PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 19, DE 2015



Documentos relacionados
Lei nº Dispõe sobre a tributação dos planos de benefícios de caráter previdenciário e dá outras providências.

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988

Lei nº , de 21 de dezembro de 2004 DOU

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Come-Cotas Aplicações Financeiras

Nova Sistemática de Tributação no Mercado Financeiro para 2005

10 perguntas sobre aplicações financeiras e a Declaração do Imposto de Renda.

TRIBUTAÇÃO. Atualizado em 12/2011

LEI Nº , DE 21 DE DEZEMBRO DE 2004

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 359, DE 2015

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 110, DE 2015

Curso Preparatório CPA20

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 37, DE 2009

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal promulgam a seguinte emenda constitucional:

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 497 SRF, DE 24/01/2005 (DO-U, DE 09/02/2005)

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 655, DE 2011

Dispõe sobre o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF).

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Instrução Normativa SRF nº 588, de 21 de dezembro de 2005

Instrução Normativa RFB nº 1.022, de DOU 1 de

Instrução Normativa RFB nº 1.022, de 5 de abril de 2010

TRIBUTAÇÃO DA CARTEIRA DO FUNDO

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 76, DE 2014

Tributação. Mercado de Derivativos, Fundos e Clubes de Investimentos, POP e Principais Perguntas

Prefeitura Municipal De Belém Gabinete do Prefeito

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE CAPÍTULO I DA DEFINIÇÃO

CIRCULAR Medida Provisória 252/05

Previdência Complementar

GRUPO DE TRABALHO QUE PROMOVE A CÂMARA DE NEGOCIAÇÃO DEDESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 114, DE 2015

Normas Sistema Gestão da Informação

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 105, DE 2008

II - os limites mínimos de exposição presentes no regulamento

LEI , DE 29 DE DEZEMBRO DE

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Simples Nacional: Saiba mais sobre os benefícios para a advocacia OABRJ

Instrução Normativa SRF nº 25, de 6 de Março de 2001

ESTADO DE SERGIPE PREFEITURA MUNICIPAL DE ARACAJU Secretaria Municipal de Governo LEI COMPLEMENTAR N.º 64/2003 DE 23 DE DEZEMBRO DE 2003

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA GOVERNADORIA LEI Nº 2030, DE 10 DE MARÇO DE 2009 PUBLICADA NO DOE Nº 1200, DE

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

PROJETO DE LEI N.º 2.271, DE 2015 (Do Sr. Carlos Manato)

Instrução Normativa RFB nº 1.022, de 5 de abril de 2010

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Subseção V. dos fatos geradores.

PROJETO DE LEI Nº /2014

DECRETO-LEI Nº 2.323, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1987

LEI Nº 7.787, DE 30 DE JUNHO DE 1989

Normas Sistema Gestão da Informação

HIPERPLIN MODALIDADE POPULAR PROCESSO SUSEP Nº: / CONDIÇÕES GERAIS

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 949, DE 16 DE JUNHO DE 2009 (DOU DE )

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº, DE 2012

LEI Nº , DE 13 DE NOVEMBRO DE 2014 LEI DE CONVERSÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 651 ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

CARTA-CIRCULAR N 17/2003. Rio de Janeiro, 20 de maio de Ref.: FINAME AGRÍCOLA BNDES AUTOMÁTICO. Ass.: Linha Especial de Financiamento Agrícola

Guia Declaração Imposto de Renda Investimentos. Março de Brasil

Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo Presidente: Claudio Avelino Mac-Knight Filippi Gestão:

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº , DE 10 DE MAIO DE 2002.

REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº A DE O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Instrução Normativa SRF nº 25, de 6 de Março de 2001 DOU de Dispõe sobre o imposto de renda incidente nos rendimentos e ganhos líquidos

3 Visando dar instrumentos objetivos para que o Poder Público exija de seu contratado o cumprimento de suas obrigações trabalhistas, bem como

PROJETO DE LEI N.º 6.458, DE 2009 (Do Sr. Edmar Moreira)

Como funcionam os fundos de investimentos

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Crédito PIS - Cofins - Baixa do ativo

Lei nº , de (DOU )

... LEI N , DE 9 DE ABRIL DE 2015

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

1. Procedimentos para a Cobrança de Tarifas (Cláusula Décima do CAC):

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 224, DE 2015

DESCONTO SIMPLES. Os títulos de crédito mais utilizados em operações financeiras são a nota promissória, a duplicata e a letra de câmbio.

