COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, 26.2.2014 COM(2014) 106 final ANNEX 1 ANEXO da Proposta de Decisão do Conselho relativa à posição a adotar, em nome da União Europeia, no Comité Misto de Cooperação Aduaneira entre a UE e a China, no que se refere ao reconhecimento mútuo do programa relativo aos Operadores Económicos Autorizados na União Europeia e do Programa de medidas na República Popular da China sobre a gestão aduaneira de classificação de empresas PT PT
ANEXO PROJETO DECISÃO DO COMITÉ MISTO DE COOPERAÇÃO ADUANEIRA INSTITUÍDO PELO ACORDO DE COOPERAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA ADMINISTRATIVA MÚTUA EM MATÉRIA ADUANEIRA ENTRE A COMUNIDADE EUROPEIA E O GOVERNO DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA NO QUE SE REFERE AO RECONHECIMENTO MÚTUO DO PROGRAMA RELATIVO AOS OPERADORES ECONÓMICOS AUTORIZADOS NA UNIÃO EUROPEIA E AO PROGRAMA DE MEDIDAS NA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA SOBRE A GESTÃO ADUANEIRA DE CLASSIFICAÇÃO DE EMPRESAS O COMITÉ MISTO DE COOPERAÇÃO ADUANEIRA (a seguir designado «CMCA»), Tendo em conta o Acordo de cooperação e de assistência administrativa mútua em matéria aduaneira entre a Comunidade Europeia e a República Popular da China, assinado em 8 de dezembro de 2004, (a seguir designado o «acordo»), nomeadamente o artigo 21.º, n.º 2, alínea c); Reconhecendo que a União Europeia (a seguir designada «a União») e a República Popular da China (a seguir designada «a China») se comprometem a reforçar a cooperação aduaneira em conformidade com o Quadro Estratégico para a Cooperação Aduaneira entre a UE e a China. Afirmando o empenho da União e da China em facilitar o comércio e simplificar os requisitos e formalidades relativos à autorização de saída e ao desalfandegamento céleres das mercadorias. Afirmando que a proteção e segurança, bem como a facilitação da cadeia de abastecimento internacional, podem ser significativamente melhoradas através do reconhecimento mútuo dos respetivos programas relativos aos operadores económicos autorizados (a seguir designados «AEO»). Afirmando que os programas se baseiam nas normas de segurança reconhecidas a nível internacional e recomendadas no quadro de normas SAFE da Organização Mundial das Alfândegas (a seguir designado «quadro de normas SAFE»). Considerando que o programa relativo aos AEO na União e o programa de medidas na República Popular da China sobre a gestão aduaneira de classificação de empresas, a seguir designados «osprogramas», constituem iniciativas em matéria de segurança e de conformidade e que uma avaliação conjunta revelou que os seus critérios de admissão para fins de proteção e de segurança são compatíveis e conduzem a resultados equivalentes. Considerando que o reconhecimento mútuo permite à União e à China concederem benefícios aos operadores económicos que investiram na conformidade e segurança da cadeia de abastecimento e que foram certificados pelos respetivos programas. Considerando a necessidade de adotar, para este fim, modalidades práticas nos termos do artigo 17.º, n.º 5, do acordo. DECIDE: PT 2 PT
Artigo 1.º Âmbito de aplicação 1) Os Programas em causa são: a) o programa relativo aos operadores económicos autorizados da União (a seguir designado «programa AEO» ), que abrange o certificado AEO «segurança» e o certificado AEO «simplificação e segurança aduaneiras» (Regulamento (CE) n.º 2913/92 e Regulamento (CE) n.º 2454/93, alterados pelo Regulamento (CE) n.º 648/2005 e pelo Regulamento (CE) n.º 1875/2006); e b) as medidas da Administração Geral das Alfândegas da República Popular da China sobre a gestão aduaneira de classificação de empresas Decreto (GAAC) n.º 170, alterado pelo Decreto (GAAC) n.º 197,(a seguir designadas programamcme), que abrangem empresasde classe AA. 2) Os operadores económicos que tenham obtido o estatuto de AEO na União, como previsto no artigo 1.º, n.º 1, alínea a), e as empresas que tenham obtido o estatuto de classe AA no âmbito do programa MCME na China, como previsto no artigo 1.º, n.º 1, alínea b), são a seguir designados os «membros do programa». Artigo 2.