PINTA BRANCA DO MILHO

Documentos relacionados
Embrapa Milho e Sorgo. 3 Universidade Estadual de Londrina/Depto de Biologia Geral/CCB CP 6001 CEP

DOENÇAS FOLIARES DO MILHO: Sintomatologia

Cultivo do Milho

Orientações sobre o controle químico de doenças fúngicas para o milho

Doenças do Milho. Introdução. Introdução. Introdução. Enfezamentos. Enfezamentos 06/06/2017. Centro Universitário do Triângulo

SEVERIDADE DE DOENÇAS EM CULTIVARES DE MILHO

XXX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO Eficiência nas cadeias produtivas e o abastecimento global

Comunicado Técnico 48

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

CARACTERIZAÇÃO DE GRUPOS DE GENÓTIPOS DE MILHO SAFRINHA AVALIADOS EM DOURADOS, MS

Eficiência de Fungicidas para o controle de brusone do trigo (Magnaporthe grisea) - Ensaio Cooperativo

AVALIAÇÃO DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DE MANCHA BRANCA NO MILHO SAFRINHA

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

USO DE ADUBAÇÃO FOLIAR ASSOCIADA A FUNGICIDAS NO CONTROLE DE DOENÇAS FÚNGICAS EM MILHO 2ª SAFRA NO MATO GROSSO

SEVERIDADE DE DOENÇAS EM VARIEDADES DE MILHO CRIOULO

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Impacto potencial das mudanças climáticas sobre as doenças do sorgo no Brasil

CONTROLE QUÍMICO DA MANCHA DE RAMULÁRIA (Ramularia areola) NO ALGODOEIRO EM CAMPO VERDE- MT

CONDIÇÕES PREDISPONENTES PARA AS MANCHAS FOLIARES

Manejo de doenças em sorgo sacarino. Dagma Dionísia da Silva Pesquisadora em fitopatologia - Embrapa Milho e Sorgo

7.6. PRINCIPAIS DOENÇAS DO MILHO E SEU CONTROLE

CONTROLE QUÍMICO DE DOENÇAS FOLIARES NO MILHO SAFRINHA

EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE RAMULARIA (RAMULARIA AREOLA) NO ALGODOEIRO EM MATO GROSSO INTRODUÇÃO

EFEITO DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES FUNGICIDAS NO RENDIMENTO DA CULTURA MILHO EM FREDERICO WESTPHALEN RS 1

AVALIAÇÃO FITOSSANITÁRIA DE LINHAGENS PARCIALMENTE ENDOGÂMICAS DE MILHO

Avaliação do controle químico da mancha foliar causada por Exserohilum turcicum em sorgo 1. Introdução. Material e Métodos

CONTROLE QUÍMICO DE DOENÇAS FOLIARES EM CULTIVARES DE MILHO SAFRINHA TRANSGÊNICOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

RELATÓRIO TÉCNICO DE PRATICABILIDADE E EFICIÊNCIA AGRONÔMICA

CONTROLE DE DOENÇAS EM MILHO SAFRINHA

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Avaliação de fungicidas sobre a severidade da mancha foliar de diplodia em híbridos de milho

A evolução do complexo de doenças na cultura do milho Ricardo Trezzi Casa - Prof. Dr. em Fitopatologia

Picinini, E.C. 1; Fernandes, J.M.C. 1

Efeito de fungicidas na inibição do crescimento micelial de Sclerotinia sclerotiorum isolado de soja

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1044

Epidemias Severas da Ferrugem Polissora do Milho na Região Sul do Brasil na. safra 2009/2010

Feksa, H. 1, Antoniazzi, N. 1, Domit, R. P. 2, Duhatschek, B. 3. Guarapuava PR. Palavras-chave: aviação agrícola, fungicida, rendimento, FAPA OBJETIVO

AVALIAÇÃO DE FUNGICIDAS SISTÊMICOS E PROTETORES NO CONTROLE DA Puccinia polysora UNDERW NO MILHO SAFRINHA

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

CONTROLE QUíMICO DE DOENÇAS DA PARTE AÉREA DA CULTURA DE TRIGO - ENSAIO COOPERATIVO DE FUNGICIDAS DO ANO DE Resumo

Risco ambiental de fungicidas como critério para a recomendação de uso na cultura do milho 1

