Apresentado no XVII Congresso Brasileiro de Agrometeorologia 18 a 21 de Julho de 2011 SESC Centro de Turismo de Guarapari, Guarapari ES.

Documentos relacionados
ESTIMATIVA DA RADIAÇÃO DE ONDA LONGA ATMOSFÉRICA EM UMA ÁREA DE PASTAGEM EM RONDÔNIA

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DOS FLUXOS DE ENERGIA SUPERFICIAS PARA UMA CULTURA DE ARROZ IRRIGADO

ESTIMATIVA DA RADIAÇÃO FOTOSSINTETICAMENTE ATIVA (PAR) EM FUNÇÃO DO ÍNDICE DE CLARIDADE (Kt) ABSTRACT

RADIAÇOES HORÁRIA UV, PAR E IV EM FUNÇÃO DA GLOBAL PARA CONDIÇÕES DE CÉU NUBLADO, PARCIALMENTE NUBLADO E SEM NUVENS.

ANÁLISE DA FRAÇÃO PAR-DIFUSA NA RADIAÇÃO DIFUSA NO INTERIOR E EXTERIOR DA ESTUFA DE POLIETILENO.

Variação vertical da temperatura do ar na Floresta Nacional de Caxiuanã em dois períodos distintos (chuvoso e seco).

TENDÊNCIAS CLIMÁTICAS NO CENTRO DE DESENVOLVIMENTO PETROLINA-PE/JUAZEIRO-BA. ANTÔNIO H. de C. TEIXEIRA 1

RADIAÇÕES SOLARES HORARIA UV, PAR E IV EM FUNÇÃO DA GLOBAL.

ANALISE SAZONAL DAS FRAÇÕES SOLARES K t, K Dh e K d EM BOTUCATU/SP/BRASIL.

RELAÇÃO ENTRE A RADIAÇÃO FOTOSSINTETICAMENTE ATIVA (PAR) E A RADIAÇÃO GLOBAL NAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE MOSSORÓ-RN

COMPORTAMENTO DE ALGUNS PARÂMETROS ATMOSFÉRICOS SOBRE UM SOLO DESCOBERTO, PARA DOIS DIFERENTES PERÍODOS DO ANO, EM MOSSORÓ - RN RESUMO

BALANÇO DE RADIAÇÃO EM MOSSORÓ-RN, PARA DOIS PERÍODOS DO ANO: EQUINÓCIO DE PRIMAVERA E SOLSTÍCIO DE INVERNO RESUMO

A INFLUÊNCIA DE ALGUMAS VARIÁVEIS ATMOSFÉRICAS A EXTREMOS DE PRODUTIVIDADE DE TRIGO NO RIO GRANDE DO SUL.

Investigação observacional do albedo, da transmissividade e da radiação de onda curta na Estação Antártica Brasileira

VARIABILIDADE SAZONAL DA PRECIPITAÇÃO NA REGIÃO SUL DO BRASIL

ALBEDOS EM ÁREAS DE PASTAGEM E DE FLORESTA NO SUDOESTE DA AMAZONIA

EFEITO DE NUVENS, VAPOR DE AGUA E AEROSSÓIS NAS FRAÇÕES SOLARES UV, PAR E IV DA RADIAÇÃO G EM BOTUCATU/SP/BRASIL.

PERFIL TRIMESTRAL, MENSAL E HORÁRIO DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO AS MARGENS DA BAIA DE CAXIUANÃ, MELGAÇO, PA: ESTUDO DE CASO.

ANÁLISE DA TEMPERATURA DO AR EM AREIA - PB, EM ANOS DE OCORRÊNCIA DE EL NIÑO

VARIAÇÃO TEMPORAL DO PERFIL DE TEMPERATURA E CONTEÚDO DE ÁGUA DO SOLO EM UMA ÁREA MONODOMINANTE DE CAMBARÁ NO PANTANAL

ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DA FREQUÊNCIA DE PRECIPITAÇÃO EM DIFERENTES INTERVALOS DE CLASSES PARA ITUPORANGA SC

