O PODER DA RESSURREIÇÃO



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ESCOLA BÍBLICA I. E. S.O.S JESUS

igrejabatistaagape.org.br [1] Deus criou o ser humano para ter comunhão com Ele, mas ao criá-lo concedeu-lhe liberdade de escolha.

Transcrição:

O PODER DA RESSURREIÇÃO DEVOCIONAIS PARA O PERÍODO DA PÁSCOA AO PENTECOSTES POR GARY MOORE REFERÊNCIAS BÍBLICAS RETIRADAS DA BÍBLIA SAGRADA, JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA ACTUALIZADA, BIBLEGATEWAY HTTP://WWW.BIBLEGATEWAY.COM 1

O PODER DA RESSURREIÇÃO Quando pensa na ressurreição, o que lhe vem à mente? Para muitos de nós é um evento que aconteceu há cerda de 2.000 anos atrás. Falamos dela durante a época da Páscoa, mas com que frequência a utilizamos na nossa linguagem diária? Provavelmente não muita. Podemos até falar de um comediante, um atleta ou mesmo um político que conseguiu ressuscitar a sua carreira, mas na maioria das vezes, a ressurreição é uma palavra religiosa que tem muito pouco a ver com a nossa vida diária. Nas próximas sete semanas caminharemos juntos para descobrir mais sobre a ressurreição. Contudo, não queremos que isto seja apenas um empreendimento intelectual. Aprenderemos o que a Palavra de Deus nos diz sobre este poder da ressurreição, mas se for só isto, então não será uma jornada muito proveitosa para qualquer um de nós. O poder da ressurreição descrito por Paulo em Filipenses 3:10-11 transforma vidas. Muitos certamente concordariam, mas estariam apenas a pensar no que Deus faz por nós quando encontramos Jesus e O buscamos para perdão e vida eterna. Isto é mudança de vida. Contudo o poder da ressurreição que Paulo descreve no contexto do conhecimento de Cristo tem o poder de mudar a forma como vivemos diariamente. Esta é uma declaração muito forte e pode até mesmo ser uma daquelas com a qual discorde. Esta jornada é sobre a descoberta de como este poder da ressurreição pode transformar todas as áreas possíveis das nossas vidas. Peço a cada um de vós que esteja aberto e permita a Deus mostrar- -lhe como este poder da ressurreição abre a porta para um viver com vitória, significado, propósito, satisfação e poder. Talvez esta seja uma boa altura para orarmos juntos. Senhor, sabemos que nos abençoaste, amaste, perdoaste e nos escolheste. Queremos viver a nossa vida de forma que Te agrade. Queremos conhecer-te, Jesus, e ao poder da tua ressurreição. Amen. 2

SEMANA UM Para conhecê-lo, e o poder da sua ressurreição e a participação dos seus sofrimentos, conformando-me a ele na sua morte, para ver se de algum modo posso chegar à ressurreição dentre os mortos. Filipenses 3:10-11. DIA UM O que pensa quando ouve a palavra poder? Claro, normalmente depende do contexto. Se está a falar de desporto, estou certo que há nomes de equipas ou indivíduos que imediatamente vêm à sua mente. Quando pensa em política talvez se lembre de um presidente ou primeiro-ministro. Quando pensa em personalidades poderosas, poderá lembrar-se de Madre Teresa ou Gandi. Há muitos outros contextos nos quais podemos falar acerca de poder. Quando ouve as palavras poder espiritual o que vem à sua mente? Muitos certamente pensarão em fé, cura, libertação, milagres ou profecia. Não estariam longe, visto que todas essas coisas estão normalmente associadas com o poder espiritual. Assim sendo, vamos fazer um autoteste. Se as coisas acima mencionadas são expressões de poder espiritual, como classificaria a sua própria vida? Quanta fé, cura, libertação, milagre e profecia vê a ocorrer na sua vida? Para muitos a resposta seria não muito ou certamente não o suficiente. Vejamos uma outra área associada com o poder espiritual. Lembra- -se das últimas palavras de Jesus antes de ascender ao Pai em Actos 1:8, Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra. Oh, nem queríamos ouvir isso. Quando se fala de testemunhar sabemos que estamos muito longe, sem falar no poder. Gostamos da ideia do poder espiritual, mas muitos de nós têm de admitir que esperamos manter a ligação mas deixando a ficha de ligação com mais alguém, talvez os pastores ou missionários ou evangelistas. 3

A maioria de nós está apenas tentando sobreviver, um pé após o outro e tentando alcançar o amanhã, só para voltar a fazer a mesma coisa outra vez. Amamos a Deus e estamos conscientes da Sua presença e graça, mas quantos de nós caracterizaria a sua vida como poderosa, pelo menos no contexto espiritual? Creio que podemos viver vidas espiritualmente poderosas exactamente onde estamos. Deus deu-nos tudo o que precisamos através do Seu Filho, Jesus Cristo. Talvez só precisemos procurar nos lugares correctos. Como qualquer membro da raça humana, algumas vezes também perco coisas na minha própria casa. Eu sei que é difícil acreditar, mas acontece ocasionalmente. Sendo quem eu sou (o macho da espécie) normalmente começo a procurar eu mesmo, sem pedir qualquer ajuda. Normalmente, não encontro. Finalmente, engolindo em seco o meu orgulho de macho, pergunto à minha esposa se ela me pode ajudar a encontrar o que está perdido. E naquilo que parece apenas um instante, ela encontra o artigo em falta. Porquê? Ela sabe como procurar nos lugares certos. Portanto, tomemos algum tempo para pedir ao Espírito Santo que nos ajude a procurar nos lugares correctos. Amado Deus, estou ciente da Tua presença e graça. Através do Teu Filho, Jesus Cristo, deste-me tudo quanto preciso. Durante os próximos dias ajuda-me por favor a procurar em todos os lugares correctos como viver uma vida espiritualmente poderosa exactamente aqui onde estou. Amen. DIA DOIS Então o que é este poder da ressurreição? Vejamos mais de perto os versículos em Filipenses 3:10-11. O versículo 10 começa com as palavras, Para conhecê-lo. Leia Filipenses 3:8-9 e concentre-se no verso 8,...tenho também como perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Uau! Esta é uma declaração poderosa. Sejamos honestos e façamos a pergunta que na verdade queremos fazer, Paulo quis verdadeiramente dizer o que 4