Comparação da eficiência de controle da ferrugem-asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) com fungicidas indicados para a doença, em goiás

SEEDCORP HO UMA PLATAFORMA INTEGRADA DE SEMENTES

RESISTÊNCIA DE CULTIVARES DE MILHO SAFRINHA TRANSGÊNICO A MANCHAS FOLIARES NO ESTADO DE SÃO PAULO

Controle químico de doenças fúngicas do milho

REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MILHO Bt E NÃO Bt A INOCULAÇÃO ARTIFICIAL DE Fusarium sp. RESUMO

Comunicado Técnico 60

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Controle Químico de Doenças na Cultura do Milho Josemar Stefanello 1, Lilian Maria Arruda Bacchi 2, Walber Luiz Gavassoni 2 e Lucia Mayumi Hirata 3

SUMARIZAÇÃO DE ENSAIOS COOPERATIVOS DE MANCHA-ALVO SAFRA Carlos M. Utiamada TAGRO

Alternativas de Controle para Redução de Grãos Ardidos na Cultura do Milho

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Crescimento, viabilidade e disseminação da bactéria Pantoea ananatis, agente causal da doença Mancha Branca do Milho

EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA BRUSONE DO TRIGO, NA SAFRA 2011.

05 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS PRINCIPAIS

Manejo da Ferrugem Asiática da Soja Por Número de Aplicação De Fungicidas, Safra 2012/2013

EFEITO DE DIFERENTES DOSES DE TASPA 500 CE E DE ARTEA 330 CE NO CONTROLE DE DOENÇAS FOLlARES EM TRIGO EM Resumo

Avaliação dos Fungicidas no Controle da Ferrugem Asiática da Soja, Safra 2012/2013

Resultados da rede de ensaio de fungicidas para o controle de doenças na cultura da soja e resistência de Corynespora cassiicola a fungicidas

FCAV/ UNESP - Jaboticabal Depto de Fitossanidade (0xx16) R 25.

ADIÇÃO DE FUNGICIDAS PROTETORES E TRIAZOIS NO CONTROLE DE FERRUGEM POLISSORA E SEUS EFEITOS NA PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA

EFiCÁCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE DOENÇAS TRANSMITIDAS PELAS SEMENTES DE TRIGO. Resumo

Doenças na cultura do milho e influência na qualidade de grãos. Ricardo Trezzi Casa - Dr. Fitopatologia

Cultivo do Sorgo

BRS 3040 Híbrido Triplo de Milho

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 300

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

Incidência de Ustilago maydis em Híbridos de Milho

Indutores de Resistência e Fungicidas na Cultura do Milho na Região dos Chapadões

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

Identificação e Controle de Doenças na Cultura do Milho

AVALIAÇÃO DE EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PROTETORES PARA O CONTROLE DE DOENÇAS NO MILHO SAFRINHA

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES FUNGICIDAS NO CONTROLE DE DOENÇAS FOLIARES NO MILHO NA REGIÃO NORTE DE MATO GROSSO. Sinop.

EFICIÊNCIA DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE MOFO- BRANCO NO ALGODOEIRO

CONTROLE DE FERRUGEM POLYSORA (Puccinia polysora UNDERW) NA CULTURA DO MILHO EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE APLICAÇÕES DE FUNGICIDAS

PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA COM E SEM APLICAÇÃO FOLIAR DE FUNGICIDA

Epidemias Severas da Ferrugem Polissora do Milho na Região Sul do Brasil na safra 2009/2010

BRS 1031 Híbrido Simples de Milho

Comunicado Técnico 72

PRINCIPAIS DOENÇAS FÚNGICAS QUE ACOMETEM O MILHO

DESEMPENHO DE HÍBRIDOS DE MILHO SAFRINHA COM E SEM PULVERIZAÇÃO DE FUNGICIDA NA PARTE AÉREA

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES E ÉPOCAS DE SEMEADURA DE MILHO SAFRINHA NA REGIÃO DE RIO VERDE (GO)

