CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA DA BARRAGEM DO QUINCOÉ NO MUNICÍPIO DE ACOPIARA, CEARÁ, BRASIL

Documentos relacionados
CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO AÇUDE CATOLÉ

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO SÃO PEDRO, JEQUITINHONHA/MG Aline J. Freire 1, Cristiano Christofaro 2

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA MICROBACIA DO RESERVATÓRIO JUÁ NA BACIA DO ALTO JAGUARIBE CE

DETERMINACÃO DAS CARACTERÍSTICAS MOFOMÉTRICAS DA SUB-BACIA DO RIACHO MADEIRA CORTADA, QUIXELÔ, CE.

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ESPINHARAS-PB

2.5 Caracterização Fisiográfica da Bacia Hidrográfica

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JACARECICA/SE

CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO AÇUDE FAÉ, CEARÁ, BRASIL

Titulo do Trabalho ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA MICROBACIA DO CÓRREGO DO VANGASSE - PRATÂNIA/SP

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA MICROBACIA DO CÓRREGO DO COQUEIRO, NO NOROESTE PAULISTA

MORFOMETRIA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO FAÉ, CEARÁ

Caracterização morfométrica da unidade de planejamento do Poxim SE

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO SANTA MARIA, IBATIBA-ES.

RECURSOS HÍDRICOS USO DE DADOS SRTM E PLATAFORMA SIG PARA ESTUDO HIDROLÓGICO DE CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PIABANHA - BA

BACIA HIDROGRÁFICA. Nomenclatura. Divisor de água da bacia. Talweg (talvegue) Lugar geométrico dos pontos de mínimas cotas das seções transversais

ESTUDO HIDROLÓGICO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MAMANGUAPE

GEOPROCESSAMENTO APLICADO NA ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA MICROBACIA DO CÓRREGO DAS PEDRAS RIBEIRÃO BONITO (SP)

Departamento de Engenharia Civil Disciplina : Hidrologia (HIA0001) Prof. Dr. Doalcey Antunes Ramos

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DA LAGOA DO LAGAMAR DO CAUÍPE CEARÁ

11º ENTEC Encontro de Tecnologia: 16 de outubro a 30 de novembro de 2017

ANÁLISE DO RELEVO DA MICROBACIA

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DA HIDROGRAFIA

CICLO HIDROLÓGICO CICLO HIDROLÓGICO CARACTERIZAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

CARACTERIZAÇÃO FISIOGRÁFICA DE UMA BACIA AFLUENTE AO RIO COMANDAÍ 1 PHYSIOGRAPHIC CHARACTERIZATION OF AN AFFLUENT BASIN COMANDAÍ RIVER

Territorial planning in River Uberaba s Watershed, MG, Brazil

Eixo Temático ET Recursos Hídricos ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE UMA MICROBACIA DE ORDEM 4 DO RIO PIRANHAS

Denis Spoladore Ferreira 1, Carlos Alexandre Damasceno Ribeiro 1, Alexandre Cândido Xavier 1, Roberto Avelino Cecílio 1.

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA BACIA DO CHORÓ, MUNÍCIPIO DE CHORÓ CEARÁ

CARACTERIZAÇÃO FISIOGRÁFICA DA BACIA HIDROGRÁFICA EXPERIMENTAL DO CÓRREGO FUNDO

ENGENHARIA AGRONÔMICA HIDROLOGIA. Bacias Hidrográficas. Prof. Miguel Toledo del Pino, Eng. Agrícola Dr. 2018

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CARATINGA, SUB BACIA DO RIO DOCE, MG

OBTENÇÃO DE PARÂMETROS MORFOMÉTRICOS DE BACIA HIDROGRÁFICA POR MEIO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA. Adriana Cavalieri Sais 1 ; Euzébio Beli 2

Vitória da Conquista, 10 a 12 de Maio de 2017

Caracterização morfométrica da área de drenagem de cinco açudes a partir de técnicas de sensoriamento remoto

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA SUB-BACIA HIDROGRAFICA DO CÓRREGO DO CERRADÃO

SURVEY OF THE MORPHOMETRIC PROPERTIES AT RIBEIRÃO VERMELHO WATERSHED USING GEOPROCESSING

Caracterização da fitofisionomia e de solos na Sub-bacia hidrográfica do Alto Médio Gurguéia por Sistemas de Informações Geográficas SIG

