998. Disponível em: <http://www.uol.com.br/encmusical/>. Acesso em: 16 ago. 2001 vii) Publicação periódica TÍTULO.//Local de publicação:/editora,/data de ínicio da coleção e encerramento (quando houver).//periodicidade.//issn. REVISTA BRASILEIRA DE ECONOMIA. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1947-. Trimestral. ISSN 0034-7140 viii) Parte de publicação periódica AUTOR(es).//Título do artigo:/subtítulo quando houver.//título da publicação.//volume, número,/página inicial e final do artigo.//data de publicação. REZENDE, C. S.; REZENDE, W. W. Intoxicações exógenas. Revista Brasileira de Medicina. v. 59, n. 1/2, p. 17-25. jan./fev. 2002. 6 REFERÊNCIAS Trabalhos acadêmicos: Normas da ABNT. São Paulo, 1998. Disponível em: < http://www.firb.br/abntmonograf.htm>. Acesso em: 16 ago. 2009 Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Divisão de Biblioteca. Diretrizes para apresentação de dissertações e teses / Divisão de Biblioteca da EPUSP. 3ª. Ed. São Paulo, 2006. 103 p. Universidade de São Paulo. Sistema Integrado de Bibliotecas. Grupo DiTeses. Diretrizes para apresentação de dissertações e teses da US: documentos eletrônico e impresso. Vânia M.B. de Oliveira Funaro, coord. São Paulo, 2004. 110p. Normas para monografias, dissertações e teses. São Paulo, 2010. Disponível em < http://www.metodista.br/posodonto/biblioteca-odonto>. Acesso em 22/04/2010.