66 31 Livro Folhas MUNICÍPIO DE CÂMARA DE LOBOS CÂMARA MUNICIPAL ---------------------------- ACTA NÚMERO 07/2006---------------------------- Reunião Extraordinária da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, realizada em 30 de Março de dois mil e seis. ----------------- Aos trinta dias do mês de Março do ano de dois mil e seis, na sala de reuniões desta Câmara, estiveram presentes os Senhores, Arlindo Pinto Gomes, Presidente, Carlos Alberto Gomes Gonçalves, Vereador do Urbanismo e Património, Vice-presidente, Marcelino Antelmo Vieira Gonçalves, Vereador da Cultura e Educação, Intervenção Social e Administração, Leonel Calisto Correia da Silva, Vereador do Ambiente e Recursos Humanos, Paulo Jorge Teles Abreu, Vereador sem pelouro, António Bruno Freitas Coelho, Vereador sem pelouro, Nilson José de Freitas Jardim, Vereador sem pelouro, e Rosa Maria de Freitas da Câmara, Técnica Superior de Gestão Autárquica, Secretária, a fim de se realizar a sétima Reunião, Extraordinária, desta Câmara Municipal. ------------------------ Verificada a existência de quórum, o Senhor Presidente da Câmara declarou aberta a reunião pelas dez horas.---------------------------------- ---------------- PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA---------------- APROVAÇÃO DA ACTA DA REUNIÃO ANTERIOR -------------------- Feita a leitura da acta da reunião anterior, a mesma foi aprovada por unanimidade, e devidamente assinada. -------------------------------------- RESUMO DIÁRIO DE TESOURARIA ---------------------------------------- Foi presente o Resumo Diário de Tesouraria do dia vinte e nove de Março do ano em curso, pelo qual a Câmara ficou inteirada de que o mesmo acusava um saldo em dinheiro no montante de um milhão,
trezentos e quarenta e dois mil, seiscentos e cinquenta euros, e noventa e seis cêntimos.---------------------------------------------------------- ---------------------------------- ORDEM DO DIA---------------------------------- Proposta (Referência GPR-PR-004-2006) Pelo Senhor Presidente, foi presente a seguinte proposta: Considerando o despacho GPR - DP 007/2006 de 19 de Janeiro de 2006, junto à presente proposta, onde foi determinado à JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA. que cesse a utilização indevida do seu estabelecimento comercial de frutas, produtos hortícolas e similares existente no piso 2, fracção C, à Rua da Alameda do Mercado, n.º6, Sítio da Igreja, freguesia do Estreito de Câmara de Lobos (prédio urbano descrito na Conservatória do Registo Predial de Câmara de Lobos sob o n.º 1799/970430 e inscrito na matriz sob o n.º 1913) no prazo de cinco dias a contar da sua notificação e que caso a JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA. não cesse a utilização indevida do seu estabelecimento comercial de frutas, produtos hortícolas e similares existente no piso 2, fracção C, do atrás identificado prédio, será, pela Câmara Municipal de Câmara de Lobos, accionado o disposto no n.º2, do artigo 109º, do Decreto-Lei 555/99, de 16 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto Lei 177/2001, de 4 de Junho, para que seja deliberado o respectivo despejo administrativo, entre as demais consequências legais que, do incumprimento desta ordem administrativa de cessação da utilização indevida resultarem, e que ora se reedita para os devidos efeitos legais: DESPACHO (GPR - DP 007/2006)
66 32 Livro Folhas MUNICÍPIO DE CÂMARA DE LOBOS CÂMARA MUNICIPAL Atendendo que - De acordo com a participação da fiscalização municipal (Ref.ª 1641.05.IF.FM de 07-12-2005) e da informação técnica veiculada pelo Departamento de Obras desta autarquia (Ref.ª 8962 de 05-12-2005) tomou, a Câmara Municipal de Câmara de Lobos, conhecimento que a sociedade por quotas JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA. instalou um estabelecimento comercial para o comércio de frutas, produtos hortícolas e similares na Rua da Alameda do Mercado, n.º6, fracção C, piso 2 (menos dois) Sítio da igreja, freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, concelho de Câmara de Lobos;- A gerência da supra identificada sociedade chegou a requerer, a 7-12-2005 (ref.