ESTIMATIVAS DA RADIAÇÃO LÍQUIDA EM SUPERFÍCIE GRAMADA EM JABOTICABAL (SP) RESUMO

VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DO CEARÁ

TROCAS DE ENERGIA NA SUPERFÍCIE DO SOLO EM PLANTIO DIRETO E PREPARO CONVENCIONAL: I. BALANÇO DE RADIAÇÃO

CÁLCULO DA TEMPERATURA VIRTUAL PARA UMA CULTURA DE CANA-DE- AÇÚCAR NO ESTADO DE ALAGOAS

Nome do Sítio Experimental: Cruz Alta. Localização e Mapas do Sítio Experimental: Latitude: Longitude: Altitude: 432 m

Variabilidade mensal e sazonal da temperatura e umidade do solo no Projeto ESECAFLOR / LBA

DETERMINAÇÃO DO ALBEDO EM ÁREAS DE CAATINGA E REFLORESTADA COM ALGAROBA NO SEMI-ÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO RESUMO

EFEITOS DE FRENTES FRIAS NO COMPORTAMENTO CLIMÁTICO DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA (ES)

ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO E DO NÚMERO DE DIAS DE CHUVA NO MUNICÍPIO DE PETROLINA - PE

SIMULAÇÃO DA NECESSIDADE DE IRRIGAÇÃO PARA A CULTURA DO FEIJÃO UTILIZANDO O MODELO CROPWAT-FAO

Estimation of thermal discomfort index in Planaltina-DF

IRRADIAÇÕES UV, PAR E IV MÉDIAS MENSAIS EM BOTUCATU/SP/BRASIL. Recibido: 03/08/12; Aceptado: 04/10/12

ESTIMATIVA DA RADIAÇÃO SOLAR DIFUSA EM FUNÇÃO DO ÍNDICE DE CLARIDADE RESUMO

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO SOBRE O ALBEDO DE UMA CULTURA DE AMENDOIM RESUMO

Perfil de temperatura do ar e do solo para uma área com vegetação e sem vegetação em um pomar de mangas em Cuiaraná-PA

VARIABILIDADE DA PRECIPITAÇÃO EM CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL

FLUTUAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO EM ALAGOA NOVA, PARAÍBA, EM ANOS DE EL NIÑO

ESTIMATIVA DA RADIAÇÃO DE ONDA LONGA ATMOSFÉRICA EM ÁREAS DE FLORESTA E DE PASTAGEM NO SUDOESTE DA AMAZÔNIA. Brasil.

VARIABILIDADE HORÁRIA DA PRECIPITAÇÃO EM PALMAS-TO

Estações Sinóticas. Estações Climatológicas. Climatologia. Tipos de Estações e Equipamentos. Tipos de Estações e Equipamentos. Climatologia

VARIAÇÃO NO ARMAZENAMENTO DE ÁGUA NO SOLO DURANTE O CICLO DE DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO

PRECISÃO DO FATOR DE CORREÇÃO DO ANEL DE SOMBREAMENTO NA DETERMINAÇÃO DA IRRADIÂNCIA SOLAR DIRETA HORÁRIA USANDO DOIS PIRANÔMETROS RESUMO

RADIAÇÕES GLOBAL E PAR-GLOBAL; DIFUSA E PAR-DIFUSA; DIRETA E PAR- DIRETA, MÉDIAS MENSAIS EM BOTUCATU/SP/BRASIL.

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE DOIS MÉTODOS DE EVAPOTRANSPIRAÇAO DE REFERÊNCIA (ET0) PARA A REGIÃO AGRESTE DE ALAGOAS

TESTE DE MODELOS DE ESTIMATIVA DE RENDIMENTO DE ARROZ IRRIGADO PARA O RIO GRANDE DO SUL

ANÁLISE DE HOMOGENEIDADE EM SÉRIES DE TEMPERATURA DO AR EM VIÇOSA - MG

COMPORTAMENTO DA IRRADIAÇÃO SOLAR FOTOSSINTETICAMENTE ATIVA NA REGIÃO DE SANTA HELENA-PR

ANOMALIAS NA TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE DO MAR ASSOCIADAS ÀS FORTES ANOMALIAS NA PRODUTIVIDADE DA SOJ A NO RIO GRANDE DO SUL

ANÁLISE DA FREQUÊNCIA MENSAL E ANUAL DO NÚMERO DE DIAS CHUVOSOS NO MUNICÍPIO DE VIANA-ES.

