L I Ç Ã O 3 17 de Julho de 2011 O jovem que tinha cinco pães e dois peixes E, tomando ele cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, e abençoou, e partiu os pães, e deu-os aos seus discípulos para que os pusessem diante deles. E repartiu os dois peixe por todos. Mc 6.41 Por mais simples que seja o que temos, quando deixamos à disposição de Deus, Ele faz milagres. Ressaltar que o mínimo que temos é o suficiente para Deus operar; Mostrar que Deus sempre cuida de nós; Provar que para Deus não há impossível. Admiração: Ver com surpresa, afeição, estima ou respeito. Alforje: Duplo saco, fechado nas extremidades e aberto no meio, para equilibrar a carga sobre animais ou no ombro das pessoas. Instar: Insistir, asseverar com firmeza. 22, 301 e 328 Mc 6.34 - E Jesus, saindo viu uma grande multidão, e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não tem pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas. Mc 6.35 - E, como o dia fosse já muito adiantado, os seus discípulos se aproximaram dele e lhe disseram: O lugar é deserto, e o dia está muito adiantado; Mc 6.36 - despede-os, para que vão aos campos e aldeias circunvizinhas e comprem pão para si, porque não têm o que comer. Mc 6.37 - Ele, porém, respondendo, lhes disse: Dai-lhes vós de comer. E eles disseram-lhe: Iremos nós e compraremos duzentos dinheiros de pão para lhes darmos de comer? Mc 6.38 - E ele disse-lhes: Quantos pães tendes? Ide ver. E, sabendo-o eles, disseram: Cinco pães e dois peixes. ANÔNIMOS E ATALAIAS DE DEUS 15
Segunda Terça Quarta Jo 6.33-35 Jo 6.49-51 Jo 6.57 Quinta Sexta Sábado Jo 6.58 Lc 14.15 Mt 6.33 Introdução 1. Aprendendo preciosas lições 2. O jovem deu o que tinha a Jesus 3. As palavras de Jesus 4. A compaixão de Jesus Conclusão Introdução Este milagre de Jesus é o único registrado nos quatro evangelhos (Mt 14.13-21; Mc 6. 30-44; Lc 9.10-17; Jo 6.1-15). Alguns estudiosos dizem que o milagre deve ter ocorrido em abril do ano 32, porque diz (Jo 6.10) que havia relva verde, o que ocorre em Israel na primavera, principalmente em abril. O local foi Betsaida, na margem oriental do mar da Galiléia (Lc 9.10). Havia outra Betsaida a noroeste do mesmo mar, a cidade de Filipe, André, e de Pedro (Mc 6.45). Aprendendo pre- 1.ciosas lições Não sabemos muito a respeito desse rapaz, mas percebe-se que era um dos que estavam com a multidão e bem próximo dos discípulos e do próprio Jesus; quando estamos próximos do Mestre, coisas grandiosas acontecem. Há outros pontos importantes neste estudo: 1.1. A admiração dos discípulos Segundo o registro de Marcos 6.34, Jesus nesse dia ensinou sobre muitos assuntos. O povo não foi embora, e tampouco demonstrava sentir fome. A multidão ficou presa aos ensinamentos do Bom Mestre. Os discípulos se preocuparam quanto à hora e como despedir a multidão vazia (Mc 6.35). 1.2. A limitação humana Este milagre da multiplicação ensina que o poder de Deus entra em ação fazendo o impossível além da capacidade humana. As limitações eram muitas, vejamos: 1) Era tarde (Mc 6.35); 2) O lugar era deserto; 3) Onde conseguir pão para aquela multidão em tão pouco tempo, pois o dia estava adiantado? (Jo 6.9). A lição aprendida é que o pouco se transforma em muito quando o Senhor quer abençoar. Portanto, ninguém confie no muito sem a bênção de Deus. 1.3. A Proposta dos discípulos A proposta por parte dos discípulos era puramente humana, despedir o povo vazio! (Mc 6.36). Eles pensaram primeiro no povo e depois em Jesus. Aí está uma 16 JOVENS E ADULTOS DOMINICAL PROFESSOR
importante lição, que não devemos ir à multidão sem primeiro falar com Cristo. Não devemos despedir o pecador sem o verdadeiro alimento, que é a Santa Palavra de Deus. Se alguém sabia onde encontrar comida, este era Felipe, porque era de Betsaida (Jo 1.44), uma cidade cerca de 15 Km de distância de Cafarnaum. Jesus testou Felipe a fim de fortalecer sua fé. Ao pedir do discípulo uma solução humana (sabendo que não havia), Jesus enfatizou o poderoso milagre que estava prestes a realizar. Uma situação que parece impossível solucionar com os recursos humanos representa uma oportunidade para Deus. Os discípulos fizeram tudo o que podiam ao reunir o alimento disponível e organizar as pessoas em grupos. Então, em resposta a uma oração, Deus fez o impossível. Quando estiver à frente de uma tarefa muito difícil, faça o que for possível e peça a Deus para fazer o restante. Ele terá prazer em realizar o impossível. O jovem deu o que 2.tinha a Jesus A Palavra do Senhor nos diz: Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará (Sl 37.5). O rapaz entregou o que tinha, demonstrando não haver em seu coração egoísmo ou qualquer tipo de avareza. Devemos estar dispostos a esperar pacientemente na pessoa bendita de Jesus (Sl 40.1). 