disse? Como é que conhecer Cristo significava tanto para ele a ponto de considerar tudo o resto como perda comparado a isso? Quando chegamos a este ponto normalmente a nossa tendência é dizer que ele é o Apóstolo Paulo e eu sou eu, e como tal eu não consigo chegar a esse nível de relacionamento com Deus. Eu não acredito nisso! Você pode e eu também posso. Como? Permitindo que o poder da ressurreição que vem de Deus, através de Jesus Cristo, transforme a sua vida. Vejamos melhor o nosso texto da Escritura. A palavra conhecer no verso 10 é interessante. Quando a utilizamos no nosso próprio contexto cultural, podemos perder o que Paulo está realmente a dizer. Quando alguém lhe pergunta se conhece determinada pessoa, normalmente como responde? Em muitos casos responde sim, mesmo se a pessoa for apenas um conhecido. Quando pressionado, poderá mesmo dizer, Bem, não a conheço muito bem, mas sei quem ela é. A palavra que Paulo usa no verso 10 nunca seria utilizada nesse contexto. O verbo que ele usa, conhecer, no original grego carrega consigo o significado do relacionamento mais estreito e mais íntimo possível. Na verdade, esta palavra era muitas vezes utilizada na cultura grega para se referir à relação sexual. Usar esta palavra no contexto de conhecer Cristo significava o relacionamento mais estreito, mais íntimo que Paulo partilhava. Também implica que Paulo era conhecido neste relacionamento da mesma forma. Qual é o relacionamento mais estreito, mais íntimo que partilha neste momento? Se é casado, espero que seja com o seu cônjuge. Como é que este relacionamento se tornou tão estreito, tão intimo? Despenda alguns momentos reflectindo como este relacionamento se desenvolveu. Ao fazê-lo, começará a compreender o que Paulo quis dizer por conhecer a Cristo. Depois, questione-se sobre como é que o seu relacionamento com Cristo se está a desenvolver. Está a acontecer com Cristo o mesmo processo que ocorreu com o seu cônjuge? Pense como começar a mudar o seu relacionamento com Jesus para que possa começar a dizer com Paulo, Eu quero conhecer a Cristo. 5

Senhor, eu não quero dizer: Bem, eu não O conheço muito bem. Mas quero dizer: Eu conheço-o! Só posso desenvolver esta relação íntima contigo ao me tornar cada vez mais como Tu. Ajuda-me, Senhor, a cada momento e a cada dia. Amen. DIA TRÊS Não podemos experimentar o poder da ressurreição sem conhecer Cristo. É por isso que João 15:4 nos ajuda sobremaneira. Esta é a passagem onde Jesus declara aos Seus discípulos que Ele é a videira e nós as varas. No verso 4 Ele diz, Permanecei (habitar, morar, viver) em mim, e eu permanecerei em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. (adição minha). Levando isto para o nosso verso em Filipenses, podemos ver que a terminologia de Paulo para permanecer na vinha é conhecer Cristo. Dar fruto, que neste caso é experimentar o poder da ressurreição, é o resultado de se estar na videira ou conhecer Cristo. Mas o que é exactamente este poder da ressurreição? Para responder a esta pergunta precisamos olhar para a nossa situação e compreender porque muitas vezes nos sentimos sem poder, mesmo sendo cristãos. Para o nosso propósito, definiremos um cristão como alguém que está em Cristo (II Coríntios 5:17) e um activo seguidor de Jesus Cristo. Se isso não o descreve a si, agora é o momento propício para parar e pedir a Jesus que venha à sua vida para que comece a conhecê-lo. Isso começa com arrependimento e confissão. I João 1:9 diz, Se confessarmos (arrependimento) os nossos pecados, ele (Jesus Cristo) é fiel e justo para perdoar os pecados e nos purificar (limpar) de toda a injustiça (adição minha). Qual é a nossa condição? O que nos impede de viver com poder espiritual? Provavelmente poderíamos fazer uma lista enorme de coisas, a maioria delas exteriores. Com isso quero dizer coisas como as nossas circunstâncias, situações da vida, falta de conhecimento bíblico, igreja ou oportunidades. Algumas destas coisas podem ser factores contribuintes, mas em si mesmas não são motivos para a nossa falta de poder espiritual. 6

Não, existem duas coisas que nos impedem de ter poder espiritual, ou o poder da ressurreição que Paulo fala e demonstra. Quando temos tempestades acompanhadas de fortes ventos, normalmente verificamos a redução de energia e ficamos sem electricidade durante algum tempo. Em muitos lugares no mundo, esta é uma ocorrência comum, com interrupções que duram dias. O que nos mantém num certo tipo de falta perpétua de poder espiritual? - O pecado e a morte. Quando examinamos a nossa vida, somos capazes de traçar a nossa falta de poder espiritual a estes dois inimigos. Tome alguns instantes para reflectir e orar. O que pensa verdadeiramente acerca do pecado e da morte? Seja honesto; pense com seriedade. Oro hoje para que eu possa buscar-te e olhar verdadeiramente para a minha vida e descobrir o que possa estar a impedir-me de ter o poder espiritual ou o poder da Tua ressurreição que Paulo fala. Quero permanecer em Ti para dar fruto. Amen. DIA QUATRO Depois de pensar e reflectir, pode discordar que o pecado e a morte sejam os empecilhos que impossibilitam muitos de nós de experimentar o poder espiritual. Como é que conhecer Cristo no poder da Sua ressurreição pode verdadeiramente fazer a diferença? Bem, vamos olhar para estes dois assassinos do poder e ver como afectam a nossa capacidade para viver e experimentar o poder da ressurreição. O que é o pecado e como nos afecta? A primeira declaração básica sobre o pecado é que ele é separação de Deus. Nos três primeiros capítulos de Génesis vemos como o pecado nos separa de Deus. Porquê? Porque Deus é santo e o pecado não pode estar na presença do Deus Santo. Lembra-se de quando Moisés esteva na presença de Deus e temeu que pudesse morrer? Ele sabia que o homem é pecador e se exposto à santidade de Deus pode morrer. Isaías teve quase a mesma experiência quando disse em Isaías 6:5, Ai de mim. Porque ele gritou Ai? Ele tinha medo de morrer porque sabia que não estava 7

