Política de revisões do Sistema de Contas Nacionais Portuguesas

Documentos relacionados
Nova Série de Contas Nacionais Portuguesas para o período

Produto Interno Bruto aumentou 0,9% em volume no 2º trimestre de 2014

O Sistema Europeu de Contas SEC 2010: impacto nas Contas Nacionais Portuguesas

Produto Interno Bruto aumentou 2,9% em termos homólogos

Produto Interno Bruto aumentou 2,8% em termos homólogos

Produto Interno Bruto diminuiu 3,5% em volume

Produto Interno Bruto aumentou 2,1% em volume

Contas Nacionais Trimestrais por Sector Institucional

Procedimento dos Défices Excessivos (1ª Notificação de 2017)

As exportações e importações aumentaram 7,6% e 8,4%, respetivamente, em termos nominais

PROCEDIMENTO DOS DÉFICES EXCESSIVOS (2ª NOTIFICAÇÃO DE 2017)

Preços na Produção Industrial aumentaram 4,0%

Estatísticas da Dívida Pública

Estatísticas das empresas Resultados finais para 2013: Mais empresas, menos negócios e menos emprego

Economia portuguesa apresentou uma capacidade de financiamento de 0,4% em 2012

As exportações e importações aumentaram 4,6% e 12,8%, respetivamente, em termos nominais

Nota de Informação Estatística Lisboa, 21 de fevereiro de 2013

Valor médio de avaliação bancária aumentou

Índice de Produção Industrial Julho de 2017 Índice de Produção Industrial (*) acelerou

Capacidade de financiamento da economia aumentou para 1,5% do PIB

A taxa de variação média do IPC foi 0,3% em 2013 e a taxa de variação homóloga situou-se em 0,2% em dezembro

Procedimento dos Défices Excessivos (2ª Notificação de 2015)

As exportações e importações aumentaram 19,6% e 22,3%, respetivamente, em termos nominais

Preços na Produção Industrial abrandaram para 2,4%

Produção na Construção acentua variação homóloga negativa

Valor médio da habitação aumentou 6 euros/m 2

Capacidade de financiamento da economia situou-se em 0,9% do PIB

Contas Nacionais Anuais: Resultados Finais Para 2014

A necessidade de financiamento da economia fixou-se em 5,1% do PIB em 2011

Energia e de Bens de Investimento apresentaram. Grandes Agrupamentos Industriais e Total Taxa de variação homóloga (%)

As exportações e importações diminuíram 3,5% e 1,7%, respetivamente, em termos nominais

As exportações e importações aumentaram 23,9% e 14,6%, respetivamente, em termos nominais

Índices de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas nos Serviços Setembro de 2012

Valor médio de avaliação bancária acentua diminuição

Compilação das Contas Trimestrais das Administrações Públicas: fontes e métodos

Nova série de Contas Regionais para o período 2000 a 2013

Capacidade de financiamento da economia manteve-se em 1,1% do PIB

Índices de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas nos Serviços Setembro de 2017

Comércio Internacional: saídas de bens aumentaram 3,4% e entradas de bens diminuíram 0,6%

Produto Interno Bruto aumentou 1,5% em volume no ano de 2015 e 1,3% no 4º trimestre de 2015

Hóspedes do estrangeiro compensam redução de dormidas pelos residentes

Variação homóloga do valor médio de avaliação bancária acentua tendência negativa

Edifícios licenciados aumentaram 7,4% e edifícios concluídos cresceram 12,2%

Índices de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas nos Serviços Março de 2017

Capacidade de financiamento da Economia portuguesa manteve-se em crescimento

Capacidade de financiamento da economia atingiu 1,0% do PIB

Índices de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas no Comércio a Retalho Maio Vendas no Comércio a Retalho 1 aceleraram

A Economia Portuguesa Dados Estatísticos Páginas DADOS ESTATÍSTICOS

Contas Nacionais Trimestrais por Sector Institucional

Em 2015, o Algarve foi a região com maior crescimento, impulsionado pelo setor do turismo

Aumento do valor médio de Avaliação Bancária de Habitação

Valor médio de avaliação bancária manteve tendência negativa

Taxa de variação homóloga do IPC aumentou para 1,6%

A necessidade de financiamento externo da economia reduz-se

Contas Nacionais Trimestrais (Base 2000) 2º Trimestre de 2008 Produto Interno Bruto cresceu em volume 0,7% no 2º trimestre de 2008

