26º DOMINGO DO TEMPO COMUM 01 de outubro de 2017 Os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus! Leituras: Livro do Profeta Ezequiel 18, 25-28; Salmo 24 (25), 4bc-5.6-7.8-9; Carta de São Paulo aos Filipenses 2, 1-11; Mateus 2, 28-32. COR LITÚRGICA: VERDE Animador: Nesta páscoa semanal de Jesus, somos convidados a reconhecer que não basta só falar, o nosso agir é que demonstra se cumprirmos ou não a vontade do Pai. Palavras podem enganar, ações não. 1. Situando-nos brevemente Outubro, mês em que celebramos os 300 anos do encontro da imagem da Virgem Conceição Aparecida, mês do Rosário e mês das Missões. Por isso, em outubro, somos convidados a assumir concretamente a missão da Igreja, colocar em prática o que Jesus nos ensinou. Essa proposta está expressa no tema desse mês missionário: A alegria do Evangelho para um Igreja em saída, juntos na missão permanente. Somos desafiados na celebração de hoje a mostrar quem somos diante de Jesus e diante das pessoas. Se não assumirmos um compromisso efetivo com ele, não teremos parte no banquete do seu Reino. E humildemente nos reconhecemos na antífona de entrada da celebração: Senhor, tudo o que fizestes conosco, com razão o fizestes, pois pecamos contra vós e não obedecemos aos vossos mandamentos. A Páscoa semanal, vivenciada neste domingo dos dois filhos, nos motiva a dar graças ao Pai, por Jesus, o Filho que se humilhou e foi obediente até a morte, e morte de cruz. Exaltado pelo Pai tornou-se fonte de vida e salvação para os que aceitam entrar em seu caminho. 1
2. Recordando a Palavra A primeira leitura está no contexto do Exílio da Babilônia. O povo acusa Deus de injusto e de agir incorretamente. Entre o povo havia a ideia de que o pecado marcava para sempre a vida e a descendência de quem pecava. Não é uma fatalidade, nem Deus é o culpado da morte do pecador. O profeta, como porta-voz de Deus, mostra que a salvação de uma pessoa não depende de seus antepassados e parentes. O que importa é a disposição do coração no momento presente. Deus nos julga conforme o que somos hoje. Nunca é tarde para nos arrependermos, porque Deus quer a vida para todos. O Salmo 24 (25), uma súplica de uma pessoa com bastante idade, pede duas coisas: perdão dos seus desvios na juventude e a libertação das mãos do inimigo. Recorda a Aliança com várias palavras: caminho, direito, amor e verdade, aliança, preceitos... Deus é o aliado do pobre explorado e oprimido. O salmista tem muita confiança em pedir e certeza de ser atendido, porque o Senhor é piedade, misericórdia e bondade sem limites. Filipos, comunidade dividida, por causa do espírito de competição e egoísmo, foi a primeira cidade da Europa a receber a mensagem cristã, entre os anos 55-57. Paulo apresenta Jesus como modelo de filho fiel e obediente que se torna servo. Convida os que se dizem seguidores dele a terem o mesmo sentimento que existe em Cristo Jesus. E para convencer, introduz na sua exortação um belo hino, composto naqueles anos, que era conhecido e cantado em muitas comunidades (v. 6-11). O hino canta a história de Jesus que, encarnando-se, não perdeu a sua natureza divina; esta permaneceu como que escondida sob a forma humana que Ele assumiu. O Evangelho se situa no contexto da rejeição de Jesus por parte dos chefes do povo. Ele encontra-se em Jerusalém e seu tempo está cada vez menor. Aumenta a hostilidade daqueles que rejeitam sua mensagem. A parábola dos dois filhos é simples e questionadora. Antes de fazer sua comparação, Jesus pede a opinião de seus ouvintes. Eles mesmos vão decidir. As traduções da Bíblia, às vezes, divergem quanto ao filho que diz sim e ao que diz não. O assunto não é cronológico. O que está em jogo é algo muito profundo e permanece na vida de quem tem fé: fazer a vontade de Deus. 2
A dinâmica do texto leva à reflexão: conta a parábola do filho que diz não, mas se arrepende e vai trabalhar na vinha do Pai; e do outro filho que diz sim, senhor ao pai, mas não vai. Jesus pergunta quem fez a vontade do pai. Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo dizem que é o filho que disse não, mas cumpriu a ordem do pai. Jesus completa dizendo que os cobradores de impostos e as prostitutas vão preceder no Reino de Deus os chefes que não acreditaram na pregação de João Batista e no caminho de justiça que ele ensinou. O relato é sóbrio, não se dão as razões dos dois comportamentos; eles simplesmente são descritos. As palavras de nada valem: é preciso a ação concreta, conforme o projeto de Deus. Fazendo o que Deus espera, quem é pecador torna-se justo; não fazendo, quem se considera justo torna-se pecador. Os dois filhos podem representar diversos personagens: o povo de Israel histórico, a geração do momento, os seguidores de Jesus de todos os tempos, e, nós que ouvimos hoje essa palavra. 3. Atualizando a Palavra Somos daqueles que pensam que basta dizer: Senhor, Senhor para entrar no Reino de Deus? Daqueles que se acomodam com formalidade e com títulos religiosos e não se esforçam na prática da justiça? Seguir Jesus repercute em nossa prática. É ela que decide o destino diante de Deus. O fazer comprova ou desmente o dizer. A pergunta de Jesus exige discernimento: qual fez a vontade do Pai? A intenção de Jesus não é converter seus adversários, mas dizer porque são rejeitados. Ouvimos, neste contexto, uma das frases mais duras de Jesus: Os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Aqueles que pretendem ser perfeitos, bons observadores da lei serão antecipados no Reino por aqueles que eles julgam e condenam como os maiores violadores das leis, os pecadores públicos. A lei que Jesus exige é colocar em prática a vontade do Pai que ama toda pessoa e, em especial, os mais necessitados e desprezados. Jesus nos ensina a reconhecer a justiça das pessoas que não tem boa fama, mas praticam a justiça. Ensina-nos a denunciar, para o bem deles e de todos que sofrem sua influência, as que têm boa fama, os considerados santos, mas que não praticam a justiça, conforme o projeto do Pai. Jesus é o Filho que diz sim e faz o que o Pai decidiu. Todas as pessoas que acolhem e seguem concretamente Jesus cumprem a vontade do Pai. 3