2.1. Sendo usado na hora certa Aquele jovem esperou o momento certo. Quantas vezes julgamos não ser importante a nossa presença e perdemos a oportunidade de sermos úteis ao Senhor. No Salmo 40.3 está escrito: e pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no Senhor. Será através de sua vida frutífera que alguém poderá ser despertado para o Reino de Deus. 2.2. Pão e peixe: alimentos no alforje O jovem do texto bíblico carregava em seu alforje cinco pães e dois peixinhos (no grego paidarion). Isto pode significar uma vida preparada, vigilância e até dons espirituais. É muito importante que cada crente faça a obra de Deus com o que tem e verá grandes milagres acontecerem. Desde os tempos primitivos da humanidade, o termo pão tem sido usado para se referir a qualquer tipo de alimento (Gn 3.19; Pv 6.8). Tal é a importância do pão como alimento, que Jesus referiu-se a si próprio como o Pão da vida o Pão de Deus o Pão que desceu do céu (Jo 6.33,35,41,50) e escolheu o pão como símbolo do Seu corpo na Santa Ceia (Mc 14.22; Lc 22.19; 1Co 11.23). 2.3. Deus usa o que temos Na narrativa do Evangelho de Marcos 6.38, temos uma pergunta: Quantos pães tendes? ANÔNIMOS E ATALAIAS DE DEUS 17
Os poucos pães e peixes conseguidos, ao chegar até o Mestre, o milagre aconteceu e todos foram alimentados. Temos que colocar sob a autoridade de Jesus cada talento, sabendo que quando é vivificado pelo Espírito de Deus, grandes maravilhas podem acontecer! Há um contraste entre os discípulos e o menino que deu a Jesus o que tinha. Certamente os discípulos deveriam ter mais recursos do que o rapaz, no entanto não tinham qualquer meio de provisão naquele momento; por essa razão, nada deram. Ofertando o pouco que tinha, o menino fez a diferença. Jesus normalmente preferia operar seus milagres por intermédio das pessoas. Nesse episódio, Ele tomou o que o rapaz ofereceu. Nunca pense que a idade é motivo de impedimento para alguém ser usado por Deus, o importante é que se coloque nas mãos dele para ver suas maravilhas! As palavras de Je- 3. sus No milagre da multiplicação, Jesus insta-nos a invocar a bênção divina sobre o pão nosso de cada dia, reconhecendo em Deus o sustentador e provedor de todas as coisas (Rm 14.6; 1Co 10.30; 1Tm 4.5). A bênção invocada pelo Senhor era também um ato criativo. Jesus partiu o pão para que este fosse multiplicado. O Senhor alimenta espiritualmente os famintos através de seus servos que comissiona e envia. Vejamos as palavras de ordem de Jesus: 3.1. Dai-lhes vós de comer (Mc 6.37) O milagre da multiplicação aconteceu mediante o poder de Deus. Outro fato interessante é que a multiplicação ocorre na mão dos discípulos e não com Jesus pegando os cestos e enchendo-os um a um. Veja o texto: E, tomando ele os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou, e partiu os pães, e deu-os aos seus discípulos para que os pusessem diante deles. E repartiu os peixes por todos (Mc 6.41). Milagre não se explica, apenas acontece pelo poder de Deus, mas posso afirmar que para ter nas mãos tal unção e participar dessa tamanha maravilha, é necessário ser discípulo de Jesus. Porque Jesus não alimentou a multidão sem a ajuda dos discípulos? O Senhor concedeu à sua Igreja o privilégio de realizar, sob sua autoridade, a sua gloriosa obra. Portanto, Dai-lhes vós de comer. Deus proveu, de modo milagroso, alimentos para saciar a fome do Seu povo ou ainda de certas pessoas em particular. São eles: As codornizes e o maná no deserto (Ex 16); A multiplicação da farinha e do azeite da viúva de Serepta (1 Rs 17.8-16); Eliseu aumenta o azeite da viúva, que serviu para pagar as suas dívidas e para a sobrevivência da família (2 Rs 4.1-7); Vinte pães alimentaram 18 JOVENS E ADULTOS DOMINICAL PROFESSOR