Capacidade de financiamento da economia manteve-se em 1,0% do PIB

A estimativa definitiva da taxa de desemprego de setembro de 2016 foi de 10,9%

Capacidade de financiamento da Economia portuguesa aumentou para 1,6% do PIB

Taxa de variação homóloga do IPC situou-se em -0,4%

Capacidade de financiamento da economia manteve-se em 1,2% do PIB

Contas Regionais 2009 Preliminares

Valor médio de Avaliação Bancária de Habitação com ligeira diminuição

Índices de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas no Comércio a Retalho Dezembro 2016

Índice de Produção Industrial (*) acelerou

Índices de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas no Comércio a Retalho Abril 2017

Índices Mensais de Valor Unitário do Comércio Internacional

Resultados Anuais finais para 2016 e provisórios para 2017

A taxa de variação média do IPC foi 1,0% em 2018 e a taxa de variação homóloga situou-se em 0,7% em dezembro

As exportações diminuíram 2,0% e as importações decresceram 0,4% em junho de 2016, em termos nominais, face ao mesmo mês de 2015

Índices de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas na Indústria Setembro de Volume de Negócios na Indústria desacelerou

Valor médio de avaliação bancária acentua tendência decrescente

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Construção regista novos mínimos da década

A taxa de desemprego de junho foi de 9,1%

A taxa de desemprego de fevereiro de 2017 foi de 9,9%

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

de Novembro 2009 a Maio 2010,

Investimento em Construção regista quebras menos acentuadas

A taxa de desemprego de novembro de 2016 foi de 10,5%

As exportações aumentaram 0,1% e as importações diminuíram 0,8%, em termos nominais

Necessidade de financiamento da economia diminui. Poupança das famílias aumenta.

Em termos nominais, as exportações aumentaram 8,0% e as importações aumentaram 11,0%

Taxa de variação homóloga do IPC situou-se em 0,6%

Estimativa da taxa de desemprego em agosto: 12,4%

0,0 out-15 jan-16 abr-16 jul-16 out-16 jan-17 abr-17 jul-17 out-17-10,0

VAB das empresas não financeiras aumenta 3,7%, em termos nominais, em 2014

Taxa de desemprego estimada em 12,2%

A taxa de variação média anual do IPC foi 0,6% em 2016 e a taxa de variação homóloga situou-se em 0,9% em dezembro

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Produto interno bruto cresceu em volume 1,6% NO 2º trimestre de 2007

Índice de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas na Indústria Setembro de 2012

A taxa de desemprego de setembro foi de 8,5%

Taxa de variação homóloga do IPC foi nula em Outubro

Em 2014 o crescimento nas regiões NUTS II oscilou entre 0,4% e 1%

As exportações diminuíram 0,2% e as importações decresceram 0,9%, em termos nominais

Transcrição:

Política de revisões do Sistema de Contas Nacionais Portuguesas Base 2011 Departamento de Contas Nacionais Maio 2017

1. Introdução A informação estatística é um elemento essencial nas sociedades atuais, constituindo um instrumento indispensável para apoio aos mais relevantes processos de decisão, tanto na esfera pública como privada, e para a realização de análises e estudos de investigação. A informação estatística interessa, assim, a entidades decisoras públicas e privadas, a agentes políticos, a agentes económicos, a analistas e à comunidade académica, proporcionando também, a todos, uma vivência mais consciente da sua cidadania. Garantir estas dimensões, exige dos produtores de estatísticas oficiais o estabelecimento de um compromisso entre o rigor e a rapidez da informação divulgada. Esse compromisso pode implicar a necessidade de proceder a revisões da informação. Essa necessidade pode, também, decorrer da introdução de melhorias metodológicas ou da atualização de convenções estatísticas, frequentemente decididas no plano internacional. A transparência que deve estar subjacente ao processo de produção e difusão das estatísticas oficiais exige, assim, uma clara explicitação da Política de Revisões, disponível no Portal do INE. Este documento apresenta os fatores determinantes de uma revisão, os tipos de revisões que podem ocorrer e as dimensões que devem presidir à análise de uma revisão, bem como os princípios gerais e operacionais da Política de Revisões do INE. A política de revisões específica do domínio das Contas Nacionais é naturalmente consistente com a Política de Revisões geral do INE, sendo ainda globalmente consistente com a política europeia para as revisões de natureza regular. Em INE / Contas Nacionais, o INE disponibiliza a metainformação bem como documentação metodológica relevante no domínio das contas nacionais e regionais. O respetivo calendário de difusão está também publicamente acessível na área Calendário de Destaques. Dessa forma, pretende-se informar os utilizadores da publicação das primeiras versões de cada estatística e do calendário das subsequentes revisões, que obedece ao respetivo calendário geral preconizado pelo Eurostat no âmbito do programa de transmissão do Sistema Europeu de Contas - SEC 2010. Para além do calendário regular de divulgação do Sistema de Contas Nacionais portuguesas, este documento refere ainda aspetos relacionados com a mudança da Base 2006 para a Base 2011 de CN, que coincidiu com a implementação do SEC 2010, assim como alterações metodológicas decorrentes da necessidade de melhoria da comparabilidade da informação de Contas Nacionais na União Europeia, no quadro do Regulamento relativo ao Rendimento Nacional Bruto (RNB). A Política de revisões do SCNP na Base 2011 (SEC 2010) 2

