ADORAÇÃO EM ESPÍRITO E EM VERDADE

ADORAÇÃO EM ESPÍRITO E EM VERDADE

Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. (Jo 4:23,24)

ÍNDICE INTRODUÇÃO A DIFERENÇA ENTRE LOUVOR E ADORAÇÃO Palavras associadas à ideia de louvor Palavras associadas à ideia de adoração A ADORAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO A importância da santidade A ADORAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO A importância da santidade A ADORAÇÃO EM ESPÍRITO LOUVOR E ADORAÇÃO NAS REUNIÕES DA IGREJA O Tabernáculo de David e a liberdade no Espírito O copo de cristal O grupo de louvor A liderança do louvor Erros de liderança no louvor A MÚSICA EM LIGAÇÃO COM O LOUVOR E A ADORAÇÃO BIBLIOGRAFIA

INTRODUÇÃO Quando o Senhor teve o encontro com a mulher samaritana, esta colocou-lhe uma questão que era motivo de divisão entre judeus e samaritanos: onde era o lugar correcto para prestar culto? Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crême, a hora vem, em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos; porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. (Jo 4:19-24) A questão colocada subentende um conceito de adoração associado ao exterior do homem, implicando acções físicas e rituais em lugares específicos. Se a mulher fizesse a mesma pergunta aos profetas do Antigo Testamento, concerteza a sua resposta seria que Jerusalém era o lugar da adoração. No entanto, a resposta que Cristo deu abria as portas para uma nova dimensão de adoração: a adoração espiritual. O Messias veio cumprir a Lei e simultâneamente conduzir o seu povo a um novo nível de maturidade. Durante o seu ministério procurou trazer o aprofundamento da Lei, baseando-se sempre nos mandamentos anteriores. No Sermão da Montanha podemos claramente apercebermo-nos de que o Senhor edificava sobre o fundamento da Lei (Mt 5,6,7). No que diz respeito à forma de adorar houve também um aprofundamento, acrescentando-se à adoração meramente física o conceito de adoração em espírito.

A mulher perguntou qual era o lugar físico para adorar, mas o Senhor respondeu (parafraseando) que os lugares físicos deixariam de ser lugar de adoração e o coração do homem tornar-se-ia templo e altar de adoração. Falou em tempo futuro porque isto só se veio a concretizar quando o véu do templo se rasgou e o Espírito Santo abandonou o templo de pedra para passar a habitar no coração dos homens nascidos de novo. Verificamos, assim, que como em outras áreas, houve mudanças quanto à forma de adorar e até mesmo quanto ao significado dado ao acto de adorar. Por outro lado, é interessante notar que o Senhor não disse que deixariam de existir aqueles que adoravam segundo a carne e em lugares físicos, mas antes disse Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. Continuariam a existir outros adoradores, mas os verdadeiros que o Pai procura adorariam de forma diferente. Deste modo, até hoje, continuam a existir adoradores que adoram segundo a carne e outros que adoram segundo o espírito, mas são os segundos que o Pai procura pela terra. O seu Espírito passeia pela terra procurando verdadeiros adoradores, aqueles que adoram em espírito e em verdade. O tema principal deste estudo é a mudança na adoração da antiga aliança para a nova aliança, tanto em termos de conceito como na sua prática individual e colectiva.

A DISTINÇÃO ENTRE LOUVOR E ADORAÇÃO Quando ouvimos falar de Louvor e Adoração pressupômos que existirá alguma diferença entre ambos. No entanto diversas pessoas poderão dialogar entre si acerca de louvor e de adoração e referirem-se a coisas diferentes. Sendo assim, em primeiro lugar procuraremos estabelecer essa diferença, para que fique claro daquilo que queremos dizer ao utilizar estes termos. Entendemos por louvor a expressão de gratidão ou exaltação ao Senhor, é algo da inicitiva humana para com a divindade. Adoração é um relacionamento a dois, expressando mutuamente o amor intenso que une duas pessoas. O climax da adoração é atingido quando as palavras deixam de fazer sentido e a contemplação do Senhor deixa-nos extasiados a seus pés. Adoração implica sempre comunhão e contacto intímo, enquanto no louvor existe uma expressão da alma, mas ainda está distante da intimidade.

A ADORAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO Altares Tabernáculo de Moisés (ver tenda da revelação) Tabernáculo de Davi (tenda) Templo Samaritanos /Judeus Embora em termos gerais a adoração fosse sobretudo física, podemos aperceber-nos de evidências de adoração espiritual no Antigo Testamento. Existiram homens que atingiram um nível de intimidade com o Senhor que até mesmo aos nascidos de novo têm algo para ensinar. David, profetizava enquanto adorava- coração sincero e aberto cântico novo Moisés viu a Sua forma, David conheceu o Seu coração Extase Eliseu... A importância da santidade Na inauguração do templo por Salomão o papel dos músicos começou com santificação e terminou com uma imersão total na glória de Deus:... todos os sacerdotes, que estavam presentes, se santificaram, sem respeitar os seus turnos... e quando em uníssono, a um tempo, tocaram as trombetas e cantaram para se fazem ouvir, para louvar ao Senhor e render-lhe graças; e quando levantaram eles a voz com trombetas, címbalos e outros instrumentos músicos para louvar ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre, então sucedeu que a casa, a saber, a casa do Senhor, se encheu de uma nuvem; de maneira que os sacerdotes não podiam estar ali para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus (II Cr 5:11-14). Dá para imaginar uns efeitos especiais que jamais um Spielberg conseguiria imitar?! 1

A ADORAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO 1 GOMES, Elizabeth Ética nas Pequenas Coisas, pág. 184,185

A ADORAÇÃO EM ESPÍRITO O QUE É ADORAR Apesar das palavras utilizadas no Novo Testamento, hoje dão-se diversos significados ao termo adoração entre as igrejas cristãs. Para muitos adoração é o período final do louvor, quando a música é mais calma; para outros é quando cantamos com reverência expressando o nosso amor e gratidão ao Senhor, para outros ainda qualquer acto que façamos ao Senhor que não fariamos para mais ninguém é adoração,... Na verdade, em sentido amplo, adoração é tudo isso, mas também pode ser muito mais. Adoração é um lugar de intimidade. A intimidade entre duas pessoas depende sempre do desejo destas de aprofundarem mais ou menos o seu tempo de relacionamento. Dentro da adoração considerada carnal ou da espíritual, existem multiplos níveis, dependendo do desejo do adorador. Creio que adoração é sobretudo relacionamento e um relacionamento implica que se dá e se recebe. Se somente uma das partes dá, não existe relacionamento, existe apenas um dádiva. A adoração tem alguma semelhança com a intimidade entre um casal. É algo que envolve duas pessoas, de forma privada, e implica um grau crescente de intimidade até atingir um climax. Cada experiência traz um maior conhecimento do outro e contribui para uma maior unidade. QUANDO ADORAR "Chegou a hora e agora é..." disse o Senhor à Samaritana. Adoração é para cada momento de cada dia.

QUEM PODE ADORAR No Antigo Testamento, embora todos pudessem adorar em sentido amplo, apenas os sacerdotes ministravam directamente ao Senhor, servindo de intermediários entre Deus e os homens. Uma mulher não podia ser sacerdote, nem servir no templo entre os levitas. Através da habitação do Espírito Santo em cada nascido de novo, este torna-se um sacerdote ante Deus e ante os homens. Como templos vivos e tabernáculos do Espírito, somos mais que sacerdotes, somos sacerdotes segundo a ordem Melquizedeque à semelhança do nosso Senhor, ministrando ao Pai. Assim, também a mulher torna-se sacerdote do tabernáculo, concretizando-se a libertação da mulher da maldição do pecado. A adoração é alargada a todos, mesmo uma criança pode adorar, concretizando-se Da boca das crianças é retirado o perfeito louvor (Mt 21:16).

