TÍTULO: ESTUDO DA VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE ENERGIA SOLAR EM COMUNIDADES DISTANTES

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Transcrição:

16 TÍTULO: ESTUDO DA VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE ENERGIA SOLAR EM COMUNIDADES DISTANTES CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS INSTITUIÇÃO: FACULDADE ENIAC AUTOR(ES): ÉRICA FLÁVIA AMORIM DO NASCIMENTO ORIENTADOR(ES): EDILSON ALEXANDRE CAMARGO COLABORADOR(ES): DANIELE DA SILVA RÉGIS

CATEGORIA CONCLUÍDO ESTUDO DA VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE ENERGIA SOLAR EM 1. RESUMO COMUNIDADES DISTANTES A porcentagem da população brasileira que ainda não possui energia elétrica em suas residências é muito significativa, visto que a eletricidade é um fator determinante para o desenvolvimento da população. O crescimento da demanda de energia e ao mesmo tempo a preocupação com o meio ambiente faz com que haja uma maior necessidade de estudos mais elaborados sobre o uso de energias alternativas que sejam menos poluidoras. O governo conta com programas de incentivos voltados para o atendimento de comunidades distantes de grandes centros urbanos e de uso de energias renováveis, desta forma este trabalho propõe um estudo de viabilidade para levar a energia elétrica a regiões carentes e remotas. A energia solar é renovável e abundante em nosso Pais e se torna uma alternativa interessante para atender a estas comunidades. Neste trabalho foi feito um dimensionamento de um sistema de energia solar fotovoltaico autônomo para uma residência que tenha o consumo máximo de 5450Wh/dia, incluindo o seu custo total. Notou-se que o sistema proposto é viável somente para residências que ficam a uma distância mínima de 2 Km do ponto mais próximo de fornecimento de energia convencional, porém se for levado em consideração os aspectos ambientais e sociais este sistema se torna uma alternativa atraente para as comunidades localizadas, como por exemplo, na região Amazônica. 2. INTRODUÇÃO A energia elétrica é um recurso que contribui muito para as necessidades básicas do ser humano, pois é um fator determinante para a saúde, educação, segurança, comunicação, lazer e desenvolvimento da população. Como forma de energia mais utilizada no país, a eletricidade é gerada, principalmente, a partir das usinas hidrelétricas, o que representa cerca de 75% do suprimento de energia elétrica do Brasil (ANEEL, 2008). Mesmo sabendo da importância da energia elétrica para a sociedade, no Brasil, 1,3% da população (IBGE, 2010), o que representa cerca de 2,5 milhões de pessoas, não tem acesso à energia elétrica. Como 80% dessas pessoas estão no meio rural, um dos principais motivos para os baixos índices de eletrificação rural no Brasil são os altos custos das redes de distribuição rural.

Com o crescimento da demanda, escassez de oferta e restrições financeiras, socioeconômicas e ambientais à expansão do sistema, o suprimento futuro de energia elétrica exigirá maior aproveitamento de fontes alternativas. Embora praticamente todos os tipos de geração de energia, de alguma forma tragam impactos negativos ao meio ambiente, a energia precisa continuar sendo gerada para poder atender ao crescimento da população e suas necessidades de desenvolvimento e sobrevivência. O que precisa ser feito é a conscientização do homem para a exploração e utilização de fontes de energia renováveis e de menor ou nenhum impacto para o meio ambiente, e também uma mudança cultural da forma de utilização da energia para o atendimento de suas necessidades, procurando utilizá-la de forma inteligente, racional e responsável. Este trabalho apresenta o estudo da viabilidade para a implantação de Energia Solar como uma fonte de energia alternativa para comunidades distantes que não são atendidas pela rede de distribuição elétrica convencional. Aproveitando o potencial energético do Brasil, potencial este que existe de sobra, visto que o Brasil é um país tropical e por isso é privilegiado em irradiação solar. Será mostrado um sistema utilizando geração de energia solar fotovoltaica, evitando altos custos de transmissão e distribuição da energia elétrica convencional, reduzindo impacto ambiental, e também levando a inclusão social e o desenvolvimento às comunidades. 3. OBJETIVOS Apresentar um estudo da viabilidade para a implantação de energia solar em comunidades onde não há distribuição de energia elétrica convencional. Como no Brasil os raios de sol incidem em qualquer parte do território durante quase o ano todo, a energia solar apresenta-se como uma boa alternativa em áreas afastadas e ainda não atendidas pela rede elétrica convencional, consequentemente levando integração a essas áreas e também evitando enormes investimentos com linhas de transmissão, mantendo o comprometimento do país com relação a inserção social e o crescimento econômico da população brasileira. 4. METODOLOGIA Este trabalho foi baseado, quanto ao seu objetivo de uma pesquisa exploratória, onde se preocupou em entender as necessidades de comunidades distantes e como ela pode ser afetada com a falta de energia elétrica. Do ponto de vista do desenvolvimento usou-se de estudo de caso, onde se considerou uma residência padrão para fazer os cálculos de viabilidade. Como o propósito deste trabalho é utilizar um Sistema Fotovoltaico para gerar energia elétrica em comunidades não

