Fascículo. Capítulo II. A luz artificial e os Leds. Led Evolução e inovação. Novo! iluminação convencionais. tecnologia de estado sólido.

Documentos relacionados
Eficiência energética ambiental. Iluminação. 2 º. semestre, 2017

Capítulo IV. Entendendo um pouco mais os Leds. Por Vicente Scopacasa*

Capítulo VIII. Gerenciamento elétrico Por Vicente Scopacasa* Além disso, alguns fabricantes costumam semicondutor com uma única junção do

Projetos e Soluções. Iluminação Pública Novembro 2015

Introdução à Tecnologia de LED

Fascículo. Capítulo III. Entendendo os Ledsv. Led Evolução e inovação. high power, com fluxo luminoso unitário. pode disponibilizar.

Catálogo de Lâmpadas de LED Ano: 2012

Luz amiga do ambiente A ausência de metais pesados, chumbo e mercúrio tornam a tecnologia LED especialmente amiga do ambiente.

PEA - Eletrotécnica Geral 1 LUMINOTÉCNICA E LÂMPADAS ELÉTRICAS

PEA 3496 Energia e Meio Ambiente: Sistemas Energéticos e seus Efeitos Ambientais. Prof. Marco Saidel Arq. Juliana Iwashita.

EcoLampe Induction Lighting CARACTERÍSTICAS

Projectos de Iluminação com LED s A ponte para o Futuro

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA EEL7011 Eletricidade Básica AULA 07 COMANDO DE LÂMPADAS INCANDESCENTES

Capítulo V. Fontes de luz. Por Plinio Godoy*

Nome: Jeremias Christian Honorato Costa Disciplina: Materiais para Engenharia

Lâmpadas e luminotécnica

LEDs versus lâmpadas convencionais

Como funciona a lâmpada fluorescente

Conceitos Básicos. Introdução:

Introdução à luminotécnica. Introdução à luminotécnica. Introdução à luminotécnica. Introdução à luminotécnica

Introdução à Astrofísica. Espectroscopia. Rogemar A. Riffel

Eficiência Energética Fundação Santo André - Professor Mario Pagliaricci

NOSSA MISSÃO: Desenvolver e executar soluções integradas de iluminação sob medida para cada cliente. NOSSA VISÃO:

CAPÍTULO 5 DIODOS ESPECIAIS ELETRÔNICA ANALÓGICA AULA 05

Iluminando com criatividade. Módulos de LEDs para comunicação visual OSRAM

ILUMINAÇÃO LED. Residencial, Comercial e Industrial

Lâmpadas Incandescentes

Definição e Histórico

A iluminação ideal para cada momento.

Universidade de São Paulo Instituto de Física de São Carlos - IFSC. FCM 208 Física (Arquitetura) Iluminação. Prof. Dr.

Ventilador 60cm AT 127V ou 220V

TE243 Eletricidade Aplicada li. Capítulo 3 Luminotécnica

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL CAMPUS RIO GRANDE INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Semáforos de LED s. (adaptado de artigo publicado na revista Engenharia 544 do Instituto de Engenharia)

Símbolo do diodo emissor de luz LED

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS (IEI)

Dark Skies Rangers Program

Modelo de caracterização de LEDs de potência para aplicações em iluminação

ELETRÔNICA GERAL. Prof. Jhonatan Machado Godinho

Junção p-n Diodo retificador Diodo Emissor de Luz (LED s e OLED s) Transistor. Revisão: Semicondutores dopados

APRESENTAÇÃO. Linha de produtos Portal Lux 2017

Algumas informações e propriedades do isótopo estável do tungstênio estão apresentadas na tabela.

CATÁLOGO DE ILUMINAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Departamento de Química. CQ122 Química Analítica Instrumental II Prof. Claudio Antonio Tonegutti Aula 01 09/11/2012

LED Planet Importadora

1 / 10 Tel: +55 (19) LED Planet Importadora LED Tubes ou Tubular T8

ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL. Grandezas e Unidades Fontes de Iluminação Artificial

ELETRICIDADE. Eletrodinâmica. Eletrostática. Eletromagnetismo

Comparativo Lâmpada LED x Lâmpadas Convencionais

COMPOSIÇÃO DO LED LIGHT EMITTING EMITTING DIODE. Diodo Emissor de Luz

AULA 21 INTRODUÇÃO À RADIAÇÃO TÉRMICA

CATÁLOGO TOTAL LED PRODUTOS PRINCIPAIS

MANUAL DE MEDIÇÃO E CÁLCULO DAS CONDIÇÕES LUMINOTÉCNICAS

MR16 - GU10 Lâmpada de LED

GRANDEZAS FOTOMÉTRICAS E MÉTODO DE LUMÉNS AULA 20

Prof. Dr. Lucas Barboza Sarno da Silva

ZAB Física Geral e Experimental IV

O que é a Lâmpada LED?

