ADSORÇÃO DE GASOLINA E DIESEL POR DIVERSOS ADSORVENTES (ARGILAS ORGANOFÍLICAS E CARVÃO ATIVADO)

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Palavras-chave: Tratamento de águas produzidas, Carvão ativo, Adsorção, Extração Líquido-Líquido

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Transcrição:

ADSORÇÃO DE GASOLINA E DIESEL POR DIVERSOS ADSORVENTES (ARGILAS ORGANOFÍLICAS E CARVÃO ATIVADO) Anna Karoline Freires de Sousa¹, Guilherme Costa de Oliveira 2, Aline Cadigena Lima Patrício 2, Marcílio Máximo da Silva 2, Meiry G. F. Rodrigues 2 Resumo 1 Química Industrial,UEPB, kah_freire@hotmail.com 2 LABNOV/UAEQ/CCT/UFCG, meiry@deq.ufcg.edu.br Neste estudo argilas nacionais do tipo verde e chocolate A foram modificadas através de tratamento químico (organofilização) para uso na remoção de contaminantes orgânicos. Além das argilas, o carvão ativado também será usado, que é o adsorvente comercial mais utilizado, porém seu uso é limitado devido ao seu alto custo. Por este motivo é importante buscar materiais alternativos e economicamente viáveis, como é o caso de argilas organofílicas. Foram realizados testes de capacidade em solventes orgânicos com todos os adsorventes (gasolina e diesel). Os resultados obtidos mostram que as argilas organofílicas (verde e chocolate A), apresentaram maior capacidade de adsorção nos solventes testados (gasolina e diesel) quando comparadas com as argilas naturais (verde e chocolate A). Ao comparar os resultados da capacidade de adsorção do carvão ativado com as argilas organofílicas, verifica-se que as referidas argilas foram mais eficientes. Palavras chave: argilas organofílicas, carvão ativado, adsorção, gasolina, diesel. Introdução Os graves problemas ambientais gerados pelo aumento considerável dos descartes de efluentes industriais contaminados, aliados às leis ambientais cada vez mais rigorosas, estimulam as pesquisas nesta área, visando a obtenção de métodos alternativos de baixo custo e mais eficientes no tratamento de águas e despejos. Dentre alguns métodos, a adsorção recebe uma considerável atenção porque é altamente eficiente para a remoção dos efluentes. Embora existam muitos adsorventes usados no processo de adsorção, o carvão ativado é o mais comumente usado no tratamento de efluentes em todo o mundo (S. Veli, 2005). Entretanto, o alto custo restringe o seu uso. Por esta razão, muitos estudos têm sido realizados a fim de descobrir adsorventes efetivos e de baixo custo (R. Naseem, 2001; S. Babel, 2003). Com isso as argilas vem sendo utilizadas como um método alternativo. s são materiais naturais, terrosos, de granulação fina e formadas quimicamente por silicatos hidratados de alumínio, ferro e magnésio. São constituídas por partículas cristalinas extremamente pequenas, de um número restrito de minerais conhecidos como argilominerais, podendo conter ainda matéria orgânica, sais

