IPEF n.9, p.61-77, 1974 RENDIMENTOS EM CELULOSE SULFATO DE Eucalyptus SPP EM FUNÇÃO DO GRAU DE DESLIGNIFICAÇÃO E DA DENSIDADE DA MADEIRA Celso Edmundo Bochetti Foekel * The purpose of this investigation was to study Eucalyptus species pulps and trying correlations between pulp yields and degree of delignification and pulp yields and wood density. The following conclusions could be drawn from the data analysis: a) there is an important influence of species on pulp yields at given degrees of delignification. b) it was noticed a linear pattern between total pulp yield and Kappa number. as far one species was concerned as well all together. c) the same pattern was verified for reject content. d) the linear relationship was observed for weighty pulp yields and volumetric pulp yields. e) no proportionality was observed between weighty pulp yields and wood density. f) high correlation coefficients were noticed between volumetric pulp yields and wood density. So, one can assume that the morphological variations on the woods of different species were the major factor to avoid proportionality between weighty pulp yields and wood density. but this influence was not strong enough to produce interference on the volumetric pulp yield and wood density relationship. 1. INTRODUÇÃO Os sucessos alcançados na produção industrial de celulose sulfato e no melhoramento genético de espécies do gênero Eucalyptus, conduzindo a madeiras mais densas e uniformes, são sobejamente conhecidos no Brasil. O Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais e o Departamento de Silvicultura da Escola Superior de Agricultura «Luiz de Queiroz» -U.S.P. vêm se dedicando intensivamente a estes estudos e o presente trabalho se constitui em uma de suas muitas contribuições neste campo de atividades. Os seguintes objetivos básicos foram motivos de estudo nesta investigação: a) observar rendimentos em produção de celulose sulfato das seguintes espécies de Eucalyptus: E. robusta, E. tereticornis, E. saligna, E. grandis, E. citriodora, E. propinqua, E. maculata e E. paniculata; b) verificar o modelo de variação dos rendimentos em função do grau de deslignificação; c) constatar as implicâncias existentes quando da expressão dos rendimentos vias gravimétrica e volumétrica; d) verificar o tipo de relação entre rendimento a um determinado grau de deslignificação e densidade básica das madeiras. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA * Professor Assistente do Departamento de Silvicultura - ESALQ - USP.
2.1. - O gênero Eucalyptus na produção de celulose Atualmente não existem dúvidas que o gênero Eucalyptus, dentre as madeiras de folhosas, tem adquirido considerável importância em termos mundiais, como fonte de matéria prima para a indústria papeleira. Entretanto, devido à grande diversidade de espécies existentes, é difícil considerá-lo como uma madeira bem definida para a produção de celulose. Além disso, a facilidade de hibridação entre muitas espécies do gênero colaboram para uma maior desuniformidade nas qualidades de suas madeiras. Estes, dentre outros fatores, obrigam aos pesquisadores e produtores de celulose a acurados estudos de pesquisas visando obter a maximização das características desejáveis para determinados fins. Recentemente enfoque especial tem sido dado a pesquisas das características de suas madeiras bem como das propriedades de suas celuloses. Revisões bibliográficas razoavelmente completas foram apresentadas por JEFFREYS 1954, GLEESOM 1960, DADSWELL & STEWART 1962, SAMYER, WATSOM & COHEM 1969, PASTOR & CASAM, dentre outros. 2.2. - Relações entre rendimentos em celulose e grau de deslignificação Com o grande desenvolvimento alcançado atualmente pelas análises estatísticas de regressão e correlação e com as facilidades advindas do uso intensivo de modernas calculadoras, foi possível buscar-se modelos de variação de certas propriedades em função de outras. Assim é que a literatura tem apresentado muitos trabalhos correlacionando rendimentos em celulose com o seu grau de deslignificação expresso por diferentes índices. Relações de direta proporcional idade têm sido verificadas quando o rendimento bruto é tomado em função do número de permanganato (KEAYS & HATTOM, 1972) e principalmente do número Kappa (BUBLITZ & FARR, 1971 e CROON & AMDREWS, 1971). 