Instrução Normativa SRF nº 298, de 12 de fevereiro de 2003

CNPJ: / MODALIDADE: TRADICIONAL PROCESSO SUSEP Nº: / WEB-SITE:


Parecer Consultoria Tributária Segmentos Diferencial de alíquota para produtos com destino industrialização

Instrução Normativa SRF nº 599, de 28 de dezembro de 2005

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Previdência 2011: Novos Valores do Salário de Contribuição e Salário- Família /01/2011

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 297, DE 2006

PROJETO DE LEI Nº de 2013 (do Poder Executivo)

CARTILHA Previdência. Complementar REGIMES TRIBUTÁRIOS

Tabela Progressiva do IR Pessoa Física - ano-calendário de Base de cálculo

Cria mecanismos de fomento à atividade audiovisual, e dá outras providências

Melhorias nos cálculos do aviso prévio da Lei

DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP E COFINS

enviado em 09/09/2015 pedindo a presidente Dilma Rousseff pedindo mudanças no REDOM

RESOLUCAO

CONDIÇÕES GERAIS TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO DE PAGAMENTO MENSAL (CÓDIGO 45.1) VIP 200

GESTOR DA CARTEIRA DE INVESTIMENTO

captação de recursos empréstimos financiamento.

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 314, DE 2013

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

na modalidade Contribuição Definida

DECRETO Nº 5.545, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005

ADM020 Matemática Financeira

LEI Nº DE 23 DE AGOSTO DE 2001

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 128 DE 2006

Transcrição:

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 19, DE 2015 Altera a Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004, para acabar com a tributação semestral sobre os rendimentos das aplicações em fundos de investimento. O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1º O 2º do art. 1º da Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004, passa a vigorar com a seguinte redação: Art.1º......... 2º No caso dos fundos de investimento, a incidência do imposto de renda previsto no caput deste artigo ocorrerá apenas no resgate das quotas.... (NR) Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Fica revogado o art. 3º da Lei nº 10.892, de 13 de julho de 2004.

2 JUSTIFICAÇÃO As aplicações financeiras são tributadas no Brasil a alíquotas que variam de 22,5%, para aplicações de até seis meses, a 15%, para aplicações com prazo superior a dois anos. Assim, aplicações mantidas por mais tempo pelo poupador sofrem tributação menor. Entretanto, esse incentivo à poupança de longo prazo é em parte contrabalançado pela tributação duas vezes por ano, a alíquota de 15%, incidente sobre os rendimentos dos fundos de investimentos. Essa tributação semestral, anterior ao resgate das cotas do fundo pelo investidor, é chamada de come cotas porque quando o imposto é cobrado dessa forma, antes do resgate, o gestor do fundo é obrigado a vender parte das cotas do investidor para recolher o imposto, de forma que o número de cotas do fundo de investimento pertencentes ao poupador é reduzido. A justificativa para a cobrança do imposto antes do resgate é a antecipação da receita do governo federal, entretanto, há muitos bons argumentos contrários a essa cobrança. A incidência do imposto de renda antes do resgate dos recursos reduz os rendimentos líquidos dos investidores de longo prazo, o que desestimula a poupança, que já é bastante baixa no Brasil, e dificulta alcançar um dos objetivos da gestão da dívida pública: o alongamento dos prazos de vencimentos dos títulos públicos. Além disso, no caso de aplicações em fundos de investimento cujas cotas podem apresentar maior volatilidade ao longo do tempo, como fundos cambiais e mesmo fundos que investem em títulos públicos com remuneração pré-fixada, o investidor pode recolher imposto de renda em um período em que as cotas do fundo subiram de valor e ter que resgatá-los em um momento posterior em que o valor das cotas caiu. Nesse caso, o poupador terá pagado imposto de renda sobre um rendimento que não recebeu, pois a legislação não prevê a devolução do imposto pago antecipadamente no caso de quedas posteriores do valor das cotas dos fundos de investimento. Outro argumento favorável ao fim do come cotas é que a receita auferida pelo governo não sofreria queda, apenas seria adiada. Isso ocorre por dois motivos. Um é que a maior parte das aplicações em fundos de investimento é resgatada em períodos inferiores a seis meses, ou seja, antes da incidência do imposto de renda via come cotas. Outro é que para as aplicações com prazos maiores que seis meses, com o fim da cobrança semestral, o recebimento pelo governo federal seria adiado, mas o imposto passaria a incidir sobre rendimentos mais altos no momento do resgate. Assim, propomos o fim da cobrança semestral, antes do resgate das aplicações, do imposto de renda sobre os rendimentos dos fundos de investimento, como medida para estimular a poupança de longo prazo e melhorar a gestão da dívida pública. Por isso, contamos com o apoio dos nobres pares. Sala das Sessões, Senador RICARDO FERRAÇO