11º ENTEC Encontro de Tecnologia: 16 de outubro a 30 de novembro de 2017

ACH 1056 Fundamento de Cartografia Profª. Mariana Soares Domingues

Caracterización morfométrica de la cuenca del Arroyo Agua da Lucia, Botucatu-SP

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA DO RIBEIRÃO PANQUINHAS, ES

Fundação Carmelitana Mário Palmério-FUCAMP Curso de Bacharelado em Engenharia Civil. Hidrologia Aplicada C A R O L I N A A.

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Engenharia Civil. Bacias Hidrográficas. Professora: Mayara Moraes

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CATOLÉ GRANDE, BAHIA, BRASIL

16º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

DIAGNÓSTICO FÍSICO-CONSERVACIONISTA DA MICROBACIA DOS CÓRREGOS PINDAÍBA, MARIMBONDO E TENDA, UBERLÂNDIA-MG

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE UMA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO TAPEROÁ/PB

XIII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GAVIÃO-BA

DIAGNÓSTICO FÍSICO-CONSERVACIONISTA DA MICROBACIA DO CÓRREGO BOA VISTA, UBERLÂNDIA-MG.

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA MICRO BACIA HIDROGRAFICA DO CORRÉGO DO MONJOLO NA CIDADE DE PATOS DE MINAS MG

CC54Z - Hidrologia. Bacia hidrográfica: conceitos fundamentais e caracterização fisiográfica. Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Caracterização Fisiográfica da Bacia Hidrográfica do Rio do Mosquito, Palmeiras do Tocantins TO.

Bacia Hidrográfica divisores de água rede de drenagem seção de controle.

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PINDAIATUBA, AFLUENTE DO DO RIO GUAPORÉ, SUDOESTE DO ESTADO DE MATO GROSSO

ANÁLISE DE BACIAS HIDROGRÁFICAS. Hierarquia Fluvial Análise linear da rede hidrográfica Análise areal das bacias hidrográficas Análise hipsométrica

GEOPROCESSAMENTO APLICADO NA CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DE CONTAS - BA

Caracterização fisiográfica da bacia hidrográfica do Ribeirão Douradinho com base em parâmetros morfométricos

Denis Spoladore Ferreira 1 Carlos Alexandre Damasceno Ribeiro 1 Alexandre Cândido Xavier 1 Roberto Avelino Cecílio 1 Fábio da Silveira Castro 1

Bacias Hidrográficas. Universidade de São Paulo PHA3307 Hidrologia Aplicada. Escola Politécnica. Aula 3

GEOPROCESSAMENTO APLICADO NA AVALIAÇÃO MORFOMÉTRICA DA MICROBACIA DO CÓRREGO ESTÂNCIA SANTA RITA NA CIDADE DE BOTUCATU-SP 1 INTRODUÇÃO

PHA Hidrologia Ambiental. Bacias Hidrográficas

MORFOMETRIA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO DOS PINHEIRINHOS, BROTAS SP JÉSSIKA LUANE SILVA¹ E KELLY CRISTINA TONELLO² 1 RESUMO

Eixo Temático ET Recursos Hídricos CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA MICROBACIA DO RIACHO DAS COBRAS, SANTO ANDRÉ-PB E GURJÃO-PB

DETERMINAÇÃO AUTOMÁTICA DE PARÂMETROS MORFOMÉTRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO DOS NAMORADOS-PB A PARTIR DE MDE

AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS GEOMORFOLÓGICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO DAS BRANQUINHAS, ARNEIROZ-CE

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GEOPROCESSAMENTO APLICADO A ANÁLISE AMBIENTAL E AOS RECURSOS HÍDRICOS

AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES MORFOMÉTRICOS PARA A CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PEIXE-BOI, PA. Apresentação: Comunicação Oral

Associação Portuguesa de Geomorfólogos Departamento de Geografia - FLUP, Via Panorâmica, S/N Porto

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

MORFOMETRIA E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RIBEIRÃO DA CACHOEIRINHA SANTA RITA DO SAPUCAÍ-MG

Cadeira de Hidrologia 1º Trabalho. Autores: Ana Ferreira, Nº Andreia Afonso, Nº Filipe Graça, Nº Joana Santos, Nº 10769

Hidrologia e Recursos Hídricos 2008 / 2009

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO SIRIEMA

Bacia Hidrográfica. Prof. D.Sc. Enoque Pereira da Silva

Ciclo Hidrológico e Bacia Hidrográfica. Prof. D.Sc Enoque Pereira da Silva

Análise morfométrica de microbacias hidrográficas, comparando a cartografia na escala 1: e a medida de campo, Batatais, SP.