2.3. - Relações entre rendimento em celulose e densidade da madeira Dentre os parâmetros considerados importantes para se estabelecer a qualidade da madeira com vistas a sua utilização para papel e celulose têm-se: densidade, comprimento da fibra, teor e tipo de extrativos e permeabilidade da madeira. A densidade da madeira é uma característica complexa que é afetada pelas variações no tipo da célula predominante, no diâmetro da fibra, na espessura da parede e na quantidade de materiais não estruturais como extrativos e tiloses. A forma mais usual de expressar densidade da madeira em nossas condições é a densidade básica, medida pela relação entre peso absolutamente seco e volume saturado em água de madeira. Existem na literatura diversas correntes que procuram correlacionar cuidadosamente rendimentos em celulose com densidade da madeira. Assim temos: 2.3.1. - Autores que admitem a influência da densidade da madeira no rendimento em celulose por unidade de digestor (FOELKEL, BRASIL & BARRICHELLO, 1971 e HILLIS, 1972). 2.3.2. - Autores que admitem uma perfeita correlação entre rendimentos e densidade da madeira. porém, trabalhando com uma única espécie. (VAN BUISTENEN. 1967 e BAREFOOT et al., 1970). 2.3.3. - Autores que admitem correlação direta entre rendimento e densidade da madeira. trabalhando com diversas espécies. admitindo porém que estas espécies
apresentam características morfológicas semelhantes. É o caso de FOELKEL. 1963, que trabalhou com espécies de Pinus, de alta similaridade morfológica relativamente às madeiras. 2.3.4. - Autores que sugerem cautela na tentativa de se estabelecer correlações entre propriedades da celulose e densidade da madeira. Argumentam que embora a densidade básica seja bem correlacionada com a espessura da parede celular há outros fatores importantíssimos a se considerar. principalmente para Eucalyptus, quais sejam: proporção e dimensão dos vasos da madeira. presença de extrativos, alta variabilidade no volume de parênquima na madeira. e ainda, a alta variabilidade das características das próprias fibras entre espécies (HILLIS, 1972 e HALL; HANSEN & RUBRA, 1973). 3.1. - Material 3. MATERIAL E MÉTODOS As madeiras utilizadas neste experimento constituíram-se de amostras representativas obtidas em povoamentos florestais cujas idades eram todas próximas aos 7 anos. Foram amostradas ao acaso 5 árvores para cada espécie, as quais foram abatidas, cortadas em toras, descascadas e reduzidas a cavacos em picador industrial. Os cavacos obtidos sofreram secagem natural ao ar e a seguir foram individualmente armazenados em sacos plásticos. A amostragem para todos os ensaios realizados foi feita sobre cada um destes lotes de cavacos. 3.2. - Métodos 3.2.1. - Determinação da densidade básica das madeiras Foi utilizado para tal o método do máximo teor de umidade, conforme FOELKEL; BRASIL & BARRICHELLO, 1971. 3.2.2. - Produção e processamento das celuloses O processo empregado foi o alcalino sulfato. Foram realizados 7 cozimentos por espécie, variando-se unicamente o álcali ativo e mantendo-se constantes as outras condições. O objetivo era obter celuloses a diferentes graus de deslignificação. As condições de cozimento empregadas aparecem no Quadro I. QUADRO I - Condições dos cozimentos Álcali ativo (% de Na 2 O sobre matéria seca)... 10, 11, 12, 13, 14, 15 e 16 Sulfidez (%)... 25 Relação Licor/Madeira... 4 : 1 Temperatura máxima... 170 o C Tempo até temperatura máxima... 2,0 hrs Tempo à temperatura máxima... 0,5 hrs O equivalente a 250 gramas de madeira absolutamente seca foi digerida por cozimento, num total de 56 cozimentos. As celuloses obtidas foram lavadas e depuradas e a seguir procedeu-se à determinação dos rendimentos brutos e depurados e teores de rejeitos, Como índice equivalente ao grau de deslignificação obtido foi utilizado o número Kappa. Os rendimentos em celulose foram expressos percentualmente e de duas formas, a saber:
a) gravimétricos (): relação percentual entre o peso de celulose absolutamente seca e o peso de madeira a.s. empregada; b) volumétricos (): relação percentual entre peso em toneladas de celulose a. s. e volume em metros Cúbicos sólidos de madeira empregada (toneladas de celulose a.s./100m 3 de madeira). 3.2.3. - Estabelecimento de equações de regressão Quando testados os modelos de variação de rendimentos em celulose em função do número Kappa e da densidade básica das madeiras, observou-se que existia uma relação altamente linear em ambos os casos. Utilizou-se portanto, de análise de regressão linear simples para o estabelecimento das equações desejadas. 4.1. - Densidade básica das madeira 4. RESULTADOS Os valores encontrados para a densidade básica das madeiras estão relatados no Quadro II. QUADRO II - Densidade básica das madeiras (g/cm 3 ) Espécie Densidade E. robusta 0,452 E. tereticornis 0,512 E. saligna 0,562 E. grandis 0,575 E. citriodora 0,637 E.propinqua 0,643 E. maculata 0,647 E. paniculata 0,680 4.2. - s brutos das celuloses Os resultados obtidos para rendimentos brutos constam do Quadro III.