ELÉTRONS EM ÁTOMOS. Depois do modelo de Rutherford: Como é o comportamento dos elétrons nos átomos? Rutherford: estrutura planetária, com o

Agronomia Química Analítica Prof. Dr. Gustavo Rocha de Castro. As medidas baseadas na luz (radiação eletromagnética) são muito empregadas

SOLUÇÃO ALUNO PRATIQUE EM CASA

Propriedades Óticas. Profa. Cristina Bormio Nunes

CLIMATOLOGIA. Radiação solar. Professor: D. Sc. João Paulo Bestete de Oliveira

Capítulo IX. Gerenciamento elétrico Drivers Por Vicente Scopacasa* que tenhamos a garantia da vida útil apresentado na Figura 1.

Universidade Federal do Paraná Departamento de Física Laboratório de Física Moderna

Canhões LED 50W /100W

Caracterização de uma Lâmpada

201 7 Iluminação LED

LED. Possuem acendimento instantâneo, favorecendo a melhor iluminação ao serem ligadas.

Cor.doc Página 1 de 5 Teoria das Cores

Noções básicas de quântica. Prof. Ms. Vanderlei Inácio de Paula

Professor Ventura Ensina Tecnologia

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL CAMPUS RIO GRANDE INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

DIMENSÕES FÍSICAS. Cromax Eletrônica Ltda. Rua Pereiro, 17 Vila Nova Cumbica Guarulhos/SP

Dimensões Físicas. Cromax Eletrônica Ltda. Rua Pereiro, 17 Vila Nova Cumbica Guarulhos/SP

Luz & Radiação. Roberto Ortiz EACH USP

Espectroscopia do Visível

VISENER CATÁLOGO ILUMINAÇÃO LED. Junho Todos os nossos produtos estão certificados: CE, RoHS, DEKRA, TUV

2. Propriedades Corpusculares das Ondas

LUZ PARA TODOS OS AMBIENTES

Aplicações: Galpões Armazéns Vias públicas Indústrias Restaurantes Iluminação externa e interna em geral

ReefLED - PAR38 15W Lâmpadas PAR38 15W. Copyright 2012 ReefLED Todos os direitos reservados. Versão 1.3

Prêmio abilux Um é pouco, dois é bom, três é demais! Iluminação Industrial Kuai Zi. Iluminação de Vias Pública Bat Light

LUMINÁRIAS LEDS, CARACTERÍSTICAS ECONOMICAS PARA IMPLANTAÇÃO EM SISTEMAS FOTOVOLTAICOS 1

Avaliação de Alternativas à Lâmpada Incandescente (de 60W) Prof. Henrique A. C. Braga, Dr. Eng.

Aula 19 Condução de Eletricidade nos Sólidos

Conceitos Básicos de Eletricidade Visando as Instalações Elétricas. Professor: Ricardo Costa Alvares

Aplicação Ambiente interno; Escritórios; Enfermarias, quartos e corredores de hospitais; Refeitórios; Lojas; Hotéis;

L E D C A T Á L O G O

A experiência das Linhas de Balmer

SEMICONDUTORES. Conceitos Básicos. Prof. Marcelo Wendling Jul/2011

SÉRIE LÂMPADAS LED TUBULARES

Microscopia e o Espectro Eletromagnético

INTRODUÇÃO À ELETRÔNICA GERAL (Unidade 1)

Energia É definida como tudo aquilo capaz de realizar ou produzir trabalho. Ela existe em diversas modalidades sob várias formas:

PEA - Eletrotécnica Geral 1 LÂMPADAS ELÉTRICAS ( FONTES LUMINOSAS )

Transcrição:

34 Capítulo II A luz artificial e os Leds Novo! Por Vicente Scopacasa* Como adiantado no artigo anterior, outros nesta estrutura atômica. Isto faz e magnéticos que os caracterizam como iremos abordar cada componente do com que os elétrons não sejam livres ondas eletromagnéticas. sistema que compõe a iluminação do suficientes para orbitarem de qualquer estado sólido e, para começar, vamos forma, mas sim de forma ordenada e em Lâmpada incandescente abordar a tecnologia dos Leds detalhando órbitas específicas ao redor do núcleo. o seu princípio de funcionamento, Dependendo do elemento que estamos O princípio de funcionamento de benefícios, particularidades etc., além analisando, podemos ter vários níveis de uma lâmpada incandescente segue o de comparativo com os componentes de órbitas, com diferentes níveis de energia. princípio físico acima apresentado, em iluminação convencionais. Isto quer dizer que um determinado que, ao aplicarmos uma corrente elétrica Para começarmos, vamos entender elétron pode ocupar outras posições em um metal, no caso, o tungstênio, qual é o princípio físico da geração de luz no mesmo átomo e, para tal, deverá ter este fica incandescente e emite luz. O além das características de funcionamento nível de energia diferente, portanto, princípio de geração de luz neste caso de algumas lâmpadas convencionais se fornecermos energia a um átomo, a deve-se à movimentação dos elétrons e então traçarmos um paralelo com a tendência é que os elétrons, ao receberem entre as diversas órbitas dos átomos do tecnologia de estado sólido. esta energia, passem para órbitas de tungstênio gerando os fótons de luz. É A melhor definição de luz seria maior energia e toda esta movimentação importante ressaltar que os fótons de luz uma forma de energia produzida pela faz com que os elétrons venham a perder gerados apresentam vários comprimentos matéria, mas, para entendermos como a energia adquirida na forma de pacotes de ondas e, no caso particular da lâmpada luz é gerada, vamos analisar a estrutura de energia conhecidos como fótons incandescente, tem sua distribuição atômica que faz parte desta matéria. ou partículas de luz. Esses fótons têm espectal conforme mostra a Figura 1. Como sabemos, o átomo é composto de diferentes comprimentos de onda e Conforme podemos notar na Figura um núcleo (contendo cargas positivas podem ser visíveis ou não, dependendo 1, temos uma distribuição espectal com conhecidas como prótons) com um certo do material, do nível de energia aplicado comprimentos de onda que vão desde o número de elétrons (cargas negativas) e das distâncias percorridas entre as ultravioleta (uva) da ordem de 380 nm vibrando ao redor dele. diversas órbitas dos átomos. até a faixa do infravermelho (acima de Em função de termos cargas de Portanto, temos a geração de diferentes 800 nm), passando por todos os outros diferentes sinais, positivas e negativas, tipos de fótons, com diferentes valores valores intermediários. Observamos podemos afirmar que o núcleo que de comprimento de onda associados a também uma alta concentração de fótons é formado por cargas positivas e os determinadas cores e tudo isto é percebido na faixa do amarelo e do vermelho e que elétrons que têm cargas negativas, como luz. Os fótons são partículas sem a grande maioria dos fótons gerados está são mutuamente atraídos uns pelos massa, porém, com componentes elétricos concentrada na faixa do infravermelho,

aplicada a uma lâmpada incandescente é transformada em luz visível, o que resulta em baixa eficácia, normalmente, em torno de 15 a 20 lúmens por watt. 35 Lâmpada fluorescente Apesar de utilizar o mesmo processo físico de geração de luz da lâmpada incandescente, a lâmpada fluorescente incorpora uma novidade que é, primeiro, a geração de fótons ultravioletas para, depois, transformá-los em luz visível. O processo básico consiste na utilização de gases inertes, geralmente, o argônio e o vapor de mercúrio que, quando excitados pelos elétrons gerados pelos eletrodos da lâmpada resultam em luz ultravioleta, que, por sua vez, excita os átomos do fósforo depositados nas paredes internas do vidro da lâmpada, resultando, finalmente, em fótons de vários comprimentos de onda percebidos como luz branca. Mesmo com esse processo, aparen- Figura 1 Espectro de distribuição de potência de uma lâmpada incandescente. radiação esta não percebida pelo olho luz, pois transformam grande parte da humano e, consequentemente, não energia elétrica em luz não visível ao olho visível. Este é o principal motivo pelo humano. qual as lâmpadas incandescentes são Como informação adicional, ineficientes sob o ponto de vista de somen te cerca de 5% da energia elétrica