limpo, e contudo tinha visto o Deus Santo. Desde o tempo de Adão, todos nascemos com uma natureza de pecado. Romanos 5:12 diz, Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram. Por outras palavras, nascemos com a doença do pecado e ela é fatal. Romanos 3:23 diz, todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. E Romanos 6:23 acrescenta, O salário do pecado é a morte. Pode perguntar, Mas o que tudo isto tem a ver comigo? A resposta é: tem tudo a ver. Deixe-me perguntar-lhe, como agiria e viveria se o pecado não fosse um problema, se soubesse que é algo que já foi derrotado e não tem mais poder sobre si? Eu sei, alguns estão a pensar que isto é quase heresia e é perigoso. Bem, é perigoso sim, porque uma visão ressurrecta do pecado pode muito bem libertar alguns para viverem num novo e vitorioso poder. Quando Jesus morreu na cruz, o que levou Ele consigo? Leia Colossenses 3:13.15. O que Jesus levou consigo para a cruz? Ele levou tudo o que se levantava em oposição contra nós, que é o pecado. I Pedro 2:24 diz, Levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça. Tenho outra passagem para ver e ler. Está em I João 3:4-10. Já a leu? Jamais consegui ler esta passagem sem dizer UAU! Preste atenção à última parte do verso 8, Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo. A nossa salvação, o perdão e a limpeza do pecado e vida eterna, não foram a razão principal da vinda de Jesus à terra. É um subproduto da destruição da obra do diabo. Agora, segundo estas passagens, se Jesus cumpriu o que veio fazer, então que poder tem o pecado sobre nós? A ressurreição de Jesus completou este trabalho de destruir o que o inimigo estava a tentar fazer. A ressurreição validou a morte de Jesus. Portanto, validou tudo o que a Sua morte cumpriu, incluindo poder e vitória sobre o pecado para aqueles que estão em Cristo. Aleluia e Sim!!! Viver no poder da ressurreição significa viver livre do pecado. 8

Obrigado Jesus por tomares todo o meu pecado quando foste pregado e morreste naquele madeiro por mim! Obrigado porque posso viver livremente em Ti. Por favor ajuda-me a não esquecer o significado do poder da Tua ressurreição. Amen. DIA CINCO Tenho certeza que ainda está a pensar sobre o debate acerca do pecado. Pode até mesmo pensar que as notícias não podem ser assim tão boas. Bem, o poder da ressurreição é assim tão bom! Na próxima semana quando estivermos a ver como obter o poder da ressurreição, voltaremos a falar mais sobre este assunto. Hoje vamos ver o segundo problema que nos impede de ter o poder da ressurreição: a morte. Ninguém quer falar sobre a morte. Consciente ou inconscientemente, talvez tenhamos comprado a filosofia que apenas se vive uma vez, portanto é melhor aproveitarmos o máximo que pudermos. Com este tipo de mentalidade, que fazemos quando confrontados com o assunto da morte? Ignoramo-la. Ou, como em muitos casos, tentamos enganar-nos negando-a. Como fazemos isto? Oh, de várias formas, nem todas elas necessariamente más, mas rendendo-nos à noção de que temos de fazer tudo antes de morrer. Porque temos de morrer? Bem, por causa do pecado. Em Génesis 2:17, Deus disse a Adão e Eva da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. Até este momento no seu relacionamento com Deus, Adão e Eva nunca tinham enfrentado a hipótese da morte. Assim, a implicação é que tinham sido criados para viver para sempre; que tinham sido criados conforme a imagem de Deus (veja Génesis 1:27). Mas a realidade é que Adão e Eva morreram. Não imediatamente, mas encararam a morte a partir daquele dia. O motivo: o pecado, a sua própria desobediência a Deus. Conforme vimos anteriormente em Romanos 5:12, o pecado e a morte entraram no mundo através de Adão e assim todos nós apanhámos a doença e experimentamos a sua consequência: morte (Romanos 6:23). 9

Se lhe for possível, imagine Jesus na cruz. Não é uma imagem agradável. Quanto mais imaginarmos, mais perturbante se torna. Nós é que deveríamos estar lá. Nós é que deveríamos estar pendurados. Não está certo que um inocente seja injustamente condenado! Há alguma coisa na nossa vida capaz de provocar maior justa indignação do que quando um inocente é falsamente condenado? Contudo, todas as vezes que olhamos para a cruz quem lá está é Jesus, não sou eu, nem você. Ainda estamos a tentar compreender II Coríntios 5:21, Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus. Porque o fez Deus? Já vimos a resposta: para destruir a obra do diabo; para remover a condenação da morte dos que já estão em Cristo; para nos tirar do corredor da morte e dar-nos uma perspectiva eterna. Espere um minuto, você está a dizer. Cometeu um erro. Ele morreu para nos dar vida eterna, não uma perspectiva eterna, seja lá o que isso queira dizer. Não, não errei. Nem Deus. Ele, através de Cristo, restituiu-nos a possibilidade original de viver eternamente com Ele. É por isso que aqueles de nós que estamos em Cristo, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor (2 Coríntios 3:18). Se soubesse que iria viver eternamente, que a morte não mais iria ser um problema, como é que isso mudaria a sua forma de viver? Ah, pode dizer, mas vamos morrer. A Bíblia não nos ensina que aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo, (Hebreus 9:27)? Sim, ensina, mas para os que já experimentaram o poder da ressurreição, essas palavras têm um significado diferente. Muitos de nós apostamos nesta vida. Tenho de fazer tudo, ver tudo, sentir tudo, conseguir tudo e acumular tudo, porque o meu tempo está a acabar. Céu? Isso não é onde eu vou estar a tocar harpa numa eternidade afastada? Abra a sua Bíblia e leia Filipenses 3:18-21. Viver no poder da ressurreição significa que temos um ponto de vista diferente. É o ponto de vista do reino dos céus/deus. A MORTE NÃO É A RESPOSTA FINAL. 10

Se isto é realmente verdade, então verdadeiramente tudo muda. Isto é o que esta caminhada conjunta deve ser. Como é que o viver no poder da ressurreição muda a forma como vivo? Dou graças a Deus hoje porque a morte não é a minha resposta final. Mostra-me por favor como viver para fazer uma diferença e viver no poder da ressurreição. Transforma-me à Tua semelhança. Amén. DIA SEIS Hoje gostaria que reflectisse sobre o que leu nos últimos cinco dias. Escreva como a sua vida poderia mudar se o pecado e a morte fossem basicamente removidos como obstáculos. Mesmo se ainda não concorda, faça-o na mesma. Apenas para ver qual seria a sua resposta. Como mudaria a sua perspectiva de vida se pudesse de facto viver no poder da ressurreição? Hoje estou a reflector em Ti, Senhor, naquilo que me mostraste durante os últimos dias. Por favor, permite-me ver como a minha vida pode mudar se eu viver de facto no poder da Tua ressurreição. Amen. DIA SETE Hoje gostaria que passasse algum tempo sozinho e lesse na sua Bíblia o Salmo 103. Olhe para este Salmo através dos olhos do poder da ressurreição. Leia-o, marque-o, deixe-o falar consigo. Desejo-lhe um excelente dia. Espero vê-lo amanhã quando começaremos a responder à pergunta, Como posso obter o poder da ressurreição? O Teu extraordinário amor para comigo é maravilhoso, todas as misericórdias que vêm das Tuas mãos, todas as promessas contidas neste Salmo, podem ser minhas na medida em que eu crer e vir através dos olhos do Teu poder. Amen. 11

