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ANO 4 NÚMERO 43 NOVEMBRO DE 2015 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS Após uma série de ações tomadas, como por exemplo a manutenção ainda elevada da taxa básica de juros, o governo está conseguindo aos poucos exercer novamente um certo controle sobre a inflação, embora num patamar superior às metas estabelecidas para tal indicador. Ainda em outubro os preços da economia sentem os efeitos dos reajustes nos segmentos administrados do governo, sobretudo os combustíveis e a energia elétrica, itens de grande peso na composição do cáluclo da infação através o IPCA. Como exemplo, os combustíveis que têm peso relativo significativo nas despesas familiares, participando em 4,89% no peso do cálculo do IPCA, liderou o ranking dos aumentos com 6,09% em outubro. A produção industrial continua a apresentar um desempenho negativo, com apenas o setor das industrias extrativas apresentando algum fôlego. Trata-se de um processo que combina fatores estuturais, a desindustrialização, resultante das reformas neoliberais adotadas desde a década de 90 do século XX, com os efeitos da atual política econômica e da situação da economia internacional. 2 INFLAÇÃO COMEÇA A FICAR CONTROLADA Prof. Flávio Riani Apesar da inflação ter alcançado em Outubro um patamar acima à do mês anterior ela é, mesmo assim, fruto do controle que o governo começou a exercer sobre ela, já numa perspectiva de elevação diferente daquelas estabelecidas nas metas inciais, cujo valor médio era 4,5%. O governo procura através dos mecanismos que dispõe evitar a trajetória crescente da inflação com a perspectiva de que ela volte a patamares menores já no próximo ano. Os dados básicos dos índices de inflação apurados pelo IPCA, em outubro de 2015, estão destacados no gráfico 1. Gráfico 1 - % IPCA - Brasil 12 9,93 10 8,52 8 6,50 5,05 6 4 2 0,82 0,42 0,54 0ut/2015 out/2014 set/2015 0 Acum. Out.2015 Acum. Out/2014 Acum. 12 Meta meses máxima EXPEDIENTE Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais: Grão-Chanceler Dom Walmor Oliveira de Azevedo Reitor Professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães Vice-Reitora Professora Patrícia Bernardes Assessor Especial da Reitoria Professor José Tarcísio Amorim Chefe de Gabinete do Reitor Professor Paulo Roberto Souza Chefia do Departamento de Economia Professora Ana Maria Botelho Coordenação do Curso de Ciências Econômicas Professora Ana Maria Botelho Coordenação Geral Professor Flávio Riani e Professor Ricardo F. Rabelo Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais: Prédio 14, sala 103 Avenida Dom José Gaspar, 500 Bairro Coração Eucarístico CEP: 30535-901 Tel: 3319.4309 www.pucminas.br/iceg/conjuntura icegdigital@pucminas.br

As informações apresentadas no gráfico 1 mostram que o IPCA de outubro de 2015 superou o do mês anterior e foi quase o dobro do alcançado no mesmo mês do ano anterior. Tal taxa, associada às dos meses anteriores, também elevadas em relação a períodos passados, contribuiu de forma significativa para a obtenção de valores acumulados no ano e nos útimos 12 meses superiores aos observados nos mesmos períodos do ano anterior. Como exemplo, enquanto no acumulado do ano até outubro neste ano ela atingiu 8,52% no mesmo período do ano anterior ela foi 5,05%. Especificamente em relação a inflação de outubro, a taxa alcançada teve uma forte influênca do setor de transporte.o impacto desse setor pode ser observdo quando se compara a variação nele apurada em outubro com as dos demais setores, como destacado no gráfico 2. Gráf. 2 -IPCA por Grupos Out.2015 % 2,00 1,72 1,50 1,00 0,82 0,50 O índice acumulado do ano foi fortemente influenciado pelo setor de habitação. Chama a atenção o fato de que a maioria dos grupos que compõem o cálculo do IPCA ter tido variações próxima a ele. Distoa desse fato a habitação com índice muito superior e a comunicação, vestuário e artigos de residência com menores taxas. Tal fato pode ser explicado pelos efeitos indiretos dos reajustes da energia elétrica e dos combustíveis realizados ao longo do primeiro semestre. Conforme apresenta o gráfico 3 o índice de inflação do item habitação alcançou 16,85% até outubro, correspondente ao dobro do valor médio apurado pelo IPCA.

