GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL IN VITRO DE Encyclia flava (LINDL.) PORTO & BRADE (ORCHIDACEAE)

Documentos relacionados
GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL IN VITRO DE Cyrtopodium paludicolum (ORCHIDACEAE)

CULTIVO in vitro DE EMBRIÕES DE CAFEEIRO: concentrações de meio MS e polpa de banana RESUMO

CONCENTRAÇÕES DOS SAIS DO MEIO MS E EXTRATO DE CHIA NO CULTIVO DE EMBRIÕES DE CAFEEIRO in vitro RESUMO

GERMINAÇÃO ASSIMBIÓTICA DE Cyrtopodium saintlegerianum RCHB.F (ORCHIDACEAE: CYRTOPODIINAE)

AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE Cattleya loddigesii Lindley SOB DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ÁGUA SANITÁRIA COMERCIAL NA DESINFECÇÃO DE SEMENTES RESUMO

Micropropagação de Aechmea tocantina Baker (Bromeliaceae) Fernanda de Paula Ribeiro Fernandes 1, Sérgio Tadeu Sibov 2

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

GERMINAÇÃO E DESENVOLVIMENTO IN VITRO DE ARAÇÁ (Psidium guineense Swart)

ESTABELECIMENTO IN VITRO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

GERMINAÇÃO IN VITRO DE SEMENTES DE Dendrobium nobile Lindl. EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE MATURAÇÃO

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

ARTIGO. Germinação de sementes e desenvolvimento in vitro de plântulas de Cattleya loddigesii Lindl. (Orchidaceae)

Efeito do BAP na Indução de Brotações Adventícias em Catingueira

CRESCIMENTO in vitro DE PLÂNTULAS DE ORQUÍDEAS SUBMETIDAS A DIFERENTES PROFUNDIDADES DE INOCULAÇÃO E CONSISTÊNCIA DO MEIO DE CULTURA

GERMINAÇÃO IN VITRO DE Coffea arabica e Coffea canephora

GERMINAÇÃO IN VITRO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DE COROA- DE-FRADE (Melocactus zehntneri)

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES EXPLANTES E COMBINAÇÕES DE REGULADORES VEGETAIS (BAP E ANA) NO CULTIVO IN VITRO DE Physalis pubences L.

INDUÇÃO DE MÚLTIPLOS BROTOS DA CULTIVAR DE ALGODÃO BRS-VERDE. *

INFLUÊNCIA DO MEIO DE CULTURA E DE UM FERTILIZANTE SOLÚVEL NA MICROPROPAGAÇÃO DA MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)

ARTIGO. Germinação e crescimento inicial in vitro de Cattleya warneri T. Moore (Orchidaceae)

Camila Soares Rosa Lemes I* José Carlos Sorgato I Jackeline Schultz Soares II Yara Brito Chaim Jardim Rosa I

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

ANÁLISE MORFOLÓGICA DO DESENVOLVIMENTO INICIAL IN VITRO DE Cattleya nobilior RCHB. F. (ORCHIDACEAE).

Micropropagação de Amoreira-preta 'Cherokee I 111.Efeito de Cinetina e Meios de Cultura

Micropropagação de Bletia catenulata Ruiz & Pav. (Orchidaceae) Juliana Mary Kluthcouski 1, Sérgio Tadeu Sibov 2

MÉTODOS DE ASSEPSIA E CONTROLE OXIDAÇÃO EM GEMAS APICAIS DE AZALEIA RESUMO

CRESCIMENTO DE ORQUÍDEAS EPÍFITAS IN VITRO: ADIÇÃO DE POLPA DE FRUTOS( 1 )

Indução e crescimento de calos em explantes foliares de hortelã-docampo

EFEITO DA BENZILAMINOPURINA (BAP) NA MICROPROPAGAÇÃO DA VARIEDADE CURIMENZINHA (BGM 611) DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)

Analista da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007, , Cruz das Almas, BA. 2

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 289

Introdução. Rogério Mamoru Suzuki 1,4, Vania Carolina Moreira 1, Myna Nakabashi 2 e Wagner de Melo Ferreira 3

Revista Ceres ISSN: X Universidade Federal de Viçosa Brasil

;Agutr) Energia e Sustentabilidade

Ácido Giberélico na Cultura de Embriões Zigóticos de Coqueiro-anãoverde

Germinação in vitro de Sementes de Mandacaruzinho

INFLUÊNCIA DA INTERAÇÃO DE ACESSOS E MEIOS DE CULTURA NA MICROPROPAGAÇÃO DA MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)