ª HF15561), à Câmara Municipal de Câmara de Lobos, a autorização de horário de funcionamento para este estabelecimento comercial;- No referido requerimento de 7-12-2005 (ref.ª HF15561) a gerência da JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA. juntou uma licença de utilização de 1998 (n.º 285/98), em nome de Martinha da Ressureição Figueira Quintal Vieira, destinada a comércio de armazenamento de vinho, relativamente à dita fracção C, piso 2 (menos dois) onde presentemente se encontra instalado o dito estabelecimento comercial de frutas, produtos hortícolas e similares da JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA.;- A mencionada licença de utilização de 1998 destinada a comércio de armazenamento de vinho (licença n.º 285/98) e respectiva afectação da dita fracção C, piso 2 (menos dois) para este fim, decorre igualmente da Propriedade Horizontal do prédio urbano a que respeita (P.H. a fls. 9 do procedimento
administrativo respectivo), descrito na Conservatória do Registo Predial de Câmara de Lobos sob o n.º 1799/970430 e inscrito na matriz sob o n.º 1913, onde se encontra determinada a exclusiva utilização para o comércio de armazenamento de vinho e não para o comércio de frutas, produtos hortícolas e similares;- A 11 de Agosto de 2005, foi, a seu requerimento, emitido à mesma titular da licença de utilização n.º 285/98 (Martinha da Ressureição Figueira Quintal Vieira), destinada ao comércio de armazenamento de vinho na dita fracção C, piso 2 (menos dois), o alvará de licença de construção n.º 149/2005 para efeitos do licenciamento administrativo de demolição dos pisos -1 (menos um) e 2 (menos dois) do mencionado prédio urbano e respectivas fracções, no sentido de proceder à afectação destes dois pisos a parques de estacionamento, onde se encontra presentemente instalado, neste último, o estabelecimento comercial para o comércio de frutas, produtos hortícolas e similares da JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA.;- Assim, a supra identificada licença de utilização de 1998 apresentada pela «JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA» (destinada ao comércio de armazenamento de vinho, em nome de Martinha da Ressureição Figueira Quintal Vieira, relativa à aludida fracção C, piso 2), é absolutamente inválida ou inadequada para os efeitos de exercício da actividade comercial de frutas, produtos hortícolas e similares da JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA.;- Por força do alvará de licença de construção n.º 149/2005, para efeitos de demolição dos pisos -1 (menos um) e 2 (menos dois) do atrás identificado
66 33 Livro Folhas MUNICÍPIO DE CÂMARA DE LOBOS CÂMARA MUNICIPAL prédio urbano, os ditos pisos -1 (menos um) e 2 (menos dois) foram inequivocamente alterados quanto ao seu fim, destinando-se, desde 11 de Agosto de 2005, ao uso exclusivo de parques de estacionamento;- A JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA. utiliza a dita fracção C, piso 2, do atrás identificado prédio urbano, para o fim diverso do qual está actualmente licenciado (parques de estacionamento ao abrigo do alvará de licença de construção n.º 149/2005);- A conduta e actividade comercial levada a cabo pela referida sociedade por quotas carece, assim, de licença administrativa e consubstancia uma violação directa da alínea e), do n.º2, do artigo 4.º, do Decreto-Lei 555/99, de 16 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto Lei 177/2001, de 4 de Junho, com todas as inerentes consequências legais;- Além da inexistência da licença administrativa, de acordo com a participação da fiscalização municipal (Ref.ª 1641.05.IF.FM de 07-12-2005) não existe qualquer contrato de fornecimento de água potável ao estabelecimento comercial da JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA. instalado no referido piso 2, fracção C, do atrás identificado prédio urbano, sendo a água utilizada pela referida sociedade JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA. no piso 2, fracção C, do atrás identificado prédio urbano, proveniente de uma rede (nascente) de água privada, desconhecendo esta autarquia do seu controlo sanitário; Considerando ainda que:- Determina o n.º1, do artigo 109º, Decreto-Lei 555/99, de 16 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto Lei 177/2001, de 4 de Junho que «o
