CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA MICROBACIA DO RESERVATÓRIO JUÁ NA BACIA DO ALTO JAGUARIBE CE

Documentos relacionados
CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO AÇUDE CATOLÉ

MORFOMETRIA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO FAÉ, CEARÁ

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ESPINHARAS-PB

DETERMINACÃO DAS CARACTERÍSTICAS MOFOMÉTRICAS DA SUB-BACIA DO RIACHO MADEIRA CORTADA, QUIXELÔ, CE.

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO SÃO PEDRO, JEQUITINHONHA/MG Aline J. Freire 1, Cristiano Christofaro 2

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JACARECICA/SE

ENGENHARIA AGRONÔMICA HIDROLOGIA. Bacias Hidrográficas. Prof. Miguel Toledo del Pino, Eng. Agrícola Dr. 2018

Caracterização morfométrica da unidade de planejamento do Poxim SE

2.5 Caracterização Fisiográfica da Bacia Hidrográfica

Bacia Hidrográfica divisores de água rede de drenagem seção de controle.

CARACTERIZAÇÃO FISIOGRÁFICA DE UMA BACIA AFLUENTE AO RIO COMANDAÍ 1 PHYSIOGRAPHIC CHARACTERIZATION OF AN AFFLUENT BASIN COMANDAÍ RIVER

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Engenharia Civil. Bacias Hidrográficas. Professora: Mayara Moraes

Análise geomorfométrica da bacia hidrográfica do rio Jacaré, Niterói - RJ

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE UMA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO TAPEROÁ/PB

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DA HIDROGRAFIA

Titulo do Trabalho ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA MICROBACIA DO CÓRREGO DO VANGASSE - PRATÂNIA/SP

BACIA HIDROGRÁFICA. Nomenclatura. Divisor de água da bacia. Talweg (talvegue) Lugar geométrico dos pontos de mínimas cotas das seções transversais

CARACTERIZAÇÃO FISIOGRÁFICA DA BACIA HIDROGRÁFICA EXPERIMENTAL DO CÓRREGO FUNDO

11º ENTEC Encontro de Tecnologia: 16 de outubro a 30 de novembro de 2017

CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO AÇUDE FAÉ, CEARÁ, BRASIL

ACH 1056 Fundamento de Cartografia Profª. Mariana Soares Domingues

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA MICROBACIA DO CÓRREGO DO COQUEIRO, NO NOROESTE PAULISTA

RECURSOS HÍDRICOS USO DE DADOS SRTM E PLATAFORMA SIG PARA ESTUDO HIDROLÓGICO DE CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PIABANHA - BA

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA BACIA DO CHORÓ, MUNÍCIPIO DE CHORÓ CEARÁ

11º ENTEC Encontro de Tecnologia: 16 de outubro a 30 de novembro de 2017

Caracterização morfométrica da área de drenagem de cinco açudes a partir de técnicas de sensoriamento remoto

Eixo Temático ET Recursos Hídricos ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE UMA MICROBACIA DE ORDEM 4 DO RIO PIRANHAS

Caracterização da fitofisionomia e de solos na Sub-bacia hidrográfica do Alto Médio Gurguéia por Sistemas de Informações Geográficas SIG

ESTUDO HIDROLÓGICO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MAMANGUAPE

GEOPROCESSAMENTO APLICADO NA AVALIAÇÃO MORFOMÉTRICA DA MICROBACIA DO CÓRREGO ESTÂNCIA SANTA RITA NA CIDADE DE BOTUCATU-SP 1 INTRODUÇÃO

Associação Portuguesa de Geomorfólogos Departamento de Geografia - FLUP, Via Panorâmica, S/N Porto

DETERMINAÇÃO AUTOMÁTICA DE PARÂMETROS MORFOMÉTRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO DOS NAMORADOS-PB A PARTIR DE MDE

ANÁLISE DO RELEVO DA MICROBACIA

Departamento de Engenharia Civil Disciplina : Hidrologia (HIA0001) Prof. Dr. Doalcey Antunes Ramos

16º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

Denis Spoladore Ferreira 1, Carlos Alexandre Damasceno Ribeiro 1, Alexandre Cândido Xavier 1, Roberto Avelino Cecílio 1.