eletrificadas, portanto será um sistema autônomo, ou seja, sem ligação nenhuma com a rede elétrica. A metodologia se consiste em um sistema individual para cada casa e ao mesmo tempo modular, onde pode ser ampliado de acordo com a necessidade. Esse sistema apenas exemplifica a necessidade de se fazer uma avaliação de novos caminhos para o planejamento energético do país. 5. DESENVOLVIMENTO Funcionamento do Sistema Fotovoltaico A Figura 1 mostra o sistema de geração de energia fotovoltaica para uma casa isolada. Esse sistema representa uma residência constituída por um conjunto de módulos fotovoltaicos e baterias recarregáveis associadas a controladores de carga, que por sua vez é conectado a um inversor de freqüência. A principal função de cada um desses aparelhos é: Módulos Fotovoltaicos: responsáveis pela geração de energia; Bateria: acumula a energia que se produz durante as horas de luminosidade para que seja usada em períodos que não se produz energia, como a noite por exemplo. Controlador de Carga: responsável por monitorar constantemente a tensão das baterias; Inversor de Frequência: converte a tensão contínua em tensão alternada. Figura 1: Sistema fotovoltaico isolado - Fonte: ANEEL, 2002

Controlador de Carga O controlador de carga é instalado entre os módulos e as baterias para gerenciar o processo de carga e descarga das baterias, evitando que as mesmas sejam sobrecarregadas ou descarregadas além de limites pré-determinados, aumentando assim sua vida útil. Baterias As baterias armazenam a eletricidade obtida da luz solar durante o dia, possibilitando o funcionamento das lâmpadas e dos aparelhos elétricos à noite ou em períodos nublados. Inversor de Frequência O inversor de frequência é necessário em um sistema fotovoltaico quando necessitamos alimentar carga em corrente alternada. O inversor transforma a corrente contínua em corrente alternada, transformando a energia produzida em 12Vcc em 110 ou 220Vca, podendo, portanto, alimentar os aparelhos eletroeletrônicos convencionais. No sistema que está sendo apresentado, as lâmpadas serão alimentadas diretamente pela energia produzida em 12Vcc, afim de apresentar um sistema de menor consumo, já o restante dos aparelhos serão alimentados pela tensão alternada. Dimensionamentos Básicos Para cada necessidade, é preciso definir um dimensionamento para o sistema fotovoltaico. Deve-se saber então, quais equipamentos serão utilizados e seus dados técnicos (como potência, corrente e tensão) e quanto tempo cada um deles ficarão ligados por dia (BENEDUCE,1999). Para calcular qual é o valor mínimo em Wh/dia que um módulo fotovoltaico deve produzir para atender cada necessidade, devemos seguir o seguinte exemplo: Será instalada 2 lâmpadas de 10Watts e 12Volts, que ficará ligada 2 horas por dia. Então: 2 lâmpadas x 10Watts x 2horas = 40 Wh/dia Como A = W / V, logo: 40 Wh/dia / 12Volts = 3,3 Ah/dia Neste exemplo, descobrimos então, que o sistema de módulos fotovoltaicos deverá produzir no mínimo 40Wh/dia ou 3,3Ah/dia. A capacidade das baterias para um sistema fotovoltaico autônomo também devem ser calculadas de acordo com cada sistema. Para um melhor desempenho, não é recomendado que as baterias trabalhem com menos de 50% da sua capacidade máxima de carga.