Cap. 3 Unidade de Conservação

3 - Bacias Hidrográficas

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO BRANDINA, CAMPINAS SP

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BANABUIÚ, CEARÁ.

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO COLÔNIA NO LITORAL SUL DA BAHIA

FACULDADE SUDOESTE PAULISTA CURSO - ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA - HIDROLOGIA APLICADA EXERCÍCIO DE REVISÃO

Caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do rio Tapuio (Ceará Brasil)

Hidrologia é a ciência que estuda o ciclo hidrológico.

ANÁLISE DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO MARMELO SOB O ENFOQUE DA GEOMETRIA FRACTAL

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - BACIAS HIDROGRÁFICAS CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ITACAIÚNAS-PA

ESTUDO MORFOMÉTRICO E AVALIAÇÃO DO USO DO SOLO DA MICROBACIA DO RIBEIRÃO DAS PEDRAS, EM VERÍSSIMO-MG

ANÁLISE MORFOMETRICA DE DEFINIÇÃO DO POTENCIAL DE USO DO SOLO NA MICROBACIA DO CÓRREGO DO NECA, EM UBERABA- MG

Análise Fisiográfica da Bacia do Rio de Ondas BA. Pedro Henrique Bagnara Fistarol¹ Rhaiane de Santana Brandolff¹ José Yure Gomes dos Santos¹

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA UTILIZANDO SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO ARROIO TRÊS BARRAS, PARANÁ BRASIL, COM A UTILIZAÇÃO DE SIG DE ACESSO LIVRE

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DA BRISA, ALEGRE, ESPÍRITO SANTO

Revista Agrarian ISSN: Caracterização hidromorfométrica da bacia do Dourados localizada no centro-sul do Mato Grosso do Sul

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA E DELIMITAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GANDU BA, A PARTIR DE DADOS SRTM

INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS NAS ENCHENTES URBANAS: ESTUDO DE CASO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO ARROIO SÃO LOURENÇO/RS

CARACTERIZAÇÃO FISIOGRÁFICA DA BACIA HIDROGRAFICA DO RIACHO DO MACHADO EM VÁRZEA ALEGRE, CEARÁ

Análise morfométrica da Microbacia do riacho Riachão, no Parque Nacional de Sete Cidades, Nordeste do Brasil

AVALIAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO FORMOSO TO

Uso dos Sistemas de Informações Geográficas na Determinação das Características Físicas de uma Bacia Hidrográfica

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE Curso de Engenharia Civil. HIDROLOGIA Capítulo 3 Caracterização de uma bacia hidrográfica

Transcrição:

CRCTERIZÇÃO MORFOMÉTRIC D BCI D BRRGEM DO QUINCOÉ NO MUNICÍPIO DE COPIR, CERÁ, BRSIL nna Hozana Francilino 1, Yasmin lves da Silva 1, Helba raújo de Queiroz Palácio 2, Mairton Gomes da Silva 3, Eder Ramon Feitoza Ledo 3, José Ribeiro de raújo Neto 4 1 Bolsista PIBICT/FUNCP, Graduanda em Irrigação e Drenagem IFCE Campus Iguatu. e-mail: annafrancel_tid@yahoo.com.br; yasmin_tid@hotmail.com 2 Licenciada em Ciências grícolas, Dra., Profa. IFCE, Campus Iguatu-CE. 3 Tecnólogo em Irrigação e Drenagem IFCE Campus Iguatu. e-mail: mairtong@hotmail.com; eder_ramon@hotmail.com 4 Tecnólogo em Irrigação e Drenagem, mestrando em Engenharia grícola (PPGE/DEN/UFC). E-mail: junior.bg@bol.com.br Resumo: s bacias hidrográficas são consideradas excelentes unidades de gestão dos elementos naturais e sociais, pois, nessa óptica, é possível acompanhar as mudanças introduzidas pelo homem e as respectivas respostas da natureza. Diante disso, objetivou-se com este trabalho determinar as características morfométricas da barragem do Quincoé, localizada no município de copiara no Estado do Ceará. determinação da área de drenagem da bacia foi realizada utilizando-se rotinas especificas do software IDRISE. declividade e altura da bacia foram obtidas através do Modelo Digital de Elevação (MDE). Os perímetros e comprimento da bacia foram calculados com o auxilio de rotinas especificas do mesmo software. inda foram determinados os seguintes parâmetros morfométricos: fator de forma (F), coeficiente de compacidade (Kc), índice de circularidade (IC), ordem da bacia e densidade de drenagem (Dd). área da bacia foi de 169,42 Km 2, perímetro de 68,62 Km, comprimento da bacia de 14,88 Km, fator de forma de 0,77 (circular), coeficiente de compacidade de 1,48, índice de circularidade de 0,45 e densidade de drenagem de 1,10 Km Km -2. bacia foi classificada de quinta ordem e apresenta tendências a enchentes em ocorrências anormais de precipitação. Na bacia predomina-se relevo do tipo suavemente ondulado a plano. Palavras chave: características morfométricas, escoamento superficial, relevo, SIG 1. INTRODUÇÃO O termo bacia hidrográfica pode ser definido como a área de captação natural da água de precipitação, a qual drena a água por ravinas, canais e tributários, para um curso d água principal, e tem a vazão numa saída, que deságua em um curso d água maior, lago ou oceano. bacia hidrográfica deve ser considerada como uma unidade de trabalho quando se deseja a preservação dos recursos hídricos, já que as atividades desenvolvidas no seu interior têm influência sobre a quantidade e qualidade da água. Constitui-se na mais adequada unidade de planejamento para o uso e exploração dos recursos naturais, pois seus limites são imutáveis dentro do horizonte de planejamento humano, o que facilita o acompanhamento das alterações naturais ou introduzidas pelo homem na área (RODRIGUES et al. 2008). delimitação de uma bacia hidrográfica é um dos primeiros e mais comuns procedimentos executados em análises hidrológicas ou ambientais. Para isso, tem sido comum a utilização de informações de relevo em formato analógico, como mapas e cartas, o que compromete a confiabilidade e a reprodução dos resultados devidos à carga de subjetividade inerente aos métodos manuais. Com o advento e consolidação dos Sistemas de Informações Geográficas e, consequentemente, o surgimento de formas digitais consistentes de representação do relevo, como os Modelos Digitais de Elevação (MDEs), métodos automáticos para delimitação de bacias têm sido desenvolvidos desde então (GRBRECHT e MRTZ, 1999). Segundo Lima e Zakia (2000), bacias hidrográficas são sistemas abertos, que recebem energia através de agentes climáticos e perdem energia através do deflúvio, podendo ser descritas em termos de variáveis interdependentes, que oscilam em torno de um padrão, desta forma, mesmo quando perturbadas por ações antrópicas, encontram-se em equilíbrio dinâmico. ssim, qualquer modificação no recebimento ou na liberação de energia, ou modificação na forma do sistema, acarretará em uma