presidente da câmara municipal é competente para ordenar e fixar prazo para a cessação da utilização de edifícios ou de suas fracções autónomas quando sejam ocupadas sem a necessária licença ou autorização de utilização ou quando estejam a ser afectos a fim diverso do previsto no respectivo alvará.» - Dispõe o n.º2, do artigo 109º, do Decreto-Lei 555/99, de 16 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto Lei 177/2001, de 4 de Junho que: «Quando os ocupantes dos edifícios ou suas fracções não cessem a sua utilização indevida no prazo fixado, pode a câmara municipal determinar o despejo administrativo» - Ao abrigo do disposto no n.º1, do artigo 109.º, do Decreto-Lei 555/99, de 16 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto Lei 177/2001, de 4 de Junho, foi a gerência da sociedade JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA notificada, no passado dia 9 de Dezembro de 2005, do projecto de decisão da ordem de cessação da utilização indevida do piso 2 (menos dois), fracção C, sita à Rua da Alameda do Mercado, n.º6, Sítio da igreja, freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, concelho de Câmara de Lobos (prédio urbano descrito na Conservatória do Registo Predial de Câmara de Lobos sob o n.º 1799/970430 e inscrito na matriz sob o n.º 1913) a ter lugar no prazo de cinco dias a contar da notificação da decisão final, onde se encontra o seu estabelecimento comercial de frutas, produtos hortícolas e similares, conforme mandado de notificação 015-2005; - Através do referido mandado de notificação 015-2005, a JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA foi, igualmente, notificada das informações 1641.05.IF.FM de
66 34 Livro Folhas MUNICÍPIO DE CÂMARA DE LOBOS CÂMARA MUNICIPAL 07-12-2005; IF8962 de 05-12-2005 e, bem assim, da cópia do alvará de licença de construção n.º 149/2005 de 11-08-2005.- Através do referido mandado de notificação 015-2005, e em conformidade com o disposto nos artigos 100º e ss do Código do Procedimento Administrativo, foi, a JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA., igualmente notificada para, no prazo legal de 10 (dez) dias, dizer por escrito o que se lhe oferecer (artigo 101º do C.P.A.), assim como, foi notificada da disponibilidade do respectivo procedimento administrativo para sua consulta, nas instalações da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, entre as 9h e as 12h:30m e as 14h e as 17h:30m;- Até à presente data, a JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA. não consultou o respectivo procedimento administrativo e, tão pouco, se pronunciou por escrito ou oralmente sobre qualquer um dos aspectos relevantes nas matérias de facto e de direito de que foi notificada;- A JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA., também não requereu quaisquer diligências complementares ou juntou documentos ao presente procedimento ou, tão pouco, justificou o facto de não se pronunciar até à presente data;- Desde a data da notificação (9-12-2005 - mandado de notificação n.º 015-2005) que a JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA. continua a utilizar indevidamente a fracção C, piso 2 (menos dois) sita à Rua da Alameda do Mercado, n.º6, Sítio da igreja, freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, concelho de Câmara de Lobos e, desde então, permanece diariamente aberto ao público e em funcionamento o seu estabelecimento de comércio de frutas, produtos hortícolas e
similares; Nestes termos, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 109º do Decreto-Lei 555/99, de 16 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto Lei 177/2001, de 4 de Junho, DETERMINO, à JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA., que cesse a utilização indevida do seu estabelecimento comercial de frutas, produtos hortícolas e similares existente no piso 2, fracção C, à Rua da Alameda do Mercado, n.º6, Sítio da Igreja, freguesia do Estreito de Câmara de Lobos (prédio urbano descrito na Conservatória do Registo Predial de Câmara de Lobos sob o n.º 1799/970430 e inscrito na matriz sob o n.