º Reconhecimento mútuo e responsabilidade pela aplicação 1) Os Programas da União e da China devem ser mutuamente reconhecidos como compatíveis e equivalentes. Os estatutos correspondentes concedidos aos membros do programa devem ser mutuamente aceites. 2) As autoridades aduaneiras definidas no artigo 1.º, alínea b), do acordo (a seguir designadas «autoridades aduaneiras») são responsáveis pela aplicação da presente decisão. Devem tomar medidas para aplicar a presente decisão. Artigo 3.º Compatibilidade 1) As autoridades aduaneiras devem manter a coerência entre os programas. As normas aplicáveis aos programas devem ser compatíveis no que respeita às seguintes matérias: a) processo de candidatura para obtenção do estatuto; b) avaliação dos pedidos de estatuto; e c) concessão e gestão do estatuto de membro. 2) As autoridades aduaneiras devem assegurar que os programas operam no contexto do quadro de normas SAFE. Artigo 4.º Benefícios 1) Cada autoridade aduaneira deve conceder benefícios equiparáveis aos membros de um programa no âmbito do programa da autoridade aduaneira homóloga. Os benefícios devem incluir designadamente: a) a possibilidade de a autoridade aduaneira homóloga considerar favoravelmente o estatuto de um membro de um programa autorizado na sua avaliação do risco, com vista a reduzir as inspeções ou os controlos efetuados e outras medidas relacionadas com a proteção e segurança; b) a possibilidade de a autoridade aduaneira homóloga considerar o estatuto de um membro de um programa autorizado com vista a tratar o membro de um programa como um parceiro PT 3 PT
protegido e seguro, aquando do exame dos requisitos dos parceiros comerciais para candidatos ao abrigo do seu próprio programa; c) a possibilidade de a autoridade aduaneira homóloga considerar o estatuto de um membro de um programa autorizado ao assegurar tratamento rápido e prioritário, formalidades simplificadas e autorização de saída rápida das expedições quando esteja em causa um membro de um programa; d) a criação de um sistema conjunto que garanta a continuidade das atividades comerciais nas situações de perturbação dos fluxos comerciais, provocadas pelo aumento dos níveis de alerta, pelo encerramento das fronteiras e/ou por catástrofes naturais, emergências perigosas ou outros incidentes graves, em que as mercadorias prioritárias relacionadas com os membros do Programa possa ser tanto quanto possível facilitado e despachado pelas autoridades aduaneiras. 2) No seguimento do processo de controlo referido no artigo 7.º, n.º 2, da presente decisão, cada autoridade aduaneira pode conceder benefícios suplementares, incluindo a racionalização dos processos e o reforço da previsibilidade da autorização de saída das mercadorias, na medida do possível, em cooperação com outras autoridades públicas. 3) Cada autoridade aduaneira deve conservar o poder de suspender os benefícios concedidos aos membros do programa da autoridade aduaneira homóloga, ao abrigo da presente decisão. Esta suspensão dos benefícios por uma autoridade aduaneira deve ser imediatamente comunicada e justificada à autoridade aduaneira homóloga para efeitos de consulta e de avaliação adequada. 4) Cada autoridade aduaneira deve notificar à autoridade aduaneira homóloga as irregularidades que envolvam membros do programa da autoridade aduaneira homóloga, a fim de possibilitar uma análise imediata da adequação dos benefícios e do estatuto concedidos pela autoridade aduaneira homóloga. Artigo 5.º Comunicação e intercâmbio de informações 1) As autoridades aduaneiras devem melhorar a sua comunicação, a fim de garantir uma aplicação eficaz da presente decisão. Devem proceder ao intercâmbio de informações e promover a comunicação nos seus programas: a) fornecendo-se mutuamente informações pormenorizadas sobre os membros do seu programa; b) fornecendo atempadamente informações atualizadas sobre o funcionamento e a evolução dos seus programas; c) procedendo ao intercâmbio de informações no que toca à política de segurança da cadeia de abastecimento e à evolução na matéria; d) assegurando uma comunicação eficaz entre a Direção-Geral da Fiscalidade e da União Aduaneira da Comissão Europeia e a Administração Geral das Alfândegas da República Popular da China, com vista a otimizar as práticas de gestão do risco no domínio da segurança da cadeia de abastecimento, por parte dos membros dos programas. 2) O artigo 17.º do acordo deve aplicar-se a qualquer intercâmbio de informações em conformidade com a presente decisão. 3) As informações e os dados relacionados devem ser objeto de intercâmbio de forma sistemática através de meios eletrónicos. 4) As informações pormenorizadas sobre os membros dos seus programas a serem objeto de intercâmbio devem ser limitadas: PT 4 PT