2. A política de revisões do Sistema de Contas Nacionais Portuguesas na Base 2011 (SEC 2010) 2.1. A política corrente de revisões De um modo geral, a disponibilização dos dados das Contas Nacionais Portuguesas (CNP) segue as seguintes qualificações para as diferentes versões: Estimativa rápida Preliminar Provisória Final As diferentes versões das CNP dependem essencialmente da disponibilidade de informação estatística de base e da sua adequação aos objetivos da contabilidade nacional. 2.1.1. As revisões regulares das CNP dados anuais Em geral, as CNP anuais são elaboradas e apresentadas nas suas versões preliminar, provisória e final. Estes resultados são enviados ao Eurostat por forma a cumprir o disposto no programa de transmissão do SEC 2010, de acordo com o regulamento UE N.º 549/2013. No caso das contas finais, verificou-se, nos últimos anos, uma antecipação no prazo de transmissão, em resultado de um processo de recuperação de prazos de compilação e divulgação. Com efeito, atualmente, os resultados anuais finais das CNP, incluindo matrizes de recursos e utilizações, estão disponíveis em t+21 meses. Os resultados provisórios, correspondentes à transmissão em t+9 meses do quadro 3 do programa de transmissão, foram enviados pela primeira vez em 2016. As CNP anuais preliminares, decorrentes do processo de compilação das Contas Nacionais Trimestrais, são transmitidas ao Eurostat em t+60 dias. A recuperação de prazos de compilação e divulgação das CNP, no âmbito do programa de transmissão do regulamento SEC 2010, a que atrás se aludiu, foi necessária após o recente processo de revisão da base. Efetivamente, o processo de implementação da nova base 2011 foi particularmente exigente em recursos utilizados, o que implicou um prolongamento dos calendários de produção das CNP anuais finais. A Política de revisões do SCNP na Base 2011 (SEC 2010) 3

2.1.2. As revisões regulares das CNP dados trimestrais Em termos genéricos, as contas trimestrais reveem, em cada trimestre, os valores preliminares anuais sempre que há nova divulgação de informação, em consequência de estarem disponíveis versões mais atualizadas das fontes utilizadas. Na prática, são seguidas as recomendações da política de revisões definida no âmbito do Committee on Monetary, Financial and Balance of Payments Statistics (CMFB), nomeadamente quanto ao número de anos/trimestres que são revistos em cada momento de compilação (amplitude das revisões), que é mais alargado nas divulgações que ocorrem em março e setembro de cada ano. O quadro em baixo sintetiza as amplitudes das revisões regulares, habitualmente utilizadas na compilação de dados de frequência trimestral e anual das CNP: Amplitude das revisões anuais, excluindo o ano reportado pela primeira vez (nº de anos) Amplitude das revisões trimestrais, excluindo o trimestre reportado pela primeira vez (nº de trimestres) 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre 4º trimestre Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 0 0 2 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 8 0 0 5 0 0 10 0 0 3 A primeira versão das CNP para um ano completo (dados preliminares) corresponde à soma dos trimestres de um dado ano. Refira-se ainda que, na divulgação da estimativa rápida relativa ao 4º trimestre de cada ano, é também divulgada informação para a variação anual em volume do PIB. As contas trimestrais por setores contribuem, igualmente, de forma regular, para essas revisões. A Política de revisões do SCNP na Base 2011 (SEC 2010) 4