SEMANA DOIS Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. João 15:4 DIA UM Lembro-me de ter ouvido uma história de um homem que estava para viajar da América para Inglaterra. Ainda bastante jovem viera da Inglaterra para América na companhia dos pais e estava a planear há algum tempo uma visita à sua terra-natal. Isto era antes da era dos aviões, de forma que ele teria de comprar uma passagem de barco de Nova Iorque para Inglaterra. Durante anos guardou o seu dinheirinho até que finalmente pôde comprar a passagem de barco. Quando o navio partiu, ele lá estava e nem podia acreditar que o seu sonho se estava a concretizar. Quando chegou a hora do jantar, o jovem recolheu-se para os seus aposentos, apanhou queijo e bolachinhas que tinha trazido consigo, pois o seu orçamento era muito apertado e não queria gastar nada indevidamente. O queijo e as bolachinhas sabiam tão bem que ele não se importava de comer a mesma coisa durante os 12 dias de viagem. Enquanto os dias passavam, o jovem conheceu um amigo e muitas vezes os dois ficavam horas no convés do barco a conversar. Um dia conversaram até chegar a hora do jantar e o amigo perguntou ao jovem se o veria na sala de jantar. O jovem pensou longamente sobre a sala de jantar; a esta altura as suas bolachas já estavam ressequidas e o seu queijo bolorento. Ele disse ao amigo, Oh, eu daria qualquer coisa para comer nessa sala de jantar, mas simplesmente não tenho mais dinheiro, por isso é melhor ir para o meu quarto e comer o meu queijo com bolachas. O seu amigo olhou para ele estupefacto, Como? Não tens um bilhete de passagem para este barco? perguntou. Claro que tenho, respondeu o jovem. De que outra forma poderia 12

estar aqui? Delicadamente o seu amigo explicou-lhe, Não reparaste que o bilhete te dá o direito de comer todas as refeições na sala de jantar? Está tudo incluído no preço. Esta história faz-me lembrar de tantos cristãos que conheço ou dos quais tenho ouvido. Estamos a tentar andar na nossa jornada com Jesus comendo queijo e bolachas, enquanto Ele nos ofereceu muito mais. O poder espiritual que temos sentido falta, o poder da ressurreição do qual Paulo fala, está disponível para todos nós. A questão então é: como obtê-lo? Muitos de nós respondemos a uma chamada, uma mensagem, ou a algum tipo de apresentação do Evangelho. De alguma forma ou estilo, aprendemos que se pedirmos a Jesus para nos perdoar, Ele na verdade perdoa os nossos pecados e vive no nosso coração. Se orássemos essa oração, então nasceríamos de novo, seriamos salvos ou tornar-nos-íamos cristãos. Tudo isto é verdade. Por mais espantoso e surpreendente que possa parecer, esse é o convite que Jesus nos dá. A base escriturística normalmente referenciada é João 3:16. Nenhuma verdade é maior da que a que ali se explica. Contudo, é importante compreender que no Novo Testamento a palavra crer é sempre uma palavra de acção. Dito de outra forma, quando se lê na Bíblia a palavra crer, ela resulta do ponto de vista que se faz o que se crê, e se crê no que se faz (Tiago 2:14-19). Faça um reflecção sobre a sua própria experiência de salvação. Será que a sua jornada com Cristo pode ser caracterizada pelos versículos em Tiago 2? Obrigado Jesus por me teres convidado à tua mesa de salvação e poder. Eu quero fazê-lo na minha jornada espiritual contigo e não quero de forma alguma perder esse poder espiritual. Amen. 13

DIA DOIS Quando convidamos as pessoas para a igreja ou quando compartilhamos o Evangelho com elas, normalmente tentamos fazê-lo o mais fácil possível para que possam crer. Lembra-se na semana passada termos lido Romanos 6:23, Porque o salário do pecado é a morte? Bem, o resto do versículo diz, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por Cristo Jesus nosso Senhor. A salvação é uma dádiva e vem absolutamente através da graça (Efésios 2:8-9). Vamos outra vez olhar para João 3:16. Se o apelo é para crer em Jesus Cristo para que eu tenha a vida eterna, então para que preciso do poder da ressurreição? Certamente precisarei desse poder quando morrer, mas não antes. Se as únicas palavras no meu bilhete de barco são não morrer mas ter a vida eterna, então como saber o que estou a perder? Da mesma forma como o jovem que comia bolachas com queijo ressequidos no barco, preciso ler o que mais é que o meu bilhete inclui. De que maneira Jesus chamou as pessoas para se tornarem cristãs ou serem salvas ou para nascerem de novo? Na verdade Ele não chamou. Ah, Ele disse a Nicodemos que ele tinha de nascer de novo (o que literalmente significa nascer de cima ou nascer do Espírito). Mas repare no que Jesus também disse nesse versículo (João 3:3). Ele disse que nenhum homem pode ver o reino de Deus a menos que nasça do Espírito. Gostaria que lesse João 4:18-22. O que disse Jesus a André, Pedro, Tiago e João? Vem, segue-me. Em Lucas 5:27-31, Jesus chama Levi (Mateus) da mesma forma, Segue-me. Pode dizer que aqueles eram os Seus discípulos; Jesus referiu-se a eles de forma diferente do que se refere a pessoas comuns como você e eu. Se realmente quer saber como Jesus chamou pessoas para esta vida do poder da ressurreição, então leia Mateus 19:16-26. Depois, contraste isso com a forma como apresentamos o Evangelho às pessoas. Quando o jovem disse que tinha guardado todos os mandamentos que Jesus tinha mencionado, nós não só o teríamos baptizado, como o colocaríamos na Junta da igreja! Qual foi o apelo final de Jesus? Vem, segue-me. 14