Controle da Mancha-em-Rede (Drechslera teres) em Cevada, Cultivar Embrapa 129, com os Novos Fungicidas Taspa e Artea, no Ano de 1998

BRS 1035 Híbrido Simples de Milho

DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS E AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE MELANCIA NO TOCANTINS

CONTROLE QUÍMICO DE FERRUGEM ASIÁTICA NA CULTURA DA SOJA (Glycine max) SAFRA 16/17

AVALIAÇÃO DO FUNGICIDA METOMINOSTROBIN NO CONTROLE DE RAMULARIA (RAMULARIA AREOLA) NO ALGODOEIRO EM MATO GROSSO. INTRODUÇÃO

VIABILIDADE DO TRIGO CULTIVADO NO VERÃO DO BRASIL CENTRAL

Doenças no Milho Safrinha

Recomendação para o Controle Químico da Helmintosporiose do Sorgo (Exserohilum turcicum)

Controle químico de doenças na cultura do milho: aspectos a serem considerados na tomada de decisão sobre aplicação

SEVERIDADE DE Puccinia polysora Underw. EM MILHO NO ESTADO DE SÃO PAULO, NA SAFRA 2015/2016 INTRODUÇÃO

UFGD/FCA Dourados MS, 1 Mestrandos em Produção Vegetal UFGD/FCA 2 Graduando em agronomia UFGD 3 Pesquisador da Embrapa

SUMARIZAÇÃO DE EXPERIMENTOS COOPERATIVOS DE FUNGICIDAS MULTISSITIOS SAFRA Carlos M. Utiamada TAGRO

Avaliação Preliminar de Híbridos Triplos de Milho Visando Consumo Verde.

Transcrição:

PINTA BRANCA DO MILHO V.A.Silva 1 ; J.S.R. Cabral 2 ; D.S. Sousa 2 ; R.E. Lima 2 ; L.D. Paccola-Meirelles 3 ; C.R. Casela 4 ; W.F. Meirelles 4 ; F.C. Pereira 5 1 AGENCIARURAL Rio Verde; 2 CEFET/RV; 3 UEL/Londrina-PR; 4 CNPMS/Sete Lagoas- MG; 5 Eng. Agronomo/Rio Verde-GO. A fome mundial representa um desafio a ser vencido por esta e futuras gerações. Para vencer este desafio temos a necessidade de aumentar a produção agrícola. Com esta finalidade pacotes de inovação tecnológica tem contribuído para consecutivos aumentos no potencial produtivo das culturas. Contudo com estes avanços tecnológicos e com o aumento da produtividade possibilitado por essas inovações, algumas considerações podem ser feitas. Entre estas podemos destacar a introdução de novos patogenos em áreas indenes, o aumento na severidade e da agressividade dos patógenos e a ausência de quebra no ciclo dos patógenos e a não observância da rotação de culturas. E dentro deste contexto vários fatores contribuem para com o aumento na incidência de doenças na cultura do milho: o aumento da área cultivada; o aumento do número de cultivares comerciais com diferentes níveis de resistência às doenças; o manejo inadequado de água em plantios sob pivô ou na aspersão convencional, os plantios direto de milho sobre milho, o cultivo do milho safrinha em sucessão a soja e os plantios consecutivos de milho durante o ano todo, os quais podem contribuir para aumentos significativos de patógenos. Trabalhos de monitoramento de doenças realizados pela Embrapa Milho e Sorgo, AGENCIARURAL e pelo setor privado, têm demonstrado que a mancha branca, a cercosporiose. a ferrugem polissora, a ferrugem tropical, a ferrugem comum, a helmintosporiose e os enfezamentos pálido e vermelho estão entre as principais doenças da cultura do milho no momento para o Estado de Goiás. A importância de cada uma dessas doenças é variável de ano para ano e de região para região, mas não é possível afirmar que alguma delas seja de maior importância em relação às demais. Além das doenças acima mencionadas, novos desafios têm surgido ao longo dos últimos anos, como o aumento na severidade da antracnose foliar em algumas regiões do país e a ocorrência de podridões de causadas por Stenocarpella maydis e S. macrospora, antes mais comuns em áreas de plantio na região Sul do país, em algumas áreas do Centro Oeste. Normalmente, um programa de pesquisa tende a se concentrar na busca de soluções para problemas identificados até que soluções adequadas sejam encontradas, o que exige um certo número de anos. O agricultor, por outro lado, enfrenta, a cada ano, novos problemas e tende normalmente a considerá-los como prioritários exigindo soluções rápidas e imediatas. A mancha branca do milho, causada pela bactéria Pantoea ananatis, também denominada de pinta branca, tem se constituído, nos últimos anos, em uma das principais doenças da cultura tendo apresentado uma distribuição generalizada pelas áreas produtoras de milho do Brasil, existindo relatos de perdas na produção da ordem de até 60%. Sintomas da Doença Os sintomas da Mancha Branca começam a serem evidentes por ocasião da préfloração entre 50 e 60 dias, período este onde a planta de milho paralisa a emissão de folhas

