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Transcrição:

Ccent. n.º 32/2013 Explorer III*Acionistas Individuais/Finieco Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência [alínea b) do n.º 1 do artigo 50.º da Lei n.º 19/2012, de 8 de maio] 14/11/2013

DECISÃO DE NÃO OPOSIÇÃO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA Processo Ccent. n.º 32/2013 Explorer III*Acionistas Individuais/Finieco 1. OPERAÇÃO NOTIFICADA 1. Em 22 de Outubro de 2013, foi notificada à Autoridade da Concorrência (doravante Autoridade ), nos termos dos artigos 37.º e 44.º da Lei n.º 19/2012, de 8 de maio (doravante Lei da Concorrência ), uma operação de concentração que consiste na aquisição pelo Fundo Explorer III Fundo de Capital de Risco ( Fundo Explorer III ), através da sua sociedade gestora Explorer Investments Sociedade de Capital de Risco, S.A. ( Explorer Investments ), e pelos cinco atuais acionistas da sociedade Finieco Indústria e Comércio de Embalagens, S.A. ( Finieco ), do controlo conjunto desta última sociedade. 2. As atividades das partes envolvidas na operação de concentração são as seguintes: O Fundo Explorer III é um Fundo de Capital de Risco, cujo património se destina a ser investido na aquisição de participações de capital social de sociedades com elevado potencial de crescimento e desenvolvimento 1. O Fundo é gerido pela sociedade Explorer Investments, nos termos do regime jurídico do capital de risco, sociedade que gere igualmente os Fundos Explorer I e Explorer II 2. O volume de negócios realizado pela Explorer Investments 3, calculado nos termos do artigo 39.º da Lei da Concorrência, para o ano de 2012, em Portugal, foi de [>100] milhões de euros. A Finieco é uma sociedade anónima, atualmente participada por cinco acionistas individuais 4, que se dedica à produção e comercialização de artigos de embalagem em papel. 1 O Fundo Explorer III dispõe de participações de controlo numa sociedade que desenvolve a atividade de entregas ao domicílio. 2 Refira-se que o Fundo Explorer I exerce, indiretamente, através das sociedades que controla, as seguintes atividades: torrefação e distribuição de cafés e produção e distribuição de recuperadores de calor para salamandras. Já a carteira de participações de controlo do Fundo Explorer II envolve empresas com presença nos seguintes sectores de atividade: serviço de segurança privada, comercialização de espaços publicitários exteriores, transformação e preparação de sucata ferrosa para reciclagem, produção e distribuição de orlas plásticas, retalho alimentar no segmento de fast food, distribuição e comercialização de gás propano canalizado e transportes especiais. 3 Inclui o volume de negócios gerado pelas empresas controladas pelos três Fundos de Capital de Risco geridos pela Explorer Investments - Fundo Explorer I, II e III. 4 Os [CONFIDENCIAL- identificação de acionistas]. Juntamente com o Fundo Explorer III, também estes acionistas individuais da Finieco passam a adquirir o controlo conjunto desta sociedade. Efetivamente, no âmbito da transação projetada, os cinco atuais acionistas da empresa a adquirir, vendedores de ações representativas de 50% do capital social da Finieco, passarão, por força do acordo parassocial anexo ao acordo de compra e venda celebrado entre as partes na operação, a constituir um único bloco para efeitos de determinação do controlo, uma vez que será solicitada uma atuação em conjunto, na sua relação com a Explorer, conforme é realçado na notificação. Contudo, na medida em que nenhum dos acionistas individuais da Finieco detém o controlo desta ou 2