O facto é que não podemos seguir a Jesus na nossa própria força. Foi por isso que quando Lhe perguntaram em Mateus 19:25, Quem pode então ser salvo? Ele respondeu, Aos homens (ser salvo e viver no poder da ressurreição) isso é impossível, mas a Deus tudo é possível (adição minha). Mais uma vez reflicta na sua própria resposta ao Evangelho. Respondeu a se tornar cristão, ir para o céu, ter os seus pecados perdoados ou para seguir Jesus? Querido Senhor, não quero seguir-te nas minhas próprias forças; seria louco se o fizesse. Mas, eu sei que posso seguir-te como creio e como escreveste, aos homens é impossível, mas contigo todas as coisas são possíveis. Amen. DIA TRÊS Uma das minhas passagens bíblicas favoritas encontra-se em Mateus 16:13-28. Procure-a agora e vamos lê-la juntos. Este momento que Jesus compartilha com os Seus discípulos surge no meio de dias grandiosos. Jesus tinha acalmado a tempestade, expulsado demónios, ressuscitado uma menina da morte, curado inúmeras pessoas e alimentado cinco mil pessoas. A cabeça dos discípulos deveria estar a mil à hora diante do poder de Deus. Enquanto tentavam digerir tudo isso, Jesus lançou a pergunta mais importante jamais feita por um homem... Quem dizeis que Eu sou? Porque é esta a pergunta mais importante para nós? Simplesmente porque toda a nossa vida, toda a terra, todo o céu e toda a eternidade dependem da resposta a esta pergunta. A resposta que Pedro deu foi a correcta: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Jesus sabia que qualquer um podia dizer isto, e por isso explicou qual o verdadeiro significado de tal confissão: É o segredo para se viver no poder da ressurreição. De facto, Jesus afirma que através deste povo da ressurreição Ele irá edificar a Sua igreja e que igreja vai ser (versos 18-19). Depois dá-lhes uma previsão do que iria 15

sofrer e Pedro repreendeu-o. Porque Pedro repreendeu Jesus? Ele o fez porque ainda tinha a sua própria agenda e não tinha ainda compreendido a agenda da ressurreição. No verso 24, chegamos ao coração da vida no poder da ressurreição. A primeira qualificação é negar-se a si mesmo. Admitamos, isto não é tão apelativo como não morrer e ganhar a vida eterna. Na verdade, essas duas coisas estão inerentes à chamada de Jesus para negarmos a nós mesmos. O que temos de negar? A nossa identidade? A nossa personalidade? As nossas paixões? Os nossos sonhos? Através dos anos vem subsistindo uma grande confusão sobre a auto-negação. Realmente não é auto-negação no sentido que normalmente se pensa. Para muitos, o conceito de auto-negação significa desistir de alguma coisa, como por exemplo durante a Quaresma ou para outros propósitos. Esses tempos podem ser úteis, mas não é para isso que Jesus nos chama nesta passagem. Até nos encontrarmos com Jesus, vivemos a nossa vida para nós mesmos. Embora outros possam controlar-nos até certa forma, ainda persistimos na nossa própria agenda. É uma agenda que se adapta a este mundo, ou pelo menos tenta. É uma agenda presa dentro dos poucos anos que temos neste planeta e dos quais procuramos tirar o máximo partido. Muitas vezes, quando Deus entra em cena, temos a esperança que a Sua presença nos ajude a cumprir a nossa agenda. Isto é, Deus vai ajudar-nos a ser mais felizes, mais saudáveis, a ter mais sucesso, ser mais ricos ou seja lá o que for que estamos a tentar alcançar na nossa agenda. Conhecer Cristo pode ajudar em algumas ou em todas essas áreas, mas a chamada de Jesus é mais do que isso. A chamada para negar a nós mesmos é a chamada para pôr de parte a nossa agenda. Lembra-se do que Paulo disse sobre ser um cidadão do reino dos céus? Essa cidadania é a agenda para a qual Jesus agora nos chama. Não é sobre nós; é sobre Jesus e o que Ele está a fazer. Aqui está uma outra passagem bíblica para a nossa leitura: Filipenses 2:1-11. No verso 7, diz que Jesus se fez nada, o que literalmente 16

significa que Jesus se esvaziou. Ele esvaziou-se de quê? Da Sua deidade? Da Sua filiação? Não. Jesus esvaziou-se dos Seus privilégios os privilégios que tinha à mão direita do Pai, os direitos da glória. Ele esvaziou-se da Sua agenda para poder ser Redentor. Os versículos 10 e 11 desta passagem poderiam ter acontecido sem que os nove primeiros versículos ocorressem. Jesus teria estado dentro dos Seus direitos de fazer com que todo o joelho se dobrasse e toda a língua confessasse. Ele poderia não ter de vir à terra em carne, tornar- -se servo ou morrer na cruz. Caso Ele tivesse exercido esses direitos, não teria havido redenção alguma para si ou para mim. Negar a nós mesmos, então, significa esvaziar-nos dos nossos direitos à nossa própria agenda de forma a podermos juntar-nos a Jesus na Sua missão de redenção. Podemos facilmente dizer, Bem, quero o não perecer e a vida eterna, mas de facto não quero a missão. À luz da resposta de Jesus ao jovem rico, esta não é uma opção. Pode dizer, Não consigo fazê-lo. Nem eu. Mas porque Jesus morreu na cruz e ressuscitou, nós podemos fazê-lo conhecendo Cristo. A isso chama-se poder da ressurreição. Querido Senhor, ajuda-me hoje a ser capaz de ver de que forma preciso negar a mim mesmo; a não perder o foco das coisas que preciso pôr de lado para Te seguir. Quero que os Teus sonhos sejam os meus sonhos, que a Tua paixão seja a minha paixão. Não quero afastar-me deste compromisso contigo porque quero continuar a buscar-te para conhecer-te melhor. Amen. DIA QUATRO Ontem vimos a primeira parte da chamada de Jesus a uma vida no poder da ressurreição. Hoje vamos ver a segunda parte que se encontra em Mateus 16:24. Depois de nos chamar a negar a nós mesmos, Jesus diz que devemos tomar a nossa cruz. Como fazemos isto? Pensei que Jesus tinha morrido na cruz de uma vez por todas de forma a não termos de fazê-lo. Como posso tomar a Sua cruz? Regressemos aos nossos versículos-chave para esta jornada, Filipen- 17