QUADRO III - s brutos das celuloses (%) Alcali ativo (%) Espécie 10 11 12 13 14 15 16 E. robusta E. tereticornis E. saligna E. grandis E. citriodora E. propinqua E. maculata E. paniculata 60,3 27,2 56,3 28,8 59,1 33,2 57,8 33,2 62,1 39,6 60,1 38,6 55,8 36,1 59,1 40,2 57,4 25,9 51,4 26,3 57,1 32,1 54,1 31,1 58,9 37,5 51,9 33,4 53,1 34,4 53,1 36,1 51,3 23,2 49,8 25,5 53,2 29,9 49,7 28,6 54,7 34,8 49,6 31,9 48,0 31,0 52,1 35,4 4.3. - s depurados das celuloses 51,6 23,3 48,2 24,7 51,6 29,0 48,8 28,1 52,1 33,2 46,3 29,8 48,0 31,0 51,2 34,8 46,9 21,2 48,7 24,9 48,4 27,2 45,8 26,3 46,1 29,4 44,7 28,7 45,3 29,3 44,4 30,2 Os resultados para rendimentos depurados aparecem no Quadro IV. QUADRO IV - s depurados das celuloses (%) Alcali ativo (%) Espécie 10 11 12 13 14 15 16 E. robusta E. tereticornis E. saligna E. grandis E. citriodora E. propinqua E. maculata E. paniculata 24,9 11,2 28,4 14,5 42,7 24,0 35,3 20,3 31,6 20,1 31,6 20,3 32,6 21,2 38,4 26,1 27,2 12,3 35,2 18,0 47,6 26,8 44,9 25,8 39,8 25,4 38,5 24,8 35,1 22,7 42,1 28,6 40,8 18,4 46,8 24,0 51,9 29,2 47,2 27,1 45,7 29,1 45,0 28,9 43,8 28,3 47,0 32,0 40,5 18,3 48,1 24,6 50,4 28,3 47,6 27,4 49,9 31,8 44,5 28,6 45,2 29,2 48,2 32,8 46,2 20,9 48,5 24,8 45,8 25,7 45,7 26,2 45,9 29,3 44,3 28,5 46,2 29,9 45,3 30,8 48,8 22,0 48,8 25,0 49,3 27,7 47,2 27,1 45,7 29,1 46,0 29,6 47,2 30,5 46,0 31,3 46,7 21,1 47,0 24,1 49,0 27,5 46,3 26,6 44,6 28,4 44,2 28,4 46,2 29,9 45,3 30,8 48,4 21,9 45,4 23,2 47,7 26,8 46,5 26,7 43,3 27,6 45,2 29,1 47,1 30,5 45,7 31,1 47,3 21,4 45,2 23,1 47,1 26,5 45,5 26,2 42,9 27,3 44,8 28,8 46,2 29,9 44,2 30,1
4.4. - Teores de rejeitos das celuloses (%) Estão apresentados no Quadro V os resultados para teores de rejeitos. QUADRO V - Teores de rejeitos das celulose (%) Alcali ativo (%) Espécie 10 11 12 13 14 15 16 E. robusta T T E. tereticornis T T E. saligna T T E. grandis T T E. citriodora T T E. propinqua T T E. maculata T T E. paniculata T T 35,4 16,0 27,9 14,3 16,4 9,2 22,5 12,9 30,5 19,5 28,5 18,3 23,2 14,9 20,7 14,1 30,2 13,6 16,3 8,3 9,5 5,3 9,3 5,3 19,1 12,1 13,4 8,6 18,0 11,7 11,0 7,5 4.5. - Números Kappa das celuloses 10,5 4,8 3,0 1,5 2,3 0,7 2,5 1,5 9,0 5,7 4,6 3,0 4,2 2,7 5,1 3,4 As determinações de número kappa conduziram aos resultados que estão apresentados no Quadro VI. QUADRO VI - Números kappa das celuloses Alcali ativo (%) Espécie 10 11 12 13 14 15 16 E. robusta 99,6 70,6 39,0 45,9 21,8 26,0 23,2 E. tereticornis 72,7 56,3 35,8 19,0 19,6 20,7 16,4 E. saligna 75,0 48,8 34,7 29,2 18,0 21,6 18,5 E. grandis 88,3 58,0 35,4 32,6 19,4 23,0 18,3 E. citriodora 63,6 42,9 28,0 28,6 18,3 20,4 17,7 E. propinqua 90,9 68,5 33,0 33,9 22,3 24,5 23,6 E. maculata 84,3 49,6 32,8 31,0 18,1 19,1 18,6 E. paniculata 67,7 41,8 30,3 25,1 16,6 21,2 17,6 4.6. - Equações de regressão linear relacionando rendimentos com números kappa para cada espécie As equações estabelecidas foram do tipo Y = a + bx 11,1 5,0 0,1 0,1 1,2 0,7 1,2 0,7 2,2 1,4 1,8 1,2 2,8 1,8 3,0 2,0 0,7 0,3 0,2 0,1 2,6 1,5 0,1 0,1 0,2 0,1 0,4 0,2 0,4 0,3 0,5 0,4 2,1 0,9 1,8 0,9 0,3 0,2 0,9 0,5 1,1 0,7 1,8 1,2 1,0 0,6 0,7 0,5 1,1 0,5 0,2 0,1 0,6 0,3 0,4 0,3 0,4 0,3 0,4 0,3 0,9 0,6 1,5 1,0
