ESTERILIZAÇÃO POR GÁS ÓXIDO DE ETILENO
Introdução O Óxido de Etileno vem sendo usado desde a Segunda Guerra Mundial na esterilização de produtos plásticos e termossensíveis; Sua utilização se deve basicamente devido ao baixo custo e eficácia na redução microbiológica, em especial aos formadores de esporos;
Óxido de Etileno C 2 H 4 O Líquido e gás incolor à pressão e temperatura normais, odor de éter acima de aproximadamente 500 ppm. Odor não detectável até bem acima do nível de exposição permitido. O vapor do EtO é extremamente inflamável a concentrações superiores a 3% no ar, portanto é explosivo. As misturas do EtO a um gás inerte tem sido uma das principais opções usadas para esterilização (Freon, N2 e CO2).
Óxido de Etileno pode causar: Se ingerido, grave irritação e ulceração da boca, garganta e aparelho digestivo; Se absorvido pela pele, dor de cabeça, vertigem, náusea e vômito além de queimaduras; Se inalado, irritação do aparelho respiratório assim como tosse, aperto no peito, dor de cabeça, náusea, vômito, diarréia, fraqueza, sonolência, perda de coordenação, convulsão e coma, e se inalado em altas concentrações pode causar Morte. Causa grave irritação com danos à córnea quando o líquido tem contato com os olhos;
Óxido de Etileno Existem vários relatos sobre efeitos neurotóxicos periféricos, intoxicação do sistema nervoso central, mulheres expostas ao EtO podem ter aumento de incidência de abortos; Mostrou produzir efeitos mutagênicos e citogênicos em uma variedade de testes de sistema. O EtO é suspeito de ser causador de câncer em seres humanos.
Legislação Brasileira: Portaria Interministerial nº482/ms/tem Estabelece condições mínimas de instalação e operação de processos de esterilização a EtO que em resumo são: Dispor de áreas e processos adequados quanto ao risco de explosão do gás; Dispor de sistemas de ventilação e Aeração além de EPI s adequados quanto aos riscos biológicos do gás: Limite de Tolerância para Exposiçào de funcionários 1ppm ou 1,8mg/m3 ( 8 horas por dia) 5ppm ou 9 mg/m3 (15 minutos por dia)
Legislação Brasileira: Portaria Interministerial nº482/ms/tem Dispor de sistemas de tratamento dos resíduos do gás de forma a não poluir o ar ou o sistema de esgotos; Estabelecer e realizar validações do processo usando indicadores biológicos
Câmara de Esterilização
Câmara de Esterilização
Câmara de Esterilização A câmara de esterilização é um vaso de pressão e portanto deve ser capaz de manter as pressões positivas e negativas no seu interior sem vazamentos. Normalmente as câmaras são constituídas por aço carbono ou inoxidável, são envolvidas por uma tubulação (Jaqueta) que a mantém aquecida.
EPI s.
Sala de Armazenamento do Gás
Sala de Armazenamento do Gás A sala deve ser separada, porém adjacente à sala da câmara de esterilização. Os cilindros são colocados sobre uma balança e são conectados às tubulações que levam o EtO líquido ao volatilizador; O volatilizador aquece o EtO líquido que é convertido a vapor e assim injetado na câmara de esterilização.
Volatilizador
Sala de Controle
Sala de Controle Sala separada da câmara de esterilização; Os instrumentos realizam automaticamente o ciclo de esterilização; Na sala de controle são impressos os gráficos de acompanhamento do ciclo de esterilização; O painel de controle também possui vários sistemas de alarme que indicam o andamento e qualquer falha do sistema.
Material de Embalagem O material e o método de embalagem dos produtos devem ser compatíveis com o processo de esterilização por EtO: Porosidade; Resistência à Tração; Resistência na selagem; Não absorvente; Impermeável à água e Inerte.
Ciclo de Esterilização O ciclo de esterilização é realizado em 5 fases básicas: 1) Evacuação da Câmara; 2) Umidificação/Aquecimento; 3) Injeção de gás; 4) Exposição ao gás; 5) Evacuação e injeção de ar comprimido. O tempo, a temperatura e a pressão de cada fase varia de acordo com o produto que esta sendo esterilizado.
Ciclo de Esterilização Ciclo de esterilização Pressão da Câmara (kpa) 3 0 0 2 5 0 2 0 0 1 5 0 1 0 0 5 0 0 Tempo (Min.) Pres s ão (kpa) Temperatura (º C)
Fase 1- Evacuação da Câmara Uma vez que o ciclo é iniciado bombas de vácuo são acionadas para retirar todo ar de dentro da câmara e conseqüentemente de dentro dos produtos. Esta fase é considerada muito importante para a realização do ciclo pois facilita a penetração da umidade e principalmente do gás. O controlador de pressão mantém as bombas de vácuo ligadas até que a pressão de vácuo prédefinida seja atingida.
