Jacqueline Mayumi Akazaki 1 ; Letícia Rodrigues Bueno 2 ; Jesús Pascual Mena-chalco 3

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Edital no. 01/2014 do PPGCon-UFES Seleção de Bolsista de Pós Doutorado PNPD/CAPES

Transcrição:

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) CARACTERIZAÇÃO DE PESQUISADORES UTILIZANDO INDICADORES BIBLIOMÉTRICOS DE SENIORIDADE E INATIVIDADE: um estudo de caso dos Bolsistas de Produtividade 1A-CNPq Jacqueline Mayumi Akazaki 1 ; Letícia Rodrigues Bueno 2 ; Jesús Pascual Mena-chalco 3 AKAZAKI, J. M.; BUENO, L. C. R.; MENA-CHALCO, J. S. P.. CARACTERIZAÇÃO DE PESQUISADORES UTILIZANDO INDICADORES BIBLIOMÉTRICOS DE SENIORIDADE E INATIVIDADE: um estudo de caso dos Bolsistas de Produtividade 1A-CNPq In: ENCONTRO BRASILEIRO DE BIBLIOMETRIA E CIENTOMETRIA, 5., 2016, São Paulo. Anais... São Paulo: USP, 2016. p. A120 1, 2, 3 Universidade Federal do ABC - UFABC Data de emissão 03/07/16

CARACTERIZAÇÃO DE PESQUISADORES UTILIZANDO INDICADORES BIBLIOMÉTRICOS DE SENIORIDADE E INATIVIDADE: um estudo de caso dos Bolsistas de Produtividade 1A-CNPq Eixo temático: Produção e Produtividade Científica Modalidade: Apresentação oral 1 INTRODUÇÃO A bibliometria compreende o estudo quantitativo, a aplicação de análise estatística e os métodos matemáticos. A cientometria é a aplicação das técnicas bibliométricas à ciência e seus interesses incluem a estrutura de comunicação entre os pesquisadores, a produtividade, a criatividade e as relações entre o desenvolvimento científico e o crescimento econômico (Spinak, 1998). Dentre as aplicações da bibliometria e da cientometria estão a medição dos serviços de disseminação da informação, a predição das tendências de publicações e a formulação de políticas de aquisições de orçamento (Sengupta, 1992). A análise em grande escala de publicações científicas tem aberto a possibilidade de um estudo de nível individual de pesquisadores tanto no aspecto da senioridade como da inatividade, o que permite a comparação de pesquisadores que têm sido academicamente ativos em um período semelhante (Costas et al., 2015), especialmente do ponto de vista da sua relação com a produtividade (Falagas et al., 2008). Neste trabalho propomos novas medidas de senioridade e de inatividade acadêmicas denominadas, respectivamente, de senioridade acadêmica efetiva e de categoria de inatividade acadêmica. Dentre as vantagens das métricas propostas citamos a análise da forma/evolução das produções, que possibilita delinear a tendência da produtividade do pesquisador. Além disso, por desconsiderar no cálculo os anos em que não houveram produções, essas medidas permitem avaliar com mais exatidão quão sênior e inativo é um pesquisador. Nossa proposta metodológica considera como estudo de caso todos os pesquisadores Bolsistas de Produtividade 1A do CNPq ativos em 2015. Acreditamos que esta São Paulo, SP, 6 a 8 de julho de 2016 1

abordagem permitirá a comunidade científica conhecer o perfil dos bolsistas, através da análise da maturidade e da inatividade. 2 SOBRE A SENIORIDADE E A INATIVIDADE ACADÊMICA A senioridade e a inatividade acadêmicas podem ser abordadas de diferentes perspectivas. Neste trabalho utilizamos as informações de anos de produção para estimar essas medidas. Assim, a senioridade ou idade acadêmica é definida pelo tempo em número de anos de produção acadêmica. Para o caso da senioridade de publicações, comumente estimase como o período de tempo do ano da primeira publicação do pesquisador até o ano da última publicação. Similarmente, no caso da senioridade de orientações, estima-se o período de tempo do ano da primeira orientação do pesquisador até o ano da última orientação (Costas et al., 2015). A inatividade ou torpor intelectual é a diminuição gradual de produção acadêmica que é, por exemplo, um fenômeno comum quando os pesquisadores se aposentam das suas atividades acadêmicas. Para o caso da inatividade de publicações, geralmente estima-se o período de tempo do ano da última publicação do pesquisador até o ano atual. No caso da inatividade de orientações, estima-se o período de tempo do ano da última orientação até o ano atual. Veja na Figura 1 a relação entre senioridade e inatividade comumente utilizadas na literatura. Figura 1. Relação entre senioridade e inatividade. Fonte: elaborado pelos autores. Dentre os trabalhos correlatos, podemos destacar o trabalho de Kosmulski (2009) que considerou a senioridade como a avaliação da produção científica de instituições com base em publicações individuais, desenvolvendo um índice baseado no número médio de citações por ano. Já Chaiwanarom e Lursinsap (2015) consideram a senioridade como o número de publicações que um pesquisador possui; sendo sênior aquele que possui mais de dez artigos e júnior, caso contrário. Para Costas et al. (2015) a senioridade está ligada ao ano da primeira publicação acadêmica do pesquisador, sendo realizado um estudo para inferir o ano de nasci- São Paulo, SP, 6 a 8 de julho de 2016 2