onde Y = rendimento X = número kappa a, b = coeficientes da equação de regressão. Os coeficientes de correlação r foram também calculados e constam dos Quadros. Os valores encontrados estão relatados nos Quadros VII e VIII QUADRO VII - s gravimétricos em função do número kappa (valores de a, b e r) para cada espécie. Espécie bruto Teor de rejeitos a b r a b r E. robusta 44,2130 0,1693 0,9877-9,4773 0,4828 0,9806 E. tereticornis 44,8766 0,1433 0,9318-9,4000 0,4790 0,9745 E. saligna 45,1620 0,2045 0,9616-5,1250 0,2798 0,9585 E. grandis 43,2521 0,1714 0,9917-6,9040 0,3121 0,9746 E. citriodora 39,4255 0,3960 0,9234-12,6325 0,6876 0,9784 E. propinqua 40,7516 0,1973 0,9583-8,8648 0,3807 0,9763 E. maculata 43,7568 0,1507 0,9604-6,2538 0,3719 0,9546 E. paniculata 41,7157 0,2705 0,9406-6,6903 0,4055 0,9942 QUADRO VIII - s volumétricos em função do número kappa (valores de a, b e r) para cada espécie. Espécie bruto Teor de rejeitos a b r a b r E. robusta 19,9974 0,0758 0,9874-4,2889 0,2181 0,9808 E. tereticornis 22,9708 0,0732 0,9294-4,8135 0,2453 0,9740 E. saligna 25,3832 0,1148 0,9608-2,9419 0,1566 0,9459 E. grandis 24,8590 0,0985 0,9910-3,9607 0,1790 0,9755 E. citriodora 25,1047 0,2527 0,9254-8,0738 0,4388 0,9789 E. propinqua 26,2281 0,1264 0,9590-5,6606 0,2441 0,9762 E. maculata 28,2832 0,0979 0,9580-4,0454 0,2407 0,9535 E. paniculata 28,3727 0,1838 0,9420-4,5575 0,2760 0,9940 4.7. - Equações de regressão linear relacionando rendimentos com número kappa para todas as espécies conjuntamente Com a finalidade de se verificar a possível existência de correlação significativa entre rendimentos obtidos para as diferentes espécies com os correspondentes números kappa, foram também testadas equações de regressão linear com todos os dados disponíveis, o que forneceu as seguintes relações: 4.7.1. - s Brutos RBg = 43,7269 + 0,1847 K r = 0,8545 RBv = 26,5182 + 0,0863 K r = 0,4281 onde RBg = rendimento bruto gravimétrico
RBv = rendimento bruto volumétrico r = coeficiente de correlação linear K = número Kappa 4.7.2. - Teores de rejeitos T = - 7,5522 + 0,4044 K r = 0,9250 T = - 4,1092 + 0,2263 K r = 0,9106 onde T = teor de rejeitos base gravimétrica T = teor de rejeitos base volumétrica r = coeficiente de correlação linear K = número Kappa 4.8. - em celulose a um dado número kappa Obtidas as equações relacionando rendimentos com número Kappa foi possível que se estimassem rendimentos a determinados números Kappa para efeitos de comparação entre espécies. Foram escolhidos os números Kappa iguais