mudança compensatória que tende a minimizar o efeito da modificação e restaurar o estado de equilíbrio dinâmico. caracterização morfométrica de uma bacia hidrográfica é um dos primeiros e mais comuns procedimentos executados em análises hidrológicas ou ambientais, e tem como objetivo elucidar as várias questões relacionadas com o entendimento da dinâmica ambiental local e regional (TEODORO et al., 2007). Vários trabalhos foram desenvolvidos com o objetivo de avaliar as características morfométricas de bacias hidrográficas, como por exemplo a caracterização física da bacia hidrográfica do Ribeirão Santa Cruz em Lavras MG (PINTO et al., 2005); caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do rio Debossan em Nova Friburgo RJ (CRDOSO et al., 2006); caracterização morfométrica da microbacia do córrego da Fazenda Glória em Taquaritinga SP (RODRIGUES et al., 2008); caracterização fisiográfica da bacia do córrego Malheiro em Sabará MG (CRVLHO et al., 2009); parâmetros morfométricos da bacia hidrográfica do riacho dos Namorados - PB (SILV et al., 2012) e análise morfométrica de uma bacia hidrográfica mazônica em Carlinda MT (UMETSU et al., 2012). Objetivou-se com este trabalho determinar as características morfométricas da bacia hidrográfica da barragem do Quincoé, localizada no município de copiara no Estado do Ceará. 2. MTERIL E MÉTODOS 2.1 Área de estudo barragem do Quincoé está localizada no município de copiara, sendo responsável pelo abastecimento da sede do município. pluviometria e a evapotranspiração potencial média anual da região é de 750 e 2.000 mm, respectivamente. O reservatório pertencente à Bacia do lto Jaguaribe, na região Centro-Sul do Estado do Ceará (Figura 1). Figura 1 Localização da bacia hidrográfica em estudo 2.2 Características morfométricas da bacia determinação da área de drenagem da bacia foi realizada utilizando-se rotinas especificas do software IDRISE. declividade da bacia foi obtida através do Modelo Digital de Elevação (MDE). Os perímetros e comprimentos (axial e de cursos de agua) foram calculados com o auxilio de rotinas especificas.

a) Fator de forma: Relaciona a forma da bacia com a de um retângulo, correspondendo a razão entre a largura média e o comprimento axial da bacia (da foz ao ponto mais longínquo do espigão), podendo ser influenciada por algumas características, principalmente pela geologia. Podem atuar também sobre alguns processos hidrológicos ou sobre o comportamento hidrológico da bacia. O fator de forma pode ser descrito pela seguinte equação (VILLEL e MTTOS 1975). F [Eq. 01] 2 L em que: F fator de forma, adimensional; área de drenagem, Km 2 ; L comprimento da bacia, Km. b) Coeficiente de compacidade: Relaciona a forma da bacia com um círculo. Constitui a relação entre o perímetro da bacia e a circunferência de um círculo de área igual ao da bacia (CRDOSO et al., 2006). Esse coeficiente é um número adimensional que varia com a forma da bacia, independentemente de seu tamanho. Quanto mais irregular for a bacia, maior será o coeficiente de compacidade. Um coeficiente mínimo igual a uma unidade corresponderia a uma bacia circular e, para uma bacia alongada, seu valor é significativamente superior a um, podendo ser calculado na seguinte equação (VILLEL & MTTOS 1975). P Kc 0, 28 [Eq. 02] em que: Kc coeficiente de compacidade, adimensional; P perímetro da bacia, Km. c) Índice de circularidade: Simultaneamente ao coeficiente de compacidade, o índice de circularidade tende para unidade à medida que a bacia aproxima-se a forma circular e diminui a medida que a forma torna alongada, segundo a equação abaixo: IC 12,57 [Eq. 03] 2 P em que: IC índice de circularidade, adimensional; e P, citadas acima. d) Ordem da bacia: ordem dos cursos d água pode ser determinada seguindo os critérios introduzidos por Horton (1945) e Strahler (1957). Utilizou-se neste trabalho a classificação apresentada por Strahler, em que os canais sem tributários são designados de primeira ordem. Os canais de segunda ordem são os que se originam da confluência de dois canais de primeira ordem, podendo ter afluentes também de primeira ordem. Os canais de terceira ordem originam-se da confluência de dois canais de segunda ordem, podendo receber afluentes de segunda e primeira ordens, e assim sucessivamente (SILVEIR, 2001). junção de um canal de dada ordem a um canal de ordem superior não altera a ordem deste. e) Densidade de drenagem: O sistema de drenagem é formado pelo rio principal e seus tributários. Seu estudo indica a maior ou menor velocidade com que a água deixa a bacia hidrográfica, sendo, assim, o índice que indica o grau de desenvolvimento do sistema de drenagem, ou seja, fornece uma indicação da eficiência da drenagem da bacia, sendo expressa pela relação entre o somatório dos comprimentos de todos os canais da rede, sejam eles perenes, intermitentes ou temporários e a área total da bacia (CRDOSO et al., 2006). Lt Dd [Eq. 04] em que: Dd - densidade de drenagem, km km -2, Lt - comprimento total de todos os canais (km) - área de drenagem km 2. 3. RESULTDOS E DISCUSSÃO