e o crescimento (elongação) do colmo e dos internódios. As lesões apresentam formato circular a oval, medindo de 0,3 até 1,5 cm, com aspecto incial de anasarca, que evoluem rapidamente, adquirindo uma coloração palha, com bordos irregulares e bem definidos. As margens das lesões podem apresentar uma tonalidade marrom escura, podendo apresentar no centro, já necrosado, estruturas reprodutivas de fungos como pseudotécios e picnídios, Em condições favoráveis, a doença pode levar a seca prematura das folhas e causar uma redução no peso dos grãos (Fantin, 1994; Fernandes, 1999; Pinto et al., 1997 e Ventura & Resende, 1996). Etiologia da Doença Inicialmente esta doença foi identificada como sendo a mancha foliar de phaeosphaeria, descrita por Payak & Renfro (1966) como causada pelo ascomiceto Phaeosphaeria maydis (P. Henn.) Rane Payack e Renfro (sin. Sphaerulinia maydis = Leptosphaeria zeae maydis), forma anamórfica Phyllosticta sp. Porém a dificuldade no isolamento do fungo a partir das lesões e a não reprodução dos sintomas em plantas infectadas com esse patógeno, deixou dúvidas quanto a real identidade do agente etiológico da doença nas condições brasileiras, tendo em vista que até o presente não se cumpriram os postulados de Koch, e não se obteve reprodução dos sintomas em plantas infectadas com esse patógeno (Sawazaki, et. al., 1997). Em 2001 equipe de pesquisadores liderados por Paccola-Meirelle publicaram trabalho com o titulo `` Detection of a bacterium associated with a leaf spot disease of maize in Brazil. Journal of Phytopatology, Berlim, v. 149, n. 5, p. 275-279, 2001. onde demonstraram a presença de uma bactéria nas lesões, a qual foi identificada como Pantoea ananatis (syn. Erwinia ananas). Em 2004 a mesma equipe de pesquisadores publicam o trabalho ``Confirmação da etiologia da doença descrita no Brasil como sendo a mancha foliar de Phaeosphaeria em milho. In: XXV Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2004, Cuiabá, 2004 indicando, definitivamente, a bactéria P. anantis como agente etiológico da mancha branca presente no Brasil. Testes para controle do novo agente etiológico da Mancha Branca (Pantoea ananatis) 1) Comportamento da bactéria P. ananatis quando cultivada em presença dos agroquímicos em laboratório. De acordo com AGROFIT 2006 do Ministério da agricultura as estrobilurinas (Piraclostrobina, Azoxistrobina), isoladas ou em associação com os triazóis e os triazóis (Epoxiconazol, Ciproconazol), são agroquimicos indicados para o controle da Mancha Branca do milho a campo. Com a confirmação de um novo agente para a doença surgiu estão a necessidade de se verificar a ação de antibióticos no controle do agente etiológico in vitro e in vivo. Isolados bacterianos foram obtidos a partir de lesões foliares tipo anasarca em meio Nutriente Agar (NA). Como padrão, foi utilizado isolado obtido junto ao departamento de Biologia Geral da UEL/Universidade Estadual de Londrina Londrina/PR. Todos os isolados foram cultivados em meio NA a 30 0 C e após crescimento mantidos em meio liquido.

