PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DEMOGRÁFICAS: AS ÚLTIMAS DÉCADAS Cláudia Pina, Graça Magalhães

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Transcrição:

Cláudia Pina, Graça Magalhães

A desaceleração do crescimento demográfico e, mais recentemente, o decréscimo dos volumes populacionais a par com um continuado processo de envelhecimento demográfico consubstanciam as principais linhas de caracterização das tendências demográficas dos últimos anos em Portugal à semelhança do que se verifica também em outros países desenvolvidos 2

Pop pulação, em milhares 10 00-5 00 População residente (estimativas e censos) e crescimento efetivo (em milhares), Portugal, 1960-1960 1962 1964 1966 1968 1972 1974 1976 1978 1982 1984 1986 1988 1992 1994 40 30 20 10 Estimativas, 31/12 Censos Crescimento efectivo -10-20 efetivo, em milhares Crescimento embora a população residente em Portugal tenha aumentado entre 1960 e, o ritmo de crescimento demográfico não tem sido uniforme de acordo com os dados censitários, em 2001 residiam em Portugal 10356117 pessoas, valor que aumentou para 10561614 em 2011 3

% 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0-1,0-2,0-3,0 Taxas anuais de crescimento natural, migratório e efetivo, Portugal, 1960- aumento da população imigração da população proveniente das ex-colónias Aumento da imigração saldos migratórios e naturais positivos impacto de fortes fluxos emigratórios, não compensados pelos saldos naturais positivo decréscimos populacionais 1960 1962 1964 1966 1968 1972 1974 1976 1978 1982 1984 1986 1988 1992 1994 natural migratório efetivo os saldos naturais têm vindo a diminuir o crescimento demográfico tem sido fortemente influenciado pelos fluxos migratórios anos 80 nova perda de dinamismo demográfico, acréscimo da emigração ainda que de menor expressão do que na década de 60, perdas não compensadas pelos saldos naturais positivos declínio dos saldos naturais e migratórios crescimento efetivo cada vez mais reduzido ou até mesmo negativo 4

% 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1-0,1-0,2-0,3-0,4-0,5-0,6-0,7 Taxas anuais de crescimento natural, migratório e efetivo, Portugal, 2001-2001 2003 2005 2007 2009 natural migratório efetivo 2011 saldo natural atinge valores negativos em 2007 positivo mas quase nulo em volta a ser negativo em 2009 e agrava-se desde então saldo migratório volta a ser negativo em 2011 e, sobretudo devido ao forte incremento da emigração a população residente diminui nos anos e seguintes 5

milhares 10 8 6 4 2-2 -4-6 Emigrantes e imigrantes (em milhares), Portugal, 1991-1991 1992 1993 1994 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 emigrantes imigrantes saldo migratório o número de emigrantes voltou a aumentar, sobretudo nos anos posteriores a em estima-se que tenham emigrado de Portugal (por 1 ano ou mais) cerca 52mil pessoas nos anos 90 o número de imigrantes terá aumentado, estimando-se que tenha atingido um pico por volta do ano, ano após o qual terá diminuído em estima-se que tenham imigrado para Portugal menos de 15 mil pessoas o saldo migratório foi negativo em 2011 e 6

milhares PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DEMOGRÁFICAS: AS ÚLTIMAS DÉCADAS 25 20 15 10 5-5 Óbitos e nados vivos (em milhares), Portugal, 1960-1960 1962 1964 1966 1968 1972 1974 1976 1978 1982 1984 1986 1988 1992 1994 óbitos nados vivos saldo natural o número de óbitos anuais tem rondado os 100 mil, tendo ultrapassado de forma continuada este valor desde os anos 90 em registaram-se cerca de 117 mil óbitos Nos anos 60 nasciam anualmente em Portugal cerca de 200 mil na década de 80 o valor desce abaixo dos 150 mil nascimentos anuais caindo abaixo dos 100 mil em 2009 em registaram-se menos de 90 mil nascimentos o saldo natural passou a negativo (2007 e 2009-) 7

1,0 0,1 Taxas de mortalidade específicas por grupo etário (escala logarítmica, base 10), Portugal, 1960-0 1- -4 5- -9 10-1 14 15-1 19 20-2 24 25-2 29 30-3 34 35-3 39 40-4 44 45-4 49 50-5 54 55-5 59 60-6 64 65-6 69 70-7 74 75-7 79 80-8 84 85 5+ 1960 Redução das taxas de mortalidade nas idades jovens, principalmente a redução da mortalidade infantil que sofreu um considerável decréscimo atingindo nos últimos anos os valores mais baixos de sempre (77,5 em 1960 para 3,4 em ) Aumento da sobrevivência em idades avançadas Esperança de vida (em anos), por sexos, Portugal, - 82,59 Desde até a esperança média de vida à nascença aumentou 8 anos para ambos os sexos, tendo aumentado 8,48 anos para homens e 7,44 anos para mulheres 75,15 68,19-1982 1982-1984 1984-1986 76,67 1986-1988 1988 - -1992 1992-1994 1994 - - - - - - - - - Homens Mulheres HM 8