O volume de negócios realizado pela Finieco, calculado nos termos do artigo 39.º da Lei da Concorrência, para o ano de 2012, em Portugal, foi de [>5] milhões de euros. 3. A operação notificada configura uma concentração de empresas na aceção da alínea b), do n.º 1 do artigo 36.º da Lei da Concorrência, conjugada com a alínea a), do n.º 3 do mesmo artigo, e está sujeita à obrigação de notificação prévia, por preencher a condição enunciada na alínea c), do n.º 1 do artigo 37.º do mesmo diploma, referente ao critério do volume de negócios. 2. MERCADOS RELEVANTES e AVALIAÇÃO JUS-CONCORRENCIAL 2.1. Mercado do Produto e Geográfico Relevante 4. Conforme indicado na notificação, a Finieco dedica-se à produção e comercialização de embalagens destinadas ao ensacamento ou acondicionamento de bens em estabelecimentos comerciais, incluindo no seu portfolio os seguintes produtos: (i) sacos de papel, (ii) envelopes de papel e (iii) papel de embrulho. 5. Segundo a Notificante, a Finieco dispõe de diferentes gamas dentro de cada tipo de produtos. Assim, no caso dos sacos de papel, existem três gamas distintas, duas de qualidade superior, as marcas Signature 5 e Taillor 6, e uma gama de segmento mais baixo, a easy 7. Também no que respeita aos envelopes de papel, a Finieco dispõe de duas gamas distintas, o ibag 8 e o esimply 9, a primeira mais complexa que a segunda, mas ambas com capacidade para acondicionar, para entrega, bens em estabelecimentos comerciais. Relativamente ao papel de embrulho, frequentemente adquirido pelos clientes de forma complementar à aquisição de sacos e/ou envelopes de papel, a Finieco dispõe apenas da gama Roll 10. 6. De acordo com a Notificante, o mercado do produto relevante para efeitos da presente operação de concentração corresponde ao mercado dos produtos destinados ao acondicionamento de bens em estabelecimentos comerciais. de outra empresa, não desenvolvendo, para os efeitos relevantes de aplicação da Lei da Concorrência, uma atividade económica, a título principal, geradora de um volume de negócios, em Portugal, não poderão ser considerados como empresa, nos termos dos artigos 3.º, n.º 1 e 36.º, n.º 1, alínea b) da Lei da Concorrência, e, nesse sentido, Parte Notificante, para efeitos do artigo 44.º, n.º 1, alínea a) da Lei da Concorrência. 5 Sacos com asas de papel torcido, fio de algodão ou similar, que são fabricados em processo automatizado com variadas soluções de impressão em flexografia, verniz de proteção, verniz UV, laminação e hot stamping. 6 Sacos com acabamento manual, com recurso a impressão offset, nos quais é aplicado um verniz de proteção, verniz UV, efetuada laminação, hot stamping e gofragem e aplicadas asas/pegas em algodão. 7 Sacos sem asa ou pega, com fundo plano e impressão em flexografia, principalmente usados em papéis de baixa gramagem. 8 Envelopes feitos em papel que contêm uma pala, de fole, com o fundo plano e um sistema de fecho com fita de silicone, fabricados em processo automático com impressão offset, aplicação de verniz e possibilidade de utilização de uma grande diversidade de formatos. 9 Envelopes de papel com pala, fole e fundo plano, impressos em flexografia sobre papel. 10 Dispõe de impressão em flexografia direta e fornecido em bobines vendido em metragem standard ou segundo as especificações do cliente e que se destina à homogeneização da solução packing dos produtos dos clientes. 3

7. Com efeito, refere a Notificante que estes produtos são vendidos sob encomenda e com frequência pessoalizados, que visam acrescentar um elemento distinto ao recipiente em que os consumidores recebem (e transportarão) os bens adquiridos num estabelecimento e que é, nessa medida, plenamente substituível entre si e diretamente substituível com os sacos de plástico (e envelopes de plástico) que prosseguem exatamente os mesmos fins, com soluções idênticas. Acrescenta a Notificante que com frequência os produtores de referência das soluções oferecidas pela Finieco detêm a totalidade das gamas de produtos de plástico, e de papel. 8. Relativamente ao mercado geográfico relevante, é convicção da Notificante que o mesmo corresponde pelo menos ao espaço comunitário, dado ser nesta área geográfica que se encontram os principais clientes 11 e concorrentes 12 da Finieco. Também os baixos custos associados ao transporte deste tipo de produtos e a inexistência de barreiras à sua circulação permitem, na opinião da Notificante, que a comercialização dos mesmos seja feita em condições de concorrência homogéneas em toda a União Europeia. 9. Atendendo à natureza conglomeral da presente operação de concentração, em que se constata a ausência de relações de natureza horizontal e/ou vertical entre as atividades das empresas participantes, não se encontrando as empresas, igualmente, presentes em mercados estreitamente relacionados entre si, considera a Autoridade que a operação de concentração em causa não suscita problemas jusconcorrenciais independentemente da definição de mercado adotada, pelo que a sua exata delimitação, quer quanto à dimensão do produto, quer quanto à dimensão geográfica, poderá ser deixada em aberto, para efeitos da presente operação de concentração. 10. Neste contexto e sem prejuízo de outras decisões que no futuro possam vir a ser adotadas, a Autoridade aceita, para efeitos da análise da presente operação de concentração, a delimitação de mercado proposta pela Notificante, considerando como mercado relevante o mercado dos produtos destinados ao acondicionamento de bens em estabelecimentos comerciais na União Europeia, circunscrevendo, porém, a sua análise aos efeitos no território nacional, conforme previsto na Lei da Concorrência. 2.2. Avaliação jus-concorrencial 11. Conforme referido no ponto 9 supra, a natureza da operação em análise afasta a existência de quaisquer problemas jusconcorrenciais, verificando-se apenas uma mera transferência de quotas da Adquirida 13 para a nova entidade resultante da operação de concentração notificada, sem qualquer impacto na atual estrutura concorrencial do mercado relevante em causa. 11 Cerca de 65% da produção da Finieco destina-se à exportação. 12 Concorrem com a Finieco, a nível ibérico, a Industrial Bolsera, a Toybe, a Innovaciones Subbética, SL e a Formpaper Packaging, a nível europeu, o Grupo Papier-Mettler e a C.E.E. Robert Shissler, a Fiorini Industrial Packaging, a GPS, a Plastica Valmisa e a BOVO. A nível nacional existem apenas dois outros produtores de sacos em papel, a Litel e a Plasteuropa. 13 De acordo com as melhores estimativas da Notificante, as quotas de mercado da Adquirida, em 2012, no mercado dos produtos destinados ao acondicionamento de bens é de [0-5]% na União Europeia e de [0-5]% em Portugal. 4