Os Ensaios foram conduzidos no Laboratório de Microbiologia Geral do CEFET Centro Federal de Educação Tecnológica de Rio Verde Goiás. Uma alíquota de 0,02 ml de uma suspensão bacteriana contendo 10 9 UFC, foi distribuída uniformemente sobre a superfície de placas de petri contendo meio Nutriente Agar (NA) acrescido de diferentes dosagens dos produtos fitossanitários comerciais. Posteriormente as placas foram incubadas por um período de 48 horas no escuro sendo as primeiras 24 horas a 35 C e às 24 horas seguintes a 28 C. Após este período, os tratamentos foram avaliados com relação à presença ou ausência de crescimento bacteriano. Foram usados 20 tratamentos, com cinco repetições cada e um controle positivo comum a todos. Tabela 1. As leituras foram efetuadas após as primeiras 48 horas de crescimento, usando ( I ) para Inibição e ( D *) para crescimento bacteriano TABELA 1: Agroquímicos e misturas de agroquímicos usados para controle ``in vitro da bactéria Pantoea ananatis agente etiológico da Pinta Branca do Milho, no Laboratório do Centro Federal de Ensino Tecnológico de Rio Verde Goiás. Tratamentos Dose Contagem UFC Estreptomicina + Oxitetraciclina 0,70 kg / ha -1 I * 0 Oxitetraciclina + Sulfato de Cobre 1,0 kg / ha -1 I 0 Oxitetraciclina 0,50 kg / ha -1 I 0 Piraclostrobina + Epoxiconazol 0,75 lt / ha -1 D * Incontável Tebuconazol + Trifloxistrobina 0,60 lt / ha -1 D Incontável Flutriafol + Tiofanato-metilico 0,60 lt / ha -1 D Incontável Azoxistrobina + Ciproconazol 0,30 lt / ha -1 D Incontável (Estreptomicina + Oxitetraciclina) + (Piraclostrobina + Epoxiconazol) 0,50 kg / ha -1 + 0,50 lt / ha -1 I 0 (Estreptomicina + Oxitetraciclina) + (Tebuconazol + Trifloxistrobina ) 0,50 kg / ha -1 + 0,50 lt / ha -1 I 0 (Estreptomicina + Oxitetraciclina) + (Flutriafol + Tiofanato-metilico) 0,50 kg / ha -1 + 0,50 lt / ha -1 I 0 (Estreptomicina + Oxitetraciclina) + (Azoxistrobina + Ciproconazol) 0,50 kg / ha -1 + 0,20 lt / ha -1 I 0 (Oxitetraciclina + Sulfato de Cobre) + (Piraclostrobina + Epoxiconazol) 1,0 kg / ha -1 + 0,50 lt / ha -1 I 0 (Oxitetraciclina + Sulfato de Cobre) + (Tebuconazol + Trifloxistrobina) 1,0 kg / ha -1 + 0,50 lt / ha -1 I 0 (Oxitetraciclina + Sulfato de Cobre) + (Flutriafol + Tiofanato-metilico) 1,0 kg / ha -1 + 0,50 lt / ha -1 I 0 (Oxitetraciclina + Sulfato de Cobre) + (Azoxistrobina + Ciproconazol) 1,0 kg / ha -1 + 0,20 lt / ha -1 I 0 Oxitetraciclina + (Piraclostrobina + Epoxiconazol) 0,50 kg / ha -1 + 0,50 lt / ha -1 I 0 Oxitetraciclina + (Tebuconazol + Trifloxistrobina) 0,50 kg / ha -1 + 0,50 lt / ha -1 I 0 Oxitetraciclina + (Flutriafol + Tiofanato-metilico) 0,50 kg / ha -1 + 0,50 lt / ha -1 I 0 Oxitetraciclina + (Azoxistrobina + Ciproconazol) 0,50 kg / ha -1 + 0,20 lt / ha -1 I 0 Controle (Testemunha) - D Incontável A adição de antibióticos nos meios de cultivo da bactéria promoveu a inibição total do crescimento bacteriano. O mesmo foi observado quando esses mesmos antibióticos foram aplicados em associação com os fungicidas. Já os fungicidas quando adicionados isoladamente no meio de cultivo da bactéria, não se verificaram inibição do desenvolvimento bacteriano. 2) Efeito da aplicação dos agroquimicos a campo no controle da Mancha branca do milho.