taxas de fecundidade 20 15 10 5 Taxas de fecundidade específicas por grupo etário (por mil mulheres), Portugal, 1971-25-29=>20-24 15-19 20-24 25-29=>30-34 25-29 30-34 20-24=>25-29 35-39 40-44 45-49 1971 1975 1985 1995 2005 índice sintético de fecundidade desde início da década de 80 que ISF desceu abaixo dos 2,1 crianças por mulher de a assistiu-se a uma recuperação (1,45=>1,55) em atinge o valor mais reduzido, até então: 1,28 crianças por mulher em idade fértil redução nos grupos etários acima dos 20 anos recuo do pico, diminui idade à maternidade redução nos grupos etários 20 a 29 anos avanço do pico, aumenta idade à maternidade aumento nos grupo etários acima dos 29 anos, não compensa decréscimos nos grupos etários abaixo nova deslocação do pico e novo aumento da idade à maternidade 3,10 Índice sintético de fecundidade (por mulher), Portugal, 1960-1983 1,96 9 1,28 1960 1962 1964 1966 1968 1972 1974 1976 1978 1982 1984 1986 1988 1992 1994

ida ade 100+ 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Pirâmides etárias, Portugal, 1991 e H o m e n s M u l h e r e s 10 5 5 10 milhares 1991 o declínio da fecundidade, refletido no decréscimo do número de nascimentos, não obstante o contributo da população estrangeira para os nascimentos o aumento da esperança de vida, com maior longevidade da população o aumento da população idosa com origem em gerações de maior dimensão contribuem para o duplo envelhecimento demográfico da população residente em Portugal a população em idade ativa também envelheceu 10

Casamentos, em milhares 36 34 32 30 28 26 24 22 20 12 10 8 6 4 2 1960 Casamentos (em milhares) e taxa de nupcialidade (por mil habitantes), Portugal, 1960-1960 1962 1964 1966 1968 1972 1974 1976 1978 1982 1984 1986 1988 1992 1994 casamentos taxa de nupcialidade Idade média ao casamento (anos), por sexos, Portugal, 1960-1965 1975 1985 Homens 1995 Mulheres 2005 12,0 1 8,0 6,0 4,0 2,0 10 8 6 4 2 Taxa de nupcialidade, por mil habitantes o número de casamentos e a taxa de nupcialidade apresentam uma tendência crescente até 1975, ano após o que têm vindo a diminuir tendência decrescente da importância relativa do casamento católicos aumento da idade ao casamento Casamentos por forma de celebração (em percentagem), Portugal, 1960-9 12 13 20 25 26 27 31 35 45 91 88 87 80 75 74 73 69 65 55 1960 1965 1975 1985 1995 outros católicos civis 2005 58 61 42 38 11

60 50 40 30 20 10 0 30 25 Percentagem de casamentos com residência anterior comum, Portugal, 2001-1995 1997 1999 9 0 2001 2 2003 2005 2007 2009 0 2011 1 2 Percentagem de casamentos em que pelo menos um dos cônjuges já tinha sido casado Portugal, 1995- a percentagem de casamentos em que os nubentes já possuíam residência anterior comum tem vindo a aumentar tal como a percentagem de casamentos em pelo menos um dos cônjuges já tinha sido casado aumentou a percentagem de nados vivos ocorridos fora do casamento, para o que contribui sobretudo o aumento da percentagem dos nados vivos fora do casamento mas com coabitação dos pais Nados vivos segundo a filiação (%), 1995-4 5 5 5 5 5 6 5 5 6 6 6 7 7 8 9 11 13 14 14 15 15 16 17 18 20 22 23 25 25 27 29 30 32 32 33 20 15 81 81 80 80 79 78 76 75 73 71 69 68 66 64 62 59 57 54 10 5 0 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 Dentro do casamento Fora do casamento e com coabitação dos pais Fora do casamento e sem coabitação dos pais 2011 12

No contexto da formação familiar, as estatísticas demográficas revelam que a constituição familiar através da celebração de casamento é uma realidade que sofreu fortes alterações, sublinhando-se a quebra geral do número de casamentos, o aumento da idade média ao casamento, a diminuição da proporção de primeiros casamentos, o crescente número de cônjuges com residência comum anterior ao casamento e com filhos comuns anteriores à celebração do casamento. A dissolução do casamento por divórcio é um acontecimento demográfico relevante em Portugal nas últimas décadas, mas cuja leitura deve ser enquadrada pelas alterações legislativas ocorridas. sublinhe-se o aumento do número de divórcios, à exceção dos últimos dois anos Casamentos, em milhares 3 25,0 2 15,0 1 5,0 Divórcios (em milhares) e taxa de divorcialidade(por mil habitantes), Portugal, - 1972 1974 1976 1978 1982 1984 1986 1988 1992 1994 divórcios taxa de divorcialidade 4,0 3,0 2,0 1,0 Taxa de divorcialidade, por mil habitantes 13

Obrigada pela vossa atenção! 14