EVAPOTRANSPIRAÇÃO NA CULTURA DO MILHO NA REGIÃO NOROESTE PAULISTA

I Workshop Internacional Sobre Água no Semiárido Brasileiro Campina Grande - PB

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 41

XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002

O USO DA TERRA E AS ALTERAÇÕES NA TEMPERATURA DO AR NO SUDOESTE DA AMAZÔNIA

ESTIMATIVA DOS VALORES INSTANTÂNEOS MÉDIOS ANUAIS E MENSAIS DA IRRADIANCIA SOLAR DIFUSA EM FUNÇÃO DA TRANSMISSIVIDADE ATMOSFÉRICA PARA BOTUCATU-SP

TRANSMITÂNCIA ATMOSFÉRICA PARA PIRACICABA-SP

APTIDÃO AGROCLIMÁTICA DA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ITAUEIRA NO MUNICÍPIO DE FLORIANO, PI RESUMO

TROCAS LÍQUIDAS DE CARBONO USANDO O MÉTODO DA COVARIÂNCIA DE VÓRTICES EM UMA FLORESTA DE ARAUCÁRIA NO SUL DO BRASIL

SIMULAÇÃO DA PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR EM SOLOS DO MUNICÍPIO DE JATAÍ - GOIÁS

ÍNDICE DE CLARIDADE K t E RAZÃO DA IRRADIAÇÃO DIFUSA K d PARA BOTUCATU

ESTUDO COMPARATIVO DA RADIAÇÃO SOLAR EM ÁREA URBANA E RURAL

Calibração de equações Clássicas para radiação de onda longa na Região de Pampa em dias de céu claro

USO DO MODELO WRF PARA A SIMULAÇÃO DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO INCIDENTE NA REGIÃO DA GRANDE VITÓRIA (ES)

NECESSIDADE TÉRMICA PARA A CULTURA DA SOJA PARA O ALTO VALE DO ITAJAÍ SC

RELAÇÃO DA TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE DOS OCEANOS PACÍFICO E ATLANTICO TROPICAIS E A PRECIPITAÇÃO NA MICRORREGIÃO DE ARARIPINA (SERTÃO PERNAMBUCANO)

BALANÇO HÍDRICO E CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA PARA O MUNICÍPIO DE ITUPORANGA SC

REPRESENTAÇÃO ESPACIAL DAS TEMPERATURAS MÉDIAS DAS MÉDIAS, MÉDIAS DAS MÍNIMAS E MÉDIAS DAS MÁXIMAS MENSAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 1

PRECIPITAÇÃO PLUVIAL E EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CANA-DE- AÇÚCAR NA REGIÃO DE RIO LARGO-ALAGOAS

SALDO DE RADIAÇÃO E FLUXO DE CALOR NO SOLO NAS DIFERENTES FASES DE DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DO ALGODOEIRO NA CHAPADA DO APODI, RN

ANÁLISE DA PLUVIOMETRIA NO MUNICÍPIO DE AREIA- PB: I- ESTUDO DO INÍCIO DURAÇÃO E TÉRMINO DA ESTAÇÃO CHUVOSA E OCORRÊNCIA DE VERANICOS RESUMO

VAPOR DE ÁGUA NA ATMOSFERA / UMIDADE DO AR

REFERENCE EVAPOTRANSPIRATION ESTIMATE (ETo) THE METHOD OF PENMAN-MONTHEITH FOR DIFFERENT ALAGOAS STATE MUNICIPALITIES

ESTIMATIVA DE PERÍODO DE PLANTIO PARA CULTURA DO MILHO NA REGIÃO DE BOTUCATU-SP UTILIZANDO O MÉTODO GRAUS-DIA

VARIAÇÕES MENSAIS DAS FRAÇÕES SOLARES UV, PAR E IV DA RADIAÇÃO GLOBAL EM BOTUCATU.