36 temente mais complexo do que o da lâmpada incandescente, temos maior aproveitamento da energia elétrica fornecida ao sistema, sendo que a eficácia das fluorescentes é bem maior do que a das incandescentes, principalmente, pelo fato de termos menor geração de luz infravermelha. A eficácia das lâmpadas fluorescentes é variada e depende da tecnologia e dos invólucros utilizados. Este valor normalmente está compreendido entre 60 e 100 lúmens por watt. Quanto ao espectro de distribuição de potência, as lâmpadas fluorescentes geralmente apresentam espectro não contínuo, como observado nas lâmpadas incandescentes, consistindo de picos de potência em determinados comprimentos de onda. Um exemplo de uma distribuição espectral de uma lâmpada fluorescente é apresentado na Figura 2. Como pudemos observar através dos dois exemplos apresentados até agora, tanto a lâmpada incandescente como a fluorescente geram luz branca através da geração de fótons de vários comprimentos de onda que, quando integrados, resultam na percepção de luz branca. Por outro lado, os invólucros nos quais a luz é gerada são geralmente compostos de eletrodos, filamentos, gases inertes, bulbos de vidro, etc., e aí é que temos a primeira grande diferença quando comparamos com Leds, pois nestes, a geração de luz é feita no sólido, por isso, o emprego do termo iluminação de estado sólido ou solid state lighting. Leds O Led, diodo emissor de luz, ou Light Emitting Diode, é um componente eletrônico semicondutor, mesma tecnologia utilizada nos chips dos compu tadores, que têm a propriedade de transformar energia elétrica em luz. Esta transformação é diferente da encontrada em lâmpadas convencionais que utilizam filamentos metálicos, radiação ultravioleta e descarga de gases, entre Figura 2 Exemplo de um espectro de distribuição de potência de uma lâmpada fluorescente. outras. No Led, a transformação da energia elétrica em luz é feita no sólido, sendo, por isso, chamada de estado sólido. Como comparação, podemos citar que os Leds estão para as lâmpadas convencionais, assim como os transistores estão para as válvulas eletrônicas. É plenamente conhecida a contribuição que os transistores trouxeram e ainda trazem para a revolução da eletrônica ocorrida nos últimos 50 anos e hoje estamos vivendo uma nova revolução, agora da iluminação, com o contínuo avanço da tecnologia dos Leds, substituindo cada vez mais as lâmpadas convencionais. Mais especificamente, o Led é uma estrutura cristalina composta de dois tipos de materiais, o primeiro chamado de tipo N, que é um material rico em elétrons, e o segundo chamado de tipo P, material pobre em elétrons. Como visto anteriormente, a fim de gerarmos luz, precisamos criar um ambiente em que haja a combinação de elétrons com lacunas, pois sempre que isto acontece, há a liberação de energia em forma de fótons. Tal estrutura cristalina é formada sobre um substrato transparente, no caso dos Leds azuis, em que se utiliza safira ou silicon carbide e sobre este substrato são adicionadas as impurezas, normalmente InGaN (Indium, Gallium, Nitride). Um outro tipo de substrato (GaN) também começa a ser utilizado com a vantagem de ser mais compatível com as impurezas, resultando em maior estabilidade do cristal. Uma vez obtido o chip semicondutor que emite luz azul, temos a adição de mais um processo que consiste na aplicação de uma camada de fósforo para que tenhamos a conversão da luz azul em branca. Este processo é bem similar ao da lâmpada fluorescente, só que, neste caso, a luz que excita o fósforo é ultravioleta. A luz azul excita os átomos do fósforo e estes geram luz com vários comprimentos de onda, formando luz branca. Na Figura 3, apresentamos as influências do chip azul (lumincescência) e o fósforo YAG (fosforescência) na formação do espectro de distribuição de potência de um Led branco. A tecnologia de iluminação de estado sólido oferece vários benefícios sobre a iluminação convencional, dos quais destacamos: Maior vida útil Reconhecidamente,