Rutz, E.C. 1 ; Meurer, M. 2 ;

Eixo Temático ET Recursos Hídricos CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA MICROBACIA DO RIACHO DAS COBRAS, SANTO ANDRÉ-PB E GURJÃO-PB

Fundação Carmelitana Mário Palmério-FUCAMP Curso de Bacharelado em Engenharia Civil. Hidrologia Aplicada C A R O L I N A A.

CICLO HIDROLÓGICO CICLO HIDROLÓGICO CARACTERIZAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

MORFOMETRIA E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RIBEIRÃO DA CACHOEIRINHA SANTA RITA DO SAPUCAÍ-MG

Análise morfométrica de microbacias hidrográficas, comparando a cartografia na escala 1: e a medida de campo, Batatais, SP.

DIAGNÓSTICO FÍSICO-CONSERVACIONISTA DA MICROBACIA DOS CÓRREGOS PINDAÍBA, MARIMBONDO E TENDA, UBERLÂNDIA-MG

Caracterização Fisiográfica da Bacia Hidrográfica do Rio do Mosquito, Palmeiras do Tocantins TO.

ANÁLISE DE PARÂMETROS MORFOMÉTRICOS PARA A BACIA HIDROGRÁFICA DO ARROIO LAJEADO GRANDE, OESTE DO RS

Hidrologia e Recursos Hídricos 2008 / 2009

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁGICA DO CAETÉ, ALFREDO WAGNER/SC VESTENA, L. R 1. CHECCHIA, T 2. KOBIYAMA, M 3.

DIAGNÓSTICO FÍSICO-CONSERVACIONISTA DA MICROBACIA DO CÓRREGO BOA VISTA, UBERLÂNDIA-MG.

GEOPROCESSAMENTO APLICADO NA ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA MICROBACIA DO CÓRREGO DAS PEDRAS RIBEIRÃO BONITO (SP)

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA DA BARRAGEM DO QUINCOÉ NO MUNICÍPIO DE ACOPIARA, CEARÁ, BRASIL

Caracterización morfométrica de la cuenca del Arroyo Agua da Lucia, Botucatu-SP

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA E USO E OCUPAÇÃO: ESTUDO DE CASO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO AÇUDE FOGAREIRO

AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES MORFOMÉTRICOS PARA A CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PEIXE-BOI, PA. Apresentação: Comunicação Oral

Bacia Hidrográfica. Prof. D.Sc. Enoque Pereira da Silva

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO SIRIEMA

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DA LAGOA DO LAGAMAR DO CAUÍPE CEARÁ

Vitória da Conquista, 10 a 12 de Maio de 2017

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA SUB-BACIA HIDROGRAFICA DO CÓRREGO DO CERRADÃO

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CARATINGA, SUB BACIA DO RIO DOCE, MG

ANÁLISE DE BACIAS HIDROGRÁFICAS. Hierarquia Fluvial Análise linear da rede hidrográfica Análise areal das bacias hidrográficas Análise hipsométrica

Caracterização fisiográfica da bacia hidrográfica do Ribeirão Douradinho com base em parâmetros morfométricos

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA MICRO BACIA HIDROGRAFICA DO CORRÉGO DO MONJOLO NA CIDADE DE PATOS DE MINAS MG

Denis Spoladore Ferreira 1 Carlos Alexandre Damasceno Ribeiro 1 Alexandre Cândido Xavier 1 Roberto Avelino Cecílio 1 Fábio da Silveira Castro 1

GEOPROCESSAMENTO APLICADO NA CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DE CONTAS - BA

Territorial planning in River Uberaba s Watershed, MG, Brazil

ANÁLISE MORFOMETRICA DE DEFINIÇÃO DO POTENCIAL DE USO DO SOLO NA MICROBACIA DO CÓRREGO DO NECA, EM UBERABA- MG

XIII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GAVIÃO-BA

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

GEOPROCESSAMENTO APLICADO NA CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA MICROBACIA DO RIBEIRÃO DUAS ÁGUAS - BOTUCATU(SP)

