B O LETIM IPC/ CG Índice de Preço ao Consumidor Junho/2003 ( 0,10 % )
Introdução d u o O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O Índice busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo em dois instantes de tempo, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A UNIDERP e a UNAES em convênio com a FIPE e a SEPLANCT-MS, divulgam em conjunto o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande. Aspectos Metodológicos Aspectos M etodológicos IPC/CG é calculado mensalmente, com início da coleta de preços todo primeiro dia útil do mês, sendo pesquisados 4.585 preços, semanalmente, cujo resultado final resume-se em indicadores que refletem a mudança nos preços, em grupos como Habitação, Alimentação, Transporte, Despesas Pessoais, Saúde, Vestuário e Educação. A base para a construção de um Índice de Preços ao Consumidor é a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) que baseia-se em um estudo detalhado do consumo das famílias de Campo Grande, com rendimento de 01 a 40 salários mínimos, com objetivo de estabelecer a estrutura do consumo por tipo de produtos e serviços. O período de coleta de preços é as três primeiras semanas do mês, sendo pesquisados produtos alimentícios, industrializados in natura, lácteos, bens duráveis, serviços de habitação e profissionais, medicamentos, produtos eletrônicos, etc. Ín d ice Índice dde e Preços P reao ço Consum s idor a o de Co Cam po n Grande su m id o r Grupos Ponderação (%) Variação Contribuição (%) (%) Habitação 31,01 0,421 0,130 Alimentação 25,63 0,277 0,071 Transporte 13,96-1,642-0,231 Despesas Pessoais 8,25 0,904 0,074 Saúde 6,37-0,162-0,010 Vestuário 4,46-0,022-0,001 Educação 10,33 0,631 0,065 Geral 100,00 0,098 0,098 A Análise A inflação de junho de 2003 fechou em 0,10%, mostrando uma queda de 0,852 ponto percentual em relação à taxa de 0,95% apresentada no mês anterior. A ligeira queda, observada no índice de inflação na última pesquisa, resulta do recuo de vários grupos que o compõem. A deflação observada foi encontrada nos grupos
Transporte, Saúde e Vestuário, com valor de 0,242% negativo. As maiores contribuições vieram dos grupos: Habitação, Alimentação, Despesas Pessoais e Educação. Observa-se que o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande IPC/CG acompanha a tendência do IPC de São Paulo, em desaceleração para os grupos de uma forma geral. No mês de junho a variação do IPC/CG foi de 0,098%. Uma variação dessa 1,200 1,000 0,800 0,600 % 0,400 0,200 - abr mai jun (0,200) (0,400) IPC/SP grandeza não deve levar ao engano da estabilidade absoluta de preços, reflexo de uma queda acentuada dos preços em Campo Grande, em relação ao mês anterior que foi de 0,95%. A baixa variação de preços em junho/2003 é resultado de variações em diferentes produtos dos principais grupos de preços do IPC/CG. Quando comparados os meses maio e junho de 2003, os preços dos produtos de Habitação e Alimentação tiveram um aumento de 0,421% e 0,277%, respectivamente; enquanto que os preços do Grupo Transportes diminuíram sensivelmente em torno de 1,642%. Os grupos Saúde e Vestuário tiveram uma redução mais leve. Já a Educação teve um aumento de preços, em junho, de 0,631%. Os produtos que mais subiram no Grupo Alimentação foram o arroz (+13,9%), panificados com exceção do pão francês (+6,0%), queijos (+5,9%), leites (+3,6%), bolachas e farinhas (+2,4%). Os produtos que tiveram as maiores quedas foram: açúcar (-9,4%), óleo de soja (-3,8%), peixes (-2,7%), aves (-2,5%). Esse movimento de baixas e altas produziu um incremento moderado nos preços do Grupo Alimentação de 0,277% no mês de junho. De acordo com as interpretações de analistas de mercado sobre o comportamento de preços, as variações no Grupo de Alimentação, como o aumento do preço de arroz, foi resultado de uma colheita muito fraca no Rio Grande do Sul, além da possibilidade de o Brasil ter de importar arroz. Mas, para substituir as importações a partir de 2004, serão necessários preços atrativos para o produtor. 2003 IPC/CG