Germinação in vitro de gongora (Orchidaceae) em meios nutritivos simplificados

INFLUÊNCIA DA DESINFESTAÇÃO E MEIO DE CULTURA NA GERMINAÇÃO E DESENVOLVIMENTO IN VITRO DE Prosopis affinis Sprenger 1

ESTABELECIMENTO IN VITRO DE AROEIRA-VERMELHA EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE BENZILAMINOPURINA E ACIDO NAFTALENO ACÉTICO 1

PROPAGAÇÃO IN VITRO DE SETE CAPOTES (Campomanesia guazumifolia)

Estabelecimento de Protocolos para cultura in vitro de Novas Cultivares de Coqueiro

GERMINAÇÃO in vitro DE Coffea canephora cv. Tropical EM DIFERENTES MEIOS DE CULTURA E AMBIENTES DE CULTIVO

GERMINAÇÃO IN VITRO E DESENVOLVIMENTO DE ESPÉCIES DE MELOCACTUS

Desenvolvimento in vitro de Cattleya loddigesii Lindley (Orchidaceae) sob diferentes métodos de semeadura

INFORMAÇÕES GERAIS DO TRABALHO

Germinação e crescimento in vitro de Cattleya bicolor Lindley (Orchidaceae)

Concentrações de sais do meio Knudson C e de ácido giberélico no crescimento in vitro de plântulas de orquídea

Estabelecimento in vitro da pitanga vermelha (Eugenia uniflora L.)

INFLUÊNCIA DOS ÁCIDOS NAFTALENO ACÉTICO E ÁCIDO INDOL BUTÍRICO (AUXINAS) NO DESENVOLVIMENTO

Micropropagação de framboeseira em diferentes concentrações de ferro - NOTA -

Ricardo Hideaki Assakawa 1 ; Stela Lopes de Faria 2, Patrícia da Costa Zonetti 3, Graciene de Souza Bido 3 1 INTRODUÇÃO

ESTABELECIMENTO IN VITRO DO MAROLO (Annoma crassiflora Mart.)

Propagação in vitro de orquídea: iodeto de potássio e cloreto de cobalto em meio de cultura Knudson C

MICROPROPAGAÇÃO IN VITRO DA MAMONA UTILIZANDO A CITOCININA 6- BENCILAMINOPURINA*

PROPAGAÇÃO IN VITRO DE DENTE DE LEÃO E DETERMINAÇÃO DE PROTOCOLO DE ASSEPSIA PARA SEMENTES

Produção de Mudas de Abacaxizeiro Pérola Utilizando a Técnica do Estiolamento In Vitro

Efeitos do ácido naftalenoacético e benzil-adenina no crescimento in vitro de Bifrenaria tyrianthina (Lodd.) Rchb.f.

Caue de Abreu Alvarez (PIBIC/CNPq), Sandremir de Carvalho (Orientador),

Estiolamento e Regeneração in vitro de Abacaxizeiro Pérola

REGENERAÇÃO IN VITRO DE SEMENTES DO BANCO ATIVO DE GERMOPLASMA DE MAMONA

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Concentrações de silício e GA 3 na propagação in vitro de orquídea em condição de luz natural

IV Seminário de Iniciação Científica

CULTIVO IN VITRO DE PLÂNTULAS DE ORQUÍDEA EM MEIO DE CULTURA ALTERNATIVO

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DO MEIO MS NA MICROPROPAGAÇÃO DA MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) Introdução

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Multiplicação in vitro de Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P.Queiroz sob Diferentes Concentrações de Isopenteniladenina

DIFERENTES MEIOS DE GERMINAÇÃO IN VITRO

IN VITRO DE AMOREIRA-PRETA CV. TUPY

MULTIPLICAÇÃO IN VITRO DE ARAÇÁ-VERMELHO (PSIDIUM CATTLEIANUM SABINE VAR. HUMILE) MYRTACEAE 1

Franca, Mariana Almeida Micropropagação de cana-de-açúcar cultivar RB Mariana Almeida Franca. Curitiba: f. il.

Fontes de silício na micropropagação de orquídea do grupo Cattleya

INFLUENCIA DE FUNGOS MICORRÍZICOS NA ACLIMATAÇÃO E REINTRODUÇÃO DE PLÂNTULAS DE ORQUÍDEAS DO GÊNERO ENCYCLIA OBTIDAS POR PROPAGAÇÃO IN VITRO.

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE JATAÍ UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENFERMAGEM

AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO IN VITRO DE Arundina bambusifolia Lindl. (ORCHIDACEAE)

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

CRESCIMENTO IN VITRO DE Cattleya bowringiana O BRIEN (ORCHIDACEAE) EM DIFERENTES NÍVEIS DE MACRONUTRIENTES E SACAROSE

Efeito do meio de cultura na germinação in vitro do jenipapeiro

Germinação in vitro de Candeia.