a) ao nome do membro do programa; b) ao endereço do membro do programa em causa; c) ao estatuto do membro do programa em causa; d) à data de validação ou autorização; e) suspensões e revogações; f) ao número único de autorização (p. ex., os números EORI ou AEO); e g) a outras informações pormenorizadas que possam ser conjuntamente determinadas entre as autoridades aduaneiras, sob reserva, se for caso disso, das salvaguardas necessárias. Artigo 6.º Tratamento dos Dados 1) As informações, incluindo os dados pessoais, objeto de intercâmbio em conformidade com a presente decisão devem ser obtidas, usadas e tratadas apenas pelas autoridades aduaneiras e apenas para efeitos de aplicação da presente decisão. 2) As informações comunicadas sob qualquer forma nos termos da presente decisão devem revestir-se de caráter confidencial ou restrito, em conformidade com as regras aplicadas pelas partes e são sujeitas à obrigação do segredo oficial. 3) As autoridades aduaneiras devem garantir que as informações objeto de intercâmbio são exatas e regularmente atualizadas e que existem procedimentos de supressão adequados. No caso de uma autoridade aduaneira determinar que as informações fornecidas nos termos da presente decisão devem ser alteradas, a autoridade aduaneira que fornece essas informações deve informar de imediato a autoridade aduaneira recetora dessas alterações. Uma vez notificada de tais alterações, a autoridade aduaneira recetora deve registá-las de imediato. As informações não podem ser tratadas e conservadas mais tempo do que o necessário para efeitos de aplicação da presente decisão. 4) No caso de o intercâmbio de informações com dados pessoais ser feito em conformidade com os artigos 4.º e 5.º da presente decisão, as autoridades aduaneiras devem também tomar as medidas adequadas para assegurar a proteção, segurança, confidencialidade e integridade dos dados. As autoridades aduaneiras devem assegurar, em particular, que: - estão em vigor garantias de segurança (incluindo medidas de salvaguarda eletrónicas) que controlam, em função de necessidades específicas, o acesso a informações obtidas da outra autoridade aduaneira ao abrigo da presente decisão e que são utilizadas apenas para efeitos da presente decisão; - as informações obtidas da autoridade aduaneira homóloga ao abrigo da presente decisão é protegida contra acesso, divulgação, alteração, apagamento ou destruição não autorizados, exceto na medida do necessário para cumprir as disposições do n.º 3 supra; - as informações obtidas da autoridade aduaneira homóloga ao abrigo da presente decisão não é transmitida a nenhuma outra parte, país terceiro ou organismo internacional ou a qualquer outra autoridade pública da parte recetora, sem consentimento prévio da autoridade aduaneira que forneceu as informações. Qualquer informação transmitida com consentimento escrito prévio será usada de acordo com as condições especificadas na presente decisão e sujeita às restrições previstas pela autoridade que forneceu a informação. - as informações obtidas da autoridade aduaneira homóloga ao abrigo da presente decisão é sempre armazenada em sistemas seguros de armazenagem eletrónica e/ou em papel. São mantidos registos ou documentação sobre todos os acessos, bem como PT 5 PT