2.1.3. Calendários de revisões e finalização das contas A sequência estabelecida para a divulgação de resultados de um ano t é a seguinte: Quadro 1. Calendário de revisões e finalização das contas Fevereiro t+45 dias Estimativa Rápida Somatório dos quatro trimestres das contas trimestrais Primeira estimativa do ano t PIB Fevereiro t+60 dias Versão preliminar Somatório dos quatro trimestres das contas trimestrais Segunda estimativa do ano t Versão revista com informação nova e/ou atualizada Principais agregados macroeconómicos para o total da economia: principais componentes do PIB na ótica da despesa e da produção (A8) e Emprego total Março t+85 dias Versão preliminar Somatório dos quatro trimestres das contas trimestrais Versão revista com informação nova e/ou atualizada Terceira estimativa do ano t Principais agregados macroeconómicos para o total da economia: principais componentes do PIB na ótica da despesa e da produção (A8) e Emprego total Contas de setores Sequência de saldos até à capacidade / necessidade de financiamento da economia Setembro/ Dezembro t+9 meses t+12meses Versão provisória VAB, Emprego e Remunerações (A21); FBCF (A10) Contas de setores Setembro/ Dezembro t+21 meses Versão definitiva Quadro de recursos e utilizações (QERU) (A82) Quadro de contas económicas integradas (QCEI) Dados complementares A primeira estimativa do ano t corresponde, de facto, à estimativa rápida das contas trimestrais para os quatro trimestres de um determinado ano em t+45 dias, embora a informação disponibilizada nesta fase seja apenas a taxa de variação em volume do PIB. A versão preliminar das CN anuais resulta igualmente das contas trimestrais, ou seja, a estimativa do ano t corresponde à soma dos agregados, mais atualizados, dos quatro trimestres do mesmo ano em t+60 dias. A Política de revisões do SCNP na Base 2011 (SEC 2010) 5

Esta versão preliminar utiliza informação de frequência infra anual, pelo que o conjunto de informação disponibilizado corresponde aos requisitos do quadro 1 do programa de transmissão do SEC 2010. Com a disponibilização de contas trimestrais por setor institucional, em t+85 dias, o acréscimo de informação disponível e a incorporação de dados revistos conduzem à primeira revisão das CN preliminares, passando a incluir a sequência de contas e principais rubricas e saldos por setor institucional. 2.2. Revisões relacionadas com a nova base 2011 das Contas Nacionais Portuguesas, em SEC 2010 Em setembro de 2014 o Instituto Nacional de Estatística procedeu à implementação da base 2011 das CNP. As revisões efetuadas nesse momento resultaram, por um lado, das alterações metodológicas decorrentes da implementação do Sistema Europeu de Contas 2010 SEC 2010 (em comparação com o sistema anterior, o SEC 1995) e, por outro, da incorporação de nova informação estrutural, nomeadamente dos resultados dos Censos 2011, proporcionando deste modo uma representação mais fiel da realidade económica do país, constituindo uma nova âncora para a compilação regular de contas nacionais de frequência anual ou trimestral. O SEC 2010 reviu normas, classificações e regras de contabilidade nacional aplicáveis aos Estados Membros na elaboração das contas nacionais e na transmissão de dados à Comissão Europeia (Eurostat). Essa revisão tornou-se necessária em consequência das grandes alterações que se verificaram na sociedade e na economia ao longo dos últimos vinte anos, em particular ao nível das Tecnologias de Informação e Comunicação, da crescente importância dos ativos intangíveis ligados à Investigação e Desenvolvimento, da propriedade intelectual de produtos e serviços e dos fenómenos associados à globalização. Sinteticamente, as diferenças entre a atual e a anterior série das CNP resultaram de dois tipos de alterações: a) Alterações estatísticas - são as que se verificam em qualquer mudança de base e que têm origem na incorporação e adaptação de novas fontes estatísticas e na aplicação de novos métodos e procedimentos de estimação, ou revisão dos mesmos; b) Alterações metodológicas e conceptuais devem-se à aplicação de novos métodos de avaliação e conceitos adotados na nova base, decorrentes não só da implementação de novos manuais, mas também de alterações ocorridas por decisões dos grupos de trabalho ao nível da UE, bem como revisões relacionadas com trabalhos no quadro do Regulamento relativo ao RNB. A Política de revisões do SCNP na Base 2011 (SEC 2010) 6