ses 3:10-11. Para conhecê-lo, e o poder da sua ressurreição e a participação dos seus sofrimentos, conformando-me a ele na sua morte; para ver se de algum modo posso chegar à ressurreição dentre os mortos. Mas qual o significado disso? Na verdade, neste mundo não significa nada porque não faz qualquer sentido. Uma chamada ao sofrimento não atrairá muita gente a seguir Deus. Mas é por isso que Jesus nos chama a tomar a Sua cruz? A razão pela qual Jesus nos manda negar a nossa própria agenda é para que estejamos prontos a tomar a Sua cruz. Deixados à nossa própria agenda, nós nunca o poderíamos fazer. Lembre-se que a agenda de Deus é sobre reconciliação e redenção. Em Colossenses 1:20 lemos, por meio dele (Jesus Cristo) reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus. (minha adição). Lembra-se do grito de David no Salmos 51? Leia o verso 10. David sabia que a única solução era Deus criar um novo coração um coração que pulsaria conforme o de Deus. David tinha estado a fazer a obra de Deus, mas segundo a sua própria agenda. Agora ele queria que o seu coração batesse como o de Deus. Como seria e como sentiria esse coração? David sabia que teria um espírito correcto (v.10), gozo (v.12), um coração pelos perdidos (v. 13), um coração para adoração (vv. 14-15) e um coração humilde (v.17). Este é o coração da cruz de Cristo e que Ele nos pede para tomar. Não temos de o fazer se não quisermos, mas se não o fizermos, nós nunca conheceremos Cristo e ao Seu poder de ressurreição. Lembre- -se, um dos assassinos do poder era o pecado. Esta doença, que nos contagia a todos logo à nascença (Romanos 5:12), tem de ser purificada para que tenhamos um coração para Deus e tomemos a Sua cruz. Quando estivermos prontos para nos identificarmos com Cristo, estaremos prontos para tomar a Sua cruz. O poder da ressurreição torna-se possível quando lemos Gálatas 5:24, E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Por causa da sua ressurreição, porque Ele se levantou de entre os mortos, então Jesus providenciou poder e purificação para a nossa natureza pecaminosa. 18

Ele limpa o nosso coração da agenda do pecado, que é tudo acerca de mim. Agora, com este novo coração que David descreve no Salmos 51, podemos viver pelo Espírito e continuar em sintonia com o Espírito (Gálatas 5:24-25). A palavra-chave no versículo 24 é pertencer. Não posso pertencer a Cristo até negar a minha própria agenda e tomar a d Ele. Então sou santificado, ou separado para uso sagrado, conforme a oração de Jesus em João 17:17. Pense: através do poder da ressurreição posso ter um coração que bate conforme o de Deus. Medite por uns instantes e examine o pulsar do seu coração. Fisicamente, o seu coração deve bater cerca de 72 vezes por minuto. Espiritualmente, o seu coração deve bater com alegria pelos perdidos, com louvor e com humildade. Como está o seu coração? Eu quero o coração da cruz de Cristo porque Ele me pediu para a tomar. Quero que o meu coração seja cheio com o Seu Espírito, cheio da Sua alegria; quero ter um coração pelos perdidos, uma paixão por eles. Mas acima de tudo quero um coração humilde. Quero o Teu coração, Deus. Amen. DIA CINCO O que significa conhecer a comunhão de compartilhar nos Seus sofrimentos? Voltemos a Mateus 16:24 para a terceira parte da chamada de Jesus a uma vida de poder da ressurreição. Ele nos chama da mesma forma como chamou André, Pedro, Tiago, João e Mateus: Segue-me. Lembra-se quantas vezes Pedro desejou seguir a Jesus, somente para O ouvir dizer que ele ainda não o podia fazer? Ele ainda não estava completamente na agenda de Deus. Lembre-se, a agenda de Deus é uma de reconciliação e redenção. Se decidirmos prosseguir nesse caminho, enfrentaremos sofrimento. Era pastor apenas há 18 meses, quando comecei a aprender esta lição. Eu gostava de pregar e liderar as pessoas, e fazer coisas semelhantes, mas ainda tinha de aprender que tais coisas eram apenas preparação para a entrada na comunhão de participar nos sofrimentos de Cristo. Num domingo à tarde, recebi uma chamada dum membro da nossa igreja. Durante muito tempo essa senhora tinha sido 19

professora da Escola Dominical naquela cidade. Ela contou-me de uma jovem a quem ela tinha ensinado anos atrás e que agora estava casada pela segunda vez. O homem com o qual ela se casara também já tinha sido casado e entre os dois tinham sete filhos para cuidar. Nesse dia os dois brigaram e algum tempo depois ele saiu e foi para o campo, na quinta onde viviam. Ela apanhou uma arma e foi atrás dele; mas não o tendo encontrado, ela voltou a arma para si e matou-se. A professora da Escola Dominical quis saber se eu poderia ir visitar a família. Devo confessar que não queria ir. A universidade e o seminário não me tinham preparado para uma situação do género e eu não tinha a mínima ideia do que fazer ou dizer. Quando cheguei ao local, os pais do homem estavam lá com as sete crianças. Após alguns momentos desconfortáveis, notei que nenhum deles era seguidor de Cristo e provavelmente não estavam nada satisfeitos com a minha presença. Foi então que senti um empurrão subtil do Espírito Santo e perguntei ao marido se queria ir lá fora. Passámos algum tempo lá, só nós dois. Descobri que não tinha palavras ou mesmo versículos bíblicos que ele pudesse ouvir. Tudo o que eu pude fazer foi sentar-me ao pé dele e tentar entrar na sua dor e no seu sofrimento junto com ele. Isto era muito mais difícil do que oferecer-lhe algumas palavras de sabedoria que ele não poderia nem iria ouvir. Naquele momento foi o único caminho de reconciliação para este homem e Deus. Seguir Jesus nesta jornada significa termos de ver os outros da mesma forma como Ele os vê. Foi isto que Paulo quis dizer quando escreveu em II Coríntios 5:16, Por isso daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos desse modo. Ele via as pessoas com um novo coração, que pulsava com uma agenda de reconciliação e redenção. Devo avisá-lo, este coração quebra-se facilmente. As coisas que quebram o coração de Deus são agora as mesmas que quebrarão o seu. É aí que entra a parte da comunhão. A nossa comunhão com Cristo enriquece nesses momentos. 20

Em nenhum outro momento que eu tenha conhecimento, iremos conhecê-lo tão bem. Não temos de buscar estas ocasiões. Se estamos a seguir Cristo, se já tomámos a Sua cruz, se já negámos a nossa própria agenda e entramos na d Ele, então experimentaremos as coisas que quebram o Seu coração. No nosso anterior pastorado, atravessámos um tempo de sofrimento com uma família na igreja. Por causa de um virus raro a filha de 15 anos esteve à porta da morte durante 10 dias. O nosso relacionamento com essa família tinha sido sempre bom, mesmo sabendo que nem sempre concordávamos em determinadas coisas na igreja. Contudo, ao despendermos horas juntos no hospital, começámos a ter comunhão no compartilhar dos sofrimentos de Cristo. A boa nova é que milagrosamente a filha se recuperou e hoje é uma jovem saudável. Mas a melhor notícia é que as nossas vidas foram mudadas por termos atravessado juntos aquele período. Depois de quase 10 anos voltámos a encontrar-nos há alguns meses atrás, e entre nós há uma comunhão que continua rica e afectuosa. Na medida em que seguimos a Cristo, a nossa comunhão com Ele também cresce. O poder da ressurreição que conquista o pecado e a morte limpa-me e capacita-me a ser servo de Deus e a conhecer Cristo e o poder da Sua ressurreição e a comunhão de participar nos Seus sofrimentos. Querido Jesus, peço-te que me faças desejar ser mais e mais como Tu, para que veja o mundo à minha volta através dos Teus olhos. Quero que o meu coração bata com uma agenda de reconciliação e redenção. Quero que as mesmas coisas que quebram o Teu coração quebrem o meu. Quero que, ao seguir-te, o meu relacionamento Contigo cresça. Amen. DIA SEIS Tome de novo o seu lápis e papel e reflicta sobre a sua jornada com Cristo. Leia Mateus 16:13-28. Como respondeu à pergunta de Jesus, Quem dizeis vós que eu sou? Como respondeu à chamada para se 21