Já o preço do açúcar e do produtos derivados do soja tem sua justificativa no mercado interno, sendo uma boa alternativa para comercialização, tendo em vista que a taxa cambial está menos atrativa para as exportações. Neste mesmo sentido colabora a excelente colheita da safrinha de milho e a queda do preço desse grão que terá conseqüências nos preços dos alimentos, como frangos, suínos e outros. Os preços de alimentos em outros índices tiveram efeitos mais notórios em outros mercados. Por exemplo, o índice da FIPE, para o Município de São Paulo, teve uma queda 1,35% no mês de junho. De acordo o IPCA do IBGE, o Grupo Alimentação também teve uma redução dos preços de -0,49% em junho. O que se constata é que os preços do Grupo de Alimentos, em diferentes regiões metropolitanas do Brasil, são muito diferenciados. Isto significa que os preços de alimentos dos diferentes índices refletem comportamentos regionais dos mercados dos diversos produtos do Grupo Alimentação. No caso do grupo da Habitação, que teve uma variação percentual em junho um pouco maior que o Grupo de Alimentação, infere-se que é uma conseqüência de variações importantes de preços de alguns bens duráveis como vídeocassete (+11%), ventilador (+9%), condicionador de ar (+5%), e dos bens duráveis que tiveram queda, como forno de microondas (-11%), DVD (-7%), botijão de gás (-3%). O Transporte foi o item com queda relativa pelo efeito dos preços dos combustíveis, em especial gasolina, diesel e álcool. A gasolina foi o combustível que mais baixou, em torno de 8% no mês de junho, tendo um peso de 5,4% no IPC/CG. Os preços desse Grupo que aumentaram foram automóvel novo (+1,2%) e mão-de-obra especializada (+1,9%). Se bem que os pesos dentro do IPC/CG de carros novos e manutenção são significativos (os dois têm uma representatividade de 3,6% ), a baixa dos preços dos combustíveis compensou o aumento verificado. Despesas Pessoais tiveram um aumento de 0,904% no mês de junho. O peso do subgrupo no Grupo de Bens e Serviços representa 8,2% na estrutura de consumo de familia com até 40 salários mínimos; portanto, o impacto no IPC/CG é menos significativo. Os preços que aumentaram foram hidratante (12,1%) e tintura para cabelo (10,0%). Os aumentos de gastos com Saúde foram responsáveis por uma elevação importante do IPC/CG do mês de maio, quando se reajustaram os honorários médicos e alguns tipos de serviços dos laboratórios. Para o mês de junho, a indicação foi de uma diminuição dos preços. Por regra geral, os preços que diminuíram no mês de junho foram: radiografia (-10%), exame de laboratório (- 7,3%) e vitaminas e fortificante (-2,9%). Se bem que o aumento dos preços de alguns bens não tem grande relevância no índice de preços, como no caso do material para curativo, com que teve incremento próximo de 17,6%, mas com um peso no índice de 0,0012%. A variação do Grupo de Saúde em junho é o encerramento de um ajuste de preços no setor. O Grupo do Vestuário, em junho, teve uma queda nos preços muito reduzida de apenas -0,022%. Depois da entrada de novas coleções no mês passado, em que as variações de preços foram muito importantes, as variações de preços tiveram uma tendência de queda de forma muito moderada. Com efeito tiveram queda os preços de blusas (-5,2%), camiseta com manga comprida masculina (3,6%) e camiseta feminina (-3,4%). Tal redução pode ter sido provada pelo inverno atípico. O Grupo da Educação teve um aumento de 0,631% em junho, explicado pelo aumento de preços em material didático em torno de 7,31%. Os outros itens que
aumentaram tiveram pouca representatividade e quase sem impacto no índice IPC/CG.