CARACTERIZAÇÃO FISIOGRÁFICA DA BACIA HIDROGRAFICA DO RIACHO DO MACHADO EM VÁRZEA ALEGRE, CEARÁ

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO BRANDINA, CAMPINAS SP

3 - Bacias Hidrográficas

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PINDAIATUBA, AFLUENTE DO DO RIO GUAPORÉ, SUDOESTE DO ESTADO DE MATO GROSSO

PHA Hidrologia Ambiental. Bacias Hidrográficas

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GEOPROCESSAMENTO APLICADO A ANÁLISE AMBIENTAL E AOS RECURSOS HÍDRICOS

AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS GEOMORFOLÓGICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO DAS BRANQUINHAS, ARNEIROZ-CE

FACULDADE SUDOESTE PAULISTA CURSO - ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA - HIDROLOGIA APLICADA EXERCÍCIO DE REVISÃO

Hidrologia Bacias hidrográficas

CC54Z - Hidrologia. Bacia hidrográfica: conceitos fundamentais e caracterização fisiográfica. Universidade Tecnológica Federal do Paraná

OBTENÇÃO DE PARÂMETROS MORFOMÉTRICOS DE BACIA HIDROGRÁFICA POR MEIO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA. Adriana Cavalieri Sais 1 ; Euzébio Beli 2

Programa Analítico de Disciplina ENF387 Manejo de Bacias Hidrográficas

Fisiografia da bacia hidrográfica do rio Forqueta, RS, sul do Brasil

Eixo Temático ET Recursos Hídricos

ESTUDO PLUVIOMÉTRICO E FLUVIOMÉTRICO PRELIMINAR NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO EMBU-GUAÇU, SP.

CARACTERIZAÇÃO PRELIMINAR DA BACIA HIDROGRÁFICA DO IGARAPÉ ILHA DO COCO NO SUDESTE PARAENSE

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA DO RIBEIRÃO PANQUINHAS, ES

MORFOMETRIA DA BACIA HIDROGRÁFICA DA CACHOEIRA DAS POMBAS, GUANHÃES - MG 1

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO SANTA MARIA, IBATIBA-ES.

Caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do rio Tapuio (Ceará Brasil)

15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

Análise morfométrica das microbacias do Córrego da Onça, dos Macacos e dos. Dourados na Bacia do Rio Araguari.

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CATOLÉ GRANDE, BAHIA, BRASIL

MAPEAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO 15 DE OUTUBRO ES

Bacias Hidrográficas. Universidade de São Paulo PHA3307 Hidrologia Aplicada. Escola Politécnica. Aula 3

Análise das características morfométricas da bacia hidrográfica rio das Pitas

Figura 2.1. Esquema de uma bacia hidrográfica.

CARACTERISTICAS MORFOMÉTRICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO IBICUÍ CARACTERISTICAS MORFOMÉTRICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO IBICUÍ

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO COLÔNIA NO LITORAL SUL DA BAHIA

CARACTERIZAÇÃO DA DRENAGEM FLUVIAL E A VARIABILIDADE HIDROGRÁFICAS DOS RIOS AGUAPEÍ E PEIXE, NO OESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO

Análise fisiográfica da bacia hidrográfica do rio Forqueta, RS

Transcrição:

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA MICROBACIA DO RESERVATÓRIO JUÁ NA BACIA DO ALTO JAGUARIBE CE Jhon Lennon Bezerra da SILVA¹, Maria Zilda Quintino Araújo de ASSIS¹, Helba Araújo de Queiroz PALÁCIO 2, Júlio Cesar Neves do SANTOS 3, Paulilo Palácio BRASIL¹, Wesley Lívio Viana TORRES¹ ¹Graduandos do curso Tecnologia de Irrigação e Drenagem, IFCE, campus Iguatu, CEP: 63.500.000, Iguatu, CE. Fone: (88) 35821000. E- mail: jhonlennoigt@hotmail.com ²Doutora em Engenharia Agrícola, CCA/UFC, Profa. IFCE, campus Iguatu-CE, helbaraujo23@yahoo.com.br ³Doutorando em Engenharia Agrícola, Depto. de Engenharia Agrícola, CCA/UFC. Resumo: Esse trabalho objetivou-se em caracterizar a microbacia hidrográfica do reservatório Juá que compõe a bacia do Alto Jaguaribe no estado do Ceará. Nesse sentido obtiveram-se vários parâmetros morfométricos relevantes para o estudo do comportamento hidrológico da microbacia, utilizando o sistema de informações geográficas para o processamento de dados e análises do rio. Onde teve como área 47,51 km² e, perímetro de 25,99 km. Esses dados foram obtidos através da carta cartográfica digital referente à Iguatu do ano de 1970, utilizou-se o software ArcGIS 9.3, no qual o mesmo ajudou a contornar limitações no que se refere ao conhecimento adequado para possibilitar o manejo da bacia. O seu coeficiente de compacidade foi de 1.06, fator de forma de 0,01 e índice de circularidade de 0,88, com densidade de drenagem de 0,64 km/km². Palavras-chave: área da bacia, bacia hidrográfica, morfometria, perímetro 1. INTRODUÇÃO A bacia hidrográfica é definida como uma área de captação natural da água da precipitação que faz convergir os escoamentos para um único ponto de saída, seu exutório. É composta basicamente de um conjunto de superfícies vertentes e de uma rede de drenagem formada por cursos d água que confluem até resultar num leito único no exutório (SILVEIRA, 2001). Os principais componentes como o solo, água, vegetação e fauna, coexistem em permanente e dinâmica interação, respondendo às interferências naturais e àquelas de natureza antrópica, afetando os ecossistemas como um todo. Nesses compartimentos naturais bacias hidrográficas, os recursos hídricos constituem indicadores das condições dos ecossistemas, no que se refere aos efeitos do desequilíbrio das interações dos respectivos componentes (SOUZA et al., 2002). A bacia hidrográfica se configura atualmente como umas das principais unidades de gerenciamento territorial que dispomos nas atividades agrossilvipastoris, sendo modelada pelas condições geológicas e climáticas locais. Entretanto, em função do desenvolvimento da sociedade, cada vez mais, as bacias hidrográficas têm sofrido alterações na estrutura física dos canais, no aporte de sedimentos, na composição da biota, no regime hidráulico e no fluxo de matéria e energia. Tais alterações e o padrão espacial do uso e cobertura do solo têm importantes efeitos sobre a produção e transporte de sedimentos (VANACKER et al., 2005). Horton (1945) propôs em sua metodologia método de classificação da ordem de magnitude dos cursos d água que formam a rede de drenagem de uma bacia hidrográfica, que ajudam a eliminar limitações no processo. Em estudos das interações entre os processos, sob o ponto de vista quantitativo, utiliza-se o método de análise morfométrica através dos seguintes parâmetros: densidade de drenagem, coeficiente de compacidade, índice de circularidade, forma da bacia, dentre outros. O objetivo desse trabalho é exatamente aprofundar o conhecimento das características morfométricas, a partir da estimativa de alguns parâmetros físicos, tais como à área da bacia, perímetro, comprimento da bacia, comprimento total dos rios, fator de forma, coeficiente de compacidade, declividade, densidade de drenagem, entre outros, fazendo a caracterização da microbacia do reservatório Juá, inserida na bacia do alto Jaguaribe no estado do Ceará.