Fase 2- Umidificação/Aquecimento Após a evacuação e antes da injeção de gás, o produto no interior da câmara deve ser umidificado e aquecido. A umidade e o calor são adicionados na forma de vapor porque isto faz com que as bactérias se tornem mais suscetíveis a esterilização por gás EtO.
Fase 3- Injeção de Gás Nesta fase o gás EtO é transformado em vapor e assim injetado na câmara de esterilização. O controle da quantidade de gás que é injetada dentro da câmara é realizado através diferença de pressão e peso dos cilindros. A concentração mínima recomendável de EtO no interior da câmara é de 450 mg/cm 3 umidade relativa de 20 a 40% e temperatura de 45 a 60ºC.
Fase 4 - Exposição ao Gás A fase de exposição é período em que efetivamente o gás EtO,na concentração adequada, fica em contato com os produtos e promove a redução microbiológica. Tempo pré-determinado através de validação.
Fase 5 Evacuação e Injeção de Ar Quando o tempo de exposição é finalizado, inicia-se a retirada do gás de dentro da câmara através da realização de vácuo. Lavagem com ar comprimido filtrado; Ao final desta fase a câmara retorna a pressão atmosférica e o ciclo é finalizado.
Sala de Aeração Eliminação de Resíduos; A sala de aeração deve possuir um sistema de ventilação que realize no mínimo 20 trocas de ar por hora e uma temperatura mínima de 30ºC. Quanto maior a temperatura e o número de trocas de ar da sala maior será a eficiência da aeração dos produtos.
Sala de Aeração
Validação do Processo de Esterilização por EtO.
VALIDAÇÃO DO PROCESSO VALIDAÇÃO QUALIFICAÇÃO DE INSTALAÇÃO QUALIFICAÇÃO DE OPERAÇÃO QUALIFICAÇÃO DE DESEMPENHO QUALIFICAÇÃO FÍSICA QUALIFICAÇÃO MICROBIOLÓGICA
Qualificação de Instalação Obtenção de evidências de que: Os Instrumentos foram corretamente instalados, foram calibrados e possuem a capacidade de medição adequada a medição desejada; Onde estão localizados os pontos mais frios no interior da câmara esterilizadora; A câmara suporta as exigências de pressão a que será submetida (Teste a 1,5 vezes a pressão de operação);
Qualificação de Operação Obtenção de evidências de que: Os equipamentos e instrumentos estão operando em conformidade com o planejado; Os procedimentos de operação, manutenção e segurança no manuseio dos equipamentos estão implementados; Os operadores foram treinados nos procedimentos de operação, manutenção e segurança de todos equipamentos; Realização de um ciclo completo.
Qualificação Física Obtenção de evidências de que o processo é capaz de promover a Temperatura e Umidade desejada no interior dos produtos.
Qualificação Física
Qualificação Microbiológica Obtenção de evidências de que o processo é capaz de promover a redução microbiológica desejada em indicadores inoculados no interior dos produtos.
FLUXO DO PROCESSO Liberação dos Produtos após término do tempo de incubação com resultados Negativos para o crescimento do Indicador Biológico.
Limites Limites máximos de resíduo permitido no Brasil (Portaria Interministerial nº 482/MS/MTE, de 16 de Abril de 1999 D.O.U. de 19/04/99): Óxido de etileno (EO) Etilenocloridrina (EtCH) Etilenoglicol (EtG) 25 ppm 25 ppm 250 ppm Limites máximos de resíduo permitido na Comunidade Européia ou que sigam os limites da norma ISO 10993-7. Óxido de etileno (EO) Etilenocloridrina (EtCH) 60 mg 12 mg Etilenoglicol (EtG) Não Aplic
Oxigenador de sangue Tempo de umidificação 01 hora Tempo de exposição ao gás 02 horas Tempo de aeração 48 horas
Extração do resíduo de EtO Método: Tipo lavagem, simulando uma cirurgia cardíaca Temperatura: Em banho de água à 37 ºC Volume: 2000,0 ml de água purificada Vazão: 6000,0 ml / min (bomba peristáltica) Tempo: 6 horas em circuito fechado
Extração do resíduo de EtO
Análise por cromatografia gasosa Preparação da amostra; Preparação dos padrões; Configuração do equipamento; Cálculos; Limites.
Configuração do equipamento
Cromatógrafo Gasoso - Hewlett Packard - HP6890
Gráfico de regressão linear 60 55 conce ntra tion (ppm EtO) 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 29 hous 1,2 days c 8 13 18 23 28 33 38 43 48 time(horas) CONCENTRATION (ppm EtO) LIMIT Linear (CONCENTRATION (ppm EtO))
Gráfico de regressão linear 250! " # $ % 200 conce ntration (EtO) 150 100 & ' ( 50 0 71 96 121 146 171 196 221 246 271 time (Horas) Concentration (ppm EtO) Limit Linear (Concentration (ppm EtO))
Luis Eduardo Viggiano Gerente de Gar. Qualidade Luis_viggiano@edwards.com