a 50, 40, 30 e 25 para as determinações. Os valores calculados para rendimentos aos números Kappa em questão estão apresentados nos Quadros IX, X, XI e XII. Observe-se que os rendimentos depurados foram obtidos por diferenças entre os valores estimados para rendimentos brutos e teores de rejeitos. QUADRO IX - s em celulose a um número Kappa igual a 50 Espécie bruto depurado Teor de rejeitos T T E. robusta 52,68 23,79 38,02 17,17 14,66 6,62 E. tereticornis 52,04 26,63 37,49 19,18 14,55 7,45 E. saligna 55,39 31,12 46,53 26,23 8,86 4,89 E. grandis 51,82 29,78 43,12 24,79 8,70 4,99 E. citriodora 59,22 37,74 37,47 23,87 21,75 13,87 E. propinqua 50,62 32,55 40,45 26,01 10,17 6,54 E. maculata 51,29 33,18 38,95 25,19 12,34 7,99 E. paniculata 55,24 37,56 41,66 28,32 13,58 9,24 QUADRO X - s em celulose a um número Kappa igual a 40 Espécie bruto depurado Teor de rejeitos T T E. robusta 50,98 23,03 41,15 18,59 9,83 4,44 E. tereticornis 50,61 25,90 40,85 20,90 9,76 5,00 E. saligna 53,34 29,97 47,27 26,65 6,07 3,32 E. grandis 50,11 28,80 44,53 25,60 5,58 3,20 E. citriodora 55,26 35,21 40,39 25,73 14,87 9,48 E. propinqua 48,64 31,28 42,28 27,18 6,36 4,10 E. maculata 49,78 32,20 41,16 26,62 8,62 5,58 E. paniculata 52,54 35,72 43,01 29,24 9,53 6,48
QUADRO XI - s em celulose a um número Kappa igual a 30 Espécie bruto depurado Teor de rejeitos T T E. robusta 49,29 22,27 44,28 20,02 5,01 2,25 E. tereticornis 49,18 25,17 44,21 22,63 4,97 2,54 E. saligna 51,30 28,83 48,03 27,07 3,27 1,76 E. grandis 48,39 27,81 45,93 26,40 2,46 1,41 E. citriodora 51,30 32,68 43,31 27,59 7,99 5,09 E. propinqua 46,67 30,02 44,11 28,36 2,56 1,66 E. maculata 48,28 31,22 43,38 28,04 4,90 3,18 E. paniculata 49,83 33,89 44,36 30,17 5,47 3,72 QUADRO XII - em celulose a um número Kappa igual a 25 Espécie bruto depurado Teor de rejeitos T T E. robusta 48,44 21,89 45,85 20,73 2,59 1,16 E. tereticornis 48,46 24,80 45,89 23,48 2,57 1,32 E. saligna 50,27 28,25 48,40 27,28 1,87 0,97 E. grandis 47,54 27,32 46,64 26,81 0,90 0,51 E. citriodora 49,32 31,42 44,76 28,52 4,56 2,90 E. propinqua 45,68 29,39 45,03 28,95 0,65 0,44 E. maculata 47,52 30,73 44,48 28,76 3,04 1,97 E. paniculata 48,48 32,97 45,03 30,63 3,45 2,34 4.9. - Relações entre rendimentos a determinados números Kappa e densidade básica das madeiras Com a finalidade de se observar a existência ou não de correlação direta entre rendimentos e densidade básica das madeiras, utilizou-se de análise de regressão e correlação. Os rendimentos obtidos para cada espécie um determinado grau de deslignificação foram correlacionados com a densidade da respectiva madeira. A equação de regressão estudada era do tipo Y = a + bx onde Y = rendimento X = densidade básica da madeira a, b = coeficiente da equação de regressão Os coeficientes da equação e de correlação estão apresentados no Quadro XIII.