solúveis, partículas de quartzo, pirita, calcita, outros minerais residuais e minerais amorfos (P. de Souza Santos, 1989). Carvão ativado é um adsorvente cabonáceo com uma alta porosidade interna e, portanto grande superfície interna, com valores variando entre 500 e 1500 m²/g (Norit, 2011). Exibem uma capacidade de adsorção considerável para vários poluentes, sejam orgânicos ou inorgânicos (Razvigorova, 1997) Este trabalho teve por finalidade avaliar a capacidade de adsorção de cada adsorvente (argila verde natural, argila verde organofílica, argila chocolate A natural, argila chocolate A organofílica e carvão ativado) e compará-las. Os testes de capacidade de adsorção foram realizados usando os solventes orgânicos: gasolina e óleo diesel. Material e Métodos O carvão ativado comercial foi fornecido pela Empresa Norit. Preparação das argilas organofílicas Utilizou-se na preparação de argilas organofílicas, as argilas policatiônicas verde e Chocolate A, fornecidas pela Bentonisa, nas suas formas brutas, peneiradas em peneira ABNT 200 (0,074 mm), sem modificação das propriedades químicas. Utilizou-se o sal quaternário de amônio comercial denominado Cloreto de estearil dimetil amônio (Praepagen WB) com a relação argila/sal igual a 100 meq/100 g de argila (Pereira, 2005). Especificações do sal (Praepagen WB): [(CH 3 ) 2 (C 18 H 37 )2N + ] Cl -, fornecido pela Clariant. Para a preparação da argila organofílica seguiu-se duas etapas: na primeira, a argila verde policatiônica foi transformada para forma sódica utilizando uma dispersão aquosa com concentração de 4% em peso de argila desagregada e moída. Acrescentou-se à dispersão aquosa uma solução de carbonato de sódio concentrado na proporção de 100 meq/100 g de argila seca, sob agitação constante e aquecimento até 95 ºC, após o aquecimento o material permaneceu em agitação por 30 minutos; na segunda etapa adicionou-se a solução de sal quaternário de amônio Praepagen WB a 25%, e após adição completa do sal, agitou-se por 30 minutos. Foi utilizada água destilada para retirar o excesso de sal durante a filtração a vácuo. Ao término da filtração, os sólidos obtidos foram secos em estufa a (60 ± 5) ºC por 24 horas e desagregados e peneirados em peneira ABNT 200 (0,074 mm). Capacidade de adsorção O teste de capacidade de adsorção identifica a eficiência da argila em adsorver compostos orgânicos. Este ensaio é fundamentado na norma Standard Methods of testing sorbent Performance of Absorbents (ASTM F716-82 (16) e ASTM F726-99. O presente teste é realizado empregando o seguinte método: inicialmente foi confeccionada e pesada as cestas de aço inox malha ABNT 200, com abertura 0,005 mm, somado a 1 g da argila, essas cestas foram transferidas para um Becker contendo cerca de 2 cm em profundidade dos solventes testado, onde estas permaneceram sobre o solvente em repouso durante 15 minutos. Em seguida o conjunto (cesta + argila) foi pesado igualmente.

A quantidade de solvente adsorvida foi calculada com base na seguinte expressão (1): Ad P1 P2 x 100 P 2 Em que: P 1 é a massa do material após adsorção; P 2 é a massa do material adsorvente seco; Ad é a Capacidade de adsorção em gramas de solvente por gramas de argila. Resultados e Discussão O teste de capacidade de adsorção tem como finalidade avaliar a capacidade de adsorção dos adsorventes (argilas naturais, organofilizadas e o carvão ativado). Utilizando a metodologia baseada nas normas ASTM F716-82 e ASTM F726-99. Essa metodologia foi realizada em triplicata para as argilas visando obter resultados precisos. Os resultados referentes às análises de capacidade de adsorção para os adsorventes são apresentados na Tabela 1. Tabela 1. Capacidade de adsorção em gramas de material adsorvido por grama de adsorvente. Solvente verde natural verde organofílica Chocolate A natural Chocolate A organofílica Carvão ativado Gasolina 0,820 2,548 1,00 5,914 1,18 Diesel 1,207 4,875 1,08 3,778 1,64 Analisando os dados da Tabela 1 é possível verificar que as argilas organofílicas (verde e chocolate A) apresentam um melhor potencial de adsorção de compostos orgânicos (gasolina e diesel) que as argilas naturais, nos respectivos solventes. Fazendo uma análise desses dados foi possível destacar: Para a argila verde natural e organofílica: A argila verde natural adsorveu os solventes orgânicos (gasolina e diesel), mas a argila organofílica verde adsorveu mais diesel que gasolina. Com relação ao solvente gasolina, a argila verde organofilizada adsorveu 210,7% a mais do que a argila na sua forma natural. No caso do solvente diesel, houve um aumento de 303,9% na quantidade de material adsorvido pela argila.