mento e o ano de doutorado de pesquisadores. Por outro lado, o trabalho de Libardi (2014) avaliou a inatividade de usuários em redes sociais online, buscando diferenciar usuários falecidos e usuários inativos de forma automática no Facebook. Adicionalmente, Digiampietri et al. (2014) determinaram a inatividade de grupos de pesquisadores considerando a data da última atualização dos currículos Lattes, organizando os resultados de acordo com a formação acadêmica e a grande área de atuação profissional. 3 NOVAS MEDIDAS DE SENIORIDADE E DE INATIVIDADE ACADÊMICA A abordagem utilizada por Costas et al. (2015) determinam a senioridade acadêmica pela comparação das datas da primeira e da última publicação/orientação do pesquisador. Assim, propomos uma nova medida, denominada senioridade acadêmica efetiva, que permite estimar a real quantidade de anos em que um pesquisador tem atuado academicamente (i.e., o número de anos em que houve alguma publicação/orientação acadêmica). Por outro lado, a inatividade acadêmica é determinada pela comparação entre o ano atual e o ano da última publicação/orientação. Note que esta medida, ao considerar apenas o último ano de produção acadêmica, não é um bom indicador da tendência de inatividade. Assim, propomos uma nova medida, denominada categoria de inatividade acadêmica, que permite avaliar a forma/evolução da inatividade, bem como observar a quantidade de produções acadêmicas e sua tendência ao longo dos últimos anos. Dessa forma, podemos caracterizar um pesquisador associando-o a uma das seguintes categorias de inatividade: (i) aumento, (ii) decremento ou (iii) oscilante/constante. Veja na Figura 2 um exemplo do número de produções de pesquisadores. Observe que a medida de senioridade é de 9 para os pesquisadores A e B, porém como ambos não tem produções em um dos anos, a senioridade efetiva é, na realidade, um ano a menos. A inatividade é de 2 para o pesquisador A e de 1 para os demais. Observe, no entanto, que a categoria de inatividade fornece mais informações, uma vez que analisa a tendência da produtividade nos últimos anos. Por exemplo, considerando os últimos 5 anos (linha vertical), a categoria de inatividade do pesquisador A é de aumento, pois o número de produções está São Paulo, SP, 6 a 8 de julho de 2016 3

diminuindo. Para o pesquisador B a categoria é de decremento, pois a produção acadêmica está aumentando. Finalmente, para o pesquisador C, a categoria de inatividade é oscilante/constante, pois o número de produções não sofreu grandes variações. Figura 2. Exemplo da análise da senioridade e da inatividade acadêmica, da senioridade acadêmica efetiva e da categoria de inatividade acadêmica de três pesquisadores. Fonte: elaborado pelos autores. 4 RESULTADOS Para nosso estudo de caso utilizamos os currículos Lattes dos Bolsistas de Produtividade 1A do CNPq 1, por ser um grupo bem representativo de pesquisadores atuantes em todas as áreas e domínios da Ciência Brasileira. Ao todo, correspondentes ao período 1900-2016 usando o módulo de coleta de dados do scriptlattes 2 identificamos: 267604 publicações (i.e., periódicos, livros e capítulos de livros), 70089 orientações (i.e., mestrado, doutorado, pós-doutorado) e 1252 pesquisadores associados a 76 áreas de 128 instituições de pesquisa (veja Figura 3). Todas as informações coletadas correspondem a dados extraídos por pesquisador. Adicionalmente, é importante destacar que a tendência de inatividade, para este estudo de caso, foi estimado considerando as produções dos últimos 11 anos (i.e., 2006-2016). 1 Lista completa dos pesquisadores, conjuntamente com a área de avaliação, obtida em 29/11/2015 da página de Mapa de Investimentos do CNPq disponível em: http://cnpq.br/mapa-de-investimentos. 2 O scriptlattes é uma ferramenta de software livre que permite extrair automaticamente informações registradas em currículos da Plataforma Lattes (http://scriptlattes.sourceforge.net). São Paulo, SP, 6 a 8 de julho de 2016 4