negar a si mesmo, tomar a Sua cruz e segui-lo? Louvo-Te por me deixares ver quem Tu és o Filho do Deus vivo! Por causa disso quero ser eu mesmo a negar-me e a tomar diariamente a minha cruz para Te seguir. Obrigado. Amen. DIA SETE Hoje leia e medite sobre o Salmo 37. Deus chama-nos a deleitarmo- -nos n Ele. Creio que isto é parte do segredo do poder da ressurreição, de conhecer Cristo. Feliz deleite! Vemo-nos amanhã quando começaremos a olhar para o poder da ressurreição e a sua chamada. Querido Senhor quero deleitar-me em Ti, esperar em Ti e guardar os Teus caminhos. Quero que sejas a minha força nos tempos de aflição porque sei que Tu me libertarás. Amen. 22

SEMANA TRÊS Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas. Efésios 2:8-10 DIA UM Sente-se chamado para alguma coisa? Pode ser que neste preciso momento esteja a dizer que se sente chamado para ser missionário no Havai ou talvez numa linda ilha das Caraíbas. Há muita confusão acerca da nossa chamada na vida. Muitas vezes as pessoas usam e até mesmo abusam do conceito à volta de uma chamada de Deus. E, como sabemos, as pessoas fazem todo o tipo de loucuras e até mesmo coisas ruins no nome de Deus. O que significa então ser chamado por Deus? O que é que isto tem a ver com o viver no poder da ressurreição? Os dois andam juntos e a chamada de Deus para nós é onde, na verdade, vivenos a vida no poder da ressurreição. De tudo o que sabemos de Deus, podemos ter a certeza que se Deus nos chama para fazer algo, Ele irá dar-nos a graça e o poder para cumprir essa chamada. Vejamos mais uma vez os nossos versículos-chave, Filipenses 3:10-11. Veja a última parte do versículo 10: conformando-me a ele na sua morte. Como nos tornamos como Cristo na Sua morte? Será que teremos de morrer numa cruz como Ele fez? Bem, alguns o fizeram, mas não creio que seja isto o que Cristo nos chama a fazer. Em Colossenses 2:12 lemos, tendo sido sepultados com ele no baptismo, no qual também fostes ressuscitados pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. Lembre-se, descobrimos que negar a nós mesmos e morrer para o pecado, ou ser limpo da natureza pecaminosa, é sair da agenda do pecado para a agenda de Deus. O poder da ressurreição liberta-nos para abraçarmos a agenda de Deus para as nossas vidas. E já vimos que enquanto estivermos nesta terra, a nossa agenda é juntarmo-nos a Deus na Sua missão de reconciliação e redenção. 23

Segundo Filipenses 2, Jesus desistiu dos Seus direitos à mão direita do Pai para se tornar redentor. Ele pede-nos para ter a mesma atitude e o mesmo sentimento que Jesus (verso 5). Portanto, ser como Jesus na Sua morte é juntarmo-nos a Ele na Sua missão e morrer para a nossa própria agenda. É ver a vida através da perspectiva eterna do poder da ressurreição. Isto então nos prepara para a chamada de Deus para nós. Tome alguns instantes e medite sobre que chamada crê que Deus lhe tem dado. Como respondeu? Oro hoje para que me dês a confiança que se me chamares para alguma coisa, me darás a graça e poder para cumprir a Tua chamada na minha vida. Amen. DIA DOIS Como sabemos que Deus tem uma chamada para cada um de nós? Pensamos na igreja como corpo de Cristo, e pensamos correctamente. Contudo, a palavra usada no Novo Testamento para igreja, significa literalmente os que foram chamados para fora. Podemos perguntar a nós mesmos, foram chamados para fora de onde? A resposta poderia ser: chamados para fora da agenda do pecado para uma nova chamada a missão de reconciliação. Somos não só chamados de alguma coisa mas para alguma coisa. Venha comigo a Hebreus 5:11-63. Porque na maioria das vezes ficamos apenas com leite e não passamos para a comida sólida? Porque damos voltas e voltas com os ensinos básicos até os debatermos, argumentá-los e mesmo separarmo-nos por causa deles? Porque parece que nunca avançamos para a maturidade? Há muitas razões, mas a principal, no meu ponto de vista, é que ainda não começámos a viver no poder da ressurreição. Isto relaciona-se com o que falámos na semana passada com respeito a João 3:16. Estamos mais preocupados com o não morrer e ter vida eterna do que com o que Deus está a fazer neste momento. Focamos primeiramente naquilo de que fomos salvos a punição pelos nossos peca- 24

dos e não no para que fomos salvos vida no poder da ressurreição. Assim, o foco da nossa vida cristã normalmente é, Está salvo? O foco de Jesus seria, Está a seguir-me, negando-se a si mesmo e tomando a sua cruz? Isso pode parecer que estamos a chegar mais perto do evangelho de obras, e não o da graça. Longe disso! Somos salvos pela graça e andamos no Espírito pela graça. Na verdade, o único trabalho que fazemos é dizer sim a Jesus quando Ele nos chama para O seguir. Até mesmo esse sim vem pela graça de Deus que trabalha em nós. Quando a graça realmente nos alcança, iremos desejar seguir a Cristo. Quando confrontadas com algumas das suas fraquezas, muitas vezes oiço pessoas dizerem Estou debaixo da graça. Não acho que isto seja realmente graça. É dizer, Senhor, ouço o que estás a dizer, mas ainda assim tenho a minha própria agenda. Dá-me graça suficiente para que possa continuar a fazer as minhas próprias coisas, e isso não é graça. Uma vida vivida no poder da ressurreição é uma resposta à graça de Deus na minha vida e mundo. Passe algum tempo hoje reflectindo e meditando sobre a graça de Deus. Querido Senhor, quero concentrar-me na minha vida eterna Contigo, negando-me a mim mesmo e tomando a minha cruz. Sou salvo pela Tua graça e ando no Teu Espírito pela graça. Amen. DIA TRÊS Um dos meus cânticos favoritos fala sobre a graça. Algumas das palavras são: A Tua graça ainda me surpreende. O Teu amor é um mistério. Diariamente caio de joelhos, porque a Tua graça ainda me surpreende. Continuamos a falar sobre a nossa chamada. Somos chamados pela 25