BAIXAS TEMPERATURAS OBSERVADAS EM JANEIRO DE 1992 NA REGIÃO DE PELOTAS-RS

AJUSTE DAS ALTURAS DE ÁGUA DENTRO DO EVAPORATÓRIO DO IRRIGÂMETRO PARA ESTIMAR A EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA NO SUL DO ESTADO DO TOCANTINS

UM ESTUDO DA VELOCIDADE E DIREÇÃO PREDOMINANTE DO VENTO EM BRASÍLIA, DF SELMA R. MAGGIOTTO 1, FERNANDA M. S. FERREIRA 2, CHRISTIAN V.

ESTIMATIVA DO SALDO DE RADIAÇÃO NA CULTURA DA MANGUEIRA, EM PETROLINA-PE RESUMO

IMPACTO DO FENÔMENO ENOS NO RENDIMENTO DE GRÃOS DE CANOLA, NO BRASIL THE ENSO PHENOMENON IMPACT ON CANOLA GRAIN YIELD IN BRAZIL

Estações Sinóticas. Estações Climatológicas. Climatologia. Tipos de Estações e Equipamentos. Tipos de Estações e Equipamentos. Climatologia

RELATÓRIO PRELIMINAR DE VALIDAÇÃO E INTERCOMPARAÇÃO DOS MODELOS DE TRANSFERÊNCIA RADIATIVA ADOTADOS NO PROJETO SWERA

Tema 11 Radiacion y Clima

Introdução. A importância da compreensão dos fenômenos meteorologicos Grande volume de dados

AVALIAÇÃO DE UM MÉTODO EMPÍRICO PARA ESTIMATIVA DA RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL MODELO DE ALLEN

ESTUDO DA DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO EM SANTA MARIA, RS.

ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO NA REGIÃO DO SUB-MÉDIO SÃO FRANCISCO EM EVENTOS CLIMÁTICOS DE EL NIÑO E LA NIÑA

EFEITOS DOS ELEMENTOS DO CLIMA SOBRE A EVAPOTRANSPIRAÇÃO ESTIMADA PELO IRRIGÂMETRO NO SUL DO ESTADO DO TOCANTINS

AJUSTE DE UM MODELO DE SÉRIES TEMPORAIS PARA PREVISÃO DA TEMPERATURA MÍNIMA DO AR PARA LAVRAS/MG EM 2011

ESTUDO PRELIMINAR DO FLUXO DE GÁS CARBÔNICO NA RESERVA FLORESTAL DE CAXIUANÃ, MELGAÇO P A

ESTUDO DA VARIABILIDADE CLIMÁTICA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, ATRAVÉS DAS REPETIÇÕES DE ANOMALIAS DE TEMPERATURAS MÍNIMAS DIÁRIAS

Análise preliminar dos parâmetros convectivos nos eventos de trovoadas sobre o CLA

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil EVAPOTRANSPIRAÇÃO. Profª. Priscila Pini

RELAÇÃO DA TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE DOS OCEANOS PACÍFICO E ATLANTICO TROPICAIS E A PRECIPITAÇÃO NA MICRORREGIÃO DE PETROLINA (SERTÃO PERNAMBUCANO)

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NO MUNICÍPIO DE PÃO DE AÇÚCAR DURANTE 1977 A 2012

CHUVAS NO CERRADO TOCANTINENSE: TENDÊNCIA MENSAL MÉDIA DE SÉRIES HISTÓRICAS DE 34 ESTAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS COM 30 ANOS DE DADOS

AVALIAÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR FOTOSSINTETICAMENTE ATIVA (PAR) EM SÃO PAULO, SP*

2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 LOCALIZAÇÃO E CLIMA

EQUAÇÕES EMPÍRICAS PARA A ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA DIÁRIA PARA PARNAÍBA E SANTA ROSA DO PIAUÍ 1

Transcrição:

VARIABILIDADE ANUAL E INFLUÊNCIA MICROCLIMÁTICA DA IRRIGAÇÃO POR ALAGAMENTO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE A RADIAÇÃO FOTOSSINTETICAMENTE ATIVA E A IRRADIÂNCIA SOLAR GLOBAL EM PARAÍSO DO SUL - RS LEONARDO J. G. AGUIAR 1, JOSÉ M. N. DA COSTA 2, CLAUDIO TEICHRIEB 3, VIRNEI S. MOREIRA 4, DÉBORA R. ROBERTI 5, GRACIELA R. FISCHER 6, RENATA G. AGUIAR 7, EVANDRO C. OLIVEIRA 8, LEONARDO O. NEVES 9, OSVALDO L. L. MORAIS 10 1 Doutorando em Meteorologia Agrícola, Depto. Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa UFV, Fone: (0xx31) 3899 1901, veraneiro@yahoo.com.br 2 Eng. Agrônomo, Prof. Titular, Depto. Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa UFV, Viçosa MG. 3 Doutorando em Física, Depto. Física, Universidade Federal de Santa Maria UFSM, Santa Maria RS. 4 Doutorando em Física, Depto. Física, Universidade Federal de Santa Maria UFSM, Santa Maria RS. 5 Física, Prof. Adjunto, Depto. Física, Universidade Federal de Santa Maria UFSM, Santa Maria RS. 6 Doutoranda em Meteorologia Agrícola, Depto. Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa UFV, Viçosa MG. 7 Matemática, Prof. Assistente, Depto. Engenharia Ambiental, Universidade Federal de Rondônia UNIR, Ji-Paraná RO. 8 Doutorando em Meteorologia Agrícola, Depto. Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa UFV, Viçosa MG. 9 Doutorando em Meteorologia Agrícola, Depto. Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa UFV, Viçosa MG. 10 Físico, Prof. Adjunto, Depto. Física, Universidade Federal de Santa Maria UFSM, Santa Maria RS. Apresentado no XVII Congresso Brasileiro de Agrometeorologia 18 a 21 de Julho de 2011 SESC Centro de Turismo de Guarapari, Guarapari ES. RESUMO: A radiação fotossinteticamente ativa (PAR) assume papel fundamental no desenvolvimento de plantas e, por isso, é muito utilizada em diversos tipos de modelos ecofisiológicos e climáticos. Entretanto, muitos modelos usam valores indiretos da PAR baseados na irradiância solar global (R s ), considerando que a PAR é representada por uma fração constante da R s. Tendo em vista que uma melhor representação da relação entre a PAR e a R s poderia melhorar o desempenho desses modelos, objetivou-se nesse estudo analisar a variação sazonal da relação entre a PAR e a R s. O estudo foi realizado em um sítio experimental em que há o cultivo de arroz irrigado por alagamento no Estado do Rio Grande do Sul. A razão PAR/R s obteve pouca variabilidade, variando de 0,442 (inverno) a 0,455 (verão), diferindo aproximadamente 2%. A pouca variabilidade sazonal, independente da condição atmosférica e do solo, inundado ou seco, possibilita a utilização de uma fração constante da R s (valor médio anual de 0,45) para representar a PAR em modelos climáticos nessa região. PALAVRAS-CHAVE: Modelos, índice de claridade, absorção da radiação. ANNUAL VARIABILITY AND MICROCLIMATIC INFLUENCE OF IRRIGATION BY FLOODING ON THE RELATIONSHIP BETWEEN PAR AND GLOBAL SOLAR IRRADIANCE IN PARAÍSO DO SUL, BRAZIL ABSTRACT: Photosynthetically active radiation (PAR) plays a critical role in plant development and therefore is widely used in various kinds of ecophysiological and climatic models. However, many models use indirect values of PAR based on global solar irradiance (R s ), whereas PAR is represented by a constant fraction of R s. Given that a better representation of the relationship between the PAR and the R s could improve the performance of these models, this study provides an analysis of the seasonal variation of the relationship