3 LEGISLAÇÃO CITADA Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004. Altera a tributação do mercado financeiro e de capitais; institui o Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária - REPORTO; altera as Leis nºs 10.865, de 30 de abril de 2004, 8.850, de 28 de janeiro de 1994, 8.383, de 30 de dezembro de 1991, 10.522, de 19 de julho de 2002, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e 10.925, de 23 de julho de 2004 ; e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Os rendimentos de que trata o art. 5º da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, relativamente às aplicações e operações realizadas a partir de 1º de janeiro de 2005, sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte, às seguintes alíquotas: I - 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de até 180 (cento e oitenta) dias; II - 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo de 181 (cento e oitenta e um) dias até 360 (trezentos e sessenta) dias; III - 17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de 361 (trezentos e sessenta e um) dias até 720 (setecentos e vinte) dias; IV - 15% (quinze por cento), em aplicações com prazo acima de 720 (setecentos e vinte) dias. 1º No caso de aplicações existentes em 31 de dezembro de 2004: I - os rendimentos produzidos até essa data serão tributados nos termos da legislação então vigente; II - em relação aos rendimentos produzidos em 2005, os prazos a que se referem os incisos I a IV do caput deste artigo serão contados a partir: a) de 1º de julho de 2004, no caso de aplicação efetuada até a data da publicação desta Lei; e b) b) da data da aplicação, no caso de aplicação efetuada após a data da publicação desta Lei. 2º No caso dos fundos de investimentos, será observado o seguinte:

4 I - os rendimentos serão tributados semestralmente, com base no art. 3 o da Lei nº 10.892, de 13 de julho de 2004, à alíquota de 15% (quinze por cento), sem prejuízo do disposto no inciso III deste parágrafo; II - na hipótese de fundos de investimentos com prazo de carência de até 90 (noventa) dias para resgate de quotas com rendimento, a incidência do imposto de renda na fonte a que se refere o inciso I deste parágrafo ocorrerá na data em que se completar cada período de carência para resgate de quotas com rendimento, sem prejuízo do disposto no inciso III deste parágrafo; III - por ocasião do resgate das quotas, será aplicada alíquota complementar de acordo com o previsto nos incisos I a IV do caput deste artigo. 3º O disposto neste artigo não se aplica: I - aos fundos e clubes de investimento em ações cujos rendimentos serão tributados exclusivamente no resgate das quotas, à alíquota de 15% (quinze por cento); II - aos títulos de capitalização, no caso de resgate sem ocorrência de sorteio, cujos rendimentos serão tributados à alíquota de 20% (vinte por cento). 4º Ao fundo ou clube de investimento em ações cuja carteira deixar de observar a proporção referida no art. 2º da Medida Provisória nº 2.189-49, de 23 de agosto de 2001, aplicar-se-á o disposto no caput e nos 1º e 2º deste artigo, a partir do momento do desenquadramento da carteira, salvo no caso de, cumulativamente, a referida proporção não ultrapassar o limite de 50% (cinqüenta por cento) do total da carteira, a situação for regularizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias e o fundo ou clube não incorrer em nova hipótese de desenquadramento no período de 12 (doze) meses subseqüentes. 5º Consideram-se incluídos entre os rendimentos referidos pelo art. 5º da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, os predeterminados obtidos em operações conjugadas, realizadas nos mercados de opções de compra e de venda em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros (box), no mercado a termo nas bolsas de valores, de mercadorias e de futuros, em operações de venda coberta e sem ajustes diários, e no mercado de balcão. 6º As operações descritas no 5º deste artigo, realizadas por fundo ou clube de investimento em ações, não integrarão a parcela da carteira aplicada em ações, para efeito da proporção referida no 4º deste artigo. 7º O Ministro da Fazenda poderá elevar e restabelecer o percentual a que se refere o art. 2º da Medida Provisória nº 2.189-49, de 23 de agosto de 2001.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA 5 Lei nº 10.892, de 13 de julho de 2004. Altera os arts. 8º e 16 da Lei nº 9.311, de 24 de outubro de 1996, que institui a Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF, e dá outras providências. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 3 º A partir de 1º de outubro de 2004, a incidência do imposto de renda na fonte sobre os rendimentos a que se refere o art. 6º da Medida Provisória nº 2.189-49, de 23 de agosto de 2001, ocorrerá no último dia útil dos meses de maio e de novembro de cada ano, ou no resgate, se ocorrido em data anterior. (À Comissão de Assuntos Econômicos; em decisão terminativa) Publicado no DSF, de 11/2/2015 Secretaria de Editoração e Publicações Brasília-DF OS: 10168/2015