É possível verificar que a argila verde organofilizada tem melhor potencial para adsorção nos solventes orgânicos quando comparado com os resultados da argila verde natural, com a seguinte ordem: diesel gasolina. O melhor resultado na adsorção tanto para argila verde natural quanto organofílica foi obtido utilizando o solvente orgânico diesel. Para argila chocolate A natural e organofílica: Os resultados para a argila Chocolate A natural indica que tanto o solvente gasolina quanto o diesel, os resultados são muito semelhantes. Baseado nos resultados para a argila Chocolate A, apontam maior adsorção da gasolina, em seguida, diesel. Com relação ao solvente gasolina, a argila chocolate A organofilizada adsorveu 491,4% a mais do que a argila na sua forma natural. No caso do solvente diesel, houve um aumento de 249,8% na quantidade de material adsorvido pela argila. Comparação dos resultados das argilas organofílicas: Ao comparar os resultados de capacidade de adsorção das argilas (Verde e Chocolate A) com os obtidos por Rodrigues, 2010 identifica-se que a faixa encontrada está de acordo. Comparação carvão ativado x argila verde natural e organofílica Os resultados indicam que a capacidade de adsorção do carvão ativado foi superior a argila verde natural, tanto para o solvente gasolina quanto diesel. Ao avaliar os resultados do carvão ativado e comparar com os resultados da argila verde organofílica, verifica-se uma maior capacidade de adsorção da argila organofílica. A argila adsorveu 115,9% mais gasolina do que o carvão ativado, o mesmo pode ser observado para o diesel, onde a argila organofílica apresentou uma adsorção superior ao carvão ativado, uma capacidade de adsorção superior a do carvão em 197,3%. Comparação carvão ativado x argila chocolate A organofílica A partir dos resultados de capacidade de adsorção em diferentes solventes orgânicos (gasolina e diesel) é possível verificar que as amostras de carvão ativado têm menor potencial para adsorção em todos os solventes orgânicos quando comparado com os resultados da argila Chocolate A organofílica, característica desejada para usos ambientais. Conclusões Os resultados obtidos mostram que as argilas organofílicas (verde e chocolate A), apresentaram maior capacidade de adsorção nos solventes testados (gasolina e diesel) quando comparadas com as argilas naturais (verde e chocolate A). Ao comparar os resultados da capacidade de adsorção do carvão ativado com as argilas organofílicas (verde e chocolate A), verifica-se que as referidas argilas foram mais eficientes.

Agradecimentos Ao PIBIC/CNPq/UFCG pela bolsa de Iniciação Científica concedida, a Capes pela bolsa de doutorado e à Petrobras pelo auxílio financeiro. Referências Bibliográficas BABEL, S.; KURNIAWAN T. A., Low-cost adsorbents for heavy metal uptake from contaminated water: a review. J Hazard. Mater., 97(1-3), 219-243, 2003. METCALF, G.; EDDY, H.; Wastewater Engineering: Treatment Disposal, and Reuse, 3rd ed., McGraw-Hill, New York, 1991. NASEEM, R.; TAHIR, S. S. Removal of Pb(II) from aqueous/acidic solutions by using bentonite as an adsorbent. Wat. Res., 35, 16, 3982 3986, 2001. PEREIRA, K. R. O.; HANNA, R. A.; VIANNA, M. M. G. R.; PINTO, C. A.; RODRIGUES, M. G. F.; VALENZUELA-DIAZ, F. R. Brazilian organoclays as nanostructured sorbents of petroleum-derived hydrocarbons. Materials Research, 8, 77-80, 2005. RAZVIGOROVA, M.; BUDINOVA, T; PETROV, N; MINKOVA, V.; Purification of water by activated carbons from apricot stones, lignites and anthracite. Wat. Res, 32, 2135-2139, 1998. RODRIGUES, S. C. G.; RODRIGUES, M. G. F.; PEREIRA, K. R. O.;VALENZUELA-DIAZ, F. R. Performance of organophilic Clay as adsorbent in the oil/water separation process. Brazilian Journal of Petroleum and Gas. 4, 2, 2010. SOUZA SANTOS, P.; Ciência e tecnologia das argilas. Ed. Edgard Blücher Ltda., São Paulo, v.1, p.408, 1989. STANDARD METHODS OF TESTING SORBENT PERFORMANCE OF ADSORBENTS (ASTM) Designations: F 726-99, F716-82. VELI, S.; ÖZTÜRK, T. Kinetic modeling of adsorption of reactive azo dye on powdered activated carbon and pumice. Fresenius Environ. 14, 212-218, 2005.