Figura 3. Número de pesquisadores com Bolsa de Produtividade 1A discretizados por Grandes Áreas. Fonte: elaborado pelos autores. Para a senioridade acadêmica de publicações a média obtida é de 34,46 anos, com desvio padrão de 7,94 e moda de 36. Para a senioridade acadêmica de orientações a média obtida é de 36,05 anos, com desvio padrão de 25,88 e moda de 24 (veja Figura 4a). Para a senioridade acadêmica efetiva de publicações a média obtida é de 30,79 anos, com desvio padrão de 7,15 e moda de 25. Para a senioridade acadêmica efetiva de orientações a média obtida é de 20,80 anos, com desvio padrão de 6,17 e moda de 21 (veja Figura 4b). Para a inatividade acadêmica de publicações a média obtida é de 0,58 anos, o que significa que os pesquisadores ficam em torno de 6,96 meses sem publicar. O desvio padrão é de 0,72 e a moda é de 0. Para a inatividade acadêmica de orientações, a média obtida é de 1,49 anos, o que significa que os pesquisadores ficam em torno de 17,9 meses sem orientar um aluno. O desvio padrão é de 1,76 e a moda é de 1 (veja Figura 4c). Para a categoria de inatividade acadêmica de publicações, 1052 pesquisadores tiveram aumento, enquanto 199 tiveram decremento e 1 pesquisador tem inatividade constante ou oscilante. Para a categoria de inatividade acadêmica de orientações, 1058 pesquisadores tiveram aumento, enquanto 186 tiveram decremento e 8 pesquisadores tem inatividade constante ou oscilante (veja Figura 4d). Estes resultados permitiram obter evidências iniciais de que aproximadamente 84% dos Bolsistas de Produtividade 1A apresentaram um ligeiro incremento de inatividade nos últimos 11 anos, tanto nas publicações quanto nas orientações acadêmicas. Um trabalho futuro desta pesquisa permitirá estudar se a qualidade das publicações é inversamente proporcional ao incremento dessa inatividade. São Paulo, SP, 6 a 8 de julho de 2016 5

(a) (b) (c) (d) Publicações Orientações Figura 4. Valores médios para os bolsistas de Produtividade em Pesquisa 1A, 2015, CNPq: (a) Senioridade acadêmica; (b) Senioridade acadêmica efetiva; (c) Inatividade acadêmica; (d) Categoria de inatividade acadêmica. O eixo horizontal representa os anos para as Figuras (a), (b) e (c), enquanto para a Figura (d) a quantidade de pesquisadores. O eixo vertical representa as grandes áreas. Fonte: elaborado pelos autores. São Paulo, SP, 6 a 8 de julho de 2016 6

5 CONCLUSÕES Os resultados apresentados neste artigo foram obtidos a partir da caracterização de novas medidas de senioridade e de inatividade do ponto de vista acadêmico. Somente os anos onde houveram produções foram considerados para avaliar o quão sênior e inativo é um pesquisador. Nesta perspectiva, a quantificação e a classificação de pesquisadores em função da produção é importante para a análise do perfil dos bolsistas. Essa caracterização permite obter a atuação de pesquisadores no contexto de maturidade e da forma de atividade em pesquisa tanto de indivíduos quanto de grupos (e.g., departamentos, institutos de pesquisa) possibilitando, assim, delinear a tendência da produtividade do pesquisador, a partir de informações de produções científicas registradas em bases curriculares. REFERÊNCIAS CHAIWANAROM, P.; LURSINSAP, C. Collaborator recommendation in interdisciplinary computer science using degrees of collaborative forces, temporal evolution of research interest, and comparative seniority status. Knowledge-Based Systems, v. 75, p. 161-172, feb. 2015. COSTAS, R.; NANE, T.; LARIVIÈRE, V. Is the Year of First Publication a Good Proxy of Scholars Academic Age? In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON SCIENTOMETRICS & INFORMETRICS, 15, 2015, Istambul - Turquia. Proceedings of ISSI 2015 Istanbul: Bogaziçi University Printhouse, 2015. p. 988-998. DIGIAMPIETRI, L. A. et al. Análise macro das últimas atualizações dos Currículos Lattes. Em Questão, v. 20, n. 3, p. 88-113, 2014. FALAGAS, M. E.; IERODIAKONOU, V.; ALEXIOU, V. G. At what age do biomedical scientists do their best work? The FASEB Journal, v. 22, n. 12, p. 4067-4070, dec. 2008. KOSMULSKI, M. New seniority-independent Hirsch-type index. Journal of Informetrics, v. 3, n. 4, p. 341-347, oct. 2009. LIBARDI, P. Métodos computacionais para encontrar automaticamente usuários falecidos em redes sociais online. 2014. 83 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, 2014. SENGUPTA, I. N. Bibliometrics, informetrics, scientometrics and librametrics: an overview. Libri, v. 42, n. 2, p. 75-98, 1992. SPINAK, E. Indicadores Cienciometricos. Ciência da Informação, v. 27, n. 2, p. 141-148, mayo/agosto 1998. São Paulo, SP, 6 a 8 de julho de 2016 7