QUADRO XIII - s a determinados números Kappa em função da densidade básica das madeiras (valores de a, b e r). Número Kappa bruto a) a b r b) depurado a) b) Teor de reajeitos a) T b) T a b r a b r a b r a b r a b r 50 40 30 25 48,7265 8,1773 0,2207-2,8341 58,4161 0,9330 37,1293 5,6619 0,1379-12,6692 64,1702 0,7938 11,5849 2,5343 0,0464-1,6435 15,8747 0,4275 49,5961 3,0780 0,1108-1,1312 53,3475 0,9528 42,4325 0,2506 0,0084 0,3872 41,9314 0,9255 7,1663 2,8227 0,0730-1,5184 11,4161 0,4326 50,4974-2,0686-0,1030 0,5546 48,3121 0,9705 47,7314-5,1489 -,02557 1,9812 41,2979 0,9653 2,7688 3,0757 0,1315-1,4266 7,0142 0,4382 50,9393-4,6312-0,2643 1,3922 45,8014 0,9773 50,4068-7,8960-0,4795 2,7498 41,0284 0,9802 0,5311 3,2671 0,1955-1,3590 4,7754 0,4227 5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 5.1. - Influência das espécies que: Com base nos resultados obtidos aos valores de número Kappa escolhidos notou-se 5.1.1. - s brutos gravimétricos Para os quatro valores de número Kappa escolhidos para comparações houve uma certa constância de agrupamento das espécies. Desta forma E. citriodora, E. saligna e E. paniculata sempre mostraram os maiores rendimentos brutos, enquanto E. robusta, E. tereticornis e E. grandis, apresentaram-nos médios, ao passo que E. maculata e E. propinqua mostraram valores inferiores. 5.1.2. - s depurados gravimétricos Quando a referência para comparações passa a ser o rendimento depurado, a situação se altera bastante, em virtude dos teores variados de rejeitos entre cada espécie. E. saligna, E. grandis e E. paniculata apresentaram os melhores rendimentos depurados enquanto as espécies restantes mostraram valores equivalentes.
5.1.3. - Teores de rejeitos gravimétricos Foram bastante variáveis, porém as espécies E. citriodora, E. robusta, E. tereticornis e E. paniculata mostraram os valores mais elevados de rejeitos. 5.1.4. - s brutos volumétricos Sendo propriedade altamente dependente da densidade básica da madeira, notou-se que as espécies mais densas, E. citriodora, E. paniculata, E. maculata e E. propinqua apresentaram os maiores valores. Entretanto, E. saligna e E. grandis mostraram valores razoáveis, enquanto somente E. tereticornis e E. robusta mostraram valores considerados baixos. 5.1.5. - s depurados volumétricos Apenas E. robusta e E. tereticornis registraram baixos rendimentos depurados volumétricos. As outras espécies foram aproximadamente equivalentes, destacando-se E. paniculata e E. saligna. 5.1.6. - Teores de rejeitos volumétricos E. citriodora, E. paniculata,. E. maculata e E. tereticornis mostraram consistentemente maiores teores de rejeitos base volumétrica. 5.2. - Relações entre rendimentos em celulose e grau de deslignificação Conforme pode ser observado nos Quadros VIl e VIII. houve uma perfeita correlação de ordem linear entre os rendimentos brutos em celulose e teores de rejeitos, com o grau de deslignificação, expresso em número Kappa. É facilmente notável que a variabilidade dos rendimentos e teores de rejeitos pode ser explicada quase sempre em mais de 90% pela variação do número Kappa. Igualmente, quando se tentou relacionar todo o conjunto de valores para rendimentos e teores de rejeitos, para todas as espécies, com os números Kappa correspondentes, observou-se também alta correlação linear positiva. Isso sugere a possibilidade de se estimar aproximadamente o rendimento a um dado número Kappa para quaisquer das espécies estudadas, desde que mantidas as condições experimentais. Observe-se ainda que alta correlação foi obtida tanto para rendimentos gravimétricos como volumétricos. 5.3. - Relações entre rendimentos a determinados números Kappa e densidade básica das madeiras Da análise do Quadro XIII pode-se facilmente concluir que não houve relação linear significativa entre rendimentos gravimétricos e densidade básica das madeiras. Esse fato vem confirmar a cautela sugerida por HILLIS - 1972 - que considera o gênero Eucalyptus de uma variabilidade anatômica extrema em relação à sua madeira. O mesmo autor sugere que o gênero seja dividido em espécies semelhantes quanto à anatomia de suas madeiras segundo a classificação de BLAKELY, 1965, para estes tipos de estudos.