Gráf. 3 -IPCA por Grupos Acumulado até out.2015 % 2 16,85 15,00 1 7,53 7,78 8,31 8,38 8,52 8,76 5,00 0,63 2,46 4,56 Ainda sob a análise acumulada no ano, o gráfico 4 mostra que a exceção dos dois pontos extremos ( Belém e Curitiba) o IPCA apresentou taxas relativamente próximas à média nacional na maioria das regiões consideradas. 12,00 1 8,00 6,00 4,00 2,00 7,09 Graf. 4 IPCA por Regiões Acumulado em 2015 % 8,52 10,12 A grande preocupação do governo e da sociedade em geral é com a expectativa de que a taxa anual apurada para o IPCA em 2015 seja muito superior às metas básicas estabelecidas pelo governo. O gráfico 5 apresenta as taxas de variações nos preços das atividades básicas que compõem a apuração do IPCA, em valores acumulados nos últimos 12 meses.

Gráf. 5 -IPCA por Grupos Acumulado nos útimos 12 meses até out.2015 % Habitação 18,25 Alimentação e Bebidas 10,39 Brasil 9,93 Transportes Educação Despesas Pessoais Saúde e Cuidados Pessoais Artigos de residência Vestuário Comunicação 0,71 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 As taxas acumuladas apresentadas refletem o peso relativo dos reajustes dos preços administrados pelo governo ainda no início do ano. Os reajustes dos preços da energia e dos combustíveis, por terem sido repressados no final do ano passado, causaram impactos relevantes sobre os preços na economia neste ano, sobretudo aqueles que compõem os itens de habitação (caso da energia elétrica). Distoaram em elevados graus os itens de artigo de residência, vestuário e principalmente comunicação, cujas taxas foram bem inferiores à do IPCA. Do ponto de vista regional, os índices apurados nas diversas regiões metropolitanas anlisadas não apresentam grandes distorções quando comparados às dos grupos econômicos. O destaque fca por conta de Curitiba que apresentou a mais elevada taxa acumulada nos últimos 12 meses. Graf. 6 -IPCA por Regiões Acumulado 12 meses % 14,00 12,00 1 8,00 6,00 4,00 2,00 8,44 9,34 11,52 A decisão do COPOM, na reunião realizada nesta semana, em manter as taxas de juros no patamar de 14.25% reflete a preocupação do governo na busca de maior controle sobre a

inflação. O que ocorre, porém, é que outros fatores têm pressionado também a elevação dos preços através de aumentos dos custos, sobretudo os produtos com componentes importados, que ficaram mais caros com a desvalorização do real frente ao dólar. De qualquer forma a expectativa é a de que o IPCA feche o ano com taxas próximas a 10%, praticamente o dobro da meta anteriormente estabelecida. 3 - A MARCHA DA DESINDUSTRIALIZAÇÃO Prof. Ricardo F. Rabelo Os dados referentes a produção industrial do mês de setembro mostram que a trajetória de retração, analisadas em outros números desta carta, teve continuidade. Comparação da produção de Setembro com Agosto de 2015 Na comparação mensal, a produção industrial teve retração de 1,3% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. A queda atingiu quinze dos vinte e quatro ramos pesquisados, em especial a indústria automobilística, já que na categoria de veículos automotores, reboques e carrocerias, houve retração de 6,7%, Considerando as grandes categorias econômicas, tivemos uma queda de 5,3% no setor de bens de consumo duráveis, bem mais expressiva que a do mês anterior, que foi de 4,0%. Já os bens intermediários recuou 1,3% enquanto os setores de bens de capital (1,0%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (0,5%) tiveram desempenho positivo, depois de sete meses de taxas negativas seguidas para os semiduráveis e de 3,6% para os não duráveis. Gráfico 7 Produção Industrial Setembro/Agosto de 2015 1,00-1,00 % -2,00-3,00-4,00-5,00-6,00 de Capital Intermediários Duráveis Categorias Semiduráveis e não Duráveis Indústria Geral 3.1 - COMPARAÇÃO COM MESMO MÊS DO ANO ANTERIOR Quando comparamos a produção de setembro com a do mesmo mês de 2014, temos uma retração de 10,9% em setembro de 2015. Neste quadro, houve queda de 39,3% da indústria