Portanto, as baterias são especificadas com pelo menos 5 vezes o consumo estimado dia (BENEDUCE,1999). No exemplo anterior o sistema precisa produzir 3,3Ah/dia, e dimensionando a bateria para esse sistema, temos então: 3,3Ah/dia x 5 = 16,5Ah (valor mínimo para a bateria) Etapa de Cálculos Baseado nos dimensionamentos básicos, a seguir será mostrado o cálculo de consumo de uma residência simples com dois quartos, uma sala, uma cozinha, um banheiro e uma pequena área de serviço. Todos os valores de potência média mostrado na Tabela 1, onde podem ser encontrados também os valores de consumo de outros aparelhos. Tabela 1 Consumo Médio Temos que o consumo diário total é de 85,26 Ah/dia, este é o valor mínimo que o módulo fotovoltaico deve produzir para esse sistema. Já com o valor do consumo diário (Ah/dia) do sistema, conseguimos calcular então o valor mínimo da capacidade que a bateria deve ter: 85,26 Ah/dia x 5 = 426,3 Ah Programas de Incentivo Cerca de 10 milhões de pessoas não têm energia elétrica no Brasil e o mapa da exclusão elétrica no país revela que as famílias sem acesso à energia estão majoritariamente nas localidades de menor Índice de Desenvolvimento Humano e nas famílias de baixa renda. Cerca de 90% destas famílias têm renda inferior a três salários-mínimos e 80% estão no meio rural. Por isso, atualmente há vários programas de incentivo ao aproveitamento da energia solar no Brasil, particularmente por meio de sistemas fotovoltaicos de geração de eletricidade, visando atender comunidades distantes que ainda não são eletrificadas e o desenvolvimento regional. Esses projetos são responsáveis pelo apoio técnico, científico e financeiro recebido de diversos órgãos e instituições brasileiras.

Exemplos deste tipo de incentivo são, o programa Luz para Todos, lançado em 2003, pelo Governo Federal, o desafio do Programa é acabar com a exclusão elétrica no país. Coordenado pelo MME (Ministério de Minas e Energia) tem como objetivo levar o acesso à energia elétrica para comunidades distantes não atendidas pela rede de distribuição elétrica convencional contribuindo para a diminuição da pobreza e aumento de renda das famílias atendidas e o PRODEEM (Programa de Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios), Coordenado pelo MME (Ministério de Minas e Energia) o PRODEEM foi instituído pelo Governo Federal em 1994, com o objetivo de levar fontes limpas de eletricidade a áreas não atendidas pela rede convencional utilizando os recursos naturais, renováveis e não poluentes disponíveis na própria localidade, e assim foi o responsável pela significativa parcela dos sistemas fotovoltaicos existentes no País. 6. RESULTADOS Muitos países ainda não investem muito na energia solar, pois atribuem o alto custo a esse tipo de geração de energia. Assim temos a seguinte dificuldade: a tecnologia solar não tem mercado por ser cara e ainda é cara por não ter mercado (OLIVEIRA, 2002). A questão é que a definição do tamanho do sistema fotovoltaico é um fato que deve estar associada à necessidade do serviço a ser prestado e à disponibilidade financeira para obtê-lo. Basicamente, o custo da eletrificação rural é calculado em função da carga, conforme a tabela 2. Tabela 2: Custo da eletrificação rural. Considerando o valor do dólar, cotado a R%3,00 e analisando a tabela acima, podemos ver que com o custo de R$ 17.520,00 do sistema proposto, sua implantação só se torna viável para distâncias acima de 2Km de distância da rede de distribuição de energia.

Utilização da Energia Solar Fotovoltaica em Comunidades não Eletrificadas Impacto para as Famílias Para as famílias a chegada da energia elétrica contribui para o desenvolvimento econômico e social das áreas beneficiadas, facilitando tanto a integração e o atendimento de serviços básicos (educação, saúde, abastecimento de água) quanto às políticas de incentivo à agricultura familiar, aos pequenos produtores e comerciantes locais, desta forma a implantação da energia solar em comunidades distantes pode ser viável levando em consideração estes aspectos de interesse que envolve sua aplicação. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS O sistema fotovoltaico autônomo para comunidades distantes se torna viável na medida em que são analisados os fatores que influenciam na decisão para a sua instalação, tais como: viabilidade econômica, ambiental e social, que em conjunto mostram se o sistema será o melhor projeto a ser instalado em uma comunidade. Considerando o aspecto ambiental, a energia solar é abundante e inesgotável, tendo um potencial energético elevado aqui no Brasil, desta forma, se torna uma boa alternativa para as comunidades isoladas não eletrificadas pois evita que as mesmas procurem outros recursos naturais como fonte de energia, e por fim, considerando os aspectos sociais, pode-se dizer que a falta de energia elétrica é um fator determinante na exclusão social, contribuindo para a permanência na pobreza, flata de oportunidades de crescimento e a dificuldade para a comunidade de acesso a serviços sociais básicos, tais como educação e comunicação. 8. FONTES CONSULTADAS Agência Nacional de Energia Elétrica. Por dentro da conta de luz Informação de utilidade publica. 4. ed. Brasília: ANEEL, 2008. Agência Nacional de Energia Elétrica. Atlas de energia elétrica do Brasil. 1. ed. Brasília: ANEEL, 2002. BENEDUCE, Fabio Cezar Aidar. Energia Solar Fotovoltaica Sem Mistérios. Fortaleza: Banco do Nordeste, 1999. TOLMASQUIM, Maurício Tiomno. Alternativas Energéticas Sustentáveis no Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2004.