LOUVOR E ADORAÇÃO NAS REUNIÕES DA IGREJA Uma faculdade evangélica levou essa idéia a um extremo e determinou que música composta antes dos anos sessenta era aceitável, e qualquer composta depois, era do diabo, pois baseavase em ritmo de rock. Mas alguns dos hinos clássicos que cantavam tinham sido músicas de taverna! Que infante é este?, belíssima música de Natal, é cantado com a melodia renascentista Greensleeves, que começava: Ai minha amante, me fazes mal em tratar-me com tal desprezo... 2 ERROS PRÁTICOS NA LIDERANÇA DE LOUVOR Excessos: - quando as pessoas já estão a começar a adorar em espírito, não começar a falar, ainda que seja para exortar; a própria expressão de adoração do líder não deve chamar a atenção para si; o grupo de louvor deve agir segundo o principio de João Baptista : que Ele cresça e eu diminua. - Para alguns entrar na adoração é mais dificil que para outros, por isso não se deve arrancar bruscamente as pessoas do Lugar Santíssimo - Não fazer um vai-vem com as músicas, o objectivo final é a concentração somente no Senhor; o tempo para o arrependimento e pedidos são no início. - O grupo de louvor que conduz o povo à verdadeira adoração é aquele que sabe fazer esquecer ao povo a sua presença. Existe no corpo de Cristo liberdade de expressão, mas esta deve ser limitada pelo bom senso. Bom senso quanto ao que cantar e tocar, quando e quanto fazê-lo. Repetições vãs, explicações tolas, minisermões, orações e leituras repentinas e fora do programa, antes da apresentação do hino em geral nada acrescentam, deixando ao contrário, o ouvinte cansado e dispersivo a ponto de não ter mais condições de ouvir e acatar a mensagem quando a Palavra for ministrada pelo pregador. 3 2 GOMES, Elizabeth Ética nas Pequenas Coisas, pág. 116 3 GOMES, Elizabeth Ética nas Pequenas Coisas, pág. 189, 190

A MÚSICA NO LOUVOR E ADORAÇÃO No entanto, o Senhor condenou o uso da música que acompanha bebedeiras e desprezo às obras de Deus (Isaías 5:12) e a frivolidade no cântico que faz parte de uma vida de busca fútil de conforto e abastança (Amós 6:5). E a música sempre acompanhou o culto idólatra, como vemos exemplificado em Daniel 3:5. Assim, vemos que a música em si não é espíritual ou carnal depende da actividade humana que ela acompanha. Verdade é que ritmos apelam para sentidos diferentes, mas muito depende do nosso condicionamento cultural e a motivação por trás da música. 4 Primeiro, a razão da música é louvor a Deus, edificação e instrução do seu povo, e evangelização. Aquilo que cantamos, tocamos (ou dançamos, como querem alguns irmãos) atribui a Deus a glória, ou traz vergonha ao seu nome? Edifica a igreja, ou causa dissensão? Instrui o crente, ou deixa a mente vazia, enfeitiçada como o efeito de um mantra? Traz boas novas da salvação e vida abundante em Cristo? Segundo, a música ou nossa forma de apresentá-la fere nossos irmãos? Tudo o que fazemos deve ser sob a Lei do Amor. Conheço caso de igreja onde pessoas intransigentes, que não apreciam corinhos mais contemporâneos, levantam e saem quando a mocidade os canta, e a mocidade, em contrapartida bate bateria e palmas mais alto para provocar os antiquados. Nenhum lado demonstra maturidade, quanto menos amor cristão... Terceiro, nossa música é produzida com ordem e decência? Por vezes conjuntos jovens enfatizam tanto a percussão que três coisas ocorrem: 1) não dá para ouvir a mensagem cantada; 2) o ritmo esmaga a música; e 3) há risco sério de serem danificados os ouvidos de quem toca e de seus auditório, templo do Espírito Santo. É oportuno lembrar que nossos ouvidos são extremamente sensíveis e que sons e ruídos acima do limite imposto pela natureza chegam a destruir os capilares auditivos, provocando surdez precoce... Quarto, a música é utilizada na igreja para edificar, ou como competição de talento, habilidade ou mesmo espiritualidade? 5 A música é veículo de adoração e não distração. 4 GOMES, Elizabeth Ética nas Pequenas Coisas, pág. 185 5 GOMES, Elizabeth Ética nas Pequenas Coisas, pág. 188,189

BIBLIOGRAFIA BOWATER, Chris, HAGIN E., Kenneth Planos, Propósitos & Práticas, tradução de Gordon Chown e Virginia [Rio de Janeiro, Graça Editorial] GOMES, Elizabeth Ética nas Pequenas Coisas, [São Paulo, Editora Vida] 1997 INGLIS, Thomas, Sebenta do Louvor, tradução de Rita Richmond [Monte Esperança, Fanhões] 1997/98 MILHOMENS COELHO, Valnice, Verdadeiros Adoradores, série de cassetes audio [Editora Palavra da Fé] Artigo sobre o ruído na igreja da net