sobre o tratamento e a utilização das informações obtidas da autoridade aduaneira homóloga. 5) No que diz respeito a quaisquer dados pessoais que possam ser objeto de intercâmbio em conformidade com a presente decisão, um membro de um programa pode solicitar o acesso, a retificação, o bloqueio ou o apagamento de quaisquer dados que lhe digam respeito e que sejam tratados pela autoridade aduaneira. Cada autoridade aduaneira deve aconselhar os membros do seu programa sobre a forma de requerer o acesso, a retificação, o bloqueio ou o apagamento numa primeira fase. A autoridade aduaneira requerida deve corrigir os dados inexatos ou incompletos. 6) No que diz respeito aos dados pessoais que possam ser objeto de intercâmbio em conformidade com a presente decisão, os membros do programa têm direito a vias de recurso administrativas e judiciais efetivas, independentemente da respetiva nacionalidade ou do país de residência. Neste contexto, cada autoridade aduaneira deve informar igualmente os membros do programa das opções de recurso administrativo e judicial. 7) A pedido da autoridade aduaneira que forneceu os dados, a autoridade aduaneira recetora deve atualizar, corrigir, bloquear ou apagar os dados recebidos ao abrigo da presente decisão que forem inexatos ou incompletos ou se a sua recolha ou tratamento posterior forem contrários ao disposto na presente decisão ou ao acordo. 8) Cada autoridade aduaneira deve notificar a autoridade aduaneira homóloga, caso se aperceba de que as informações materiais que transmitiu à autoridade aduaneira homóloga ou que dela recebeu nos termos da presente decisão são inexatas, não são fiáveis ou levantam sérias dúvidas. No caso de uma autoridade aduaneira determinar que as informações que recebeu da autoridade aduaneira homóloga nos termos da presente decisão são inexatas, deve tomar todas as medidas que considerar adequadas para se proteger contra o recurso a essa informação errada, incluindo o aditamento, o apagamento ou a correção de tais informações. 9) O cumprimento das disposições previstas no presente artigo por cada autoridade aduaneira deve estar sujeito a supervisão e revisão pelas respetivas autoridades relevantes (para a União, a Autoridade Europeia para a Proteção de Dados e as autoridades de proteção de dados dos Estados-Membros da União; para a China, a Administração Geral das Alfândegas da República Popular da China). Estas autoridades devem ter poderes efetivos de controlo, investigação, intervenção e revisão, bem como de remessa das infrações para ação judicial, se for caso disso. Devem assegurar igualmente que as queixas relativas a casos de não conformidade são recebidas e investigadas e objeto de resposta e de recurso adequado. 10)O CMCA deve rever o tratamento de dados pessoais no âmbito da presente decisão. Esta revisão deve ter lugar a pedido das autoridades aduaneiras, pelo menos de dois em dois anos. Cada autoridade aduaneira deve fornecer as informações necessárias sobre as medidas tomadas para assegurar conformidade e fornecer acesso à documentação, sistemas e pessoal relevantes, bem como interromper qualquer procedimento que pareça violar a presente decisão. Artigo 7.º Consulta e análise 1) Todas as questões relacionadas com a aplicação da presente decisão devem ser decididas mediante consulta das autoridades aduaneiras no âmbito do CMCA. 2) O CMCA deve analisar regularmente a aplicação da presente decisão. Esse processo de análise pode incluir, em especial: PT 6 PT
a) verificações conjuntas para identificar os pontos fortes e fracos da aplicação do reconhecimento mútuo; b) trocas de opiniões sobre os pormenores que podem ser objeto de intercâmbio, incluindo os futuros benefícios a conceder aos operadores em conformidade com o artigo 2.º, n.º 2, da presente decisão; c) trocas de opiniões sobre as medidas de segurança, nomeadamente os protocolos a respeitar durante e após um incidente grave de segurança (retoma das atividades) e as condições em que se justifica a suspensão do reconhecimento mútuo; d) exame da suspensão dos benefícios referidos no artigo 4.º, n.º 3, da presente decisão; e) análise da aplicação do artigo 6.º da presente decisão. Artigo 8.º Efeitos e suspensão 1) A cooperação ao abrigo da presente decisão produz efeitos na data da sua assinatura. 2) A cooperação pode ser suspensa em qualquer momento por uma das autoridades aduaneiras, mas tal deve ser notificado previamente por escrito no prazo de, pelo menos, trinta (30) dias. Feito em XXX, em XXX Pelo Comité Misto de Cooperação Aduaneira UE-China, (Os dois presidentes) PT 7 PT