between PAR and R s. The study is performed in an experimental site in the Brazilian state of Rio Grande do Sul where rice is cultivated by flooding irrigation. The ratio of PAR/R s had little variability, ranging from 0.442 (winter) to 0.455 (summer) - differing by about 2%. The low seasonal variability, independent of atmospheric and soil conditions, flooded or dry, supports the use of a constant fraction of the R s (annual average value of 0.45) to represent the PAR in climatic models of this region. KEYWORDS: Models, clearness index, absorption of radiation. INTRODUÇÃO: A radiação fotossinteticamente ativa (PAR) assume papel fundamental no desenvolvimento de plantas (AL-SHOOSHAN, 1997), sendo utilizada em diversos modelos ecofisiológicos, bem como em modelos climáticos. Entretanto, devido a relação praticamente linear existente entre a PAR e a irradiância solar global (R s ), muitos modelos climáticos utilizam a R s como variável de entrada, considerando que a PAR seria uma fração constante da R s. Tal suposição pode acarretar em erros na determinação da quantidade da PAR disponível, e, conseqüentemente, nas simulações realizadas pelos modelos climáticos, uma vez que não são consideradas as variações espacial e temporal da relação entre a PAR e a R s (ZHANG et al., 2000). No Brasil, poucos estudos experimentais foram realizados para analisar essa relação, principalmente em culturas agrícolas, o que dificulta a adaptação de modelos climáticos que melhor representem a realidade do Brasil, um país com grande produção agrícola. Por sua vez, a cultura do arroz irrigado por alagamento é uma das principais culturas agrícolas do Estado do Rio Grande do Sul, cobrindo uma área plantada estimada em 1,079 milhões de hectare na safra de 2009/2010, tornando o Estado o maior produtor de arroz do país, com uma produção estimada em 6,92 milhões de toneladas (CONAB, 2010). Devido a grande extensão de área plantada da cultura, objetivou-se nesse estudo analisar a variação sazonal da razão PAR/R s, bem como a influência microclimática da irrigação por alagamento em sua relação, uma vez que uma boa caracterização da razão PAR/R s e, conseqüentemente, a utilização de dados mais realísticos da PAR, poderia melhorar o desempenho dos modelos climáticos no Estado do Rio Grande do Sul. MATERIAL E MÉTODOS: O presente estudo foi realizado em um sítio experimental pertencente à Rede SULFLUX, localizado no município de Paraíso do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul. O sítio experimental de Paraíso do Sul (29 o 39 36 S; 53º8 53 W, 108 m) encontra-se no centro de uma região de plantação de arroz irrigado por alagamento, com uma bordadura de aproximadamente 1 km em todas as direções. Geralmente, durante os meses de novembro a abril, a cobertura vegetal predominante é a cultura do arroz irrigado por alagamento, em que o solo se encontra inundado. Nos outros meses do ano o solo permanece seco e nu, havendo um esparso crescimento de ervas daninhas. Para a realização desse trabalho foram feitas medições contínuas de irradiância solar global (R s ), através de um piranômetro CM6B (Kipp&Zonen), radiação fotossinteticamente ativa (PAR), por um sensor quântico LI-191SA (LI-COR), precipitação (P), através de um pluviômetro Rain Gauge TB4 (Hydrological Services Pty. Ltd.), temperatura (T) e umidade relativa do ar (UR), usando um termohigrômetro HMP45C (Vaisala Inc.), e pressão atmosférica, por um PTB101B ( Vaisala Inc.). Esses dados foram coletados durante 12 meses, no período de julho de 2003 a junho de 2004, em uma torre micrometeorológica com 10 m de altura. As leituras foram realizadas em intervalos de um segundo, e médias armazenadas a cada 30 minutos em um datalogger CR10X, fabricado pela Campbell Scientific Instrument, Utah, USA. No período estudado, o arroz foi cultivado no dia 25 de novembro e colhido no dia 4 de abril, sendo que o solo foi inundado apenas no dia 25 de dezembro. Foram realizadas algumas avaliações para garantir a