Buscando observar a ação de agroquimicos sobre a Pinta Branca foi realizado. Onde foram avaliados 15 tratamentos, distribuídos em blocos ao acaso com quatro repetições. As parcelas foram compostas por 4 linhas com 5 metros de comprimento e o espaçamento foi de 0,80 m entre as linhas, totalizando uma área de 1200 m 2. Os agroquímicos foram aplicados após o aparecimento dos primeiros sintomas da doença. Os tratamentos e suas respectivas dosagens encontram-se na Tabela 2. As avaliações foram realizadas semanalmente durante 3 (três) semanas após cada aplicação. O índice de severidade da doença foi determinado através de escala diagramática variando de 1 a 9 adotada por Paccola-Meirelles et al.,(1998), baseada em percentagem da área foliar afetada sendo a nota 1 menos de 1% da área foliar afetada e nota 9 entre 80 a 100% da área foliar afetada. A produtividade foi avaliada através da massa de 1000 grãos já corrigida para umidade de 13%. TABELA 2: Agroquímicos usados no tratamento visando controle da Mancha Branca a campo em Santa Cruz das Lages Município de Santo Antonio da Barra Goiás. Agroquímicos Dosagem Estreptomicina + Oxitetraciclina 0,70 kg / ha -1 Oxitetraciclina 0,50 kg / ha -1 Piraclostrobina + Epoxiconazol 0,75 lt / ha -1 Tebuconazol + Trifloxistrobina 0,60 lt / ha -1 Flutriafol + Tiofanato-metilico 0,60 lt / ha -1 Azoxistrobina + Ciproconazol 0,30 lt / ha -1 (Estreptomicina + Oxitetraciclina) + (Piraclostrobina + Epoxiconazol) 0,50 kg / ha -1 + 0,50 lt / ha -1 (Estreptomicina + Oxitetraciclina) + (Tebuconazol + Trifloxistrobina) 0,50 kg / ha -1 + 0,50 lt / ha -1 (Estreptomicina + Oxitetraciclina) + (Flutriafol + Tiofanato-metilico) 0,50 kg / ha -1 + 0,50 lt / ha -1 (Estreptomicina + Oxitetraciclina) + (Azoxistrobina + Ciproconazol) 0,50 kg / ha -1 + 0,20 lt / ha -1 Oxitetraciclina + (Piraclostrobina + Epoxiconazol) 0,50 kg / ha -1 + 0,50 lt / ha -1 Oxitetraciclina + (Tebuconazol + Trifloxistrobina) 0,50 kg / ha -1 + 0,50 lt / ha -1 Oxitetraciclina + (Flutriafol + Tiofanato-metilico) 0,50 kg / ha -1 + 0,50 lt / ha -1 Oxitetraciclina + (Azoxistrobina + Ciproconazol) 0,50 kg / ha -1 + 0,20 lt / ha -1 Testemunha - O tratamento Oxitetraciclina + Sulfato tribásico de cobre, mesmo tendo eficiência no controle da P.ananatis in vitro não foi incluído no ensaio de campo, pois em teste preliminares apresentou fitotoxidade nas plantas, efeito este provavelmente associado ao cobre presente em sua formulação.