Circular. Técnica. Otimização da Produção de Mudas de Cattleya labiata: Efeito da Sacarose no Crescimento In Vitro e na Aclimatização.

PROPAGAÇÃO CLONAL IN VITRO DO GENÓTIPO CSRN 142 DE Ricinus communis L. UTILIZANDO O FITORREGULADOR TIDIAZURON*

CONSERVAÇÃO E ENRAIZAMENTO in vitro DE Bauhinia monandra Kurz(pata-devaca) PALAVRAS-CHAVE: conservação; enraizamento; pata -de- vaca

DESENVOLVIMENTO DE ORQUÍDEAS Cattleya guttata Lindl. EM MEIOS DE CULTURA DE MAMÃO E TOMATE

Germinação e desenvolvimento in vitro de orquídea epífita do Cerrado (1)

GERMINAÇÃO IN VITRO DE DIFERENTES CULTIVARES DE PIMENTA- DO-REINO (Piper nigrum L.)

Enraizamento in vitro de Aechmea setigera, bromélia endêmica da Amazônia, Acre, Brasil

ASSEPSIA DE PROPÁGULOS VEGETATIVOS DE CANA-DE-AÇÚCAR PARA CULTIVO In vitro 1. INTRODUÇÃO

UTILIZAÇÃO DE REGULADORES HORMONAIS NA GERMINAÇÃO E FORMAÇÃO DE PLÂNTULAS IN VITRO DE ORQUIDEAS

CRIOPRESERVAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MANDIOCA

PROTOCOLO DE PRODUÇÃO DE MUDAS IN VITRO DE Tabernaemontana catharinensis DC.

GERMINAÇÃO in vitro DE Catasetum juruenense HOEHNE (ORCHIDACEAE) COM VARIAÇOES DE ph

MICROPROPAGAÇÃO E ACLIMATAÇÃO DE PLÂNTULAS DE MORANGUEIRO. Palavras chaves: Micropropagação. Isolamento de meristema. Explante. Mudas sadias.

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 13

Concentrações de BAP sobre a proliferação in vitro de brotos de Lippia alba

TÉCNICAS DE CULTURA DE TECIDOS DE PLANTAS

Propagação in vitro de helicônia (Heliconia spp.) a partir de embriões zigóticos e embriogênese somática

da Embrapa Agroindústria Tropical - Rua Dra. Sara Mesquita, Bairro Pici Fortaleza, CE -

Transcrição:

GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL IN VITRO DE Encyclia flava (LINDL.) PORTO & BRADE (ORCHIDACEAE) Jaderson Roney Gomes de Oliveira 1 ; Wagner de Melo Ferreira 2 1 Aluno do Curso de Ciências Biológicas; Campus de Porto Nacional-TO; e-mail: jaderson.roney@gmail.com PIBIC/CNPq 2 Orientador(a) do Curso de Ciências Biológicas; Campus de Porto Nacional; e-mail: wmelouft@yahoo.com RESUMO A família Orchidaceae é considerada a maior e mais diversificada entre as angiospermas A germinação de sementes bem como o crescimento inicial in vitro têm sido amplamente utilizados para a obtenção de plantas dessa família. Assim, o objetivo do presente trabalho foi estudar a germinação e o crescimento inicial in vitro de Encyclia flava, espécie de orquídea ocorrente no Cerrado tocantinense. Foi testada a influência de quatro meios de cultura no processo de germinação e crescimento inicial: o meio de Murashige e Skoog (1962) nas concentrações de 50% e 100% de seus macronutrientes, o meio de Knudson (1946) e o meio de Vacin e Went (1949). Foram testados também, os efeitos da adição de diferentes concentrações de benziladenina [BA] e de ácido naftalenoacético [ANA] (em combinações de 0; 0,57 e 2,28 μm) como também de sacarose (0%, 1%, 2%, 3%, 4%, 5% e 6%) na multiplicação e crescimento in vitro da espécie. Não foram encontradas diferenças significativas entre os meios estudados no que diz respeito à germinabilidade das sementes de E. flava, embora os meios de Murashige e Skoog 50% e de Knudson tenham proporcionado resultados ligeiramente mais elevados que os demais. O meio de Knudson foi o que mais estimulou o crescimento dessa espécie ao longo dos 90 dias após a germinação. Os resultados obtidos mostraram que 1% de sacarose e 0,57μM de ANA em conjunto com 2,28 μm de BA, adicionados ao meio de Knudson são indicados para a multiplicação de brotos de E. flava. Palavras-chave: Propagação in vitro; sacarose; reguladores de crescimento Página 1