cem homens (2 Rs 4.42-44). 3.2. Fazei-os sentar (Mc 6.40; Jo 6.10) Jesus ia alimentar aquele povo, mas, primeiro, todos deveriam se sentar. A vida moderna está saturada com o ativismo, mas espiritualmente o servo de Deus precisa ter calma para alimentar-se, cuidar da saúde, dialogar com a família e principalmente, reservar um tempo regular para ficar a sós com Deus e Sua Palavra. 3.3. Recolhei os pedaços que sobraram para que nada se perca (Jo 6.12) Apesar do gesto amoroso de Jesus, Ele nada desperdiçava. O Senhor harmoniza o poder criador ao senso de economia. Jesus faz exatamente o que é necessário. No exercício da obra de Deus pode haver abundância, mas nunca desperdício. Tudo quanto Jesus dizia e realizava tinha uma marca bem peculiar. Algo impressionante deve ter acontecido quando nosso Senhor partiu o pão, e deu graças. Notemos que os dois discípulos, no caminho de Emaús, o reconheceram pela maneira toda especial de partir o pão (Lc 24.30-35). Há na distribuição dos pães pelos discípulos um quadro maravilhoso. 4. A compaixão de Jesus Compaixão é um termo que, no grego, como escreve aqui o evangelista Marcos, significa o nosso íntimo. A Bíblia nos admoesta a sermos envolvidos com esta compaixão de Jesus, dizendo: Revesti-vos de entranhas de misericórdias (Cl 3.12). Que o Eterno venha nos encher do amor e compaixão do Mestre diante desse mundo que está em trevas e extremamente carente das maravilhas do Reino de Deus. 4.1. Como estava a multidão (Jo 6.2) Em Marcos 6.34 está escrito:... porque eram como ovelhas que não têm pastor, isto é, eram errantes, sem ter quem as apascentasse, mas Jesus passou a ensinar-lhes. Os milagres de Jesus afirmavam sua natureza divina, indicando que foi enviado por Deus, confirmando Sua missão como Messias e demonstrando sua misericórdia pela humanidade sofredora. Não poderia deixar de mencionar que a multidão era também interesseira, pois próprio Jesus disse: Vós me procurais não porque vistes sinais, mas porque comestes do pão e vos fartastes (Jo 6.26). Os evangelhos relatam a infinita compaixão de Jesus para com a humanidade pecadora. Nós somos testemunhas dessa divina e sublime compaixão de Deus. No grego, o termo refere-se ao nosso íntimo, significando o ponto de partida da verdadeira compaixão: algo que procede da alma, do mais profundo ser. A Palavra de Deus mostra como Jesus ANÔNIMOS E ATALAIAS DE DEUS 19
era compassivo, sentindo os problemas e as dores dos outros (Mt 9.36; 14.14; 15.32; 20.34; Mc 1.41; 5.19; 8.2). Não podemos esquecer que as ovelhas eram animais considerados limpos, pois eram usados no sacrifício (Ex 20.24; Nm 22.40) e holocausto (Lv 1.10). Sua carne e o leite serviam de alimento e as peles eram usadas para confecção de roupas, abrigos (Hb 11.37; Zc 13.4) e artefatos de couro. A lã era tecida e usada para a feitura de vestes e agasalhos próprios para o inverno. As ovelhas serviam também para pagamento de tributos (2Rs 3.4). 4.2. A Compaixão pelo Povo (Mc 6.34) Jesus olhou para o povo e viu o que estava em seus corações sem paz, em trevas e sem salvação. Naquele tempo o ministério do Senhor Jesus havia crescido tanto, que não lhe era permitido, muitas vezes, isolar-se para descansar, pois sua fama percorria todos os lugares. Alguns seguiam a Cristo por gratidão pelas bênçãos recebidas ou buscando soluções para os seus problemas; outros por admiração ou mera curiosidade e ainda outros por realmente o amarem. 4.3. A Multidão Saciada (Jo 6.12) Somente Jesus tem condições de saciar as necessidades de uma multidão faminta. Os discípulos ainda não tinham visto um milagre daquela magnitude, porém o Senhor mostrou que Ele era o Messias prometido e o desejado das nações (Sl 145.15,16). Conclusão Jesus nunca desprezou as necessidades dos seus ouvintes. Ele disse, certa vez, que nem só de pão vive o homem, mas não se mostrou insensível diante daqueles que desejavam alimentar-se. Portanto, façamos como o rapaz da lição, confiemos no Senhor Jesus. 1. Quais as lições que o jovem deixou? R. 1) Sempre é bom andar preparado; 2) Ele repartiu o que tinha; 3) Ele tinha algo que ninguém naquele momento possuía; 4) Creu no poder Deus. 2. Qual foi à proposta dos discípulos? R. A proposta por parte dos discípulos foi puramente humana, era despedir o povo vazio! (Mc 6.36) 3. Como Jesus viu a multidão em Mc 6.34? R. Eram como ovelhas que não têm pastor. 4. Quais foram as palavras de ordem de Jesus? R. Dai -lhes vós de comer (Mc 6.37); Fazei-os sentar (Mc 6.40; Jo 6.10) e Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca (Jo 6.12). 5. O que pode significar pão e peixe no alforje? R. Pode significar: uma vida preparada, vigilância e até os dons espirituais. 20 JOVENS E ADULTOS DOMINICAL PROFESSOR