Por outro lado, quando se procurou estabelecer relações entre rendimentos volumétricos e densidade básica da madeira obtiveram-se excelentes coeficientes de correlação, mostrando que os rendimentos têm sua variabilidade dependendo em 90% ou mais da variação da densidade básica. 6. CONCLUSÕES Com base nos resultados obtidos e para as condições em que foi realizado este experimento pode-se concluir que: a) existe uma importante influência das espécies nos rendimentos em celulose obtidos a graus de deslignificação constantes; b) constatou-se um modelo de variação altamente linear entre rendimento bruto e número Kappa, tanto para cada espécie individualmente, como para o conjunto das oito espécies; c) idem a b para teores de rejeitos; d) a linearidade foi observada tanto para rendimentos gravimétricos como volumétricos; e) não se verificou existência de proporcionalidade entre rendimentos gravimétricos e densidade básica das madeiras; f) observou-se alta correlação entre rendimentos volumétricos com a densidade das madeiras. Conclui-se assim que, para espécies cujas morfologias das madeiras sejam diferentes, o melhor tipo de correlação a se buscar é entre rendimentos volumétricos e densidade das madeiras e não a última contra rendimentos gravimétricos. 7. BIBLIOGRAFIA BAREFOOT, A. C. et alii - 1970 - North Carolina Agricultural Experiment Station Tech. BulI., 202. 88 p. BLAKELY, W. F. - 1965 - A key to the Euculyptus. Canberra, Commonwealth Australian Forestry Timber Bureau. BUBLlTZ, W. J. & FARR, T. D. - 1971- Tappi, 54(10): 1716. CROON, I. & ANDREWS, D. H. - 1971 - Tappi, 54(11): 1893. DADSWELL, H. E. & STEW ART, C. M. - 1962 -Austrália CSIRO Division of Forest Products Technological Paper, 17a. ------, 17b. FOELKEL, C. E. B. - 1973 - Unbleached kraft pulp properties of some of the Brasilian and U. S. pines. Syracuse, College of Environmental Science and Forestry. 192 p. Tese de mestrado. ------; BRASIL, M. A. M. & BARRICHELO, L. E. G. - 1971 - Métodos para determinação da densidade básica de cavacos para coníferas e folhosas. IPEF. Piracicaba, (2/3); 65-74.
GLEESON, G. L. - 1960 - Svensk papperslidning, 15(6): 477. HALL, M. J.; HANSEN, N. W. & RUDRA, A. B. - 1973 - Appita, 26(5): 348. HATTON, J. V.; KEAYS, J. L. & HEJJAS, J. - 1972 - Pulp and paper magazine of Canada,. 73(4): 63. HILLIS, W. E. - 1972 - Appita, 26(2): 113. JEFFREYS, R. B. - 1954 - The world's paper trade review. 142(22; 23): 1825; 1890. KEAYS, J. L. & HATTO, J. V. - 1972 - Pulp and paper magazine of Canada. 73(10): 100. PASTOR, J. F. C. & CASAN, A. P. - s. d. - Investigación y técnica del papel, 6(21): 711. SANYER, N. - s.d. - Proceedings of the UNESCO/F AO Regional Symposium on pulp and paper research and technology in the Middle East and North Africa. VAN BUIJTENEN, J. P. - 1967 - IUFRO Proceedings of lhe 14 th Congress. 9: 243. WATSON, A. J. & COHEN, W. E. - 1969 - Appita, 22(4): 17.
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