INTRODUÇÃO 25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas Essa família Orchidaceae é considerada a maior e mais diversificada entre as angiospermas (VENTURA, 2007). Em ambiente natural, as sementes de orquídeas necessitam de associações simbióticas com fungos micorrízicos para que ocorra a germinação, pois suas sementes são extremamente pequenas e possuem pouca reserva, não sendo suficiente para dar início ao processo de germinação. Mesmo com essa associação e com a grande quantidade de sementes por fruto (podendo haver milhares de sementes em um único fruto), a germinação destas plantas na natureza não passa de 5% (MOREIRA; TOMBA; ZONETTI, 2007; SANTOS et al., 2007). Devido à dificuldade de germinação apresentada pelas orquídeas, várias estratégias de propagação in vitro vêm sendo propostas, já que cada gênero, ou mesmo cada espécie, apresenta especificidades quanto às condições favoráveis e nutrientes requeridos (RUÍZ et al., 2008; SUZUKI et al., 2012). O cultivo de sementes e o desenvolvimento inicial de orquídeas in vitro foram iniciados a partir de 1922 com os trabalhos de Lewis Knudson, propondo um meio de cultura composto por sais minerais. Com isso foi possível o cultivo in vitro de orquídeas assimbioticamente, ou seja, sem a associação com fungos (MOREIRA; TOMBA; ZONETTI, 2007; HOSSAIN et al., 2009; SUZUKI et al., 2010). A propagação in vitro a partir de sementes é um dos métodos mais conhecidos e utilizados na multiplicação de espécies da família Orchidaceae (VENTURA, 2007). O presente estudo teve como objetivo estudar a germinação e o crescimento inicial in vitro de Encyclia flava (Orchidaceae). MATERIAL E MÉTODOS As sementes utilizadas no presente estudo foram oriundas de frutos coletados de plantas-matrizes adultas crescendo em ambiente natural e/ou viveiro de plantas. Após a embebição por trinta minutos em água deionizada e esterilizada em autoclave, as sementes foram tratadas com solução de hipoclorito de sódio comercial (teor de cloro ativo de 2-2,5%), na concentração de 15% (v/v) durante dez minutos, sendo em seguida submetidas a duas lavagens de 15 minutos com água deionizada e esterilizada Página 2

em autoclave. Após a desinfestação, as sementes foram inoculadas sobre os meios de cultura previamente preparados e esterilizados em autoclave. Foi testada a influência de quatro meios de cultura no processo de germinação: o meio de Murashige e Skoog (1962) [MS] nas concentrações de 50% e 100% de seus macronutrientes, o meio de Knudson (1946) [KN] e o meio de Vacin e Went (1949) [VW]. O ph dos meios de cultura foi ajustado para 5,8 ± 0,1 antes da adição de 0,2% de phytagel. Para cada meio de cultura foram realizadas cinco repetições que consistiram em frascos de vidros com capacidade para 100 ml fechados com tampas plásticas. As culturas foram mantidas em sala de crescimento com temperatura de 26 C ± 2 C e um fotoperíodo de 16 horas por meio do uso de lâmpadas fluorescentes com radiação fotossinteticamente ativa de 35-40 µmol. m -2. s -1. A análise da germinação foi feita com base no método proposto por Milaneze (1997). Noventa dias após o início da germinação das sementes, os indivíduos contidos nas cinco repetições foram avaliados de acordo com a quantidade de órgãos formados, de acordo com o proposto por Suzuki et al. (2009), para que se pudesse calcular o índice de crescimento. O índice de crescimento de cada repetição foi a somatória de todos os estágios de indivíduos nelas presentes. Com base nesses resultados foi possível escolher o meio de cultura mais favorável para o crescimento inicial das plântulas. Uma vez selecionado o meio de cultura que proporcionou a melhor taxa de crescimento, foram testados os efeitos da adição de diferentes concentrações de benziladenina [BA] e de ácido naftalenoacético [ANA] (em combinações de 0; 0,57 e 2,28 μm) como também de sacarose (0%, 1%, 2%, 3%, 4%, 5% e 6%) na multiplicação e crescimento in vitro da espécie, em experimentos separados. As condições experimentais são as mesmas descritas para o experimento de germinação. Os resultados foram avaliados após 90 dias de cultivo a partir da análise dos seguintes parâmetros: número de brotos e raízes formados por explante inoculado, comprimento do maior broto e da maior raiz, bem como a massa seca da parte aérea e das raízes após 90 dias de cultivo. Página 3