º 1913) no prazo de cinco dias a contar da presente notificação da decisão final. Mais fica, a JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA., notificada que, caso não cesse a utilização indevida do seu estabelecimento comercial de frutas, produtos hortícolas e similares existente no piso 2, fracção C, do atrás identificado prédio, será, pela Câmara Municipal de Câmara de Lobos, accionado o disposto no n.º2, do artigo 109º, do Decreto-Lei 555/99, de 16 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto Lei 177/2001, de 4 de Junho, para que seja deliberado o respectivo despejo administrativo, entre as demais consequências legais que, do incumprimento da presente ordem de cessação da utilização indevida, resultarem. Atendendo ainda que: - Da supra citada decisão de 19 de Janeiro de 2006 a JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA. interpôs processo cautelar junto do Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal que correu os seus termos sob o n.º20/06.1befun; - Pelo Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal
66 35 Livro Folhas MUNICÍPIO DE CÂMARA DE LOBOS CÂMARA MUNICIPAL já foi proferida a respectiva Sentença, que julgou improcedente o dito processo cautelar interposto pela JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA, prevalecendo, assim, a decisão administrativa de 19 de Janeiro de 2006; - Na referida Sentença ficou provado e expressamente decretado que A Requerente (ou outrem) não detém título legal para fazer aquela concreta utilização do local supostamente arrendado ( ) que está destinado a armazenamento de vinho e, futuramente, talvez a estacionamentos. - Pese embora a decisão administrativa de 19/01/2006 e a douta Sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal a JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA ainda não cessou a utilização indevida do seu estabelecimento comercial de frutas, produtos hortícolas e similares existente no piso 2, fracção C, à Rua da Alameda do Mercado, n.º6, Sítio da Igreja, freguesia do Estreito de Câmara de Lobos não acatando voluntariamente acatado aquela ordem administrativa. - Pela Direcção Regional de Planeamento e Saúde Pública, através da Unidade Operativa de Saúde Pública de Câmara de Lobos foram identificadas más condições de salubridade potenciadoras de elevados riscos para a segurança e saúde pública de todos os que consomem no estabelecimento da JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA, conforme vistoria e parecer negativo constante dos autos de processo cautelar n.º20/06.1befun; Nestes termos e nos da decisão de 19/01/2006 (GPR DP 007/2006), PROPONHO, ao abrigo do disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigos 109.º do Decreto-Lei 555/99, de 16 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo
Decreto Lei 177/2001, de 4 de Junho, que a Câmara Municipal de Câmara de Lobos DELIBERE o despejo administrativo da JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA da atrás identificada fracção, em virtude desta sociedade por quotas não ter voluntariamente acatado aquela ordem administrativa de 19/01/2006. ----------------------------------------- Após análise e discussão, foi tomada a deliberação do teor seguinte: Aprovado por maioria, a proposta n.º 004/2006 de 30/03/2006 do Ex.mo Sr. Presidente da Câmara, assim, deliberando esta Câmara Municipal o despejo administrativo a que alude o n.º 2 do art.º 109º do Decreto-Lei 555/99, de 16 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto Lei 177/2001, de 4 de Junho, da JOSÉ MANUEL & ARLINDO LDA, nos exactos termos da referida proposta n.º 004/2006 e precedente decisão de 19/01/2006 (GPR DP 007) do Ex.mo Sr. Presidente da Câmara, aos quais esta Câmara Municipal adere e faz integralmente seus para os devidos efeitos legais. Aprovação em minuta. A proposta foi aprovada com seis votos a favor do PSD e uma abstenção do PS.----------------------------- -------------------------------- ENCERRAMENTO -------------------------------- Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente deu por encerrada a reunião, pelas onze horas.----------------------------------------------------- Para constar, se lavrou a presente acta, que eu, Rosa Maria de Freitas da Câmara, Técnica Superior de Gestão Autárquica, a redigi e vou subscrever, após aprovada. --------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------