A nova base de Contas Nacionais conduziu à reavaliação do PIB em +2,9% em 2011, comparativamente com a anterior base 2006, fixando-se em cerca de 176,2 mil milhões de euros. Em termos médios, a revisão do PIB no período 1995-2011 foi de 2,2%. No entanto, a magnitude das revisões é distinta nos períodos anterior e posterior a 2001, sendo a revisão média de 1,0% no primeiro período e de 3,1% no segundo. A reavaliação das rendas de habitação, decorrentes dos resultados dos Censos 2011 foi residual no período 1995-2001, mas significativa no período intercensitário, onde representou, em média, 1,1% do PIB. Tendo por referência o ano 2011, o gráfico seguinte apresenta a decomposição da reavaliação do PIB nas suas principais causas: 2.2.1. Revisões relacionadas com novas fontes de informação No que diz respeito à incorporação e adaptação de novas fontes estatísticas destacam-se como mais relevantes: a) o Recenseamento Geral da População e da Habitação Censos 2011; b) o Recenseamento Agrícola RA 2009; c) o Inquérito às Despesas das Famílias - IDEF 2010/2011; d) a incorporação dos resultados do Inquérito aos Gastos Turísticos Internacionais de 2013; e) saliente-se ainda a incorporação das estatísticas da Balança de Pagamentos, revistas com a implementação da 6ª versão do respetivo Manual e das alterações decorrentes da implementação de um novo sistema de recolha de informação introduzido pelo Banco de Portugal. A Política de revisões do SCNP na Base 2011 (SEC 2010) 7

2.2.2. Revisões metodológicas As revisões metodológicas introduzidas com a transição da base 2006 para a base 2011 de Contas Nacionais Portuguesas decorreram essencialmente: - da implementação do Sistema Europeu de Contas 2010 (SEC 2010); - da necessidade de aumento da comparabilidade da informação das Contas Nacionais na União Europeia, no quadro do Regulamento relativo ao RNB. Em comparação com o SEC 95, o SEC 2010 introduziu inúmeras alterações metodológicas, com impactos relevantes em certos indicadores macroeconómicos chave das CNP, como o Produto Interno Bruto (PIB), entre as quais se destacam: - O registo das despesas em investigação e desenvolvimento (I&D) como investimento; - Novas regras de análise da classificação setorial das unidades institucionais; - O registo das despesas com a aquisição do material militar como investimento; - Novas regras de registo do aperfeiçoamento ativo (processing). Adicionalmente, do trabalho no quadro do Regulamento relativo ao RNB, destacaram-se pelo seu maior impacto no PIB: - As Novas regras de registo das entidades com fins especiais (Special Purpose Entities SPE) unidades com pouca presença física; - A inclusão de atividades ilegais nas CN. 2.2.3. Principais resultados A reavaliação do nível do PIB em mais 5 040 milhões de euros no ano 2011 foi determinada por um conjunto de alterações com impactos de diferente magnitude, inclusivamente de sinal contrário. Com impacto positivo, destacam-se: a) As rendas imputadas que, com uma reavaliação de 3 083 milhões de euros, representaram o maior contributo. Em termos médios do período 1995-2011, este agregado foi responsável por 33% da revisão do PIB; b) A capitalização das despesas de I&D, com 2 270 milhões de euros, apresentou o segundo contributo mais importante. O valor oscilou entre um mínimo de 320 milhões de euros em 1995 e 2 270 milhões em 2011 (0,4% e 1,3% do PIB nos anos respetivos); c) A inclusão explícita das atividades ilegais, que foi estimada em 629 milhões de euros; d) O registo na conta de bens e serviços da atividade de construção exercida fora do território económico português por empresas residentes (exportação) e no território económico português por empresas não residentes (importação), cujo saldo líquido exportador foi 469 A Política de revisões do SCNP na Base 2011 (SEC 2010) 8

milhões de euros em 2011. Note-se que este registo tem um efeito nulo no RNB, resultante do facto de a atividade externa de serviços de construção ser registada na conta de rendimento em base 2006 e passar a integrar a conta de bens e serviços em base 2011, convergindo, deste modo, o registo em Contas Nacionais com o adotado na Balança de Pagamentos (BoP). Por outro lado, é de referir que a alteração no cálculo da atividade das entidades com fins especiais (SPE, na sigla em inglês) tem um impacto negativo de 676 milhões no valor do PIB em 2011, repercutindo-se principalmente na Região Autónoma da Madeira. A Política de revisões do SCNP na Base 2011 (SEC 2010) 9