automobilística, magnitude fortemente expressiva, devido à queda na produção de automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, veículos para transporte de mercadorias, reboques e semirreboques, carrocerias para ônibus e autopeças. Compensando em parte esta queda, houve aumento da produção nas indústrias extrativas (2,6%), motivada pelo crescimentos nos itens minérios de ferro em bruto e pelotizados. Nesta mesma base de comparação, bens de capital (-31,7%) e bens de consumo duráveis (-27,8%) tiveram as quedas mais expressivas nas grandes categorias econômicas. Os setores de bens de consumo semi e não-duráveis (-7,4%) e de bens intermediários (-7,2%) também tiveram quedas, ao contrário do comportamento observado na comparação mes/mês imediatamente anterior. O setor de bens de capital, teve queda de 31,7% com forte influência da redução na fabricação de automóveis (-38,1%), motivada, essencialmente, por reduções de jornadas de trabalho e pela concessão de férias coletivas em muitas empresas. Por outro lado, a produção de bens intermediários, com redução de 7,2% em setembro de 2015, registrou a décima oitava taxa negativa seguida e a mais forte desde julho de 2009 (-11,1%). Gráfico 8 Produção Industrial Setembro de 2015/ Setembro de 2014-5,00-1 % -15,00-2 -25,00-3 -35,00 de Capital Intermediários Duráveis Categorias Semiduráveis e não Duráveis Indústria Geral 3.2 - RESULTADOS PERMANECEM NEGATIVOS NAS DEMAIS BASES DE COMPARAÇÃO Na análise trimestral, a produção industrial, teve retração de 9,5% no terceiro trimestre de 2015, sendo essa a sexta taxa negativa seguida. Essa tendência de queda se manifestou na mudança do segundo (-6,5%) para o terceiro trimestre de 2015 (-9,5%) e foi registrada nas quatro grandes categorias econômicas, com bens de capital (de -22,0% para -30,7%). O setor de bens de consumo duráveis, ao retroceder de -12,4% para -19,0, mostrou taxas negativas de dois dígitos. O setor de bens intermediários (de -3,3% para -6,1%) e de bens de consumo semi e não- duráveis (de -7,5% para -8,0%) também mostraram aumento no ritmo de queda.

Finalmente, no índice acumulado para o período janeiro-setembro de 2015, em comparação com mesmo período do ano anterior, a produção industrial apresentou queda de 7,4% com verdadeira contaminação desse tendência de queda em todas as categorias econômicas, 25 dos 26 ramos, 68 dos 79 grupos e 74,2% dos 805 produtos pesquisados. Os únicos dados positivos são os registrados nas indústrias extrativas (7,3%), determinados, pelos itens minérios de ferro pelotizados e em bruto e óleos brutos de petróleo. Com relação às grandes categorias econômicas, o período de nove meses de 2015 apresentou menor desempenho dos bens de capital (-23,6%) e bens de consumo duráveis (-15,7%), influenciados pela redução na fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (-29,4%), em bens de capital, e de automóveis (-16,0%) e eletrodomésticos (-21,2%), em bens de consumo duráveis. Os setores de consumo semi e não-duráveis (-7,1%) e de bens intermediários (-4,1%) também registraram quedas no acumulado do ano. Gráfico 9 Produção Industrial Janeiro/setembro 2015-5,00 % -1-15,00-2 -25,00 de Capital Intermediários Duráveis Categorias Semiduráveis e não Duráveis Indústria Geral A análise dos dados mostra que a produção industrial, em setembro de 2015, mantém o mesmo desempenho negativo dos períodos anteriores sendo o quarto resultado negativo seguido na comparação com o mês imediatamente anterior, e um resultado geral negativo, pois duas das quatro grandes categorias econômicas e a a maioria das atividades industriais mostrando grande queda na produção. Assiste-se, assim, a um processo acelerado de desindustrialização da economia brasileira, que significa simplesmente recuo no desenvolvimento econômico do país e não, como querem alguns analistas, um avanço na modernização da nossa economia.