12. Face ao exposto, conclui-se que a operação de concentração notificada não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva no mercado analisado. 3. CLÁUSULAS ACESSÓRIAS 13. O acordo parassocial prevê uma obrigação de não concorrência vinculando-se as Partes [CONFIDENCIAL âmbito material] por um período coincidente com a [CONFIDENCIAL âmbito temporal]. 14. Segundo a Notificante, a obrigação de não concorrência consubstancia uma restrição acessória necessária à concretização da empresa na medida em que se destina a permitir uma transição harmoniosa da Explorer para a posição de controlo conjunto da Finieco, revelando-se necessária para assegurar a realização de negociações de boafé na condução da política comercial da sociedade 15. A referida cláusula de não concorrência deverá ser apreciada nos termos do n.º 5 do artigo 41.º, da Lei da Concorrência, com vista a avaliar se se afigura diretamente relacionada com a realização da operação de concentração, revelando-se necessária à mesma. 16. Neste contexto, no que respeita estritamente ao território nacional e ao período de vigência da obrigação durante a participação de ambas as partes na empresa comum, a Autoridade considera que a restrição se revela diretamente relacionada e necessária à concretização da operação e ao objetivo de garantir a plena utilização dos ativos da empresa comum, considerando-a abrangida pela presente Decisão. 4. AUDIÊNCIA DE INTERESSADOS 17. Nos termos do n.º 3 do artigo 54.º da Lei da Concorrência, foi dispensada a audição prévia dos autores da notificação, dada a ausência de interessados e o sentido da decisão, que é de não oposição. 5. DELIBERAÇÃO DO CONSELHO 18. Face ao exposto, o Conselho da Autoridade da Concorrência, no uso da competência que lhe é conferida pela alínea b) do n.º 1, do artigo 17.º dos Estatutos, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 10/2003, de 18 de janeiro, delibera adotar uma decisão de não oposição à presente operação de concentração, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 50.º da Lei da Concorrência, uma vez que a mesma não é suscetível de criar 5

entraves significativos à concorrência efetiva no mercado dos produtos destinados ao acondicionamento de bens em estabelecimentos comerciais, no território nacional. Lisboa, 14 de Novembro de 2013 O Conselho da Autoridade da Concorrência, António Ferreira Gomes Presidente Jaime Andrez Vogal Nuno Rocha de Carvalho Vogal 6

Índice 1. OPERAÇÃO NOTIFICADA... 2 2. MERCADOS RELEVANTES e AVALIAÇÃO JUS-CONCORRENCIAL... 3 2.1. Mercado do Produto e Geográfico Relevante... 3 2.2. Avaliação jus-concorrencial... 4 3. CLÁUSULAS ACESSÓRIAS... 5 4. AUDIÊNCIA DE INTERESSADOS... 5 5. DELIBERAÇÃO DO CONSELHO... 5 7