2. MATERIAL E MÉTODOS O reservatório Juá está localizado na região nordeste no município de Acopiara no estado do Ceará, com latitude de 06º 05' 40.12" S e longitude: 39º 27' 16.30" W. O clima, segundo Köppen, está classificada como BSw h, tropical semiárido quente, com temperatura média anual de 28,0 ºC e precipitação pluvial média anual de 771,55 mm (FUNCEME, 2010). O mesmo foi caracterizado morfometricamente com base na carta cartográfica digital referente à Iguatu de 1970, no software ArcGIS 9.3. Onde possibilitou o manejo adequado da microbacia, assim também gerando o conhecimento adequado de suas limitações, como mostra na Figura 1. Figura 1: Localização do reservatório na carta da SUDENE. A microbacia do reservatório Juá foi caracterizada com base nos seguintes fatores físicos: declividade, área, perímetro, sinuosidade da bacia, coeficiente de compacidade, fator de forma, densidade de drenagem, comprimento da bacia, ordem dos cursos d água e índice de circularidade, onde esses parâmetros foi adquirido através do software ArcGIS 9.3. Segundo NUNES et al., (2006), a sinuosidade de uma bacia hidrográfica é um fator controlador da velocidade do escoamento superficial, na qual representa a relação entre o comprimento do rio principal e o comprimento do talvegue. Utiliza-se a equação 1: S B Sinuosidade da bacia

L P comprimento do curso principal (km) L T comprimento do talvegue (km) O coeficiente de compacidade relaciona o perímetro da bacia e a circunferência de um círculo de área igual à da bacia, variando de acordo com a forma da bacia. Segundo Villela e Mattos (1975), esse coeficiente é um número adimensional que varia com a forma da bacia, independentemente de seu tamanho. Quanto mais irregular for à bacia, maior será o coeficiente de compacidade. Um coeficiente mínimo igual à unidade corresponderia a uma bacia circular e, para uma bacia alongada, seu valor é significativamente superior a um. Quando o Kc for mais próximo da unidade, significa dizer que a bacia será mais suscetível a enchentes mais acentuadas. Utiliza-se a equação 2: Kc coeficiente de compacidade P perímetro da bacia A área da bacia De acordo com Villela e Matos (1975), quanto mais baixo for o fator de forma menor será a susceptibilidade a enchentes da bacia. A forma da bacia pode ser influenciada pela geologia, comportamento e processos hidrológicos. Assim sendo, o fator de forma é dado pela razão entre a área de drenagem e o comprimento entre a foz e a nascente da bacia. Utiliza-se a equação 3: Kf Fator de forma A Área de drenagem (m²) L Comprimento do eixo da bacia (m) A densidade indica com qual velocidade a água deixa a bacia hidrográfica. O índice de densidade de drenagem segundo Villela e Mattos (1975) pode variar entre 0,5km/km², para bacia com drenagem pobre e, 3,5km/km² ou mais, para bacias bem drenadas. Utiliza-se a equação 4: Dd Densidade de drenagem (km/km²) L t Comprimento total de todos os canais (km) A Área de drenagem (km²)

A ordem dos cursos d água pode ser determinada seguindo a hierarquia de Strahler (1957), em que os canais sem tributários são designados de primeira ordem. A confluência de um canal de ordem inferior a um superior, não altera a ordem deste. Segundo Miller (1953 apud CHRISTOFOLETTI, 1974), simultaneamente ao coeficiente de compacidade, o índice de circularidade tende para a unidade à medida que a bacia se aproxima da forma circular e diminui à medida que a forma torna alongada. Utiliza-se a equação 5: Ic Índice de circularidade A Área de drenagem (m²) P Perímetro da bacia (m) A declividade da bacia é expressa como a variação de altitude de dois pontos, sendo estes a 15% da nascente e a 10% da foz, dividida por 75% do comprimento da bacia. Utiliza-se a equação 6: ALT N Altitude na nascente da bacia (%) ALT F Altitude na foz da bacia (%) L b Comprimento da bacia (km) Segundo Villela e Mattos (1975), a altitude foi representada pela curva hipsométrica que é aplicada na variação da elevação dos vários terrenos da bacia. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os índices morfométricos das bacias hidrográficas são cálculos importantes por permitirem o conhecimento aprofundado de suas características, a prevenção de enchentes e o manejo adequado destas unidades naturais. A microbacia do rio Juá é de segunda ordem, seguindo a hierarquia de Strahler, isso indica que é pouco ramificada, já que ocupa uma área de drenagem de 47,51 km² e, perímetro de 25,99, de acordo com a tabela 1. Tabela 1 Características físicas da microbacia do rio Juá. Características Físicas Resultados Área (km²) 47,51 Perímetro (km) 25,99 Comprimento do rio principal (km) 12,92 Comprimento total dos rios (km) 30,41 Comprimento da Bacia (km) 85,69 Comprimento do Talvegue (km) 6,78 Ordem da bacia 2ª Coeficiente de Compacidade 1,06