38 Figura 3 Composição do espectro de potência de um Led branco. o Led oferece vida útil superior quando comparado com as lâmpadas. Vida útil é definida como a capacidade de manter 70% do fluxo original por um período de 50.000 horas; Menor consumo de energia Para se obter a mesma quantidade de luz, o Led necessita de menor quantidade de energia; Custo de manutenção reduzido Em função da maior vida útil, menor é a necessidade de trocas, com isso, são gerados menores custos de manutenção; Maior eficácia Mais lúmens gerados com menor quantidade de energia, atingindo valores da ordem de 200 lúmens por watt em algumas situações. Com isso, podemos afirmar que hoje, o Led é a fonte de luz com maior eficácia. Projeções mostram que a eficácia do Led ainda tem muito a progredir; Alta resistência a impactos e vibrações por não ter peças móveis, bulbos de vidro e gases, os Leds são altamente resistentes a impactos e vibrações. Em algumas aplicações, este benefício tem fundamental importância para o bom funcionamento da luminária; Acionamento instantâneo O Led é a fonte de luz com o menor tempo de acionamento, o que o torna ideal para vários tipos de produtos; Facilidade de dimerização Como os Leds são alimentados por corrente elétrica, várias são as possibilidades de dimerização; Não emissão de radiação ultravioleta ou infravermelho O Led branco não contem radiação ultravioleta ou infravermelho no feixe de luz, fato este que é muito importante em determinados tipos de aplicação; Ecologiamente viável Sem nenhum tipo de metal pesado ou gases nocivos à natureza, os Leds são ecologicamente corretos e estão de acordo com todas as normas de controle de emissão de elementos nocivos ao meio ambiente. Os Leds com relação à sua potência elétrica Os primeiros Leds brancos surgiram em dois tipos de encapsulamento: de 5 mm, tecnicamente conhecido como T1¾ e o de 3 mm, conhecido como T1. Estes Leds ofereciam fluxos luminosos da ordem de 0,5 lúmens. Na verdade, eram especificados em unidades de candelas pois apresentavam ângulo máximo de emissão de 30, com potência da ordem de 70 mw, resultando em uma eficácia de 7 lúmens/watt, isso para temperatura de cor de 6500 K, pois não existiam Leds com temperaturas de cor quentes. IRC? Nem pensar! No entanto, o cenário começou a mudar quando foi lançado o primeiro Led branco de potência no ano 2000. Este Led, conhecido como Luxeon, apresentava um fluxo luminoso da ordem de 20 lúmens, consumindo 1,23 W, resultando em uma eficácia expressiva, para a época, é claro, de 16 lúmens/watt ainda em branco frio de aproximadamente 6500 K. O mais interessante de tudo é que este Figura 4 Alguns exemplos de encapsulamentos utilizados atualmente pelos fabricantes.

Led chegava a custar US$ 6 no mercado internacional. Pode-se dizer que a grande revolução da iluminação de estado sólido realmente aconteceu depois do surgimento do primeiro Led de potência, pois começou a viabilizar projetos de fontes de luz mais compactas e com alto fluxo luminoso. Aos poucos, foram desenvolvidos arranjos de Leds, que possibilitavam a fabricação de luminárias para uso externo, de alto fluxo, porém, sempre com temperatura de cor fria. Com o decorrer dos anos, vários tipos diferentes de encapsulamento foram desenvolvidos sempre observando a capacidade de dissipação térmica, pois, cada vez mais, temos chips semicondutores maiores, o que resulta em maior quantidade de fluxo luminoso, porém, em mais dissipação de calor. Na Figura 4, apresentamos alguns encapsulamentos hoje utilizados pelos fabricantes de Leds e notamos a diversificação de encapsulamentos, pois a tecnologia ainda está em evolução, tornando difícil a padronização. Em termos de potências elétricas, podemos classificar os Leds brancos em três grandes grupos: Leds de baixa potência (low power) Componentes com potência elétrica de até 250 mw com fluxo luminoso de 20 a 35 lúmens; Leds de média potência (mid power) Componentes com potência elétrica compreendido entre 250 mw e 1 W, com fluxo luminoso de 35 a 150 lúmens; Leds de alta potência (high power) Componentes com potência elétrica acima de 1 W com fluxo luminoso de 150 lúmens até 15000 lúmens. Quando projetamos uma fonte de luz de qualquer luminária, a observação da faixa de potência é fundamental, pois, dependendo das circunstâncias, temos que fazer a melhor escolha, levando em consideração parâmetros, como eficácia (lúmens/watt), custo (lúmens/r$) e parâmetros técnicos, como dissipação de calor, diretamente ligada ao valor da resistência térmica do encapsulamento do Led; fluxo luminoso individual; tensão direta, etc. No próximo artigo, iremos tratar deste assunto com mais detalhes por meio de uma abordagem mais técnica, em que serão interpretados os principais parâmetros elétricos, óticos e térmicos dos Leds. *Vicente Scopacasa é engenheiro eletrônico com pós-graduação em administração de marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 40 anos. Especificamente em Leds, atuou por mais de 30 anos em empresas líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior. Atua hoje como consultor na área de iluminação de estado sólido e como professor em cursos de especialização e de pós-graduação. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br 39