caracterização da bacia hidrográfica da barragem do Quincoé no município de copiara - CE, apresenta-se uma bacia de quinta ordem, segundo a hierarquia de Strahler (1957). área de drenagem da bacia é de 369,42 km 2, perímetro de 68,62 km e comprimento da bacia de 14,88 Km (Tabela 1). Pode-se verificar que a bacia hidrográfica mostra-se suscetível a enchentes em condições normais de precipitação, pelo fato do fator forma (F) presentar valor de 0,77, indicando que a bacia apresenta forma circular. Verificou-se coeficiente de compacidade de 1,48 e índice de circularidade de 0,45. Em bacias com forma circular, há maiores possibilidades de chuvas intensas ocorrerem simultaneamente em toda a sua extensão, concentrando grande volume de água no tributário principal (CRDOSO et al., 2006). densidade de drenagem encontrada na bacia foi de 1,1 km km -2, que e acordo com Villela e Mattos (1975) citado por Cardoso et al. (2006), esse índice pode variar de 0,5 km km 2 em bacias com drenagem pobre a 3,5 km km 2, ou mais, em bacias bem drenadas, indicando, assim, que a bacia em estudo possui regular capacidade de drenagem. Tabela 1 - Parâmetros morfométricos da bacia hidrográfica da barragem do Quincoé, copiara - CE Parâmetros Resultados Área (Km²) 169,42 Perímetro (Km) 68,62 Comprimento do rio principal (Km) 21,86 Comprimento total dos rios (Km) 186,98 Comprimento da Bacia (km) 14,88 Coeficiente de Compacidade (Kc) 1,48 Fator de Forma (F) 0,77 Índice de Circularidade (IC) 0,45 Densidade de Drenagem (Km Km -2 ) 1,10 Ordem (Strahler) 5ª ltitude Máxima (m) 794,71 ltitude Mínima (m) 305,57 ltitude Média (m) 369,44 Declividade Máxima (%) 68,18 Declividade Mínima (%) 0,00 Declividade Média (%) 6,17 Figura 2b apresenta o comportamento espacial da altitude, com máxima de 794,71, mínima de 305,57 e média de 369,44 m. Na Figura 2a apresenta o mapa de declividade da bacia. nalisando a declividade do terreno da bacia, verifica-se predominância das classes de relevo suavemente ondulado e plano, conforme a classificação da EMBRP (1979), com valores de 36,66% (62,11 Km 2 ) e 34,01% (57,61 Km 2 ) da área total da bacia, respectivamente. Para a classe de relevo fortemente montanhoso a percentagem é igual a zero, ou seja, a bacia não apresenta relevo classificado nessa classe (Tabela 2). classe de relevo da bacia classificada como ondulado, apresenta 17,60% da área total da bacia (29,81 Km 2 ), enquanto que a classe classificada como relevo fortemente ondulado corresponde em relação ao total da área da bacia 7,33% (12,42 Km 2 ). classe de relevo montanhoso corresponde em 4,40% (7,45 Km 2 ). O relevo exerce influencia no perfil do solo, nas relações de precipitação e deflúvio da bacia hidrográfica devido ao aumento da velocidade do escoamento superficial, reduzindo a possibilidade da infiltração de água no solo (CRDOSO et al., 2006; COUTINHO et al., 2011).

Tabela 2 Distribuição das classes de declividade da bacia hidrográfica da barragem do Quincoé em copiara CE, segundo a EMBRP (1979) Declividade (%) Discriminação % Área (Km²) 0 a 3 Relevo plano 34,01 57,61 3 a 8 Relevo suavemente ondulado 36,66 62,11 8 a 20 Relevo ondulado 17,60 29,81 20 a 45 Relevo fortemente ondulado 7,33 12,42 45 a 75 Relevo montanhoso 4,40 7,45 > 75 Relevo fortemente montanhoso 0,00 0,00 (a) (b) Figura 2 Distribuição das classes de declividade (a) e altitude (b) da bacia da barragem Quincoé, copiara CE. 6. CONCLUSÕES bacia hidrográfica em estudo apresenta tendências a enchentes, em decorrência de sua forma circular. Na bacia predomina-se relevo do tipo ondulado a plano. REFERÊNCIS CRDOSO, C.. DIS, H. C.; SORES, C. P. B.; MRTINS, S. V. Caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do Rio Debossan, Nova Friburgo - RJ. Revista Árvore, Viçosa-MG, v. 30, n. 2, p. 241-248, 2006. CRVLHO, W. M.; VIEIR, E. O.; ROCH, J. M. J.; PEREIR,. K. S.; CRMO, T. V. B. Caracterização fisiográfica da bacia hidrográfica do córrego do Malheiro, no município de Sabará- MG. Revista Irriga, Botucatu, v. 14, n. 3, p. 398-412, 2009.