TABELA 3: Desempenho dos agroquímicos aplicados em campo para controle da Pantoea ananatis, agente etiologico da Mancha Branca na cultura do milho. T R A T A M E N T O S Sev. Foliar Peso 1000 NOME COMUM Dose/Ha -1 (Notas) AUDPC grãos (gr) 1 Oxitetraciclina + (Azoxistrobina + Ciproconazol) 0,5 kg + 0,3 lt 3,00 bcde 105,00 cde 294,63 a 2 Flutriafol + Tiofanato-metilico 0,6 lt 4,00 ab 141,75 ab 200,78 cd 3 Oxitetraciclina 0,5 kg 2,62 cde 89,25 de 288,24 ab 4 Tebuconazol + Trifloxistrobina 0,6 lt 3,00 bcde 101,50 cde 193,35 cd 5 (Estreptomicina + Oxitetraciclina) + (Piraclostrobina + Epoxiconazol) 0,7 kg + 0,75 lt 2,87 bcde 89,25 de 281,67 ab 6 Oxitetraciclina + (Tebuconazol + Trifloxistrobina) 0,5 kg + 0,6 lt 3,50 abcd 115,50 bcd 301,14 a 7 Testemunha - 4,62 a 162,75 a 161,26 d 8 Estreptomicina + Oxitetraciclina 0,7 kg 2,37 de 96,25 cde 282,16 ab 9 Oxitetraciclina + (Piraclostrobina + Epoxiconazol) 0.5 kg + 0,75 lt 2,25 e 77,00 e 297,19 a 10 Azoxistrobina + Ciproconazol 0,3 lt 3,75 abc 140,00 ab 226,49 bc 11 12 13 14 15 (Estreptomicina + Oxitetraciclina) + (Azoxistrobina + Ciproconazol) (Estreptomicina + Oxitetraciclina) + (Flutriafol + Tiofanato-metilico) Oxitetraciclina + (Flutriafol + Tiofanato-metilico) (Estreptomicina + Oxitetraciclina) + (Tebuconazol + Trifloxistrobina ) Piraclostrobina + Epoxiconazol 0,7 kg + 0,3 lt 2,75 cde 101,50 cde 278,35 ab 0,7 kg + 0,6 lt 3,12 bcde 105,00 cde 279,21 ab 0,5 kg + 0,6 lt 2,62 cde 94,50 cde 283,94 ab 0,7 kg + 0,6 lt 2,75 cde 96,25 cde 285,97 ab 0,75 lt 3,62 abc 119,00 bc 253,11 abc CV% 15,40 6,58 6,01

Os tratamento Oxitetraciclina + (Piraclostrobina + Epoxiconazol), seguido de Estreptomicina + Oxitetraciclina apresentaram melhor controle no avanço da doença quando comparados com a testemunha. É necessário enfatizar que em ambos os tratamentos um ou outro tipo de antibiótico está presente. Os melhores rendimentos de grãos foram obtidos quando os antibióticos estavam presentes nos tratamentos. Os resultados apresentados na Tabela 3 demostraram um aumento no rendimento de grãos para a mistura entre o Cloridrato de Oxitetraciclina e um fungicida em relação à testemunha. Os fungicidas (Flutriafol + Tiofanato-metilico, Tebuconazol + Trifloxistrobina, Azoxistrobina + Ciproconazol e Piraclostrobina + Epoxiconazol) auxiliaram no controle das doenças fúngicas causadas pelos patógenos Exserohilum turcicum; Diplodia macrospora; Colletotrichum graminicola; Puccinia sorghi, Physopella zeae e Cercospora zea-maydis. Estes produtos não foram, contudo, eficientes no controle da bactéria P. ananatis. Já os antibióticos inibiram o desenvolvimento bacteriano, mas não tiveram ação sobre as doenças fungicas. Assim, o uso combinado de antibiótico e um fungicida contribuíram para o aumento na produtividade, auxiliando no combate das principais enfermidades da cultura. Conclusões O tratamento Oxitetraciclina + Sulfato Tribásico de cobre, teve efeito sobre a bactéria in vitro, contudo apresentou efeito fitotóxico nas plantas. Todos os tratamentos com antibióticos se mostraram eficientes no controle da Mancha Branca do milho, assim como todas as misturas de um antibiótico com um fungicida foram eficientes. Todos os fungicidas foram eficientes no controle das doenças de final de ciclo causadas por Exserohilum turcicum; Diplodia macrospora; Colletotrichum graminicola; Puccinia sorghi, Physopella zeae e Cercospora zea-maydis, contudo não tiveram efeitos no desenvolvimento da mancha branca.