Fator de Forma 0,01 Índice de Circularidade 0,88 Densidade de Drenagem (km/km²) 0,64 Sinuosidade do Curso d'água 1,91 Declividade (m/km) 0,0222 Cota Máxima (m) 405 Cota Mínima (m) 281 A bacia apresentou pouca ramificação, possui uma área de drenagem de 47,51 km², e cursos de no máximo de segunda ordem. A declividade foi de 0,0222 m/km, a microbacia tem relevo plano, havendo poucas ramificações ao longo dos cursos dos rios. A declividade média de uma bacia hidrográfica tem importante papel na distribuição da água entre o escoamento superficial e subterrâneo, dentre outros processos. A ausência de cobertura vegetal, classe de solo, intensidade de chuvas, dentre outros, associada à maior declividade, conduzirá à maior velocidade do escoamento, menor quantidade de água armazenada no solo e resultará em enchentes mais pronunciadas, sujeitando a bacia à degradação (TONELLO, 2005). Com o valor da densidade de drenagem encontrado (0,64 km/km²), entende-se que a bacia estudada possui uma fraca drenagem, isso pode ser explicado pela ordem de cursos dos rios que possuem também pobre ramificação para uma grande área de drenagem. A densidade de drenagem pode variar entre 0.5 km/km², para bacia com drenagem pobre e, 3,5 km/km² ou mais, para bacias bem drenadas (Villela e Mattos, 1975). 4. CONCLUSÕES Com os resultados morfométricos encontrados, a microbacia do reservatório Juá possui susceptibilidade a enchentes, com pouca sinuosidade no curso principal apenas de 1,91. O rio apresenta poucas ramificações em seu sistema, tendo uma bacia de segunda ordem. As características da declividade da bacia indica que a área possui um relevo plano, com cota máxima de 405 e mínima de 281. A bacia tem um forte controle estrutural da drenagem, por ser de forma mais alongada, sendo comprovado pelo índice de circularidade (0,88), coeficiente de compacidade (1,06) e fator de forma (0,01). A densidade de drenagem da bacia de valor 0,64 km/km², indica que a mesma possui fraca capacidade de drenagem. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FUNCEME (2010), disponível em: <http://www.funceme.br/>. Acesso em 07 de Julho de 2012. HORTON, R.E. Erosional development of streams and their drainage basins: hidrophysical approach to quantitative morphology. Bull. Geol. Soc. Am., n.56, p.275-370, 1945. TONELLO, K.C. Análise hidroambiental da bacia hidrográfica da Cachoeira das Pombas, Guanhães, MG. 2005. 85f. Tese (Mestrado) Universidade Federal de Viçosa Programa de Pós- Graduação em Ciências Floresta, Viçosa, MG, 2005. SILVEIRA, A. L. L. Ciclo hidrológico e bacia hidrográfica. In: TUCCI, C.E.M. (Org.). Hidrologia: ciência e aplicação. São Paulo: EDUSP, 2001. p 35-51. SOUZA. C.G., et al. Caracterização e manejo integrado de bacias hidrográficas. Belo Horizonte: EMATER, 2002. 124p. STRAHLER, A.N. Quantitative analysis of watershed geomorphology. New Halen: Transactions: American Geophysical Union, 1957. v.38. p. 913-920.

VANACKER, V.; MOLINA, A.; GOVERS, G.; POESEN, J.; DERCON, G.; DECKERS, S. River channel response to short-termhuman-induced change in landscape connectivity in Andean ecosystems. Geomorphology, v. 72, n. 1-4, p. 340-353, 2005. VILLELA, S. M.; MATTOS, A. Hidrologia aplicada. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1975. 245p.