COUTINHO, M. L.; CECÍLIO, R..; XVIER,. C.; ZNETTI, S. S.; GRCI, G. O. Caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do rio da Prata, Castelo, ES. Revista Irriga, Botucatu, v. 16, n. 4, p. 369-381, 2011. EMPRES BRSILEIR DE PESQUIS GROPECUÁRI - EMBRP. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos (Rio de Janeiro, RJ). Súmula da 10ª reunião Técnica de Levantamento de Solos. Rio de Janeiro, 1979. 83p. GRBRECHT, J.; MRTZ, L. W. Digital elevation model issues in water resources modeling. ESRI, USERS CONFERENCE, 19. 1999, San Diego. Proceedings San Diego: 1999. CD-ROM. HORTON, R. E. Erosinal development of streams and their drainage basin: Hydrophysical approach to quantitative morphology. Geol. Soc merica Bulletin, v. 3, n. 56, 1945. LIM, W. P.; ZKI M. J. B. Hidrologia de matas ciliares. In: RODRIGUES; R. R.; LEITÃO FILHO; H. F. (Ed.). Matas ciliares: conservação e recuperação. 2.ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2000. p. 33-43. PINTO, L. V..; FERREIR, E.; BOTELHO, S..; DVIDE,. C. Caracterização física da bacia hidrográfica do Ribeirão Santa Cruz, Lavras, MG e uso conflitante da terra em suas áreas de preservação permanente. Revista Cerne, Lavras, v. 11, n. 1, p. 49-60, jan./mar. 2005. RODRIGUES, F. M.; PISSRR, T. C. T.; CMPOS, S. Caracterização morfométrica da microbacia hidrográfica do córrego da fazenda Glória, município de Taquaritinga, SP. Revista Irriga, Botucatu, v. 13, n. 3, p. 310-322, 2008. SILV, M. T.; SILV, V. P. R.; OLIVEIR, S. D.; SNTOS,. S. Determinação automática de parâmetros morfométricos da bacia hidrográfica do riacho dos Namorados-PB a partir de MDE. In: I INOVGRI INTERNTIONL MEETING & IV WORKSHOP INTERNCIONL DE INOVÇÕES TECNOLÓGICS N IRRIGÇÃO, 2012, Fortaleza, CE. nais... Disponível em: < http://www.inovagri.org.br/meeting/wp-content/uploads/2012/06/protocolo235.pdf> cesso em: 03 de jul. 2012. SILVEIR,. L. L. Ciclo hidrológico e bacia hidrográfica. In: TUCCI, C. E. M. (Org.). Hidrologia: Ciência e plicação. São Paulo: EDUSP, 2001. p. 35-51. STRHLER,. N. Quantitative analysis of watershed geomorphology. Transaction of merican Geophysical Union, p. 913-920, 1957. TEODORO, V. L. I.; TEIXEIR, D.; COST, D. J. L.; FULLER, B. B. O conceito de bacia hidrográfica e a importância da caracterização morfométrica para o entendimento da dinâmica ambiental local. Revista UNIR, n. 20, 2007. UMETSU, R. K.; PEREIR, N.; CMPOS, E. M. F. P.; UMETSU, C..; MENDONÇ, R.. M.; BERNSCONI, P.; CMRGO, M. F. nálise morfométrica e socioambiental de uma bacia hidrográfica mazônica, Carlinda, MT. Revista Árvore, Viçosa-MG, v. 36, n. 1, p. 83-92, 2012. VILLEL, S. M.; MTTOS,. Hidrologia aplicada. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1975. 245p.