Ezequiel nos fala em praticar o direito e a justiça e a nos convertermos constantemente. Essa atitude julga a nossa vida. Julgar que somos justos é uma cegueira pessoal que faz semear dúvidas sobre a conduta e as crenças de quem é diferente de nós. Para fazermos a vontade do Pai, a Carta aos Filipenses nos mostra o caminho assumido por Jesus: Esvaziouse a si mesmo assumindo a condição de escravo. É a esse Jesus, que deixou de lado todo privilegio, que somos chamados a acolher com fé humilde e operosa e que continuamente convida a partilha da vida através de uma participação efetiva no seu mistério pascal de morte e ressurreição. O fato de sermos cristãos, de exercemos um ministério na Igreja, não deve ser motivo de elogios, de prepotência, de nos sentirmos mais e melhores que outras pessoas. É motivo sim de solidariedade, de espírito de comunhão e serviço; de um permanente processo de encarnação no mundo dos excluídos. 4. Ligando a Palavra com ação litúrgica Em cada celebração, colocamos em nossos lábios muitos cantos e palavras, repetimos orações e fazemos tantos gestos. Tudo isso terá sentido e agradará a Deus como oferta bendita se for expressão de um coração orante e comprometido com a vontade de Deus. A Palavra de Deus nos faz mergulhar em nossa fragilidade humana e nos leva a experimentar a bondade sempre fiel do Senhor que nos propõe mudança de vida e acredita em nossa conversão. Ele, porém, não se contenta que apenas o invoquemos, repetidamente: Senhor, Senhor. Mais do que palavras, preces, aclamações e cânticos, liturgia é ação. Eucaristia é ação de graças, é entrega de nossa vida ao Pai, com Cristo, o Filho fiel que provou sua obediência na cruz. Com ele passamos da morte para a vida, seu Espírito é derramado sobre nós, infundindo-nos o mesmo sentimento e a prontidão para doarmos com Ele a vida, para que os outros vivam. Dessa maneira, nossa ação deve ser testemunhada no cotidiano de nossas lidas e lutas pela realização da vontade do Pai, o Reino de justiça, amor e paz a ser estabelecido, o quanto antes, entre nós. Aí começa nossa missão, como participação na missão da Igreja. Assim o anúncio do Evangelho torna-se palavra viva e eficaz que realiza o que proclama, isto é, Jesus Cristo, que incessantemente se faz carne em cada situação humana. A Palavra e a confissão dos lábios tornam-se ação e 4
gesto das mãos, com o testemunho, cuidando cada um não só do que é seu, mas também do que é do outro (cf. segunda leitura). Concluímos com a ORAÇÃO DO MÊS MISISIONÁRIO 2017: Deus da Misericórdia, que enviaste o teu Filho Jesus Cristo e nos sustentas com a força do Espírito Santo, ensina-nos a caminhar juntos e, a exemplo de Maria, nossa Mãe Aparecida, na celebração dos 300 do encontro da imagem, sejamos, em toda a parte, testemunhas proféticas da alegria do Evangelho para uma Igreja em saída. Amém! 5. Oração dos fiéis Presidente: Deus é Pai de misericórdia e sempre está disposto a ouvir os apelos de seus filhos e filhas, principalmente aqueles que estão arrependidos e querem voltar ao caminho de Deus. 1. Senhor, que a Igreja sempre zele pela sua unidade e pelo anúncio da Boa-Nova do Reino. Peçamos: Todos: Senhor de misericórdia, ouvi-nos. 2. Senhor, que os governantes se sirvam dos impostos para a promoção do bem comum, com atenção especial aos mais necessitados. Peçamos: 3. Senhor, ajude-nos a reconhecer nossas fraquezas e que possamos ser misericordiosos diante das limitações dos nossos irmãos e irmãs. Peçamos: 4. Senhor, que nossa comunidade compreenda e assuma, de forma sempre melhor, os ensinamentos de Jesus. Peçamos: (Outras intenções) Presidente: Senhor, Deus da justiça e da paz, dai-nos um coração aberto à sua Palavra, e com isso nossa conversão possa ser contínua. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amém III. LITURGIA EUCARÍSTICA ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS: Presidente: Ó Deus de misericórdia, que esta oferenda vos seja agradável e possa abrir para nós a fonte de toda bênção. Por Cristo, nosso Senhor. T.: Amém. ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO: Presidente: Ó Deus, que a comunhão nesta Eucaristia renove a nossa vida para que, participando da paixão de Cristo neste mistério, e anunciando a sua morte, sejamos herdeiros da sua glória. Por Cristo, nosso Senhor. 5
T.: Amém. BÊNÇÃO E DESPEDIDA: Presid.: O Senhor esteja convosco. T.: Ele está no meio de nós. Presid.: Que o Deus todo-poderoso torne os vossos corações atentos à tua Palavra, e assim, ricos em esperança, fé e caridade, possam viver praticando o bem e servindo os pequenos e pobres com alegria e solicitude. Por Cristo, nosso Senhor. T.: Amém. Presid.: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo. T.: Amém. Presid.: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe. T.: Graças a Deus. 6