qualidade dos dados utilizados. Primeiro, somente dados dos dias em que não houve interrupção nas medidas foram utilizados nas analises, totalizando 362 dias de dados. Segundo, apenas dados entre 6 e 18 horas foram utilizados, para evitar a utilização de dados discrepantes que ocorrem quando a elevação do sol é baixa. Finalmente, foi realizada uma filtragem nas séries de dados para eliminar valores espúrios, como, por exemplo, valores da irradiância solar global acima de 1200 W m -2. A pressão de saturação do vapor d água (e s, em hpa), foi calculada a partir da equação de Tetens (1930) para temperatura maior ou igual a 0 ºC (1). A pressão atual do vapor d água (e, em hpa) foi calculada utilizando a e s e a umidade relativa (UR) (2). A umidade específica (q, em g kg -1 ) foi calculada utilizando a pressão atual do vapor d água e a pressão atmosférica (P)(3). A temperatura do ponto de orvalho (Tpo, em o C) foi calculada utilizando a pressão do vapor d água (4). 7.5t ( 237.3+ t ) e s = 6.1078x10 (1) UR e e = s 100 (2) 0.622e q = x1000 P 0.378e (3) 186.4905 237.3log10 e T po = log10 e 8.2859 (4) A radiação solar extraterrestre diária e horária foi estimada usando a relação geométrica Terra-Sol (Iqbal, 1983) e a constante solar 1367 W m -2. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foi encontrada uma boa relação entre o índice de claridade (k t, razão entre a irradiância solar à superfície e a irradiância solar no topo da atmosfera) e a razão PAR/R s (Figura 1), principalmente nos meses de agosto a março, com maiores valores do k t e da razão PAR/R s ocorrendo no mês de janeiro, sendo de 0,59 e 0,457, respectivamente, enquanto os menores foram observados no mês de julho para o k t (0,4) e de setembro para a razão PAR/R s (0,439). Figura 1. Padrão anual da razão PAR/R s e do índice de claridade (k t ). Porém, essa relação encontrada, com maiores valores da razão PAR/R s ocorrendo quando o k t é maior, está em desacordo com pesquisas anteriores, o que pode ter ocorrido devido ao comportamento do k t, sendo menor nos meses de inverno (julho a setembro) e maior nos

meses de verão (janeiro a março). Geralmente ocorre o contrário, o k t é menor nos meses de verão e maior nos de inverno. Adicionalmente, os maiores valores da umidade específica nos meses de verão (Tabela 1) podem estar exercendo maior influência na razão PAR/R s do que o k t, uma vez que o vapor d água tem forte poder de absorção na banda do infravermelho, diminuindo, portanto, a irradiância solar global enquanto a banda espectral da radiação fotossinteticamente ativa permanece inalterada (JACOVIDES et al., 2004). Por sua vez, a relação existente entre a PAR e a R s não depende apenas do valor do k t, mas também do tipo, extensão e distribuição das nuvens na atmosfera (JACOVIDES et al., 2007). Alados- Arboledas et al. (2000) relatam que nuvens de baixo e médio nível afetam mais marcadamente a PAR do que nuvens de alto nível. A pouca variabilidade mensal da razão PAR/R s observada nesse estudo está de acordo com resultados encontrados em outros trabalhos, como os de McCree (1966) e Papaioannou et al. (1993), em que segundo os autores, quando se trata de valores médios diários e mensais, há uma forte evidência experimental de que nas regiões de médias e altas latitudes a relação entre a PAR e a R s é pouco afetada pelas condições atmosféricas. Quando analisamos os valores por estação (Tabela 1), a variabilidade na razão PAR/R s se torna ainda menor, variando de 0,442 (inverno) a 0,455 (verão), diferindo aproximadamente 2% entre os valores mínimo e máximo, o que é menor do que o erro de medida dos sensores, que é de cerca de 4%. Tabela 1. Valores médios sazonais e por condição de solo da irradiância solar global (R s, em MJ m -2 dia -1 ), radiação fotossinteticamente ativa (PAR, em MJ m -2 dia -1 ), índice de claridade (k t ), razão PAR/R s, temperatura média do ar (Tar, em o C) e umidade específica (q, em g kg -1 ). R s PAR k t PAR/R s T ar q Solo Seco 15,89 7,09 0,48 0,446 17,86 9,56 Solo Inundado 23,68 10,77 0,57 0,455 25,48 14,47 Inverno 12,48 5,52 0,46 0,442 15,62 8,49 Primavera 22,59 10,16 0,51 0,450 22,82 12,23 Verão 23,86 10,85 0,57 0,455 25,42 14,38 Outono 10,69 4,79 0,44 0,448 19,21 11,36 Anual 17,40 7,83 0,50 0,449 20,77 11,62 Para verificar a possível influência da irrigação por alagamento sobre a relação entre a PAR e a R s, utilizou-se dois períodos distintos de dados, sendo considerado como solo seco o período de julho a novembro e como solo inundado o período de janeiro a março. Apesar de haver grandes diferenças nas quantidades de irradiância solar global, radiação fotossinteticamente ativa, índice de claridade, temperatura média do ar e umidade específica entre os dois períodos (Tabela 1), a razão PAR/R s não variou muito, apenas aproximadamente 2%, o que é menor do que o erro de medida dos sensores. Essa pequena variabilidade reforça a idéia de que a razão PAR/R s tem uma natureza conservativa (FINCH et al., 2004). O maior valor da razão PAR/R s ocorreu no período em que o solo se encontrava inundado, o que é justificado pela maior quantidade de vapor d água na atmosfera. CONCLUSÕES: Nesse estudo verificou-se a variabilidade anual da razão PAR/R s, bem como as diferenças causadas pela irrigação por alagamento da cultura do arroz na razão PAR/R s para a região de Paraiso do Sul - RS. Apesar de haver grande variabilidade sazonal na quantidade de irradiância solar global, radiação fotossinteticamente ativa, índice de claridade e umidade específica durante o ano, a razão PAR/R s diferiu pouco entre os valores máximo