RESULTADOS E DISCUSSÃO 25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas O início da germinação das sementes de E. flava foi verificado 15 dias após a inoculação das sementes. Os resultados mostraram que as sementes germinaram em todos os meio de cultura utilizados com germinabilidade de 97,94% no meio MS 50%, 97,27% no KN, 96,09 no meio MS 100% e 95,68% no VW. Em relação ao crescimento inicial da referida espécie, baseando-se nos dados obtidos para o índice de crescimento, foi possível observar que o meio KN proporcionou o melhor desenvolvimento dos indivíduos (IC = 371,50), porém, estatisticamente, não houve diferença entre este meio e os meios VW (IC = 340,63) e MS 50% (IC = 336,61). O meio MS 100% apresentou um IC (190,69) significativamente inferior aos demais meios de cultura. Os resultados referentes à influência das concentrações de sacarose no crescimento in vitro de E. flava após 90 dias de cultivo não revelaram diferenças significativas entre os tratamentos. Entretanto, sob o ponto de vista das observações realizadas e considerando os valores numéricos obtidos, verificou-se que a formação de brotos foi maior no meio com 1% de sacarose, enquanto que a formação de raízes foi mais expressiva em meio contendo 6% desse dissacarídeo. Em relação aos efeitos das diferentes concentrações de ANA e BA na multiplicação e crescimento inicial de E. flava, também não foram detectadas diferenças significativas entre os vários tratamentos para nenhuma das variáveis avaliadas. Entretanto, 0,57μM de ANA em conjunto com 2,28 μm de BA, adicionados ao meio de Knudson suplementado com 1% de sacarose, são indicados para a multiplicação de brotos de E. flava. LITERATURA CITADA HOSSAIN, M. M.; SHARMA, M.; SILVA, J. A. T. da; PATHAK, P. Seed germination and tissue culture of Cymbidium giganteum Wall. ex Lindl. Scientia Horticulturae, v. 123, p. 479-487, 2010. KNUDSON, L. A new nutrient Solution for germination of orchid seeds. American Orchid Society Bulletin, v. 15, p. 214-217, 1946. Página 4

MILANEZE, A. M. Estudos em orquídeas nativas do Brasil: morfologia de sementes e culturas assimbiótico. 1997. 234 f. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 1997. MURASHIGE, T.; SKOOG, F. A revised medium for rapid growth and bioassays with tobacco tissue cultures Physiologia Plantarum, v. 15, p. 473-497, 1962. RUÍZ, B. C.; LAGUNA, C. A.; IGLESIAS, A. L. G.; DAMON, A.; MARÍN, H. T. N. J.; AZPÍROZ, R. H. S.; MORENO, M. J. L. Germinación in vitro de semillas de Encyclia adenocaula (La Llave & Lex.) Schltr (Orchidaceae). Phyton: International Journal of Experimental Botany, v. 77, p. 203-215, 2008. SANTOS, G. A.; SAITO, B. C.; MONTEIRO, D. P.; GUTIERRE, M. A. M.; ZONETTI, P. C. Utilização de reguladores hormonais na germinação e formação de plântulas in vitro de orquídeas. Iniciação científica CESUMAR, v. 9, n. 1, p. 7-12, 2007. SUZUKI, R. M.; MOREIRA, V. C.; NAKABASHI, M.; FERREIRA, W. M. Estudo da germinação e crescimento in vitro de Hadrolaelia tenebrosa (Rolfe) Chiron & V.P. Castro (Orchidaceae), uma espécie da flora brasileira ameaçada de extinção. Hoehnea, v. 36, n. 4, p. 657-666, 2009. SUZUKI, R. M.; ALMEIDA, V.; PESCADOR, R.; FERREIRA, W. M. Germinação e crescimento in vitro de Cattleya bicolor Lindley (Orchidaceae). Hoehnea, v. 37, n. 4, p. 731-742, 2010. SUZUKI, R. M.; MOREIRA, V. C.; PESCADOR, R.; FERREIRA, W. M. Asymbiotic seed germination and in vitro seedling development of the threatened orchid Hoffmannseggella cinnabarina. In Vitro Cellular & Developmental Biology Plant, v. 48, n. 5, p. 500-511, 2012. VACIN, E. F.; WENT, F. W. Some ph Changes in nutrient solutions. Botanical Gazette, v. 110, p. 605-617, 1949. VENTURA, G. M. Cultivo in vitro de orquídeas do grupo Cattleya, em diferentes meios de cultura e irradiâncias. 2007. 122f. Tese (Doutorado em Fitotecnia) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2007. AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq Brasil. Página 5