graça. Deus não nos chama para algo porque Ele acha que seriamos bons nisso ou porque merecemos isso. Não, Ele chama-nos pela Sua graça, depois equipa-nos para cumprir essa chamada. Nesse sentido, a nossa chamada tem pouco a ver connosco e tudo a ver com Deus. De facto, a vida no poder da ressurreição é sempre sobre Deus, nunca sobre nós. É por isso que é tão necessário saber e experimentar a limpeza da natureza pecaminosa. Até experimentarmos esta limpeza, continuamos a ser nós mesmos, não importa quão arduamente tentemos seguir a Deus. Quando compreendermos que através da morte e ressurreição de Jesus a obra do diabo é destruída, podemos permitir que o sangue de Jesus nos limpe de toda a injustiça. (I João 1:9). Volte a Gálatas 5:16-26.Veja quão claramente Paulo contrasta a agenda do pecado com a agenda do Espírito. Não há aqui nenhuma condição de tanto uma como a outra. É claramente uma ou outra. É assim, quando chego ao ponto de negar-me a mim mesmo (a minha própria agenda), e tomar a cruz de Cristo (dizendo sim à Sua agenda), então posso segui-lo (viver pelo Espírito, versos 16, 25). É esse o significado quando Jesus diz que teríamos de ser baptizados com o Espírito Santo (Actos 1:5). Através do poder da ressurreição, o Espírito Santo pode encher as nossas vidas. A palavra original para baptismo era ser mergulhado numa tinta e totalmente mudado. Agora temos o privilégio de ser completamente imersos em Cristo e ser mudados de uma agenda (a natureza do pecado) para outra (a missão de Deus). Conforme falámos na semana passada, muitas vezes tomamos o poder do qual Jesus fala em Actos 1 concernente ao Espírito Santo e tentamos trazê-lo para a nossa própria agenda. Relegamos o poder do Espírito Santo a coisas como sinais e maravilhas, ainda que estes possam muito bem ser uma parte da vida no poder da ressurreição. Contudo, eles serão um resultado da vida no Espírito. O poder descrito por Jesus é o poder para que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados (Efésios 4:1). Paulo caracterizou esta vida ressurrecta duma outra forma quando em II Coríntios 5:14 diz, Pois o amor de Cristo nos constrange. Se a sua vida ainda continua centrada em si mesmo e na sua própria agenda, o amor não será uma motivação persuasiva. Os versos 14-15 são uma 26

expressão grandiosa de alguém totalmente transformado pela graça de Deus. Porque Cristo morreu por nós, nós morremos para o nosso próprio modo. A alternativa a esse modo é viver para os outros, sendo assim uma vida motivada e compelida pelo amor. Agora estamos prontos para olhar mais além na chamada que Deus tem para nós. Em preparação para amanhã, leia Efésios 2:10. O meu coração deseja que me equipes para cumprir a Tua chamada na minha vida; para viver uma vida digna da chamada que recebi. Quero ter uma vida motivada, compelida pelo teu amor. Amen. DIA QUATRO Efésios 2:10 é outro versículo para memorizar: Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas. Que declaração! Uma outra forma de traduzir feitura seria a palavra obra-prima. A maioria de nós provavelmente não pensa de si mesmo como sendo uma obra-prima, mas Deus pensa. Porquê? Porque foi Ele quem nos fez. Alguns de vós podem provavelmente pensar que poderiam ter feito melhor se Deus tivesse pedido primeiro a vossa opinião, que Deus vos poderia ter feito mais adequados para a vida segundo a vossa própria agenda. Mas, segundo este versículo, Ele tinha uma outra coisa em mente. Veja a última parte do versículo: Deus antes preparou. Preparou antes do quê, pergunta? Bem, literalmente isto significa que andes de criar o mundo, Deus sabia que viria a existir e quando viveria. Você não é um erro. Deus não foi apanhado de surpresa. Deus sabia que estaria no Seu mundo neste preciso momento e por isso Ele tem preparado a si e ao mundo para a vida que vive hoje. Foi criado em Cristo Jesus para as boas obras. Por outras palavras, Deus desenhou-o especificamente para obras, serviço e ministério. Quando vemos a palavra ministério imediatamente as nossas men- 27

tes vão para um pastor, evangelista ou missionário. Num certo sentido, todos somos algumas destas coisas, mas a visão de Deus é muito maior do que isso. Tente ver o grande panorama por uns instantes. Deus está no processo de reconciliar todas as coisas, tanto no céu como na terra, consigo mesmo através do que Cristo fez na cruz (Colossenses 1:20). Qual o seu lugar neste panorama? Muitos de nós pensamos no ministério apenas como sendo dentro da igreja. De facto há muitos ministérios dentro da igreja. Contudo, a igreja ou os líderes da igreja também devem equipar o povo para fazer a obra do ministério para o qual Deus os tem chamado. É verdade que uma parte da sua chamada é ser uma parte do corpo local de Cristo. De acordo com o que Paulo diz em Efésios 4, somos baptizados no corpo de Cristo. Mas a sua chamada é muito maior; somos chamados a ser parte do corpo global de Cristo. Vá até II Coríntios 5:11-21. Há muita coisa boa ali, mas concentre-se nos versos 18 a 20. Paulo diz que todos os que estão em Cristo são chamados para a mensagem e ministério da reconciliação. Fomos nomeados embaixadores, como se Deus fizesse o Seu apelo por nosso intermédio. Essas são palavras esmagadoras. Ser embaixador é uma chamada elevada. Na maioria dos países, cada embaixador é nomeado pessoalmente pelo presidente ou primeiro-ministro. Foi o próprio Deus quem nos nomeou para esta missão de ser embaixadores por Cristo. Esta é a nossa chamada. Espere, pode dizer. Isso significa que todos temos a mesma chamada. No grande panorama, sim, temos. Contudo, Deus, na Sua infinita sabedoria deu-nos muitas formas de cumprirmos esta chamada. Pense hoje que tipo de embaixador é por Cristo. Eu nunca pensaria de mim mesmo como uma obra-prima, mas estou grato porque vais mais fundo, a ponto de me considerares como tal. Antes da fundação do mundo Tu já sabias exactamente como eu seria, e ainda assim Tu me amaste. Comprometo-me a ser um embaixador por Ti. Amen. 28