(verão) e mínimo (inverno), sendo a diferença menor do que o erro de medida dos sensores. As diferenças no microclima causadas pela irrigação por alagamento da cultura do arroz também não tiveram grande influência na razão PAR/R s. A pouca variabilidade sazonal, independente da condição atmosférica e do solo, possibilita a utilização de uma fração constante da R s para representar a PAR nessa região, podendo ser utilizado o valor médio anual de 0,45. Entretanto, para que esse valor médio anual possa ser utilizado para o todo o Estado do Rio Grande do Sul, são necessários mais estudos da razão PAR/R s em outras localidades, para que possamos, assim, verificar se esse valor é realmente representativo do Estado, ou apenas da região de Paraíso do Sul. AGRADECIMENTOS: Agradecemos aos estudantes bolsistas da Universidade Federal de Santa Maria pela coleta dos dados, sem os quais essa pesquisa não poderia ser realizada. O primeiro autor agradece a CAPES pelo apoio financeiro dado através da concessão de bolsa de doutorado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALADOS-ARBOLEDAS, L.; OLMO, F. J.; PÉREZ, M. Parametric models to estimate photosynthetically active radiation in Spain. Agric. For. Meteorol., v. 101, p. 187 201, 2000. AL-SHOOSHAN, A. A. Estimation of photosynthetically active radiation under an arid climate. J. Agric. Eng. Res., v. 66, p. 9-13, 1997. CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira: grãos-safra 2009/2010. Brasília, julho/2010. 41 p, 2010. FINCH, D. A.; BAILEY, W. G.; MCARTHUR, L. J. B.; NASITWITWI, M. Photosynthetically active radiation regimes in a southern African savanna environment. Agric. Forest Meteorol., v. 122, p. 229 238, 2004. IQBAL, M. An Introduction to Solar Radiation. Academic Press, Toronto, 1983. JACOVIDES, C. P.; TYMVIOS, F. S.; PAPAIOANNOU, G.; ASIMAKOPOULOS, D. N.; THEOFILOU, C. M. Ratio of PAR to broadband solar radiation measured in Cyprus. Agric. Forest Meteorol., v. 121, p. 135 140, 2004. JACOVIDES, C. P.; TYMVIOS, F. S.; ASSIMAKOPOULOS, V. D; KALTSOUNIDES, N. A. The dependence of global and diffuse PAR radiation components on sky conditions at Athens, Greece. Agric. For. Meteorol., v. 143, p. 277 287, 2007. MCCREE, K. J. A solarimeter for measuring photosynthetically active radiation. Agric. Meteorol., v. 3, p. 353 366, 1966. PAPAIOANNOU, G.; PAPANIKOLAOU, N.; RETAILS, D. Relationships of photosynthetically active radiation and shortwave irradiance. Theor. Appl. Climatol., v. 48, p. 23 27, 1993. TETENS, O. Über einige Meteorologische Begriffe. Z. Geophys., v. 6, p. 297 309, 1930. ZHANG, X. ; ZHANG, Y. ; ZHOUB, Y. Measuring and modelling photosynthetically active radiation in Tibet Plateau during April-October. Agric. For. Meteorol., v. 102, p. 207 212, 2000.